segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Setor de defensivos eleva crédito

http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/8/23/setor-de-defensivos-eleva-credito
Indústria de defensivo aumenta volume de crédito para o campo
Autor(es): Alexandre Inacio, de São Paulo
Valor Econômico - 23/08/2010
As indústrias de defensivos estão aumentando sua participação no financiamento da produção agrícola. Hoje, 10% da receita é obtida por meio dessas operações e deve chegar a 30% em cinco anos.


As indústrias de defensivos continuam aumentando sua participação no financiamento do agronegócio utilizando um sistema conhecido como "barter". As empresas ocuparam uma lacuna deixada pelas tradings a partir da crise de 2008 diante da queda na disponibilidade de crédito e devem atrelar cerca de 30% de suas vendas no sistema de triangulação de produtos nos próximos cinco anos.
Projeções do segmento indicam que as vendas de defensivos no país passará de US$ 6,6 bilhões, em 2009, para US$ 8,5 bilhões em 2015. Com isso, US$ 2,5 bilhões serão obtidos por meio do sistema de troca. Na prática, o "barter" consiste na antecipação da venda de defensivos para os agricultores, que emitem uma Cédula de Produto Rural (CPR), comprometendo-se a entregar determinado volume da produção, correspondente ao valor do insumo recebido (preço de referência).
A entrega física da produção após a colheita é feita para uma terceira parte - no caso, uma trading -, que faz o pagamento do insumo entregue ao produtor diretamente à empresa de defensivo. Para não correr o risco de oscilações de preços, a empresa e a trading dividem a responsabilidade de travar os preços em bolsa, seja no Brasil ou nos Estados Unidos.
Tradicionalmente utilizado entre produtores de grãos do Centro-Oeste e as indústrias, o sistema de troca está sendo estruturado para englobar também a produção de cana, com negócios envolvendo açúcar e etanol. "Em 2004, iniciamos as operações de "barter" em café. Agora, para a safra 2010/11 estudamos entrar no mercado de açúcar e álcool, fazendo negociações diretamente com as usinas", diz José Munhoz Felippe, diretor de vendas agro Brasil da alemã Basf. Nos próximos dois anos, 30% do faturamento da empresa no Brasil será por meio de trocas.
As americanas FMC e Monsanto, quarta e quinta colocadas no ranking brasileiro de defensivos, respectivamente, faturaram US$ 100 milhões cada uma na última safra com vendas via "barter". No ciclo 2010/11, a FMC deve elevar em 20% os negócios por meio de trocas, fazendo com que o sistema represente 25% do seu faturamento. "Faremos "barter" de soja pela primeira vez na próxima safra e acreditamos em negócios de US$ 30 milhões. Para o ciclo 2013/14, só a soja movimentará US$ 100 milhões", diz Gilberto Mattos Antoniazzi, diretor financeiro da FMC.
No caso da Monsanto, as apostas são no milho. Conforme Eduardo Bezerra, diretor financeiro da multinacional, a expectativa da empresa é que parte da produção do Sul migre para o Centro-Oeste nos próximos cinco anos, região que tem mais tradição nas trocas.
"Esse é um modelo que todos ganham. O produtor porque sabe quanto vai pagar e foge do risco das oscilações de preço; a indústria, porque consegue reduzir seu grau de inadimplência; e a trading porque consegue concentrar em uma única compra a produção equivalente a vários produtores", afirma Gerhard Bohne, diretor de operações de negócios Brasil da Bayer CropScience, segunda no ranking brasileiro de defensivos.
A multinacional alemã começou a operar com "barter" há cinco anos com café. Hoje, 10% de suas vendas são por meio da modalidade, englobando ainda soja, algodão e milho e iniciativas com arroz, trigo e cana-de-açúcar. Segundo Bohne, o objetivo é ampliar a participação do sistema nas vendas da empresa, oferecendo diferenciações. Uma das estratégias foi criar a possibilidade de o produtor renovar o preço de referência da operação, caso os preços subam.
Líder de mercado, a suíça Syngenta tem no "barter" 30% da comercialização de seus produtos e a expectativa de crescer. Segundo Dirceu Ferreira Junior, gerente nacional de "barter", a participação das vendas mediante troca está relacionada ao grau de capitalização do agricultor. "Em anos de preços baixos a procura é maior. Quando o produtor está mais capitalizado a tendência é por compras à vista".

Perigosas delícias

Saborosos perigos
Autor(es): Ludmylla Sá
Correio Braziliense - 23/08/2010
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/8/23/perigosas-delicias
Corantes, espessantes, gordura trans e outros produtos dão aos alimentos industrializados mais beleza e os deixam mais gostosos, mas podem prejudicar seriamente a saúde.

Belo Horizonte — Gordura trans, vegetal ou hidrogenada, espessantes, acidulantes, ácido cítrico, ciclamato de sódio, aspartame, conservante antimofo. Você sabe o que está colocando no seu prato quando consome produtos industrializados que contêm esse bando de ingredientes e qual a relação deles com sua saúde? A maioria das pessoas, não. Devido à sua praticidade, os industrializados ocupam uma parcela cada vez maior no mercado de alimentos — afinal, o único trabalho que se tem é o de abrir a embalagem e colocá-la, geralmente, no forno de microondas. Definitivamente, os industrializados vieram para ficar, pois representam uma solução confortável para a vida corrida de um mundo cada vez mais globalizado.

Esses alimentos, entretanto, podem ser uma verdadeira armadilha para a saúde, causando alergias, doenças cardiovasculares e até câncer quando consumidos demasiadamente, segundo o nutrólogo Ênio Cardillo Vieira, professor emérito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e vice-presidente da Academia Mineira de Medicina.

“Para tornar esses alimentos mais vistosos, práticos e duráveis, os fabricantes se valem de algumas dezenas de aditivos químicos. Os mais comuns são os corantes, aromatizantes, conservantes, antioxidantes, estabilizantes e acidulantes. São eles os responsáveis por dar sabor, cheiro e aspecto naturais aos alimentos industrializados, além de maior durabilidade. Os embutidos e os enlatados, ou seja, os alimentos cárneos, que dominam a nossa vida, caso dos hambúrgueres, defumados e salsichas, são os grandes vilões”, ataca. “Eles têm alto índice de nitrito, uma espécie de conservante que pode produzir nitrozanina, substância altamente cancerígena. No Japão, há um índice elevado da doença atribuído ao alto consumo de defumados.”

Outra grande vilã é a gordura vegetal hidrogenada, amplamente conhecida como gordura trans. Ela está presente na maioria dos alimentos, como biscoitos (recheados e waffers) — nos quais também são encontrados conservantes, antimofos e corantes —, salgadinhos empacotados, batatas fritas, tortas e bolos prontos, pães doces, pães de forma, sorvete, achocolatados prontos, margarina, requeijão cremoso, pipoca para microondas, temperos prontos, em tabletes ou em pó. “A diferença da margarina para o plástico, inclusive, é de apenas uma molécula”, acrescenta o nutrólogo.

Colesterol 
Adotada pela indústria como alternativa à gordura de origem animal, conhecida como saturada, a gordura trans foi considerada, por um tempo, por ser de origem vegetal, pouco ofensiva à saúde. Estudos posteriores, porém, descobriram que ela é ainda pior que a saturada, pois aumenta o LDL (colesterol ruim) e baixa o HDL (colesterol bom), causando doenças, sobretudo cardiovasculares, como infarto do miocárdio e derrame cerebral, de acordo com Cardillo. “A gordura de origem animal, por seu lado, não diminuiu os níveis de HDL no organismo”, acrescenta.

A aceleração da vida moderna torna uma tarefa árdua saber o que realmente está sendo ingerido, na avaliação da especialista em nutrição Maria Isabel Correia, professora do Departamento de Cirurgia da UFMG. “Se pudéssemos trocar o bolo vistoso daquela confeitaria famosa pelo que fazemos em casa seria o ideal, porque saberíamos o que realmente estaríamos adicionando e, posteriormente, comendo. Como é difícil, o ponto-chave é saber o que é bom e o que é menos ruim, pois, na correria do dia a dia, vamos comê-lo invariavelmente. A dieta ideal é a mais natural possível, o que é quase impossível na nossa rotina”, pondera.

De qualquer forma, é bom que os hábitos alimentares sejam reavaliados, segundo Ênio Cardillo, e, sobretudo, o estilo de vida. Assim, será possível evitar uma série de malefícios à saúde, principalmente o câncer. “Pesquisas do Instituto Nacional do Câncer mostram que o câncer é uma doença de estilo de vida e 30% dos casos são causados pelos maus hábitos alimentares”, acrescenta Maria Isabel.

Então, é bom abrir o olho e ler, tintim por tintim, os rótulos dos alimentos, segundo Maria Isabel. Eles devem trazer, por determinação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), todas as informações referentes ao conteúdo dos alimentos, como a quantidade de colesterol, de cálcio e de ferro e também se o produto apresenta quantidade igual ou superior a 5% da ingestão diária recomendada (IDR) desses itens.



Inimigo oculto

ALGUNS ADITIVOS E OS EFEITOS COLATERAIS DOS CONSERVANTES 

» ANTIOXIDANTES: são compostos que previnem a deterioração dos alimentos por mecanismos oxidativos. A oxidação envolve a adição de um átomo de oxigênio ou a remoção de um átomo de hidrogênio das moléculas que constituem os alimentos. Os mais usados são ácido benzoico, nitratos e nitritos. Podem causar alergia, distúrbios gastrointestinais, dermatite, aumento de mutações genéticas, hipersensibilidade, câncer gástrico e do esôfago.
» CORANTES: podem ser naturais ou sintéticos — esses, geralmente em pó ou em grãos, são tóxicos. Como, porém, a concentração usada é muito pequena, não chega a ser preocupante. Mesmo assim, certos corantes permitidos no Brasil (a exemplo do Allura) foram proibidos em vários países (como o Canadá), porque podem causar reações alérgicas, convulsões e câncer.
» ESPESSANTES OU ESTABILIZANTES: a principal função é aumentar a viscosidade do produto final, bem como estabilizar emulsões. A formação e a estabilização de espuma em vários produtos também são efeitos desses aditivos. Podem provocar irritação da mucosa intestinal e ação laxante.
» UMECTANTES: responsáveis por manter o alimento úmido e macio. No coco ralado, por exemplo, é adicionada glicerina. Nos marshmallows, adiciona-se monoestearato glicérico. Podem causar distúrbios gastrointestinais e da circulação pulmonar.
» ACIDULANTES (ÁCIDO ACÉTICO): aumentam a acidez, ou simplesmente dão ou intensificam o sabor ácido. Pode ajudar na conservação, por atenuar o aparecimento de certos microorganismos ao aumentar o Ph do meio. Aumentam ainda a eficácia de conservantes. Quando usados demasiadamente, podem provocar cirrose hepática, descalcificação dos dentes e dos ossos.
» FLAVORIZANTES: são responsáveis por dar ao produto industrializado sabor característico ao in natura. Podem causar câncer e alergias.
» GORDURA TRANS: é a gordura vegetal transformada em gordura sólida. Também conhecida como óleo hidrogenado, é usada para dar crocância e consistência aos produtos industrializados. Causa obesidade, câncer de mama e doenças cardivasculares, em decorrência do aumento do colesterol ruim e da diminuição do colesterol bom.
» AGENTES ADOÇANTES: estão presentes em produtos destinados a consumidores que precisam de restrição calórica, portadores de diabetes ou pessoas que têm problemas ao ingerir certos açúcares. Os mais usados na indústria são o aspartame e os elaborados a partir de ciclamato de sódio e sacarina sódica, que podem provocar câncer, o que ocorreu com estudos em ratos. Por isso, embora vendidos livremente no Brasil, foram proibidos nos EUA, ainda que sem testes em seres humanos.

Justiça condena Basf e Shell a pagar R$ 1,1 bi

Valor Econômico - 23/08/2010
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/8/23/justica-condena-basf-e-shell-a-pagar-r-1-1-bi
A Vara do Trabalho de Paulínia (SP) condenou as multinacionais Shell e Basf a pagar uma indenização no valor de R$ 1,1 bilhão para funcionários que trabalharam em uma unidade de produção de defensivos químicos, no polo industrial do município. A juíza Maria Inês Corrêa de Cerqueira César Targa determinou que as empresas se responsabilizem por um plano vitalício de saúde para todos os trabalhadores e seus filhos que trabalharam no polo industrial. As empresas ainda podem recorrer da decisão.
A condenação envolve o pagamento de R$ 64,5 mil a cada trabalhador e a cada dependente nascido no curso da prestação dos serviços ou em período posterior. Além disso, as multinacionais terão que recolher R$ 622,2 milhões junto ao Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), como forma de indenização por dano moral coletivo.
"As rés não observaram os princípios da boa-fé objetiva, da função social dos contratos e da propriedade. Expuseram os trabalhadores a riscos, prejudicando sua saúde, segurança e o seu bem-estar, além de terem violado o direito fundamental dos trabalhadores a um meio ambiente do trabalho saudável e seguro", diz a sentença da juíza.


O nó do banco para exportador

O nó do banco para exportador
Autor(es): Agência O Globo/Gustavo Paul e Eliane Oliveira
O Globo - 23/08/2010
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/8/23/o-no-do-banco-para-exportador
EXIM Brasil terá até US$ 100 bi, mas Fazenda precisa concordar com seguradora

Há uma pedra no caminho para o lançamento do EXIM Brasil, o banco de fomento à exportação, que terá capacidade de emprestar até US$ 100 bilhões, alavancagem equivalente a dez vezes o seu capital inicial. Previsto para outubro, o início das operações do EXIM Brasil que será uma subsidiária integral do BNDES ainda depende de uma solução política: o Ministério da Fazenda precisa concordar com a criação de uma seguradora estatal voltada apenas às exportações. Esse processo foi atropelado pela decisão do ministro Guido Mantega de criar em julho uma megaestatal de seguros, que iria atuar em diversas áreas, de projetos de infraestrutura a exportações.

A ideia original era que essa nova seguradora seria voltada apenas para o comércio externo, sendo instituída por uma medida provisória (MP). Mas, ao incluir outros setores no texto, a Fazenda tornou-se alvo de várias críticas das seguradoras privadas e teve de recuar, admitindo enviar o tema na forma de projeto de lei.

A falta desse instrumento de seguro à exportação está atrapalhando a criação do EXIM afirma uma fonte do governo.

Com a previsível demora na tramitação de um projeto do gênero no Congresso, uma saída está sendo negociada pelo Ministério do Desenvolvimento e o BNDES com a Fazenda.

Por ela, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva retira a parte de exportações do projeto que está em fase de elaboração e, paralelamente, é editada uma MP criando a seguradora de crédito às exportações brasileiras.
Banco já começaria com US$ 20 bi em projetos
A estrutura atual de seguros à exportação está a cargo da Seguradora Brasileira de Crédito à Exportação (SBCE), empresa criada em 1997, que tem como principal acionistas a Coface (Compagnie Française dAssurance pour le Commerce Extérieur), além do Banco do Brasil e o BNDES. A empresa libera seguro de crédito à exportação (SCE), que é contratado pelo exportador brasileiro contra o risco do não pagamento pelos seus compradores no exterior.

A nova empresa substituiria a SBCE. Dessa forma, uma empresa privada francesa deixaria de ser a responsável pelo seguro de exportações brasileiro. Esse fato causa desconforto à equipe governamental, que lembra que os franceses são, no mínimo, concorrentes brasileiros em vários setores do comércio internacional.

Segundo a fonte do governo, não haveria problemas em criar a nova empresa por MP, pois nunca uma empresa privada participou de seguro à exportação. Não haveria discussões com o setor privado de seguros.

O EXIM Brasil funcionará no Rio e um dos seus méritos será financiar o que hoje o BNDES não financia: produtos do agronegócio, como carnes e alimentos industrializados, grãos, calçados, móveis, têxteis, minérios, entre outros. Ele coordenará todo o processo de exportação, como seguro, garantia de exportação, avaliação de risco.

O EXIM Brasil já nascerá em plena operação, pois as operações de comércio exterior do BNDES serão transferidas para ele. O corpo técnico do banco, que atua na Área de Comércio Exterior do BNDES, também será transferido. A carteira atinge cerca de US$ 13 bilhões em operações, com mais US$ 20 bilhões em projetos.

Em maio, o governo anunciou a criação do EXIM e da seguradora no bojo do pacote para dar mais competitividade ao setor produtivo, com foco nos exportadores. Foi anunciada ainda a criação do Fundo Garantidor do Comércio Exterior (FGCE), que dará suporte ao EXIM. O Brasil já tem hoje o Fundo Garantidor de Exportações (FGE), que conta com R$12 bilhões. Desse total, R$ 2 bilhões serão repassados ao novo fundo.

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