Autor(es): Luciana Otoni | De Brasília
Valor Econômico - 26/04/2011
A alta da inflação e da taxa de juros teve efeito expressivo no tamanho da dívida pública mobiliária no primeiro trimestre de 2011, segundo informações apresentadas ontem pelo Tesouro Nacional. O estoque da dívida em títulos federais cresceu em R$ 69 bilhões, passando de R$ 1,54 trilhão em janeiro para R$ 1,61 trilhão em março. Boa parte desse avanço, R$ 48,1 bilhões, teve a ver com incorporação de juros.O ritmo de expansão da dívida neste início do ano foi superior à observada em igual período de 2010. De janeiro a março do ano passado, o aumento no estoque foi de R$ 45 bilhões, dos quais R$ 35 bilhões referente a custos associados a juros.A ampliação do estoque da dívida em títulos em 2011 em níveis superiores ao observado em 2010 está diretamente relacionada à Selic e ao IPCA mais altos, que impactam, conjuntamente, a parcela dos títulos indexados à Selic (LFT) e os papéis indexados a índices de preços (NTN-B), que, além da variação da inflação, pagam juros fixos.A tendência, explicam os técnicos do Tesouro, é de expansão do montante da dívida porque um terceiro fator, a ampliação do estoque do passivo, também contribui para a expansão dos custos. Em março, o estoque de R$ 1,61 trilhão da dívida ficou 1,61% maior frente a fevereiro devido à emissão líquida de R$ 6,87 bilhões à apropriação de juros de R$ 16,39 bilhões.Para a evolução da dívida a partir de abril deste ano, o coordenador-geral de Operações da Dívida Pública, Fernando Garrido, diz que a perspectiva é de maior emissão de títulos prefixados. "Temos a estratégia simultânea de aumento da parcela prefixada e de redução da parcela dos títulos corrigidos por taxas flutuantes", afirmou.Em março, a parte da dívida composta por papéis prefixados ficou em 34,56% do total, percentual inferior à meta mínima para o ano de 36%. Já a parte da dívida corrigida pela taxa Selic ficou em 32,34%, inferior ao teto da meta para o ano de 32%.Garrido informou também que o Tesouro continua a avaliar as condições do mercado internacional para eventual emissão de bônus soberano. Ele comentou que as operações realizadas no mercado secundário no exterior indicam interesse por parte dos estrangeiros pelos títulos soberanos brasileiros, tanto para bônus denominados em dólar como em real.Como o Tesouro possui baixa necessidade de recursos para o financiamento da dívida externa, a decisão sobre a emissão no exterior não está sendo pautada pela necessidade de caixa.Segundo Garrido, 75% do recursos em moeda estrangeira necessários para cobrir os vencimentos da dívida externa em 2011 e em 2012 já foram adquiridos pelo Tesouro no mercado interno. De acordo com o Plano Anual de Financiamento (PAF), esses vencimentos somam R$ 17,72 bilhões, dos quais aproximadamente R$ 13 bilhões já foram adquiridos no mercado doméstico.O coordenador informou também que a participação dos investidores estrangeiros no mercado local se manteve estável em março. Os chamados não-residentes adquiriram R$ 3 bilhões em papéis federais no último mês, elevando o estoque total para R$ 183,31 bilhões. Como o montante da dívida também aumentou, a participação desses compradores foi mantida em 4%. Para os meses seguintes, o Tesouro não espera compras expressivas de títulos pelos não-residentes, por considerar que a elevação do IOF desestimula essas aquisições.
Autor(es): Luciana Otoni | De Brasília |
Valor Econômico - 26/04/2011 |
A alta da inflação e da taxa de juros teve efeito expressivo no tamanho da dívida pública mobiliária no primeiro trimestre de 2011, segundo informações apresentadas ontem pelo Tesouro Nacional. O estoque da dívida em títulos federais cresceu em R$ 69 bilhões, passando de R$ 1,54 trilhão em janeiro para R$ 1,61 trilhão em março. Boa parte desse avanço, R$ 48,1 bilhões, teve a ver com incorporação de juros. O ritmo de expansão da dívida neste início do ano foi superior à observada em igual período de 2010. De janeiro a março do ano passado, o aumento no estoque foi de R$ 45 bilhões, dos quais R$ 35 bilhões referente a custos associados a juros. A ampliação do estoque da dívida em títulos em 2011 em níveis superiores ao observado em 2010 está diretamente relacionada à Selic e ao IPCA mais altos, que impactam, conjuntamente, a parcela dos títulos indexados à Selic (LFT) e os papéis indexados a índices de preços (NTN-B), que, além da variação da inflação, pagam juros fixos. A tendência, explicam os técnicos do Tesouro, é de expansão do montante da dívida porque um terceiro fator, a ampliação do estoque do passivo, também contribui para a expansão dos custos. Em março, o estoque de R$ 1,61 trilhão da dívida ficou 1,61% maior frente a fevereiro devido à emissão líquida de R$ 6,87 bilhões à apropriação de juros de R$ 16,39 bilhões. Para a evolução da dívida a partir de abril deste ano, o coordenador-geral de Operações da Dívida Pública, Fernando Garrido, diz que a perspectiva é de maior emissão de títulos prefixados. "Temos a estratégia simultânea de aumento da parcela prefixada e de redução da parcela dos títulos corrigidos por taxas flutuantes", afirmou. Em março, a parte da dívida composta por papéis prefixados ficou em 34,56% do total, percentual inferior à meta mínima para o ano de 36%. Já a parte da dívida corrigida pela taxa Selic ficou em 32,34%, inferior ao teto da meta para o ano de 32%. Garrido informou também que o Tesouro continua a avaliar as condições do mercado internacional para eventual emissão de bônus soberano. Ele comentou que as operações realizadas no mercado secundário no exterior indicam interesse por parte dos estrangeiros pelos títulos soberanos brasileiros, tanto para bônus denominados em dólar como em real. Como o Tesouro possui baixa necessidade de recursos para o financiamento da dívida externa, a decisão sobre a emissão no exterior não está sendo pautada pela necessidade de caixa. Segundo Garrido, 75% do recursos em moeda estrangeira necessários para cobrir os vencimentos da dívida externa em 2011 e em 2012 já foram adquiridos pelo Tesouro no mercado interno. De acordo com o Plano Anual de Financiamento (PAF), esses vencimentos somam R$ 17,72 bilhões, dos quais aproximadamente R$ 13 bilhões já foram adquiridos no mercado doméstico. O coordenador informou também que a participação dos investidores estrangeiros no mercado local se manteve estável em março. Os chamados não-residentes adquiriram R$ 3 bilhões em papéis federais no último mês, elevando o estoque total para R$ 183,31 bilhões. Como o montante da dívida também aumentou, a participação desses compradores foi mantida em 4%. Para os meses seguintes, o Tesouro não espera compras expressivas de títulos pelos não-residentes, por considerar que a elevação do IOF desestimula essas aquisições. |
Dívida aumenta
Autor(es): Gabriel Caprioli | |||||||||
Correio Braziliense - 26/04/2011 http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2011/4/26/divida-aumenta | |||||||||
O endividamento do governo cresceu 1,39% em março e chegou a R$ 1,695 trilhão. A dívida interna, que representa 95,07% do montante, também subiu no mês passado, 1,61%, somando R$ 1,611 trilhão. O resultado, segundo o coordenador-geral de operações da dívida pública, Fernando Garrido, foi influenciado pela emissão líquida de R$ 6,8 bilhões em papéis no mercado. Parte desse volume (R$ 5,2 bilhões) foi direcionada ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O aporte direto faz parte dos R$ 30 bilhões que podiam ser emitidos pelo Tesouro para capitalizar a Petrobras, no ano passado. "É uma operação residual, que já estava permitida anteriormente", comentou. A participação dos estrangeiros na dívida interna brasileira se manteve estável, consolidando uma tendência já esperada pelo Tesouro. Desde a elevação do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) incidente sobre a entrada de capitais externos de 2% para 6%, a fatia de não residentes passou a crescer em ritmo mais moderado. Em março, o volume subiu de R$ 180,6 bilhões para R$ 183,3 bilhões, mas se manteve em 11,4%, uma vez que o montante global da dívida também cresceu. "Após o IOF, a entrada é significativamente menor, mas mantemos a avaliação de que a participação de estrangeiros vai continuar subindo gradualmente em volume financeiro. Isso pode não se refletir percentualmente", afirmou. Dívida pública interna cresce
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