São Paulo, domingo, 06 de novembro de 2011 |
Com economia fraca, número recorde de americanos não recebe seguro-desemprego ÁLVARO FAGUNDES DE SÃO PAULO LUCIANA COELHO DE WASHINGTON A falta de força da recuperação da economia dos Estados Unidos, que caminha para seu quarto ano de crise, faz com que metade das pessoas sem trabalho não receba auxílio-desemprego. No mês passado, esse era o caso de 51% dos desempregados no país, ou 7,1 milhões de pessoas -número recorde desde ao menos 1986, quando inicia o levantamento sobre a ajuda estatal. A principal explicação é que as pessoas não conseguem retornar ao mercado de trabalho porque a economia não gera empregos suficientes e acabam perdendo ajuda, que dura até 99 semanas. Prova disso é que no início de 2010 quase 12 milhões recebiam o auxílio, 57% mais que agora. Como a economia criou 2 milhões de vagas, a razão é o fim do seguro. Há dois anos, apenas 20% dos sem trabalho não recebiam seguro-desemprego, em grande parte jovens que ingressavam no mercado. Um outro indicador é que atualmente 42% dos desempregados americanos são "de longo prazo" (sem trabalho há mais de seis meses). Paralelamente, cresce a concessão de outros benefícios, como o vale-comida: os "food stamps" são usados hoje por 15% da população americana (45,8 milhões de pessoas, um recorde), alta de 8% ante o ano passado. Outro risco para o qual esse cenário aponta é que o desemprego, ora visto como cíclico, comece a se tornar estrutural. Na quinta-feira, o presidente do banco central americano, Ben Bernanke, afirmou acreditar que boa parte do desemprego derive, ainda, da tibieza da economia. "Mas também é possível que esse aumento no desemprego reflita causas estruturais", acrescentou. "A capacitação das pessoas se torna defasada conforme elas perdem contato com o mercado de trabalho e suas redes de contato se esvanecem." O economista Casey B. Mulligan, da Universidade de Chicago, defende que a própria longevidade do benefício colabora para essa sedimentação do índice. O pagamento do benefício foi estendido de 26 para 99 semanas em 2009. "Por algum milagre, uma fração significativa dos desempregados começa a trabalhar na exata semana que seu benefício expira", ironiza o economista. "Não se trata apenas de as pessoas procurarem emprego com mais vontade. Se trata de as pessoas que têm um trabalho se esforçarem mais em mantê-lo quando sabem que não há uma rede de proteção que paga bem." Com 13,9 milhões de desempregados, o assunto é a preocupação número um para uma fatia considerável de americanos e promete ser o foco da campanha presidencial do próximo ano. |
São Paulo, terça-feira, 08 de novembro de 2011 |
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mundo/ft0811201108.htm EUA Número de pobres no país chega a 49 milhões após Censo rever dados DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS - Revisão de dados divulgada pelo Censo dos EUA apontou a existência de 49,1 milhões de pobres no país em 2010. O número, recorde histórico, equivale a cerca de 16% da população total americana, de 313 milhões de pessoas. Os EUA consideram "pobreza" os ganhos anuais inferiores a US$ 24.343 (R$ 42.652) para uma família com dois adultos e duas crianças, o que equivale a uma renda abaixo de US$ 2.029 (R$ 3.550) por mês para esse grupo -ou seja, R$ 887 mensais por pessoa. A título de comparação, o governo brasileiro definiu neste ano como extrema pobreza os ganhos mensais que estejam abaixo de R$ 70 per capita. Estatística anterior, divulgada pelo próprio Censo em setembro, dizia haver 46,2 milhões de pobres no país. O número, no entanto, foi revisto para incluir não apenas o salário recebido, mas os benefícios pagos pelo governo e as despesas desse estrato. O grupo étnico em que a pobreza mais cresceu foi o dos hispânicos -para 28,2%, superando os negros (25,4%). |
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