quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Fundos DI e multimercado puxam saques em julho

http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/8/5/fundos-di-e-multimercado-puxam-saques-em-julho/?searchterm=fundos
Autor(es): Por Antonio Perez, de São Paulo
Valor Econômico - 05/08/2010
 
Os fundos de investimento iniciaram o segundo semestre com o pé esquerdo. Em julho, o setor amargou saída líquida - saques menos captações - de R$ 1,314 bilhão, registrando o primeiro resultado negativo mensal deste ano. As informações são da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).
No mês passado, os saques foram puxados pelos fundos referenciados DI (R$ 2,04 bilhões), cujos ganhos são atrelados ao Certificado de Depósito Interfinanceiro (CDI), que segue a taxa básica de juros da economia (Selic). O grosso dos saques nessas carteiras ocorreu justamente na semana passada, quando o Banco Central (BC) sinalizou que o ciclo de aperto monetário pode estar perto do fim.
Sem a perspectiva de novas elevações da Selic, é natural que o investidor abandone os fundosDI, afirma Jacob Weintraub, sócio da gestora independente de recursos Oren Investimentos. "A percepção do mercado é que não vai haver aquela alta de juros que se imaginava um mês atrás", ressalta.
Também prejudicou o desempenho do setor de fundos no mês passado a saída de R$ 1,2 bilhão dos multimercados. Nesse caso, diz Jacob, a rentabilidade tímida dessas carteiras este ano acabou afugentando os investidores. Apesar da disparada de 10,8% do Ibovespa em julho, os multimercados não obtiveram ganhos muito superiores a variação do CDI no período, de 0,86%. "Os gestores não estão tirando proveito da volatilidade, o que estimula esses saques."
Weintraub ressalta que a arrancada da bolsa em julho surpreendeu parte expressiva do mercado. Com medo dos desdobramentos da crise do euro, da perda de fôlego da economia americana e de uma desaceleração mais forte na China, a maioria dos gestores preferiu manter o dinheiro em caixa.
Afastados os temores de uma nova recessão global, ressalta Weintraub, os gestores tendem a voltar aos ativos de risco. "Os fundos tiveram um ambiente difícil nos últimos meses, que não deve se repetir daqui para frente", afirma.
Enquanto os gestores se mostravam reticentes com a bolsa, os investidores acorriam aos fundosde ações, que encerraram o mês passado com captação líquida de R$ 229 milhões. O destaque em julho, contudo, foram os fundos de previdência, que amealharam R$ 1,46 bilhão.
No ano, o setor de fundos acumula captação líquida de R$ 41,77 bilhões. Mais da metade desses recursos foi para as carteiras de renda fixa (R$ 26,48 bilhões). Na outra ponta estão os fundosDI, que, após os saques de julho, amargam saídas de R$ 7,22 bilhões este ano. O patrimônio total doméstico do setor de fundos é de R$ 1,45 trilhão.

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