terça-feira, 19 de abril de 2011

Fundos de emergentes atraem US$ 2,016 bilhões

Autor(es): Antonio Perez | De São Paulo
Valor Econômico - 18/04/2011
 

 
A segunda semana de abril marcou a primeira vez no ano em que os fundos de ações de mercados emergentes receberam mais recursos do que as carteiras dedicadas a papéis de países desenvolvidos. É o que aponta, em relatório, a consultoria EPFR Global, que acompanha a movimentação dos fundos internacionais.
Na semana encerrada dia 13, os fundos de ações de emergentes amealharam US$ 2,016 bilhões, enquanto os de países desenvolvidos atraíram apenas US$ 843,05 milhões. A alta dos preços do petróleo, um início não muito animador da temporada de balanços do primeiro trimestre, os problemas de endividamento em Portugal e a crise nuclear japonesa afetaram o otimismo dos investidores com os países desenvolvidos.
As carteiras dedicadas a ações americanas, que vinham liderando as captações entre os desenvolvidos este ano, perderam US$ 356,31 milhões no período. "Os fluxos para os fundos de ações de países desenvolvidos desaceleraram acentuadamente durante a última semana", ressalta a EPFR Global, em relatório.
O destaque na semana encerrada dia 13 foram os diversificados mercados emergentes globais (GEM, na sigla em inglês), que receberam US$ 1,642 bilhão. Já os fundos que reúnem os mercados da Europa, Oriente Médio e África (EMEA, na sigla em inglês) atraíram US$ 460 milhões, com predomínio da Rússia. O país continua a se beneficiar da alta dos preços do petróleo, avalia a EPFR Global, embora alguns gestores comecem a questionar se as ações já não teriam se valorizado em demasia. Os fundos dedicados a ações da Ásia (sem contar o Japão) receberam US$ 107,94 milhões
Depois de amealhar US$ 39,57 milhões na semana encerrada dia 6, quebrando uma sequência de 11 semanas seguidas de saques, os fundos dedicados a ações latino-americanas voltaram a perder recursos. Na semana encerrada em 13 de abril, esses fundos amargaram saídas de US$ 163,10 milhões.
As carteiras dedicadas a Brasil, que haviam recebido US$ 7,63 milhões, perderam US$ 25,97 milhões na semana de 13 de abril, levando os saques acumulados no ano a US$ 210 milhões. Além do desempenho ruim do Brasil, prejudicado por novas medidas de controle de capital, os fundos da América Latina têm sido afetados pela visão negativa dos investidores em relação ao futuro do Peru.
"Muitos veem o provável futuro presidente do país, o nacionalista Ollanta Humala, como um "homem similar aos líderes da Venezuela [Hugo Chávez] e Bolívia [Evo Morales]", avalia a EPFR Global, em relatório.
Na semana encerrada dia 13, os fundos dedicados a ações peruanas, por exemplo, perderam US$ 85,65 milhões.

Nenhum comentário:

Postar um comentário