sexta-feira, 29 de abril de 2011

Indústria demite e desemprego aumenta em SP

Valor Econômico - 28/04/2011
 
A taxa de desemprego na região metropolitana de São Paulo em março subiu 0,7 pontos percentuais em relação ao mês anterior e fechou em 11,3% - equivalente a 1,2 milhão de pessoas sem emprego. Em janeiro e fevereiro, a taxa foi de 10,5% e 10,6%, respectivamente. De acordo com os números da pesquisa do Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade) e do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), divulgada ontem, o desemprego cresceu com aumento das demissões. A ocupação encolheu em todos os setores de atividade, especialmente a indústria, com queda de 1,7% frente a fevereiro, e o comércio, com retração de 1,8%, em igual comparação.
A taxa de março é a menor para o mês desde 1991 e bastante inferior ao desemprego de 13,1% registrado em igual mês de 2010. O aumento do desemprego em março deste ano, contudo, foi mais suave do que em outros anos. Em 2010 houve avanço de 0,9 ponto percentual em relação a fevereiro e em 2009, de 1,5 ponto percentual. O ritmo de avanço do desemprego no conjunto das sete regiões onde a pesquisa é realizada foi semelhante ao de São Paulo. Subiu de 10,5% em fevereiro para 11,2% (2,4 milhões de pessoas). A desocupação cresceu em Salvador, Belo Horizonte, Fortaleza, São Paulo e Distrito Federal, e manteve-se estável em Porto Alegre e em Recife.
Como explica o coordenador de análise da pesquisa, Alexandre Loloian, esse movimento é típico para o período - o desemprego normalmente sobe nos três primeiros meses do ano. Para ele, o mercado de trabalho não está aquecido e os números estão distantes do pleno emprego: "Esse é mais um dos mitos novos forjados por alguns economistas irresponsáveis", opina.
A variação anual do nível de ocupação nas regiões metropolitanas e do Distrito Federal foi a menor dos últimos 12 meses, 2,6%. Em setembro de 2010 ela chegou a 4,7%. Para Sérgio Mendonça, economista do Dieese, isso é um indicativo de que a economia está de fato desacelerando. A velocidade dessa queda, entretanto, é ainda incerta, argumenta ele.

Nenhum comentário:

Postar um comentário