sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Banco é fundamental no superávit primário

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Valor Econômico - 27/08/2010
Ao transformar a dívida do BNDES em capital, a vantagem para o Tesouro é que nas suas contas nada muda: a dívida que já existia continua sendo contabilizada como dívida do BNDES. Dessa forma, não há impacto no superávit primário (sem contar os juros) da União. E nem um novo aumento na dívida mobiliária federal, que já havia sido elevada na hora do empréstimo, feito por meio da emissão de novos títulos. Mas, para o BNDES, seguindo as regras do Banco Central, a dívida se torna parte do patrimônio de referência, do capital de nível 2.
É esse patrimônio de referência que determina qual o máximo que o BNDES pode emprestar para cada grupo econômico (no máximo 25% do seu valor total por grupo). O patrimônio de referência é usado, também, para calcular o máximo que o banco pode emprestar. No Brasil, a relação entre os ativos do banco ponderados pelo risco e o patrimônio de referência (o índice de Basileia) tem de ser no mínimo de 11%, pelas regras do BC.
Mas, também para aumentar o capital de nível 1, o capital social propriamente dito, o Tesouro tem adotado estratégias contábeis de forma a não precisar injetar dinheiro novo no banco e não impactar o superávit primário.
Neste ano, o governo fez uma nova engenharia financeira para reforçar o capital do BNDES, mas de nível 1, em R$ 4 bilhões, que ampliou a capacidade do banco de conceder crédito em R$ 36 bilhões. A União transferiu R$ 2,7 bilhões em créditos ao BNDES - denominados adiantamentos para futuro aumento de capital -, de um total de R$ 4,7 bilhões que o Tesouro tinha na Eletrobrás. Esses recursos são adiantamentos feitos pelo Tesouro em anos passados e serão transformados em ação quando houver uma futura chamada de capital.
Além disso, a BNDESPar foi autorizada a trocar R$ 1,3 bilhão, da carteira de R$ 1,9 bilhão de ações que tem do Banco do Brasil, por ações da Eletrobrás em poder da União. Tudo a preços de mercado. Como ações de instituições financeiras não são contabilizadas no cálculo do patrimônio de referência, não tinham impacto no índice de Basileia e agora, que se tornaram de uma empresa como a Eletrobrás, passam a ter.
É importante lembrar que no ano passado o BNDES foi a estatal que mais pagou dividendos ao Tesouro Nacional: foram R$ 14,4 bilhões, dos quais R$ 3,5 bilhões de saldo remanescente da conta de lucros acumulados. O banco de fomento foi, sozinho, responsável por nada menos do que 37% do superávit primário (sem contar juros) obtido na conta do governo central, que inclui o Tesouro, o Banco Central e a Previdência Social. A Petrobras veio logo depois e contribuiu com menos da metade disso -R$ 5,3 bilhões.
Essa transferência de dividendos desse porte para seu principal acionista só foi possível porque o banco foi muito rentável no ano passado, atingindo um retorno de 25,5% sobre o seu patrimônio líquido. No primeiro semestre, a transferência também foi grande: foram R$ 4,11 bilhões, com relação ao R$ 1,28 bilhão da Petrobras.
Para capitalizar mais o BNDES sem usar tantos artifícios contábeis, no entanto, o Tesouro Nacional teria de optar por manter parte maior do lucro no próprio banco. Mas teria, em contrapartida, de aceitar uma redução no seu superávit primário. Dinheiro novo da União, então, nem pensar: uma injeção de dinheiro do Tesouro no BNDES não acontece desde 1982, segundo afirma a Moody"s.

BNDES terá linhas de crédito para grandes e pequenos provedores

O Estado de S. Paulo - 27/08/2010
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 Valor das linhas ainda não foi divulgado, mas segundo assessor da Presidência da República não haverá limites

O governo quer lançar duas linhas de crédito específicas para o Plano Nacional de Banda Larga (PNBL), com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Segundo Nelson Fujimoto, assessor da Presidência da República e integrante do comitê de inclusão digital (CGPID), uma delas será voltada para as grandes empresas e outra para os pequenos provedores.

Nesse último caso, haverá condições especiais de financiamento, com juros abaixo do mercado, para a compra de equipamentos nacionais para construção e ampliação da rede.

O valor das linhas ainda não foi divulgado, mas segundo Fujimoto, não há limite para esse tipo de financiamento. "Se o interessado pega o financiamento do BNDES e utiliza para comprar equipamento com tecnologia nacional, tem juros "abaixo do abaixo". Se for por PPB (processo produtivo básico), tem que discutir", afirmou Fujimoto, ao participar do 2.° Fórum Brasil Conectado, realizado em Brasília. Preenchendo esses requisitos, as empresas terão condições especiais de financiamento, mas segundo Fujimoto as taxas de juros ainda não foram definidas. "Estão em discussão e vamos definir nos próximos meses",disse.

Fujimoto declarou que o governo está ciente da dificuldade que os pequenos provedores têm de dar garantia para a obtenção de empréstimos para ampliar a rede de infraestrutura. Por essa razão, segundo ele, a proposta em estudo prevê que a operação seja feita via cartão BNDES.

Estamos trabalhando também com o Sebrae, em conjunto. Estamos discutindo com Banco do Brasil, Caixa e BNDES a possibilidade de utilização no cartão BNDES, de fundos garantidores de crédito. Essa é a grande novidade", ressaltou.

Segundo o assessor, a linha de crédito especial estará disponível também para lan houses. Ele ponderou que, para ter acesso a esse tipo de financiamento, "ninguém pode espetar irregular.

Omo o orçamento para este ano já está fechado, Fujimoto explicou que as linhas de financiamento estão previstas para o ano que vem. Ele observou, porém, que as linhas ainda não estão fechadas.

Com o pior superávit primário para julho, país não deve cumprir meta

Autor(es): Agencia o Globo
O Globo - 27/08/2010
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Gastos e investimentos fazem economia para pagar juros cair a 2,03% do PIB

Com as despesas e os investimentos em ritmo forte de crescimento, especialistas já dão como certo o não cumprimento, pelo governo, da meta cheia de superávit primário este ano, de 3,3% do Produto Interno Bruto (PIB, conjunto de bens e serviços produzidos no país). A pá de cal veio em julho, quando a economia feita pelo setor público para pagamento de juros ficou em R$ 2,454 bilhões, o pior resultado para esse mês desde o início da nova série histórica do Banco Central (BC), em dezembro de 2001. No ano, o superávit está em R$ 42,559 bilhões, o que corresponde a 2,03% do PIB num fluxo de 12 meses. A relação vem caindo desde maio, quando fechou a 2,13% do PIB, após encerrar abril a 2,14%.

A meta de 3,3% (do PIB) não será cumprida. Só com os com descontos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) afirmou o economista-chefe da Sul América Investimentos, Newton Rosa, referindo-se à possibilidade de abatimento de até 0,95 ponto percentual da meta (referente a investimentos do PAC), para 2,35% do PIB.

Segundo ele, isso ocorre porque o governo tem elevado seus gastos, inclusive investimentos, acima do aumento da arrecadação. Mesmo assim, o Brasil não corre maiores riscos de solvência, já que a trajetória da dívida líquida do setor público, em relação ao PIB, é de queda. No mês passado, o indicador fechou a 41,7%, e a estimativa do BC é que, no fim de 2010, esteja em 39,6%.

No mês passado, o mau desempenho do superávit primário foi diluído por quase todas as esferas do setor público. O governo central (governo federal, BC e INSS) teve resultado de R$ 613 milhões, o menor desde julho de 2000, quando o superávit ficou em R$ 397 milhões. Neste caso, a série histórica é maior porque as estatais não afetam o desempenho. A série para o número geral é de dezembro de 2001 devido à retirada da Petrobras dos cálculos.

Tesouro já começou a fazer ajuste da meta de superávit Só o governo federal fez um esforço de R$ 3,224 bilhões em julho, enquanto o INSS registrou um déficit de R$ 2,566 bilhões.

Os governos regionais (estados e municípios) fizeram um superávit primário de R$ 748 milhões, o pior para esses meses nos últimos sete anos, enquanto as estatais contribuíram com R$ 1,094 bilhão no mês passado.

O economista do banco Santander Cristiano Souza diz que o ano eleitoral pode ter influenciado o resultado, já que, por lei, obriga o governo a antecipar alguns desembolsos. Ele acha possível uma melhora nos resultados a partir de agora.

O pagamento com juros em julho somou R$ 16,764 bilhões, o que acabou resultando em um déficit nominal (resultado das contas públicas após o pagamento de juros) de R$ 14,310 bilhões em julho.

O ajuste na meta de superávit primário, na prática, já começou. O objetivo de economia para pagamento de juros declarado pelo governo central (Tesouro, Previdência Social e Banco Central) para os primeiros oito meses do ano foi revisto de R$ 40 bilhões para R$ 30 bilhões, informou ontem o Tesouro Nacional. A correção ocorreu a despeito dos sucessivos recordes de arrecadação de impostos e contribuições federais desde o início do ano.

Embora não se trate de uma meta obrigatória, apenas indicativa, este é um parâmetro usado pelo governo para calibrar o resultado fiscal até o fim do ano.


SUPERÁVIT PÚBLICO TEM PIOR JULHO DESDE 2002

SUPERÁVIT DO SETOR PÚBLICO VOLTA A CAIR
Autor(es): Fabio Graner, Adriana Fernandes, Fernando Nakagawa
O Estado de S. Paulo - 27/08/2010
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/8/27/superavit-publico-tem-pior-julho-desde-2002
O setor público teve seu pior resultado para o mês de julho desde 2002. O superávit primário (economia para pagar juros da dívida) foi de R$ 2.45 bilhões. Tesouro, Previdência e Banco Central foram responsáveis por esse desempenho.


O setor público (União, Estados, municípios e empresas estatais) fez em julho seu menor esforço fiscal para o mês desde o início da série, iniciada em dezembro de 2001. O superávit primário (economia para o pagamento de juros da dívida) do setor público no mês passado foi de R$ 2,45 bilhões.


O fraco desempenho foi influenciado pelo menor esforço do governo central (Tesouro Nacional, Previdência e Banco Central), que economizou apenas R$ 613 milhões. Diante do quadro claro de afrouxamento fiscal, o secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, anunciou uma manobra para evitar o descumprimento da meta do período de janeiro a agosto: a redução de R$ 40 bilhões para R$ 30 bilhões da meta de superávit primário das contas do governo central prevista para o período acumulado até o segundo quadrimestre deste ano.

Até julho, faltando um mês para fechar o segundo quadrimestre, essa esfera de governo acumula economia de R$ 25,38 bilhões. Ou seja, para cumprimento da nova meta ainda faltam R$ 4,62 bilhões, o que não é pouco, já que é R$ 1 bilhão acima da média mensal de economia feita pelo governo central neste ano até julho. Augustin disse que o resultado de agosto será "positivo e forte", embora não tenha feito projeções.

Há um mês, na entrevista de divulgação das contas do governo central de junho, Augustin declarou que o governo iria cumprir a meta do segundo quadrimestre, até então de R$ 40 bilhões. Naquele momento, ele chegou a dizer que não se tratava de uma meta obrigatória, mas indicativa.

A meta obrigatória é a do fim do ano e é estipulada para todo o setor público - caso Estados, municípios e estatais não façam sua parte, o governo central tem por obrigação fazer um esforço ainda maior do que o inicialmente definido para o ano. O objetivo definido em lei para 2010 segue em 3,3% do Produto Interno Bruto (PIB). Mas, ante o comportamento das contas públicas de janeiro a julho de 2010, há um sério risco de ela não ser cumprida e o governo ser obrigado a abater investimentos prioritários para fechar a conta. Essas obras podem reduzir a meta em até 0,95 ponto porcentual do PIB.

Ceticismo. Nos últimos 12 meses encerrados em julho, o superávit primário da União, Estados, Municípios e empresas estatais ficou em 2,03% do PIB, caindo pelo terceiro mês consecutivo. O resultado seria insuficiente para cumprir o alvo, mesmo se o mecanismo de abatimento fosse utilizado. Apesar disso, tanto Augustin como o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, disseram que o objetivo para o ano será cumprido sem o uso de abatimentos. No mercado, esse discurso é recebido com muito ceticismo. A maioria dos analistas econômicos espera uma melhora no saldo fiscal acumulado, mas aposta que o governo, tal qual ocorreu no ano passado, vai ter de lançar mão da possibilidade de descontar os investimentos da meta.

A insistência dos porta-vozes da equipe econômica em dizer que a meta será cumprida sem descontos reforça as suspeitas de que o governo voltará a lançar mão de artifícios fiscais para inflar as receitas e produzir resultados primários melhores. Para o economista-chefe da Convenção Corretora, Fernando Montero, a redução do meta até agosto é mais um sinal de que o governo não cumprirá a meta, sem o abatimento. Para Montero, a redução da meta do quadrimestre contraria o discurso do governo de que fará o superávit integral.

Dívida. Com o menor esforço fiscal, o peso dos juros nas contas públicas do mês passado foi grande. Dessa forma, o setor público teve em julho déficit nominal (despesas, incluindo juros, maiores que receitas) de R$ 14,31 bilhões, o mais alto para o mês também desde o início da série histórica, em 2001. O saldo nominal negativo contribuiu de forma relevante para elevar a dívida líquida do setor público, que atingiu em julho 41,7% do PIB, ante 41,4% do PIB no mês anterior. Esse é um dos principais indicadores fiscais de um país. Também ajudou a elevar o nível de endividamento público brasileiro a valorização de 2,5% do real ante o dólar, ao longo de julho. / COLABOROU EDUARDO RODRIGUES



Tesouro manobra e reduz economia

Autor(es): Gabriel Caprioli
Correio Braziliense - 27/08/2010
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/8/27/tesouro-manobra-e-reduz-economia
Mesmo com receitas recordes, governo diminui em R$ 10 bi a poupança prevista para o acumulado de janeiro a agosto. Desconfiança cresce
Valter Campanato/ABr - 26/1/10
Insistência de Arno Augustin no cumprimento da meta de superavit virou motivo de piada no mercado

O alarmante nível de deterioração das contas públicas levou a equipe econômica do governo Lula a refazer as contas e assumir, publicamente, que não terá condições de cumprir a meta de superavit primário prevista para os primeiros oito meses do ano. A revelação foi feita pelo secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, ao informar que a economia estimada para o pagamento de juros da dívida entre janeiro e agosto foi reduzida em R$ 10 bilhões — de R$ 40 bilhões para R$ 30 bilhões.

Nem mesmo a maior arrecadação já vista na história recente do Brasil foi suficiente para equilibrar as contas do governo, devido aos ímpeto das despesas eleitorais. O governo central registrou, no mês passado, superavit primário de R$ 770,2 milhões, o pior resultado para meses de julho em 10 anos. No acumulado do ano, a economia para o pagamento de juros ficou em R$ 25,6 bilhões, próxima aos R$ 20 bilhões computados no mesmo período de 2009 — quando o país ainda se debatia para se livrar os estragos provocados pela pior crise dos últimos 80 anos e tinha uma meta mais modesta para cumprir, de 2,5% do Produto Interno Bruto (PIB).

A explicação encontrada por Arno Augustin para a mudança das regras no meio do jogo e reduzir a meta intermediária do ano foi o ritmo de arrecadação, que, a despeito de não encontrar comparação em anos anteriores, teria, segundo ele, ficado aquém do esperado. “Refizemos a meta para adequá-la ao fluxo real (de receitas) que estamos observando”, justificou. O secretário destacou que as previsões quadrimestrais podem sofrer revisões e não precisam ser alcançadas, obrigatoriamente, mas servem como indicativo do rumo tomado pelas contas públicas — no caso, de clara piora.

Para Felipe Salto, economista da Consultoria Tendência, o governo deve lançar mão de vários mecanismos que permitem o abatimento de despesas da meta de superavit, como as do Programa de Aceleração de Crescimento (PAC). Será a única forma de apresentar ao público um resultado mínimo. “Efetivamente, o primário será menor do que está previsto na lei (orçamentária), o que confirmará a menor transparência e o uso de manobras para cumprir a meta”, afirmou. Até agora, o Tesouro pôde retirar do superavit global R$ 10,6 bilhões em gastos com o PAC. O total permitido para a redução é de cerca de R$ 30 bilhões, desde que efetivamente pagos.

Algo patético
A defesa aguerrida de Augustin ao cumprimento integral do compromisso fiscal — sem abatimento de despesas com o PAC — virou motivo de piada e de descrença entre os analistas de mercado, uma vez que, para atingir os R$ 75,8 bilhões da meta definida para o governo central, será necessária a economia de mais R$ 50,2 bilhões nos próximos cinco meses, mais do que o dobro do realizado até agora.

“É uma questão contábil simples. Você tem receitas crescendo num ritmo menor do que as despesas. A conta não vai fechar”, afirmou o economista-chefe do Banco ABC Brasil, Luís Otávio de Souza Leal. Para ele, a justificativa do Tesouro para uma meta menor não é consistente. “O secretário disse que as receitas foram menores do que o esperado, mas bateram recordes. Ao mesmo tempo, esperavam arrecadação maior, mas defendiam que a economia está desacelerando. Alguma coisa não bate. Tem algo patético nessa avaliação”, disparou.

Segundo os economistas, a única forma de melhorar um pouco o desempenho fiscal é praticar, a partir de agora, a política de controle “na boca do caixa”. O Correio mostrou, há pouco mais de uma semana, que esse filtro já ocorre para vários ministérios tanto para obras do PAC quanto para as emendas parlamentares, que secaram desde o início do mês. Na Pasta das Cidades, por exemplo, o prazo para a liberação de verbas pedidas ao Tesouro pulou, em agosto, de cinco para 15 dias. O reflexo disso é que o ritmo de crescimento dos gastos com investimentos caiu de 72% para 67% de junho para julho.

E eu com isso

A política de aumentar os gastos para inflar o capital político da petista Dilma Rousseff na disputa pelo Palácio do Planalto pode custar caro aos cidadãos. A herança maldita será sentida no próximo governo, que, diante do descontrole fiscal deste ano, terá que fazer um ajuste mais forte nas contas públicas para recolocar a locomotiva nos trilhos. Com isso, serão prejudicados investimentos em áreas vitais como educação, saúde, segurança e assistência social, que vão muito além das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que privilegia a infraestrutura, uma vez que o país convive há décadas com falta de estradas, de portos e de saneamento básico, limitando o crescimento econômico e o bem-estar dos cidadãos.


Câmbio provoca elevação de R$ 8,9 bi na dívida pública

Valor Econômico - 27/08/2010
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/8/27/cambio-provoca-elevacao-de-r-8-9-bi-na-divida-publica
A apreciação cambial de 2,5% em julho respondeu isoladamente por um acréscimo de R$ 8,9 bilhões na dívida líquida do setor público em julho, que encerrou o último mês em 41,7% do PIB - 0,3 ponto percentual acima do resultado de junho. A relação dívida/PIB passou de 38,4% em dezembro, para 41,4% em maio, chegando a 41,7% em julho. Nas contas do Banco Central, fechará agosto em 41,5% e dezembro em 39,6% do PIB.
Na política fiscal, um dos elementos que se destacam no ano é a maior evolução da despesa com os juros da dívida pública. Entre janeiro e julho, a despesa atingiu R$ 108 bilhões, contra R$ 95,1 bilhões em igual período de 2009.
O acréscimo decorre, conforme explicou o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes, do fim dos ganhos com swap cambial e das maiores despesas geradas com o aumento da inflação. Nos sete primeiros meses do ano passado, as operações com swap cambiais renderam R$ 13,9 bilhões, receita que não se repetiu neste ano.
Em outra ponta, o aumento no IPCA e nos IGPs ampliou o gasto com o pagamento de juros dos títulos públicos corrigidos por índices de preços. A diferença, segundo Lopes, é dada pela evolução dos indicadores. Enquanto em janeiro e julho do ano passado, o IPCA e o IGP-DI foram, respectivamente, de 2,81% e de -1,66%, em igual período deste ano esses percentuais passaram a 3,10%, para o IPCA, e 5,85% para o IGP-DI.
Nos 12 meses terminados em julho, os juros da dívida somam R$ 182,1 bilhões (5,40% do PIB), o maior nível desde o início da série, em 2001.

Desemprego é de 6,9%

Autor(es): Gustavo Henrique Braga
Correio Braziliense - 27/08/2010
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/8/27/desemprego-e-de-6-9
Desaceleração da economia não impacta o mercado de trabalho. Desocupação é a menor da história e renda sobe 5,1%
Breno Fortes/CB/D.A Press
Johnatan, 22 anos, do Recanto das Emas, é um exemplo: conseguiu um emprego na indústria gráfica no primeiro semestre deste ano

Apesar da desaceleração do ritmo de crescimento da economia brasileira constatada por órgãos do próprio governo, como Banco Central e Ministério da Fazenda, os dados da atividade do mercado de trabalho comprovam que as contratações seguem a todo vapor. A taxa de desocupação nas seis principais regiões metropolitanas do país caiu para 6,9% em julho, resultado recorde na série histórica apurada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ao mesmo tempo que o desemprego caiu, a renda da população ocupada cresceu 5,1% na comparação com o mesmo mês do ano passado, resultado que animou o mercado diante da perspectiva de consumo (1)pujante no segundo semestre.

O segmento de trabalhadores com maior incremento nos salários foi o dos sem carteira assinada no setor privado. Em julho de 2009, eles ganhavam, em média, R$ 908,61. A quantia é 16,9% menor que os R$ 1.062,20 observados no mês passado. Quando considerada a divisão por atividade do emprego, os funcionários da construção civil são os que obtiveram maior ganho: 14,2%. Segundo o gerente da Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE, Cimar Azeredo, o aumento do rendimento médio real da população está diretamente relacionado com a melhora na qualidade dos postos de trabalho gerados.

“Após um período de estagnação observado no ano passado, devido aos efeitos da crise mundial, a economia voltou a crescer e a ocupação superou os níveis pré-crise. A indústria — setor que mais sofreu em 2009 — agora está entre os que mais contratam”, afirmou Azeredo. E foi exatamente na indústria que o gráfico Johnatan Miranda Silva, 22 anos, morador do Recanto das Emas, conseguiu um emprego no primeiro semestre do ano. Apesar de nunca ter feito curso técnico, Johnatan aprendeu o ofício no dia a dia da empresa. “Pretendo usar o dinheiro para pagar uma faculdade de biologia”, revela.

De acordo com o presidente do Sindicato das Indústrias Gráficas do Distrito Federal (Sindigraf-DF), Antônio Eustáquio, o faturamento do setor sofreu uma queda de cerca de 40% nos meses que sucederam a crise, mas, em 2010, a expectativa é recuperar as perdas com crescimento real entre 7% e 8%, puxado principalmente pelas demandas governamentais para impressão de balanços de fim de mandato e, em menor escala, pelas campanhas eleitorais.

Ressalvas
O consultor empresarial e professor de administração da Universidade de Brasília (UnB) Jorge Pinho pondera que, apesar de positivos, há ressalvas a serem observadas em relação aos números divulgados pelo IBGE. “O grande problema é a qualidade dos empregos que estão sendo gerados. A maior parte dos postos está no setor de serviços, onde há baixa qualificação. Esse tipo de emprego é muito volátil, basta um sinal negativo macroeconômico para que seja rapidamente fechado”, explica. Outro fator que influenciou os dados, segundo Pinho, é o fato de 2010 ser um ano eleitoral.

Na avaliação do banco Santander, a queda no desemprego e o aumento na renda reforçam a previsão de que o consumo interno continuará subindo nos próximos meses. Em preparação para essa demanda aquecida que se manifestará mais intensamente em datas como o Dia da Criança e o Natal, o diretor comercial da loja de brinquedos Harri’s, no Brasília Shopping, Teilon Cesar, reforçará o quadro de funcionários em 50% até a primeira quinzena de setembro. “Os contratos são até dezembro, mas sempre tem aqueles que acabam efetivados”, disse.

O Bradesco reforça o coro de otimismo quanto ao aumento do rendimento médio real. “A renda será um dos determinantes mais importantes para segurar a demanda em nível elevado”, afirmou o banco. Já a corretora Prosper considera que esse, e sobretudo os próximos números da Pesquisa Mensal de Emprego, tendem a frear uma queda maior da taxa de juros na curva futura. “Mas o viés de queda com dados fracos da atividade econômica oriundos do exterior tem sido predominante.”


1 - Contratações sobem
De acordo com a série histórica do IBGE, tradicionalmente, o segundo semestre registra quedas sucessivas na taxa de desocupação. De acordo com o gerente da PME, Cimar Azeredo, o principal motivo para isso são as contratações para atender a demanda das festas de fim de ano e do Dia da Criança. Nessa época, a indústria precisa produzir mais e o comércio necessita de mais caixas e vendedores. A previsão é de essas contratações serem detectadas nas pesquisas de agosto e setembro e, mais intensamente, em novembro.

Reajuste com ganho real
Adauto Cruz/CB/D.A Press - 15/10/09
97% das 290 negociações tiveram aumentos iguais ou acima do INPC

O aumento nos salários dos trabalhadores brasileiros também foi detectado pelo balanço dos reajustes salariais registrados no primeiro semestre. Aproximadamente 97% das 290 negociações resultaram em aumentos iguais ou acima da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), de acordo com levantamento feito pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Em 2008, esse percentual havia sido de 83% e, no ano passado, de 93%. Já a proporção de acordos que resultaram exclusivamente em ganho real subiu 11,3 pontos percentuais, atingindo a marca de 87,9%. Algumas das principais categorias, como bancários e petroleiros, entretanto, ficaram para o segundo semestre.

O coordenador de Relações Sindicais do Dieese, Silvestre Prado de Oliveira, atribui o aumento do ganho real dos trabalhadores à retomada do crescimento econômico e à inflação, nos primeiros seis meses de 2010, inferior em comparação à observada em iguais períodos dos últimos dois anos. De acordo com Oliveira, o reajuste do salário mínimo — base de referência para diversas categorias — também impactou significativamente os resultados. “Com a economia aquecida e os altos lucros das empresas, o poder de negociação dos sindicatos aumentou este ano”, disse.

Bancários
Entre os reajustes concedidos no primeiro semestre, 11,7% apresentaram ganho real (aquele onde são descontados os efeitos da inflação) acima de 3%, quantidade 7,2 pontos percentuais maior que a registrada durante o mesmo período do ano passado. Uma das negociações mais aguardadas para o segundo semestre é a dos bancários, que lutam, além do reajuste, por melhores condições de trabalho.

Na última terça-feira, a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) e a Confederação Nacional dos Trabalhadores no Ramo Financeiro (Contraf) definiram o calendário de negociações para 2010. Os encontros serão realizados em três rodadas, tratando, respectivamente, de questões relacionadas aos temas saúde, emprego e remuneração. De acordo com o presidente da Contraf, Carlos Cordeiro, o maior problema enfrentado pela categoria na atualidade são as metas abusivas e o assédio moral. “Oito de cada 10 bancários se queixam desses problemas”, disse. (GHB)

Com a economia aquecida e os altos lucros das empresas, o poder de negociação dos sindicatos aumentou este ano”
Silvestre Prado de Oliveira, coordenador de Relações Sindicais do Dieese

Vale vai reduzir preço do minério em cerca de 10% a partir de outubro

Autor(es): David Friedlander
O Estado de S. Paulo - 27/08/2010

Primeira redução de preços do minério de ferro desde que a mineradora adotou o sistema de revisão a cada três meses, decisão acompanha movimento de queda no mercado chinês; a empresa já havia aplicado um aumento acumulado de 170% este ano


Depois de aplicar aumentos de 170% ao longo do ano, a Vale vai reduzir o preço do minério de ferro em cerca de 10% a partir de outubro. Resultado de uma política de revisão trimestral de preços adotada este ano pela mineradora, os novos valores usam como referência a cotação do mercado à vista da China, que caiu nos últimos meses.


O índice preciso só será fechado na próxima terça-feira, mas o Estado apurou que as contas já apontam uma redução de preços entre 9% e 10%. "Deve ficar nesse patamar, a menos que aconteça alguma mudança drástica, algo que a esta altura parece muito difícil", diz José Carlos Martins, diretor executivo de Marketing, Vendas e Estratégia da Vale.

Como um quinto do aço produzido no mundo é feito com minério de ferro da Vale, a decisão da empresa brasileira tem forte impacto nas economias da Europa e da Ásia, principalmente. A mineradora não vai tornar públicos os novos preços - a partir de primeiro de outubro cada cliente receberá sua fatura com os valores atualizados.

Será a primeira vez que o novo sistema de revisão da Vale produz uma redução no preço do minério. Analistas calculam que o valor médio do minério mais vendido pela Vale deve cair de US$ 150 para cerca de US$ 135 a tonelada. "Nossos clientes pagarão menos do que os valores cobrados no mercado à vista da China, que está entre US$ 146 e US$ 147 por tonelada", afirma Martins.

Resultados. A redução, pequena diante dos aumentos aplicados este ano, não deverá ter impacto nos resultados da companhia. Para este ano, a estimativa dos analistas do setor é que o faturamento com minério de ferro mais do que dobre em relação ao ano passado, atingindo a marca de US$ 30 bilhões. O faturamento total deve fechar em mais de US$ 40 bilhões.

"Apesar das incertezas na economia mundial, a China continua consumindo muitas commodities e a gente espera que a Europa continue estável", afirma o executivo da Vale.

Analistas do setor lembram que o fim de mais de um ano de greve na Inco, empresa canadense hoje controlada pela mineradora brasileira, deve fortalecer os resultados da companhia. "Estamos retomando e a intenção é atingir a capacidade plena de produção até o fim do ano", afirma o executivo.

Briga. Implantado no começo do ano, o sistema de revisão de preços a cada três meses foi muito criticado pelas grandes siderúrgicas. Ele sepultou o regime de reajuste anual, que vigorava há 40 anos. No padrão anterior, a Vale e seus principais concorrentes, as mineradoras australianas, sentavam para discutir preços com as grandes siderúrgicas no começo do ano e os valores acertados permaneciam em vigor pelos doze meses seguintes, até a próxima negociação anual e serviam como referência para todas as outras mineradoras.

O sistema tradicional começou a mostrar fraqueza com a crise mundial de 2008. A economia mundial entrou em recessão, o consumo de aço caiu brutalmente e as grandes siderúrgicas passaram a descumprir seus contratos com as mineradoras, para comprar no mercado à vista minério de ferro mais barato do que nos contratos anuais.

Quando a China esgotou seus estoques de minério de ferro e voltou a comprar, puxando novamente a demanda mundial pelo produto, as mineradoras deram o troco e decidiram trocar o sistema de reajustes anuais por revisões mais frequentes. No caso da Vale, os preços são atualizados de acordo com a média do mercado chinês, maior consumidor mundial do produto.

Pancadas. As siderúrgicas chinesas ameaçaram boicotar a Vale, os fabricantes de aço da Europa foram à União Europeia e acusaram a mineradora brasileira e as australianas de prática de cartel. A Vale também se queixou à União Europeia, afirmando que quem estava fazendo cartel eram as siderúrgicas do continente. Nos últimos meses, a temperatura entre os velhos parceiros diminuiu.

"Acho que o sistema está funcionando bem, e para eles vai funcionar melhor ainda agora que os preços vão cair", afirma Martins. "Mas ninguém deixou de comprar minérios quando os preços subiram."

Sobre as primeiras pancadas no preço do minério da Vale, que dobrou de preço no começo do ano e voltou a subir 35% em julho, o executivo diz que os preços estavam muito defasados. "O primeiro reajuste era sobre os preços fixados um ano antes, em abril de 2009, durante a crise", afirma. "O segundo ocorreu pelo sistema novo. Os preços da China subiram, os nossos acompanharam. Agora caíram, os nosso também."


A dança dos reajustes
170% é o aumento acumulado do minério de ferro desde o começo do ano
10% deve ser o corte nos preços do minério de ferro da Vale a partir de 1º de outubro
US$ 135 por tonelada, deverá ser o preço da tonelada de minério de ferro depois da redução
Múltis já optam por dinheiro do BNDES
O BNDES emprestou a multinacionais R$ 20,4 bilhões em 2009, o dobro de 2007. Até julho, foram liberados R$ 8,6 bilhões. Com isso, a entrada de dólares no Brasil perde fôlego. (Págs. 1, B1 e Economia. ESP, 26/ago/2010)

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