Receita com vendas externas chegou a US$ 7,2 bi, mas papel ilegal prejudica mercado interno
Redação
Do total das exportações, US$ 5 bilhões correspondem às exportações de celulose, responsáveis por 69,5% da receita total de exportações do setor no ano passado. Em relação ao papel, a receita de exportações, no acumulado, registrou aumento de 9%, na comparação com 2010, totalizando US$ 2,2 bilhões.
Estabilidade Apesar de ser o centro da instabilidade econômica mundial, a Europa foi o principal destino da celulose brasileira em 2011, totalizando 45,4% da receita de exportação do produto, seguida da China e da América do Norte, respectivamente com 26% e 18,7% da receita de exportação. Já no que diz respeito ao papel, os países da América Latina permaneceram como principal mercado e foram responsáveis por 56,8% da receita de exportação, seguidos por Europa e América do Norte, responsáveis por 17,3% e 9,4% da receita de exportação, respectivamente.
Em relação à produção, os números permanecem estáveis em relação a 2010: de janeiro a dezembro foram produzidas 14 milhões de toneladas de celulose e 9,9 milhões de toneladas de papel.
As vendas de papel no mercado doméstico também mantiveram-se no mesmo nível de 2010. Na visão da Bracelpa, o motivo para a estagnação das vendas internas é o crescimento das importações. Os papéis que são importados para a produção de livros, jornais e revistas são imunes de impostos, mas, de acordo com a entidade, papéis destinados a outros usos têm sido importados ilegalmente como papel imune. A diferença de preço final pode chegar a 35% por conta desses desvios.
Em 2010, as operações ilegais com papéis declarados imunes movimentaram 620 mil toneladas de papéis de imprimir e escrever e resultaram em uma perda estimada de R$ 411 milhões para os cofres públicos, segundo a estimativa da Bracelpa. A associação não divulgou estimativas para 2011.
Produção florestal brasileira soma R$ 14,7 bilhões
De acordo com o IBGE, setor de florestas plantadas, a silvicultura, ganha espaço frente ao extrativismo vegetal
Agência Estado
A produção florestal brasileira foi de R$ 14,7 bilhões em 2010, com 71,8% de participação da exploração de florestas plantadas, a silvicultura, o equivalente a R$ 10,7 bilhões, segundo a pesquisa Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura 2010, divulgada hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Os 28,2% restantes foram provenientes da exploração dos recursos vegetais naturais, o extrativismo vegetal, que gerou R$ 4,2 bilhões no ano. De acordo com o IBGE, a pressão dos órgãos ambientais para coibir a retirada de produtos das florestas nativas e a maior fiscalização levaram nas florestas a uma redução no extrativismo, especialmente nos produtos madeireiros.
No entanto, a participação de produtos madeireiros na extração vegetal ganha com folga, totalizando R$ 3,4 bilhões, enquanto a de não madeireiros somou R$ 778,2 milhões em 2010. Na silvicultura, os quatro produtos madeireiros somaram R$ 10,5 bilhões e os três não madeireiros, R$ 139,7 milhões.
A produção madeireira brasileira atingiu 128.399.740 m2 de madeira em tora em 2010, sendo 90,1% oriundos da silvicultura. Desse total produzido pela silvicultura, 60,3% foram destinados para a fabricação de papel e celulose e 39,7% para outras finalidades. Em relação à produção nacional de carvão vegetal, das 4.951.207 toneladas, 69,6% foram produzidas pela silvicultura.
Dos três produtos não madeireiros originários de florestas plantadas, a produção de folhas de eucalipto, utilizada na fabricação de óleo essencial (eucaliptol), foi a que apresentou o maior aumento (51%) em relação a 2009. A produção de resina alcançou 71.073 toneladas, um aumento na produção de 24,9% em relação a 2009.
Já o único produto da silvicultura a apresentar decréscimo (3,1%) foram as cascas de acácia-negra, devido ao baixo preço no mercado. Em relação a 2009, 16 produtos extrativos não madeireiros tiveram aumento de produção, com destaque para os alimentícios, como frutos de açaí (7,3%) castanha-do-pará (7,7%), erva-mate (4,3%), mangaba (3,3%), pinhão (10,9%) e umbu (3,9%).
O contrário (ou seja, queda de produção) ocorreu com quatro produtos madeireiros da extração vegetal: carvão vegetal (-8,7%), lenha (-7,9%), madeira em tora (-17%) e nó-de-pinho (-11,3%). Os produtos não madeireiros do extrativismo vegetal que se destacaram pelo valor da produção em 2010 foram: coquilhos de açaí (R$ 179,4 milhões), amêndoas de babaçu (R$ 154,8 milhões), fibras de piaçava (R$ 117,7 milhões), erva-mate nativa (R$ 100,5 milhões), pó de carnaúba (R$ 86,2 milhões) e a castanha-do-pará (R$ 55,2 milhões).
Juntos, esses produtos somaram 89% do valor total da produção extrativista vegetal não madeireira. O único que não tem sua produção nos Estados do Norte e Nordeste é a erva-mate, que está concentrada (99,9%) na região Sul. A região Norte destaca-se por sua participação na produção de açaí (91%) e de castanha-do-pará (96,3%). Na região Nordeste, estão concentradas as produções de amêndoas de babaçu (99,4%), fibras de piaçava (96,5%) e o pó cerífico de carnaúba (100%).
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