quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Socorro beneficiou sobretudo grandes

http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/8/4/socorro-beneficiou-sobretudo-grandes
Valor Econômico - 04/08/2010
Os grandes frigoríficos ficaram com metade dos recursos da linha de crédito criada pelo governo em abril de 2009 para socorrer agroindústrias em dificuldades. Do orçamento global de R$ 10 bilhões, foram desembolsados R$ 6,4 bilhões até junho deste ano, informa o BNDES. E pouco mais da metade desse total foi emprestada por um agente financeiro, segundo fontes do governo. Dois frigoríficos, JBS e Marfrig, contrataram ao menos R$ 400 milhões do Programa de Crédito Rural Especial (Procer).
Os empréstimos dentro dessa linha de crédito tiveram problemas de operação. Primeiro, porque o risco das contratações eram majoritariamente dos bancos. Depois, porque houve atrasos no repasse dos recursos da linha pelo Tesouro Nacional e alguns bancos preferiram não emprestar pelo Procer.
A maior parte, em plena seca de crédito derivada da crise financeira global, preferiu oferecer linhas com juros de 15% a 20% ao ano aos seus clientes agroindustriais. O Procer oferecia dinheiro a 11,25% ao ano, além "spreads" (diferença de custos de captação e empréstimo) de 3% cobrados pelos bancos operadores e de 1% pelo BNDES.
"Durante a crise, até era bom negócio porque não tinha crédito em lugar nenhum. Mas depois do auge da crise, esse custo ficou alto demais e tirou o apetite de muitos frigoríficos", avalia um executivo de um banco operador.
À época, o governo estimava que ao menos 18 indústrias precisavam da linha para garantir capital de giro e reduzir sua exposição a riscos cambiais. De lá para cá, 10 frigoríficos arrendaram suas plantas ou pediram recuperação judicial, o que mostra ter havido um disgnóstico correto. "O que faltou mesmo foi o acesso aos recursos", constata o diretor de Controladoria do FrigoEstrela, Rubens Andrade Ribeiro Filho. "Os bancos reduziram o crédito, liquidamos posições de R$ 70 milhões que tínhamos, mas não tivemos mais acesso ao giro".
Ainda assim, os frigoríficos viam nesses recursos a melhor chance de evitar os impactos negativos da crise. "Era uma boa opção, mas os recursos não saíam", diz o dono do Frialto, Tadeu Paulo Bellincanta. O presidente da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), Péricles Salazar, lembra que a linha poderia ter ajudado a garantir uma solução à falta de giro. "Era aquele o momento mais adequado de ajudar", diz o executivo. A linha previa dois anos para a quitação e até 12 meses de carência.
Mesmo com a tentativa do governo, as indústrias médias apontam a falta de um planejamento para o setor. "Não há política específica para esse frigoríficos", diz Salazar. O Ministério da Agricultura, porém, aponta modalidades de crédito ao pecuarista que, na ponta, ajudariam a indústria.
As linhas de crédito para retenção de matrizes e para estocagem de produtos como leite e carne seriam uma ajuda desconsiderada pelos frigoríficos. "Nosso foco maior está no produtor, mas a agroindústria também pode ser beneficiada", argumenta o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Edílson Guimarães.


Contexto - Agornegócios

Valor Econômico - 04/08/2010
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/8/4/contexto-agornegocios
 
Fundo de Catástrofe
A Comissão de Agricultura do Senado aprovou a criação do "Fundo de Catástrofe". O projeto autoriza a União a usar R$ 4 bilhões em quatro anos para lastrear as operações de seguro rural. O fundo terá participação de bancos, seguradoras, cooperativas e produtores, e será acionado em casos de catástrofes derivadas do clima, pragas e doenças. O "colchão" tentará atrair seguradoras e resseguradoras para uma atividade de alto risco.
Finep seleciona projetos
A Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) selecionará propostas de 16 Organizações Estaduais de Pesquisa Agropecuária (OEPAs). Estão disponíveis R$ 26 milhões em recursos não reembolsáveis para apoio a projetos de pesquisa e desenvolvimento no setor. A seleção vai considerar as oportunidades e demandas das cadeias produtivas que necessitem de suporte tecnológico.
Exportação de carne
As exportações brasileiras de carne bovina in natura somaram 101,7 mil toneladas (132,2 mil toneladas equivalente carcaça) em julho, segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). O resultado é 5,5% maior que os embarques de junho e é o maior volume mensal já exportado pelo país. Segundo a Scot Consultoria, o momento é bom para a pecuária nacional. Tanto o mercado interno quanto externo estão aquecidos.
Resultado da ADM
A Archer Daniels Midland Co. (ADM), um dos maiores processadores de grãos do mundo, registrou lucro no quarto trimestre graças à demanda da Ásia e ganhos de bioprodutos, como melhora dos resultados com etanol. A receita subiu para US$ 446 milhões nos três meses encerrados em julho, ante os US$ 58 milhões de igual período do ano passado.
JBS sustentável
O frigorífico JBS planeja investir R$ 100 milhões no período de três anos em projetos de sustentabilidade em suas unidades brasileiras. Há 35 projetos nessa área. Um deles foi a adaptação de algumas plantas para a queima do gás metano, o que possibilitará a primeira venda de créditos de carbono de um frigorífico no mundo. Segundo Marcus Vinícius Pratini de Moraes, presidente do Conselho de Estratégia Empresarial do JBS, a empresa planeja ainda criar um Índice de Sustentabilidade.
Confinamento menor
Os pecuaristas de Mato Grosso reduzirão em 15,7% o confinamento de gado em 2010. Levantamento do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) identificou 221 propriedades com estrutura de confinamento no Estado, sendo que 537,8 mil cabeças serão confinadas neste ano ante as 637,9 em 2009.

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