sábado, 18 de fevereiro de 2012

Vale tem lucro recorde de US$ 22,8 bi

Vale lucra US$ 22,8 bilhões, um recorde
Correio Braziliense - 16/02/2012
A empresa ampliou investimentos, mas já se ressente da crise na Zona do Euro e das mudanças nas cotações de seus produtos
A mineradora brasileira Vale registrou lucro líquido recorde de US$ 22,8 bilhões em 2011, o primeiro ano sob o comando de Murilo Ferreira, que substituiu Roger Agnelli, retirado do cargo por pressão do Palácio do Planalto. O resultado foi 32,5% maior do que o contabilizado em 2010. O faturamento no período chegou a US$ 60,4 bilhões, também sem precedentes na história da companhia. "Nosso desempenho financeiro foi extraordinário, o melhor de todos os tempos. Batemos vários recordes, a despeito de um ambiente econômico desafiador", comemorou Ferreira, em comunicado.
Segundo ele, a execução disciplinada de uma estratégia e a performance das operações foram essenciais para que a companhia se beneficiasse da forte demanda global por minérios e metais. Os ganhos recordes ocorreram apesar de a empresa ter contabilizado, no último trimestre do ano passado, recuo de 21,4% no lucro ante o mesmo período de 2010, para US$ 4,6 bilhões. A queda decorreu da baixa dos preços do minério de ferro a partir de setembro no mercado à vista da China, principal destino dos embarques realizados pela empresa.
Entre outubro e dezembro, acirrou-se a pressão das siderúrgicas, especialmente as chinesas, pela adoção de um modelo de preços mais próximo do valor spot (à vista). No comunicado ao mercado, a Vale justificou o tombo no lucro do quarto trimestre, aos "menores preços devido à recessão europeia e às expectativas negativas produzidas pela crise de endividamento da Zona do Euro".
Desembolsos
Segundo a empresa, as vendas de minério de ferro e pelotas atingiram recorde histórico: quase 300 milhões de toneladas. Já os embarques de níquel e de cobre registraram o melhor desempenho desde 2008. A mineradora informou ainda que investiu US$ 17,9 bilhões em 2011, 41,6% a mais do que no ano anterior, mas 25% menos do que o programado no fim de 2010 (US$ 24 bilhões). No quarto trimestre, especificamente, os desembolsos foram de US$ 6,6 bilhões.
O detalhamento desses números será feito hoje pelo comando da empresa. A expectativa dos investidores é grande. Ontem, as ações da empresa tiveram um dia ruim. Os papéis preferenciais apontaram queda de 1,86%, cotados a R$ 42,08. Já os ordinários, que dão direito a voto nas decisões da mineradora, recuaram 1,76%, para R$ 43,37.
Governo age contra a especulação
Preocupado com as operações de empresas brasileiras no mercado futuro, o Ministério da Fazenda e o Banco Central assinaram portaria conjunta na qual criam um grupo técnico que fiscalizará o mercado de derivativos (contratos futuros). A meta é evitar que se repita a história da Sadia, da Aracruz e de outras empresas que quase quebraram durante a crise mundial em 2008 por especularem com a alta do real ante o dólar. As companhias acreditavam que a moeda brasileira se manteria valorizada em relação à divisa norte-americana. Mas, com a quebra do Banco Lehman Brothers, os preços do dólar dispararam e as perdas foram monstruosas. Tanto que a Sadia acabou absorvida pela Perdigão e a Aracruz, pelo grupo Votorantim.

Crise afeta lucro da Vale

Autor(es): agência o globo:Henrique Gomes Batista, Vinicius Neder e Bruno Rosa
O Globo - 16/02/2012
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2012/2/16/crise-afeta-lucro-da-vale

Apesar de recorde de US$ 22,9 bi em 2011, ganho da mineradora recua no quarto trimestre

Embora tenha apresentado faturamento e lucro líquido recordes em 2011, a Vale viu seus resultados desacelerarem no quarto trimestre, afetados pela crise global. Os papéis da companhia viveram um dia de forte queda com a expectativa do anúncio dos números, que só foram divulgados na noite de ontem. Segundo balanço divulgado, a receita operacional no ano passado chegou a R$ 105,5 bilhões, valor 23,6% superior aos R$ 85,3 bilhões faturados em 2010. O lucro da empresa somou R$ 37,814 bilhões em 2011, 25,75% a mais que os R$ 30,070 bilhões do ano anterior.
Em dólares, o lucro líquido fechou o ano em US$ 22,9 bilhões, uma alta de 32,6% sobre os US$ 17,264 bilhões de 2010. A empresa admitiu, no entanto, que o resultado do último trimestre foi pior por causa da crise internacional, que reduziu os preços do minério de ferro, principal produto da companhia.
"Os resultados do quarto trimestre de 2011 foram bastante robustos, mas inferiores (em dólar) ao do terceiro trimestre de 2011, como consequência de menores preços devido à recessão europeia e às expectativas negativas produzidas pela crise de endividamento da zona do euro", afirmou a empresa em comunicado.
Lucros menores
em 2012
A redução do lucro no quarto trimestre veio em linha com o esperado pela maior parte dos analistas do mercado financeiro, que estimavam uma redução entre 20% e 22% no resultado da companhia em dólares - na moeda americana, o lucro líquido caiu de US$ 5,917 bilhões no quatro trimestre de 2010 para US$ 4,672 bilhões nos últimos três meses do ano passado, uma redução de 21,04%. O número do fim de 2011, contudo, indica que a empresa pode ter resultados menores em 2012, uma vez que a crise continua, com uma economia europeia enfraquecida. Além disso, é esperada uma redução do crescimento da China, principal locomotiva da economia global.
Em reais, o lucro líquido de outubro a dezembro do ano passado somou R$ 8,354 bilhões, resultado 16,5% inferior aos R$ 10,002 bilhões registrados no quarto trimestre de 2010. Já em relação ao terceiro trimestre do ano passado, por causa da variação cambial, houve ganho de 5,8%.
Pela manhã, foi divulgado relatório do banco de investimentos Credit Suisse, que rebaixou a recomendação para as ADRs (recibos de ações negociados no mercado americano) da Vale. As análises do banco suíço costumam ser seguidas por investidores estrangeiros. Ontem, as corretoras que se destacaram vendendo ações da mineradora na Bovespa foram Credit Suisse, Morgan Stanley e Link, controlada pelo também suíço UBS, de acordo com dados da agência Bloomberg News.
A empresa informou ainda que as vendas de minério de ferro e pelotas foram recordes no ano passado, chegando a 299,1 milhões de toneladas, um volume 1,6% superior ao registrado em 2010. O presidente da companhia, Murilo Ferreira, comemorou os resultados, segundo nota divulgada pela Vale:
"Nosso desempenho financeiro foi extraordinário, o melhor de todos os tempos. Batemos vários recordes, a despeito de um ambiente econômico desafiador. A execução disciplinada de nossa estratégia e a performance das operações foram essenciais para que pudéssemos nos beneficiar da forte demanda global por minérios e metais".
Ações caem 1,87% na Bovespa
Segundo a companhia, o retorno de capital aos acionistas atingiu o valor recorde de US$ 12 bilhões, composto pela distribuição de dividendos de US$ 9 bilhões, equivalente a US$ 1,7354 por ação ordinária ou preferencial, e pelo programa de recompra de ações de US$ 3 bilhões, totalmente executado. Para 2012, a empresa já havia anunciado um dividendo mínimo de US$ 6 bilhões.
"Em 2011, o retorno aos acionistas atingiu o valor recorde de US$ 12 bilhões, o que comprova que a Vale é uma empresa com excelente desempenho e enorme potencial", afirmou em nota o presidente do Conselho de Administração da Vale, Ricardo Flores.
A empresa também informou que em 2011 os investimentos somaram US$ 18 bilhões, em uma conta que exclui o gasto com aquisições. Deste total, US$ 13,4 bilhões foram gastos com execução de projetos e pesquisa e desenvolvimento (P&D).
Na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), as ações da Vale tiveram desempenho na contramão do mercado. Enquanto o Ibovespa, índice de referência nacional, subiu 0,51%, as ações ordinárias (ON, com voto) da mineradora recuaram 1,76% (R$ 43,47) e as preferenciais (PNA, sem voto) perderam 1,87% (R$ 42,08). Os resultados da empresa foram divulgados após o fechamento do mercado.
- É possível que investidores tenham antecipado a expectativa negativa com o balanço, mas os estrangeiros podem ter saído dos papéis também - disse Daniella Maia, analista da corretora Ativa.
- As ações da Vale estão bem no ano, reagindo à entrada do investidor estrangeiro na Bolsa - lembra o estrategista-chefe da corretora SLW, Pedro Galdi.
Mesmo com a queda de ontem, os papéis da Vale acumulam no ano alta de 10,19% (ON) e 11,26% (PN).
Ontem, o Porto de Dalian, na China, divulgou estar procurando mais cooperação com a Vale, aparentemente se aproximando da maior produtora de minério de ferro do mundo após Pequim ter proibido no mês passado os supernavios da companhia de atracarem no principais terminais do país. Em comunicado, o porto afirmou esperar "fortalecer a comunicação e continuar a aprofundar a cooperação para obter um resultado em que os dois lados saiam ganhando".
A declaração aconteceu após uma visita na semana passada do diretor da Vale para metais ferrosos e estratégia, José Martins. No comunicado, o porto afirmou ter melhorado a infraestrutura em seu ancoradouro com capacidade para 300 mil toneladas para atender "às exigências para grandes navios atracarem e às necessidades para transferências". (Com agências internacionais).

Vale usará terminal em Santos para soja e açúcar

Autor(es): Por Fernanda Pires | Para o Valor, de Santos
Valor Econômico - 15/02/2012
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2012/2/15/vale-usara-terminal-em-santos-para-soja-e-acucar
 

A Vale Fertilizantes pretende se tornar a maior operadora de logística integrada para exportação de granéis sólidos do porto de Santos (SP). Com investimentos de R$ 3,5 bilhões na Ferrovia Centro Altântica (FCA) e na ampliação do Terminal Marítimo Ultrafertil (TUF), em Santos, ambos sob sua concessão, a companhia passará a exportar soja e açúcar. Hoje, a empresa apenas importa a matéria-prima para atender a demanda própria por fertilizantes.
Quando concluída a expansão do TUF, atualmente em licenciamento ambiental e prevista para entrega em 2015, a empresa terá capacidade estática para armazenar 518,5 mil toneladas de soja e açúcar. O volume equivale a 37% da oferta atual dos oito terminais que escoam as duas commodities por Santos. A instalação com maior capacidade consegue estocar 280 mil toneladas de grãos.
Açúcar e soja são as duas principais cargas, em volume, exportadas por Santos. Em 2011, responderam juntas por 27% das 97 milhões de toneladas movimentadas no porto. O TUF passou para a Vale com a compra da Ultrafertil em 2010 e a criação da Vale Fertilizantes. "Até a chegada do negócio Fertilizantes, a Vale não tinha um terminal portuário em Santos. "A ideia era saber como maximizar as operações do terminal, sabendo que ele tem área de expansão", diz Ricardo Buteri, gerente executivo do terminal.
A ampliação portuária prevê a construção de mais três berços de atracação no TUF, hoje com apenas um. Dois serão dedicados a soja e açúcar e os outros dois para fertilizantes. A retroárea do terminal será quadruplicada, para 800 mil metros quadrados. Serão construídos ainda um novo pátio para enxofre e novo armazém para fertilizantes, além das instalações para estocagem de grãos.
O investimento também contempla compra de material rodante - mais 2.700 vagões e 148 locomotivas. "Estamos pensando não só na ampliação do porto, mas na gestão integrada entre ferrovia e porto", diz Buteri. O transporte do granel até o TUF será 100% ferroviário. A FCA corta sete Estados: os quatro do Sudeste, Bahia, Sergipe e Goiás.
O investimento prevê ainda construção e adaptação de terminais e pátios de apoio nas cercanias da malha da FCA. "São dois terminais de transbordo, onde temos silos de estocagem, e 43 pátios, onde podemos fazer manobras e transbordo de composições de locomotivas", diz. O objetivo é ter a gestão sobre toda a logística, desde a captação da carga até a entrega no porto para que sejam feitos os carregamentos nos navios.
Hoje, todo o enxofre descarregado no TUF - quase 1,5 milhão de toneladas em 2011 - segue para Uberaba (MG) e Catalão (GO).
Apesar de o terminal da Vale não operar agronegócio, a FCA sempre transportou commodities agrícolas até o porto de Santos para outros terminais. Com a saturação de áreas no porto, viu na expansão do portfólio de cargas uma oportunidade de negócio e, ao mesmo tempo, a chance de reduzir o gargalo logístico no país. "Com essa integração de modais é possível evitar as filas quilométricas que acontecem em Paranaguá (PR), com o caminhão descendo com grãos de Goiás e Minas Gerais por falta de oferta de berço aqui em Santos".
Outro pilar da expansão do TUF foi a demanda por fertilizantes. Segundo o executivo, em 2014 a movimentação de cargas da Vale Fertilizantes já demandaria um píer adicional no TUF. Em dois anos, o terminal começará a receber potássio da Argentina e rocha do Peru, todas plantas da empresa.
Os granéis sólidos responderão por quase 50% da movimentação do TUF. A importação de insumos para fertilizantes, pelo restante do volume. Como o terminal é de uso privativo misto, pode movimentar carga de terceiros desde que a própria seja preponderante.
Em 2011, a Vale Fertilizantes importou cerca de 2,6 milhões de toneladas, volume que poderá chegar a 6 milhões de toneladas com a expansão do terminal. "O nosso nível de carga própria é tal que nos capacita a fazer quase 6 milhões de toneladas de oferta na prestação de serviço", afirma Buteri. Também haverá duplicação da oferta de tancagem para granel líquido, que irá para 46 mil metros cúbicos. Além de movimentação de amônia, já existente, a Vale operará álcool, cujo volume anual deverá ser equivalente a 1 milhão de toneladas.
O novo TUF não terá manobras ferroviárias, o que dará mais produtividade à operação. Serão construídos 10,6 km de linha férrea, permitindo que o trem entre e descarregue a carga em no máximo seis horas. "É um dos maiores ganhos desse projeto. A pera terá uma linha para cada produto, não tem concorrência entre as cargas, é fluxo contínuo", afirma Buteri. Uma linha será somente para enxofre, outra para granéis sólidos e outra para fertilizantes. Serão três composições diárias com 85 vagões em média.

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