Autor(es): agência o globo:Gabriela Valente |
O Globo - 31/01/2012 |
Em meio à crise, Tesouro considera resultado positivo por ser melhor que em 2010 BRASÍLIA. Num ano marcado pela dificuldade de grandes economias rolarem suas dívidas soberanas, o Brasil conseguiu cumprir as metas traçadas antes de a crise se agravar. A dívida pública em títulos que estão em poder do mercado aumentou 10% em 2011 - menos que em 2010 - e chegou a R$1,86 trilhão. Internamente, a meta mais comemorada foi a queda da parcela do endividamento indexada pela taxa básica de juros (Selic), que caiu de 31,6% para 30,1%. E a expectativa é que esse número chegue a 27% mês que vem. No entanto, essa performance teve um custo maior: subiu de 10,98% ao ano para 13,57% ao ano. - O custo cresceu por causa de todo o aumento da Selic em 2011. Ele vai começar a cair e até os títulos prefixados devem ter um custo menor daqui para frente - disse o professor do Ibmec José Ricardo da Costa e Silva. De acordo com relatório do Tesouro Nacional, todos os percentuais ficaram dentro das metas do Ministério da Fazenda para o ano: a parcela dos papéis prefixados ficou em 37,2% do estoque total e, portanto, dentro dos limites estabelecidos de 36% e 40%. A dívida indexada à inflação representou 28,8%: também dentro dos intervalos de 26% a 29% definidos no PAF. - Ter cumprido todas as oito metas, uma das melhores marcas até agora, num ano difícil de crise internacional, é muito positivo - afirmou um técnico. Os títulos corrigidos pela Selic deveriam ficar entre a faixa de 28% a 33%. Essa é uma preocupação da equipe econômica: diminuir cada vez mais a circulação desses papéis no mercado, porque eles causam algumas distorções e diminuem a potência da política econômica, já que funcionam como um seguro para os bancos e para o mercado financeiro (hedge) contra a queda ou o aumento da própria taxa básica. - Em 2011, a equipe econômica entrou mesmo com uma agenda de desindexação da economia mais forte e a gente pode ver sim, no futuro, o fim da LFT (Letras Financeiras do Tesouro, corridas pela Selic) - afirmou uma fonte. Para o especialista em contas públicas Mansueto de Almeida, diminuir essa parcela da dívida também tem seu lado ruim. Em momentos, como o atual, uma queda dos juros promovida pelo Banco Central não tem tanto efeito como antes no custo da dívida que o país coloca no mercado. Outro ponto ressaltado pelo economista foi o alongamento do prazo. O percentual de títulos que vencem nos 12 meses seguintes caiu de 22,89% para 21,89% de um ano para outro. |
Dívida pública cresceu 10,17% com alta do juro
O Estado de S. Paulo - 31/01/2012 http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2012/1/31/divida-publica-cresceu-10-17-com-alta-do-juro |
Junto com a inflação, aumento da Selic no início do ano provocou salto de R$ 172,31 bilhões no valor da dívida, fechando o ano em R$ 1,87 trilhão ADRIANA FERNANDES , CÉLIA FROUFE / BRASÍLIA - O Estado de S.Paulo Apesar da estratégia do governo de reduzir os títulos com correção atrelada à taxa Selic, a Dívida Pública Federal (DPF) sofreu em 2011 com a alta da inflação e dos juros no início do ano. Deu um salto de R$ 172, 31 bilhões e fechou o ano em R$ 1,87 trilhão, com elevação de 10,17%. Só por causa do impacto dos juros, o estoque da dívida cresceu R$ 211, 52 bilhões. A dívida não aumentou mais porque o Tesouro Nacional acabou retirando do mercado R$ 39,2 bilhões em títulos. Esses papéis venceram e o Tesouro não refinanciou a dívida por meio da venda de novos títulos ao mercado. Se não fosse esse resgate líquido de títulos, a dívida teria ultrapassado a marca de R$ 1,9 trilhão no ano passado. Além dos juros e da inflação, o endividamento aumentou também por causa do empréstimo de R$ 45 bilhões liberado pelo Tesouro ao BNDES ao longo de 2011, para empréstimos às empresas voltadas a novos investimentos. Depois que o Banco Central (BC) começou a reduzir a Selic, em agosto, o Tesouro acelerou a estratégia de diminuição da venda dos papéis com rentabilidade vinculada aos juros básicos da economia, as LFTs. Mas, mesmo assim, o volume cresceu 5,17%, atingindo R$ 548,66 bilhões em dezembro. Isso porque o estoque dos papéis cresceu com a própria correção dos juros. Como antecipou o Estado em 6 de janeiro, a participação desses papéis fechou 2011 em 30,14%, dentro da meta estabelecida pelo governo (28% a 33%), mas ainda longe da faixa considerada confortável por economistas (10% e 20%). Evitar surpresas. O Tesouro quer diminuir a parcela das LFTs para não ser pego de surpresa em caso de mudança brusca no rumo da Selic. Entre 2010 e 2011, a redução foi tímida, de apenas 1,45 ponto porcentual. O governo conta com uma queda maior entre 2012 e 2014, último ano do governo Dilma Rousseff, para obter avanços significativos, aproveitando a janela de oportunidade de queda da Selic ao nível de um dígito. O secretário do Tesouro, Arno Augustin, já antecipou que os gestores dos recursos do FGTS serão obrigados pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) a se desfazer dos papéis atrelados à Selic. Em fevereiro, outros fundo, entre eles o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), já começam esse processo. Por outro lado, a parcela de papéis prefixados (com correção definida na hora do leilão de venda) subiu de 36,63% para 37,22%. A parcela de títulos corrigidos pelo IPCA - também avaliados como favoráveis para o financiamento da dívida - subiu de 26,64% para 28,28%. Para os títulos prefixados e vinculados ao IPCA, os avanços foram maiores em 2011. Já em 2012, num cenário otimista de conjuntura econômica, se espera que a parcela desses papéis chegue ao piso do patamar considerado ótimo para a administração da dívida. |
Mudança na dívida
Correio Braziliense - 31/01/2012 http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2012/1/31/mudanca-na-divida |
Num reflexo da alta da inflação e da queda da taxa básica de juros (Selic), os investidores aumentaram o apetite pelos títulos públicos federais atrelados ao Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). A parcela desses papéis no total da dívida subiu de 26,64% em dezembro de 2010 para 28,28% no mês passado, ainda dentro do intervalo previsto no Plano Anual de Financiamento (PAF) do Tesouro Nacional — de 26% a 29%. Neste ano, o governo acredita que a participação desses bônus vai superar a dos remunerados pela Selic, que, em contrapartida, caiu de 31,59% para 30,14%, a menor na série histórica que começa em 2004. A dívida cresceu 1,79% em dezembro, chegando a R$ 1,866 trilhão. De acordo com relatório do Tesouro, houve melhora no perfil do estoque, pois o prazo médio de vencimento dos títulos subiu de 3,51 anos em 2010 para 3,62 anos em 2011. O vencimento da dívida de curto prazo (com vencimento em até 12 meses), que era de 22,73% dos títulos, caiu para 21,89% no fim de 2011, equivalentes a R$ 408,53 bilhões. Esses indicadores são avaliados pelas agências de classificação de risco, que consideram o endividamento brasileiro alto e de prazo curto, o que aumenta a possibilidade de dificuldades na rolagem mensal. Consumidor preocupado Os brasileiros estão precavidos na hora de comprar. De acordo com o Índice Nacional de Expectativa do Consumidor (INEC), divulgado pela Confederação Nacional da Indústria, a confiança dos consumidores se manteve estável em janeiro na comparação com dezembro de 2011, crescendo apenas 0,2%. "Os consumidores estão preocupados com os preços elevados dos produtos. Com o nível alto da inflação, eles estão tendo mais consciência de que é preciso ter mais controle no orçamento", disse Marcelo Azevedo, economista da CNI. |
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