Autor(es): Cristiane Perini Lucchesi e Carolina Mandl | De São Paulo |
Valor Econômico - 31/03/2011 |
A primeira securitizadora de direitos creditórios do agronegócio, a Brasil Agrosec, acaba de ganhar um CEO interino. Trata-se de Carlos Catraio, ex-diretor do Unibanco e do Bank of America. "A ideia é liderar um processo para atrair as partes interessadas no negócio e buscar estabelecer políticas de governança, como comitês de risco", afirma Catraio, que vai continuar como diretor-gerente e sócio da Brasil Distressed, empresa especializada em crédito inadimplente. Catraio não quis comentar o assunto, mas a Brasil Agrosec, devidamente registrada na Comissão de Valores Mobiliários, já tem dois sócios, segundo apurou o Valor. São eles o Banco Fator e o Indusval. Segundo Catraio, a ideia é tentar atrair para o projeto bancos de varejo, bancos públicos e de desenvolvimento, além de bancos de investimento e também gestores e bancos especializados em gestão de fortunas. Ele acredita que com uma securitizadora de credibilidade, o mercado de Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA), hoje incipiente, vai decolar. Hoje, o forte é o mercado de Letras de Crédito Agrícola (LCAs), com um estoque de R$ 284,8 bilhões registrados na BM&FBovespa e da Cetip. Esse volume deve migrar para os CRAs, acredita dele. "Nas LCAs, o risco de crédito agrícola continua no balanço do banco", afirma. "O CRA é uma evolução da LCA, pois o risco do papel é o risco do crédito agrícola, que sai do balanço do banco e vai para uma empresa de propósito específico", diz. Catraio explica ainda que é possível emitir CRAs de maior risco e com retorno maior e outros de menor risco e de retorno mais baixo sem que o risco de crédito de um contamine o do outro. Segundo ele, a Brasil Agrosec vai contar com um conselho de administração, que estabelece as diretrizes gerais de seus negócios, com uma diretoria executiva, a cargo das atribuições cotidianas e operacionais da companhia, e, por fim, um comitê de risco e investimentos. "Esse comitê será absolutamente independente", comenta. Ele lembra que um terço do Produto Interno Bruto do Brasil vem do agronegócio, mas que as transações de mercado de capitais vinculadas a ele ainda são pouco relevantes. "A Brasil Agrosec pode se tornar uma interessante alternativa de liquidez, tanto para as instituições financeiras como para quaisquer outros participantes da cadeia agroindustrial brasileira, tais como usinas, esmagadoras, beneficiadoras, indústrias alimentícias, transportadoras, produtores rurais, tradings", diz. Criados há cinco anos para levar recursos privados ao agronegócio, os CRAs têm benefícios fiscais. Os bancos emissores são isentos do depósito compulsório de 25% no Banco Central, não precisam cobrir 100% do risco das operações e ficam desobrigados de recolher 0,2% sobre cada operação ao Fundo Garantidor de Crédito. Os investidores pessoa física têm isenção de Imposto de Renda (IR). |
sexta-feira, 1 de abril de 2011
Certificado de agronegócio avança com nova empresa
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