Correio Braziliense - 31/08/2011 |
O aumento do peso da China no comércio mundial não deixa de preocupar muitos economistas, especialmente após a queda na demanda dos países desenvolvidos causada pelas turbulências na Europa e nos Estados Unidos. Ainda assim, as apostas de que o avanço da classe média asiática sustentará a demanda mundial são cada vez maiores, mesmo com uma desaceleração do Produto Interno Bruto (PIB) do país para a casa dos 7,5% nos próximos anos - uma estimativa do próprio governo chinês. A Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) acredita nessa tese. Em 2030, dois terços da classe média mundial estarão na Ásia e na Oceania e serão responsáveis por quase 60% dos gastos com consumo, projetou a Cepal. A China representa a maior parcela desse percentual. A secretária executiva da Cepal, Alicia Bárcena, reforçou que o comércio entre os países do Hemisfério Sul, encabeçado pelos chineses e pelas demais economias emergentes da Ásia, deverá ultrapassar o intercâmbio entre as nações do Hemisfério Norte até 2017. "Está havendo uma mudança da estrutura do comércio mundial. Há 26 anos, o comércio Sul-Sul representava apenas 6% do total mundial e o Norte-Norte, 63%. Hoje, são 24% e 38%, (respectivamente)", disse Alicia. Para confirmar essa tendência, a secretária da Cepal destacou que, em 2010, as exportações dos países em desenvolvimento já cresceram 17%, enquanto as dos industrializados avançaram 13%. Classe Média Diante desse cenário, a América Latina precisará melhorar sua integração com os demais países do Hemisfério Sul, sugeriu Carlos Henrique Mussi, economista da Cepal em Brasília. "Hoje, a classe média chinesa atravessa o fenômeno de crescimento que a classe média brasileira sofreu nos últimos oito anos. O mercado interno brasileiro assegurou a expansão da economia e ajudou o país a sair mais rápido da crise", comparou. Para Mussi, seguramente a China continuará com demanda aquecida dos produtos da região, basicamente matérias-primas, como minério e commodities agrícolas. |
quinta-feira, 1 de setembro de 2011
China salva o comércio
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