A reportagem é de Majo Siscar e está publicada no jornal espanhol Público, 02-02-2012. A tradução é do Cepat.
“O México tem fome, com o frio, as secas e as enchentes perdeu 50% da produção de alimentos e milhares de cabeças de gado. O México já depende do exterior para alimentar o seu povo e há milhões de desempregados”, disse Max Correa, líder daCentral Camponesa Cardenista.
Apesar dos seus quase dois milhões de quilômetros quadrados de território, o país importa quase a metade dos cereais que consome, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Agrícolas, Florestais e Pecuárias.
A fome começa a ser uma realidade em algumas regiões rurais baseadas na agricultura de subsistência. Este ano começou com a morte por inanição de 18 indígenas na serra tarahumara.
Os camponeses receberam o apoio de trabalhadores de diferentes setores, mas especialmente do Sindicato Mexicano de Eletricistas, assim como de pilotos, aeromoças e trabalhadores de terra da companhia de aviação Mexicana, que também perderam seus empregos.
Operários se solidarizam
Participaram dos protestos, por exemplo, empregados da Luz e Força, empresa estatal que fornecia eletricidade à capital mexicana e que foi fechada pelo Governo de Felipe Calderón em 2009 por suposto esbanjamento econômico. Ao menos 44.600 trabalhadores perderam os seus empregos e cerca de 15.000 continuam sem aceitar a indenização, pois exigem recolocação na empresa que oferece agora os serviços antes prestados pela Luz e Força.
Os trabalhadores da Mexicana, por sua vez, ainda estão à espera de cobrar uma indenização ou de serem realocados, desde que a principal companhia de aviação do país quebrou, no verão de 2010.
A marcha terminou com o pedido de um voto de castigo ao partido de Calderón, Ação Nacional, e aos seus antecessores, oPartido Revolucionário Institucional (PRI) nas próximas eleições presidenciais de julho.
“Não podemos continuar com uma política econômica que diariamente empobrece os mexicanos, com a realização de infra-estrutura como a Estela de Luz [um polêmico e caríssimo monumento recém inaugurado], enquanto o México está morrendo de fome. Não podemos continuar com estas tímidas políticas de empobrecimento”, disse Agustín Rodríguez, líder do Sindicato de Trabalhadores da Universidade Nacional Autônoma do México. “Devemos dar um basta ao neoliberalismo do PAN e doPRI dos últimos 30 anos”, corroborou o sindicalista Max Correa.
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