segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Número de matriculados no ensino superior sobe 110% em 10 anos

07/11/2011 - 15h40

DE SÃO PAULO

DE BRASÍLIA
O número de alunos matriculados em cursos de graduação no país aumentou 7% no ano passado em relação a 2009. Segundo a edição 2010 do Censo da Educação Superior, divulgado nesta segunda-feira pelo Ministério da Educação, o Brasil atingiu 6,3 milhões de matrículas em 29,5 mil cursos oferecidos por 2.377 instituições.
Considerando toda a última década, de 2001 a 2010, o crescimento no número de matrículas foi de 110%.
"O resultado é positivo e prenuncia o cumprimento das metas estabelecidas para 2010. Houve aumento na matrículas em todo o país e também na qualificação dos docentes, portanto há mais pessoas estudante com mais qualidade", disse o ministro Fernando Haddad.
"Talvez tenha sido a melhor década de acesso à educação superior, tanto em termos relativos como em absolutos --mas sobretudo em absolutos."
Número de matrículas em cursos de graduação
AnoTotalPúblicasPrivadas%
Total%Federal%Estadual%Municipal%
20013.036.113944.58431,1504.79716,6360.53711,979.2502,62.091.52968,9
20023.520.6271.085.97730,8543.59815,4437.92712,4104.45232.434.65069,2
20033.936.9331.176.17429,9583.63314,8465.97811,8126.5633,22.760.75970,1
20044.223.3441.214.31728,8592.70514489.52911,6132.0833,13.009.02771,2
20054.567.7981.246.70427,3595.32713514.72611,3136.65133.321.09472,7
20064.883.8521.251.36525,6607.18012,4502.82610,3141.3592,93.632.48774,4
20075.250.1471.335.17725,4641.09412,2550.08910,5143.9942,73.914.97074,6
20085.808.0171.552.95326,7698.31912710.17512,2144.4592,54.255.06473,3
20095.954.0211.523.86425,6839.39714,1566.2049,5118.26324.430.15774,4
20106.379.2991.643.29825,8938.65614,7601.1129,4103.5301,64.736.00174,2
Fonte: Censo da Educação Superior 2010/MEC
Segundo o ministério, um dos fatores que explicam o crescimento é o aumento da oferta de cursos à distância e tecnológicos --a modalidade à distância representou 15% do total em 2010.
Haddad disse que o ritmo de crescimento do ensino à distância só não foi mais forte porque o MEC controlou a alta. "O EAD [ensino à distância] só não cresce mais em função do MEC. O MEC está ditando o ritmo de crescimento do EAD para não ter o efeito da educação presencial. Não queremos que aconteça com a EAD aquilo que aconteceu nos anos 1990 com a educação presencial --crescer descontrolado e com qualidade inferior".
O Censo também detectou que o percentual de matrículas das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste aumentou de 2001 para 2010, em contrapartida ao decréscimo da participação das regiões Sudeste e Sul no total.
Os alunos de graduação também estão mais jovens e preferem estudar à noite.
Em 2010, a média de idade dos alunos dos cursos presenciais foi de 26 anos. Já nos cursos a distância, a média é de 33 anos. Entre 2000 e 2010, as matrículas presenciais noturnas passam de 56% para 63% do total. Considerando apenas as instituições privadas, as matrículas noturnas corresponderam a 73% em 2010.
As mulheres são maioria entre os alunos. No ano passado, 57% das matrículas foram feitas por mulheres, índice que sobe para 61% considerando apenas os alunos no último ano do curso.
"Há uma fronteira a ser explorada. Brasileiros entre 30 e 40 anos que querem voltar a estudar, mas nesse momento estamos mais preocupados com a qualidade do que com a questão quantitativa."
CONCLUINTES
Em relação aos alunos concluintes, o Censo aponta que o crescimento não acompanhou o número de matriculados --ou seja, menos alunos conseguiram terminar os cursos.
Os resultados indicam que praticamente não houve aumento de 2009 para 2010, ano em que foi atingido o número recorde de 973 mil concluintes.
Sobre o ritmo de crescimento menor entre os concluintes, Haddad disse que houve uma mudança de metodologia no ano de 2009, o que superdimensionou os dados naquele ano, e por isso o crescimento verificado entre os dois anos foi menor:
"Peço para desconsiderarem o ano de 2009. Houve uma metodologia que foi introduzida e depois revista." Segundo o ministério, a metodologia usada em 2009 incluía a categoria "provável formando" para classificar os alunos, o que inflacionou os resultados. A categoria deixou de existir em 2010.

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