sábado, 19 de novembro de 2011

Demanda por grãos no mundo pressiona preço dos alimentos

O Estado de S. Paulo - 09/09/2011
 

Índice da FAO está a apenas 3% da máxima histórica de fevereiro; mercado espera relatório da USDA na 2ª-feira

Os preços dos alimentos no mundo continuaram perto das máximas recorde no mês de agosto, especialmente nos países em desenvolvimento. Eles foram puxados, entre outros fatores, por preocupações com a colheita de milho dos Estados Unidos, que pode ser decepcionante.
Na terça-feira, a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) afirmou que seu índice de preços dos alimentos caiu menos de um ponto em agosto, para 231 pontos, ficando apenas 3% abaixo da máxima recorde registrada em fevereiro.
A forte demanda global por alimentos e biocombustíveis à base de grãos elevou os preços internacionais nos últimos meses, fortalecendo a perspectiva de falta de alimentos. A agência a ONU alertou que especialmente os estoques de grãos estão apertados, pois fracas colheitas recentes não foram capazes de acompanhar a demanda.
"Isso vai manter o mercado de grãos inquieto neste ano", disse o secretário do grupo intergovernamental de grãos da FAO, Abdolreza Abbassian.
O índice de cereais da FAO, que inclui o milho, registrou ganhos de 2,2% em agosto, com oferta restrita e demanda crescente.
Um outro relatório, do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) de Kansas City destacou que os Estados Unidos enfrentam menos pressão da alta dos alimentos do que os países em desenvolvimento. Nesses países, os preços dos alimentos estão mais intimamente relacionados aos agrícolas e os consumidores gastam uma parcela maior da renda com comida. Nos Estados Unidos, os consumidores, que comem muitos alimentos processados, enfrentam influências maiores do custo do trabalho e gastam uma parte menor de sua renda com alimentos.
Comparação. O relatório do Federal Reserve de Kansas analisa a diferença entre a inflação dos alimentos no mundo e nos Estados Unidos dizendo que, em julho, o índice da ONU subiu 34% em relação ao mesmo mês do ano anterior, enquanto o índice de preços dos alimentos ao consumidor nos Estados Unidos avançou apenas 4% no mesmo período.
"Mesmo se os preços das commodities flutuarem em níveis elevados, crescimentos modestos nos salários provavelmente vão equilibrar qualquer mudança nos preços dos alimentos nos Estados Unidos", diz o banco.
Agora, as atenções dos mercados estão voltadas para o relatório de oferta e demanda que o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulga na segunda-feira, com estimativas para as safras de grãos do país.
Espera-se que o USDA reduza sua projeção para a safra de milho, sinalizando oferta apertada no próximo ano. "O tom dos mercados de grãos será definido depois do resultado da colheita dos Estados Unidos", afirmou Abbassian.

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