quinta-feira, 21 de julho de 2011

Alta renda puxa captação em fundos entre pessoas físicas

Valor Econômico - 20/07/2011

A alta renda liderou a captação em fundos de investimento entre os investidores pessoas físicas no primeiro semestre do ano. É o que mostra levamento da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).
Dos R$ 50,530 bilhões líquidos que ingressaram no setor de fundos nos seis primeiros meses do ano, os clientes private foram responsáveis por 20%, com entradas de R$ 10,187 bilhões. Só para se ter uma ideia, o investidor de varejo respondeu por uma fatia de apenas 5,5%, com aplicações líquidas (entradas menos resgates) no valor de R$ 2,847 bilhões.
Os números relativos ao varejo mostram ainda que, do total investido pelo segmento, R$ 2,678 bilhões foram destinados a fundos de renda fixa - que podem aplicar em papéis prefixados. Os fundos DI, compostos por papéis com juros pós-fixados, captaram nesse segmento R$ 232 milhões. Já as entradas nas carteiras classificadas como curto prazo - formadas por papéis com vencimento em no máximo 375 dias - somaram R$ 798,5 milhões.
Com o pequeno investidor preferindo as aplicações mais conservadoras, as arriscadas perderam recursos. Os fundos de ações tiveram saques de R$ 855,7 milhões nos seis primeiros meses do ano. Já os multimercados - carteiras que podem aplicar em diversos ativos - tiveram saídas líquidas de R$ 302,3 milhões.
O conservadorismo também deu o tom às aplicações dos investidores classificados como varejo de alta renda, normalmente com renda mensal superior a R$ 5 mil. Nesse segmento, a preferência recaiu sobre os fundos DI, com captação líquida de R$ 1,098 bilhão no primeiro semestre do ano. Em contrapartida, os resgates em fundos de ações somaram R$ 1,319 bilhão no período. No total, esses aplicadores encerraram o período com mais resgates que aplicações, fechando os seis primeiros meses do ano com saídas líquidas de R$ 127,8 milhões.
Já entre os privates, o movimento foi inverso, com mais recursos indo para fundos de maior risco. Os multimercados foram destaque, com ingresso de R$ 4,835 bilhões. Mas a renda fixa também atraiu boa parte do dinheiro novo, com entradas de R$ 3,694 bilhões. Os fundos exclusivos foram bastante demandados por esse tipo de investidor, com ingresso de R$ 1,210 bilhão.
O segmento de varejo vem perdendo espaço dentro do setor de fundos de investimento no Brasil. Os dados da Anbima mostram que, em junho, os pequenos investidores respondiam por uma fatia de 16,8%. Só para se ter uma ideia, a participação somava 20% em 2008 e 25% em 2007.
O crescimento do varejo em junho ante dezembro do ano passado somou 5%, com R$ 307,051 bilhões líquidos aplicados para R$ 292,436 bilhões no último mês de 2010. A alta, no entanto, é inferior à expansão apresentada pelos investidores de alta renda no período, de 8,5%.
A redução do varejo deve, no entanto, ser observada com cautela, ressalta Demósthenes Madureira Pinho Neto, vice-presidente da Anbima. Isso porque, diz ele, boa parte dos investidores está aplicando em previdência, que acabam entrando no levantamento como "institucionais". Ele admite, porém, que mesmo quando se desconta a aplicação dos investidores de varejo em planos de previdência, vê-se que esse público vem perdendo espaço, mas não de maneira expressiva, no setor de fundos de investimento.

Vendas no Tesouro Direto crescem 82% no semestre

Autor(es): Luciana Monteiro | De São Paulo
Valor Econômico - 20/07/2011
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2011/7/20/vendas-no-tesouro-direto-crescem-82-no-semestre
 

Nos primeiros seis meses do ano, as vendas do Tesouro Direto - sistema de compra e venda de títulos públicos pela internet - somaram R$ 1,818 bilhão, 82,16% maior que os R$ 998,75 milhões registrados no mesmo período de 2010. Apenas em junho, o volume vendido somou R$ 264,87 milhões.
O número de investidores cadastrados também apresentou forte expansão no período: 34.981 aplicadores passaram a fazer parte do sistema no primeiro semestre, número 83,15% superior aos 19.099 registrados de janeiro a junho do ano passado. Somente no mês passado, 3.644 participantes se cadastraram no Tesouro Direto.
As Letras do Tesouro Nacional (LTN) - títulos com rentabilidade definida no momento da compra - foram as mais procuradas, respondendo por 33,99% das vendas. Em seguida ficaram as Notas do Tesouro Nacional (NTN-B) Principal, que pagam a variação do IPCA mais uma taxa de juros no vencimento. Esses papéis tiveram participação de 27,18% nas vendas do mês. No terceiro lugar aparece a NTN-B Principal - similar à NTN-B, mas que paga um retorno semestral ao investidor -, com 21,86%.
Já os papéis pós-fixados, as Letras Financeiras do Tesouro (LTN), que acompanham o overnight Selic, fecharam junho com participação de 13,93% das vendas. As Notas do Tesouro Nacional série F (NTN-F) - que têm características similares às LTNs, mas pagam um retorno semestral - responderam por 3,05%.
As vendas de títulos com prazo entre 1 e 5 anos representaram 73,62% do total de junho. Já aqueles acima de 5 anos corresponderam a 19,64% do total.
Os pequenos valores continuaram liderando, com aplicações até R$ 5 mil representando 59,35% em junho. O valor médio por operação foi de R$ 14.018. E o total de títulos em poder dos investidores, o estoque, fechou junho em R$ 6,01 bilhões.
No que se refere à rentabilidade dos títulos, em junho, destaca-se a LFT com vencimento em março de 2012, que apresentou retorno de 0,99% no mês, beneficiada pela alta das projeções de juros do mercado. Já os papéis indexados à inflação, especialmente os mais longos, sofreram pois sua parcela de juros é prefixada. As NTNs-B Principal para 2035 tiveram a maior perda, de 7,71% no mês, pois seu preço precisa se ajustar para baixo por conta do juro mais alto. Apesar de toda essa queda, o papel ainda rende 15,13% em 12 meses encerrados dia 19 de julho.
As NTNs-B para 2035 caíram 3,21% em junho, enquanto as mais curtas, para 2012, ganharam 0,93%. Nos prefixados, destaque para as longas, para 2021, subiram 0,98%.

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