quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Preço dos alimentos caiu 7% em 2011, diz Banco Mundial

Vice-presidente da entidade, Otaviano Canuto alerta que a volatilidade nas cotações ainda preocupa
Redação
Os preços globais dos alimentos caíram 7% entre dezembro de 2010 e dezembro de 2011, apontou o Banco Mundial em um levantamento divulgado nesta terça-feira (31). Apesar de os preços terem caído na comparação anual, eles ficaram 24% acima de 2010 na média do ano.

Entre os principais motivos para a redução de preços estão o aumento dos estoques e as incertezas sobre a economia mundial. Ainda assim,
as cotações permanecem voláteis, segundo o relatório, o que fez com que os preços médios anuais de 2011 de produtos importantes como trigo, milho e arroz ficassem bem acima das médias de 2010.Essa diferença ocorre porque o primeiro trimestre de 2011 ainda foi de forte alta nas cotações, enquanto os cinco últimos meses do ano registraram queda nos preços. A média de preços de dezembro ficou 14% abaixo do pico registrado em fevereiro de 2011.

“O pior da alta dos preços dos alimentos pode ter passado, mas precisamos permanecer vigilantes”, afirmou em nota o vice-presidente do Banco Mundial para Redução da Pobreza e Gestão Econômica, Otaviano Canuto. “Os preços de certos produtos continuam perigosamente altos em muitos países, deixando milhões de pessoas sob risco de má nutrição e fome.” A situação é preocupante também
nos preços domésticos de diversos produtos, e não só nas cotações do comércio internacionais. Em 2011, os preços do trigo se elevaram em 88% em Belarus e em 23% na Etiópia; o arroz subiu 81% em Uganda e 56% no Malauí; o milho avançou 117% no Quênia 106% no México.
Cenário de baixaO Banco Mundial enxerga um cenário favorável à queda dos preços dos alimentos em 2012, por conta da crise econômica global e de reduções nos preços da energia e do petróleo. Essa perspectiva, no entanto, pode ser ameaçada caso a tendência de queda no preço do petróleo se inverta.
Os preços do petróleo podem subir, por exemplo, caso diversos países ocidentais decidam concretizar um embargo ao óleo do Irã, conforme debates que estão em andamento. Com a alta do petróleo, tende a aumentar a demanda por biocombustíveis, elevando os preços do milho e de outros produtos agrícolas.
Além do petróleo, a ameaça climática sempre existe quando se fala de produtos agrícolas. Problemas como a seca no Sul do Brasil e na Argentina, grandes produtores de grãos, também podem causar altas nas cotações.

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