segunda-feira, 30 de agosto de 2010

'PACOTE' PARA ALONGAR CRÉDITO SAI APÓS ELEIÇÃO

http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/8/30/pacote-para-alongar-credito-sai-apos-eleicao
IR DE ESTRANGEIRO EM TÍTULO PRIVADO PODE CAIR
Autor(es): Claudia Safatle, de Brasília
Valor Econômico - 30/08/2010

O governo já definiu algumas das medidas do pacote de incentivo a captações e aplicações financeiras de longo prazo. Logo após as eleições, vai isentar do Imposto de Renda as empresas que aplicarem em Letras de Crédito Imobiliário, equiparando pessoas físicas e jurídicas. Além disso, autorizará o BNDES a emitir Letras Financeiras e adotará estímulos à securitização do crédito imobiliário. Já as propostas para desoneração do Imposto de Renda nos títulos de longo prazo poderão ficar como sugestões para o próximo governo.
As condições do mercado financeiro internacional - alta liquidez e juros baixos - tornam bastante propícia a atração dos investidores estrangeiros na montagem de uma nova estrutura de financiamento de longo prazo no Brasil.
No pacote de medidas que o governo pretende divulgar após as eleições, uma das possibilidades é isentar os investidores estrangeiros do Imposto de Renda sobre os ganhos de capital dos títulos privados de longo prazo, assim como atualmente são isentos quando as aplicações são em papéis do governo. A área técnica do Ministério da Fazenda esbarra, no entanto, na perda de arrecadação e nas restrições fiscais para propor tal medida.
De imediato, estão desenhadas as mudanças necessárias para dar impulso à colocação das Letras Financeiras. Criadas em março, as LFs foram, até agora, objeto de emissões privadas e carecem de um mercado secundário que garanta liquidez a esses papéis. A regulamentação da oferta pública desses títulos está em fase de conclusão e, assim que estiver pronta, os emissores deverão fazer "road-show" no exterior para atrair compradores. Como imagina-se que os estrangeiros - inclusive os fundos soberanos - é que vão dar liquidez a esse mercado, seria importante isentá-los do IR, argumentam os técnicos.
Falta, ainda, vencer as resistências do Banco Central para implementar uma outra mudança: retirar a exigência de recolhimento compulsórios sobre esses papéis. O BC equipara as LFs ao CDB, enquanto que a Fazenda advoga que elas são semelhantes às debêntures (sem compulsório porque são emitidas por empresas).
Do lado do crédito habitacional, também há alterações a fazer para estimular a sua securitização. Hoje 65% dos recursos da poupança têm que ser aplicados em financiamentos imobiliários. Para incentivar a securitização desse crédito, o sistema ficará desenquadrado dessa exigibilidade. A operação de securitização vai trocar créditos antigos e mais caros por novos e mais baratos, vende-los e gerar novas operações de financiamento ao setor. Isso produzirá um desajuste no cumprimento da aplicação obrigatória de 65% da poupança. Para contornar o problema, o governo deverá criar uma escala gradual de desenquadramento possível para que as operações possam ser feitas.
Ainda no âmbito do crédito imobiliário, a outra medida em avaliação é estender para as pessoas jurídicas a mesma isenção de Imposto de Renda que as pessoas físicas têm sobre a rentabilidade dos títulos imobiliários.
Na definição do futuro do BNDES - hoje a única fonte de financiamento de projetos de longo prazo de que o país dispõe - uma decisão já foi tomada pelo Ministério da Fazenda: não haverá mais aporte de recursos do Tesouro Nacional, a título de empréstimo para o banco emprestar a juros subsidiados. As medidas relacionadas ao BNDES devem ser discutidas quando começarem os trabalhos da transição deste para o próximo governo.
Toda a discussão sobre financiamento de longo prazo está ancorada no fato de que as taxas de juros no Brasil estão mais baixas e devem cair bem mais.


Novo fundo garante mais recursos para os menores

Valor Econômico - 30/08/2010
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/8/30/novo-fundo-garante-mais-recursos-para-os-menores
Convencido de que o fornecimento de garantias é o maior gargalo para a ampliação do crédito para as empresas de menor porte, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aposta suas fichas no Fundo Garantidor de Investimentos (FGI). Com pouco mais de um ano de existência, esse instrumento promete revolucionar o crédito para as micro, pequenas e médias empresas, segundo Cláudio Bernardo Guimarães de Moraes, superintendente de Operações Indiretas do BNDES. Até 2011, a instituição acredita que o BNDES FGI esteja operando a pleno vapor. " Estamos no começo de uma sólida construção " , afirma o executivo.
A principal novidade é que o Fundo Garantidor não está sujeito a contingenciamento orçamentário, o que dá flexibilidade ao instrumento. Além disso, abre a possibilidade de aportes de instituições privadas, caso tenham interesse em acessar o produto como garantia.
Em junho de 2010, o BNDES FGI registrava patrimônio líquido de R$ 773,38 milhões, e saldo disponível de R$ 9,27 bilhões para novas garantias. Atualmente, conta com dez cotistas, entre eles grandes bancos como Bradesco, Itaú Unibanco, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal. " Outros parceiros estão em fase de adesão " , conta Moraes.
O novo produto permite a contratação automática dos produtos BNDES Finame, BNDES Automático - e das linhas de financiamento BNDES Exim Pré-embarque, BNDES Exim Pré-embarque Ágil, BNDES Exim Pré-embarque Especial e BNDES Exim Pré-embarque Empresa-Âncora. Outros programas de financiamento e modalidade de crédito também estão na relação de linhas beneficiadas pelo FGI. O objetivo do banco é incluir futuramente operações com funding originado nas próprias instituições cotistas.
O BNDES FGI garante até 80% do risco de crédito de operações de repasse às empresas de menor porte, com custo máximo de 0,15% ao mês.
O fundo foi desenhado para funcionar por meio de compensação de perdas com a inadimplência do beneficiário do crédito junto ao agente financeiro. E oferece práticas claras e adequadas à realidade do mercado para a recuperação de créditos pelos agentes.



As médias vêm aí

Autor(es): Melina Costa, Fernando Scheller
O Estado de S. Paulo - 30/08/2010
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/8/30/as-medias-vem-ai

Com crescimento acelerado, empresas emergentes tornam-se centro das atenções de bancos de investimento


Entrecortado por corredores estreitos e escadinhas com poucos degraus, o prédio onde fica a Linx, empresa de tecnologia para o varejo, é labiríntico. Para acomodar os funcionários, a companhia primeiro ocupou o espaço onde era a garagem, depois alugou a casa do outro lado da rua. Diante da impossibilidade de expandir mais, a Linx decidiu se mudar para um prédio de dez andares - que, segundo prevê Alberto Menache, presidente e sócio, será inaugurado quase cheio.

A falta de espaço é a manifestação mais óbvia do crescimento experimentado pela Linx. Com um faturamento de R$ 80 milhões em 2009 e uma previsão de R$130 milhões para este ano, a empresa atraiu, em janeiro, um sócio de peso, o BNDESPar (braço de participações do banco estatal). E o assédio aumentou. "Recebo a ligação de um fundo por semana", diz Menache.

A Linx é representante de um grupo cada vez mais amplo de empresas médias que passou a atrair a atenção de investidores. O Estado fez um levantamento com bancos de investimento, consultorias e fundos de participação e chegou a dez companhias consideradas especialmente promissoras (veja quadros). Se encaixaram na amostra aquelas com receita entre R$ 50 milhões e R$ 500 milhões.

Trata-se de um grupo ainda distante da Bolsa e que, exatamente por isso, oferece uma série de oportunidades para os assessores do mercado de capitais. São empresas que ainda devem atrair sócios, realizar aquisições, emitir dívida e fazer o IPO (oferta pública inicial de ações). Para se aproximar desse time, os bancos de investimento decidiram criar estruturas específicas. O Bradesco BBI abriu no início do ano uma área apenas para oferecer produtos do mercado de capitais para empresas com até R$ 500 milhões de receita. O Santander dedicou uma vice-presidência à tarefa de aproximar as empresas emergentes, que já são suas clientes, do seu banco de investimento. O Santander mapeou 100 empresas que deverão realizar negócios no curto prazo, como fusão ou aquisição.

Neste mês, a empresa de auditoria britânica Ernst & Young anunciou uma união com a brasileira Terco exatamente para reforçar sua presença entre as médias. Segundo André Viola Ferreira, sócio da Terco, as companhias de médio porte começaram a organizar a estrutura contábil e financeira para não perder oportunidades. "Os empresários se preocupam agora com o passo seguinte: a gestão", diz.

Há até pouco tempo, uma empresa precisava entrar para o clube do bilhão para receber tanta atenção. O que mudou? Primeiro, trata-se de uma evolução natural do mercado de capitais. Chegou a vez das médias. "As empresas grandes já fizeram IPO, já se consolidaram ou ficaram muito caras. As grandes oportunidades agora estarão nas médias", diz Ricardo Lacerda, ex-chefe do banco de investimento do Citi no Brasil e que recentemente fundou a assessoria BR Partners.

A outra explicação está no fato de que as médias vão se tornar grandes em breve. "Com o crescimento esperado do País de 4% a 5% ao ano nos próximos anos, o aumento de demanda será enorme para as empresas médias, exatamente aquelas com estrutura de capital mais frágil", diz João Teixeira, vice-presidente de Corporate e Empresas do Santander. "Um bilhão de faturamento vai acontecer rápido para essas empresas."

Foi esse cenário que fez com que o executivo Carlos Miranda deixasse a Ernst&Young para criar a BR Opportunities, que administra fundos interessados em se tornar sócios de pequenas e médias. "Antes, um fundo demorava de sete a nove anos para conseguir retorno do investimento. Hoje, o período caiu para três a cinco anos", diz.

Setores. A expansão das médias deve se dar em alguns setores específicos: no varejo e na venda de bens de consumo, diante da ascensão da classe C; na infraestrutura, devido aos planos para a Copa do Mundo e a Olimpíada; e no setor de petróleo e gás, com a descoberta do pré-sal. "Só em obras já previstas, serão investidos R$ 500 bilhões na infraestrutura do País nos próximos quatro anos", diz Fábio Mentone, diretor do Bradesco BBI. "Com isso, as grandes empresas vão crescer e levar as médias de carona."

Como estão em estágio inicial de acesso ao capital, o principal dado que mostra, até agora, a ascensão das companhias médias é o aumento no volume de empréstimos. O crescimento desse grupo foi o grande destaque nos balanços do segundo semestre dos principais bancos brasileiros. Uma nova fase, porém, começa a se desenhar. "O desenvolvimento do mercado de capitais vai fazer aumentar o universo de investidores dispostos a comprar ações de empresas menores, com lançamentos menores. Nos próximos dois ou três anos, o mercado deve ficar mais próximo do americano, onde um número enorme de empresas com até US$ 100 milhões de faturamento abrem o capital", diz José Olympio, corresponsável pelo banco de investimentos do Credit Suisse.


Demanda cresce no ritmo da economia

Autor(es): Carmen Lígia Torres, para o Valor, de São Paulo
Valor Econômico - 30/08/2010
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/8/30/demanda-cresce-no-ritmo-da-economia
De janeiro a julho deste ano, mesmo com a redução no ritmo de crescimento dos financiamentos, o segmento de micro, pequenas e médias empresas apresentou resultado positivo no mercado de crédito. O balanço consolidado de desembolsos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) mostra que as empresas com até R$ 90 milhões de faturamento (classificadas pelo banco como pequenas e médias) receberam R$ 25,6 bilhões, ante R$ 11 bilhões do ano passado. Isso significa 128,2% a mais no volume de dinheiro disponível em relação ao registrado nos primeiros sete meses de 2009.
"Quando a economia cresce como um todo, o segmento das micro, pequenas e médias acompanha, pois elas estão ligadas às empresas maiores", diz Cláudio Bernardo Guimarães de Moraes, superintendente de Operações Indiretas do BNDES. O objetivo do banco é, cada vez mais, criar produtos e condições favoráveis para esse cenário. Um exemplo é o cartão BNDES, que tem apresentado grande crescimento e aceitação por parte dos agentes financeiros. "Os bancos que ainda não entraram irão aderir brevemente", afirma.
A estratégia do BNDES é de fazer o repasse direto ao cliente apenas nas operações em volumes acima de R$ 10 milhões. No caso de valores menores, os recursos chegam às empresas via agente financeiro. "Não temos condições operacionais e nem é a filosofia do banco o atendimento direto", explica Moraes. Segundo ele, há produtos modelados para que os agentes tenham ampla flexibilidade e agilidade na aprovação. Além disso, já estão disponíveis ferramentas e métodos para analisar os projetos apresentados e, dessa forma, gerenciar melhor os riscos. As linhas de financiamento do banco , em sua grande maioria, são destinadas para compra de máquinas e equipamentos. "Atuamos muito pouco com operações de capital de giro", explica.
A procura por capital de giro no mercado, de forma geral, continua crescente em todos os segmentos de empresas. Segundo estudo da Febraban, de setembro 2008 a junho de 201, a participação do financiamento para giro saltou de 34% para 46,1%. O volume de recursos movimentado subiu de R$ 444,4 bilhões em 2008 para R$ 511,6 bilhões em 2010. No acumulado dos últimos doze meses, até julho, apurado pelo Banco Central, houve um aumento de 27,4% nos financiamentos para capital de giro, totalizando um volume de R$ 238,3 bilhões.
A ampliação do crédito para as pequenas e médias é algo a ser comemorado, segundo o professor Evaldo Alves, da FGV-EAESP (Escola de Administração de Empresas de São Paulo, da Fundação Getúlio Vargas). Sem o fôlego das grandes para sustentar o aumento da produção, as empresas de menor porte precisam do crédito para acompanhar o ritmo de desenvolvimento continuado Brasil.
Em sua avaliação, o "crescimento da demanda por crédito deve acompanhar o crescimento da economia para que não surjam pressões inflacionárias". "Creio que os recursos privados precisam voltar-se mais para linhas de financiamento a máquinas e equipamentos, pois a economia precisará desse aporte", diz.


Crescem os repasses dos BNDES para cooperativas

Valor Econômico - 30/08/2010
Cerca de 40% da carteira de microcrédito do BNDES é constituída por repasses para as cooperativas que operam com micro e pequenas empresas e empreendedores individuais. Segundo o painel " Cooperativismo de Crédito e Microfinanças", que fez parte da Programação do II Fórum Nacional de Cooperativas de Crédito de MPE, realizado em Foz do Iguaçu na última semana, há uma sinergia já consolidada entre o BNDES e esse segmento financeiro, tendo o Sebrae como articulador para promover o desenvolvimento local. As informações são da Agência Sebrae.
Coordenado pelo gerente de acesso de serviços financeiros do Sebrae em Minas Gerais, Alessandro Barbosa Chaves, o painel mostrou experiências de sucesso das cooperativas Sicoob Credinova, de Morada Nova (RJ); Sicredi Empresarial, de Campo Grande (MS); Sicredi Noroeste e Três de Maio (RS) e da Cresol Cerro Azul (PR).
Carlos de Paula Coelho de Souza, da Sicoob Credinova , informou que a cooperativa tem 6.500 clientes espalhados por 15 municípios do centro-oeste mineiro. A grande inovação da cooperativa, que nasceu rural e se adequou ao regime de livre admissão em 2007, foi a diversificação dos serviços prestados aos associados e a implementação da metodologia do microcrédito nas operações de financiamento para toda a carteira de clientes.
Antes disso, a inadimplência na área de microcrédito, em 2008, era de 0,4%, enquanto nas demais operações estava em torno de 5,11%. Agora, considerando-se todas as operações, a inadimplência geral caiu, em dois anos, para 1,8%.
Paulo Bender de Camargo, da Sicredi Noroeste informou que a cooperativa atua de acordo com as necessidades do negócio do cliente, dando atenção, por exemplo, a jovens que queiram instalar lan-houses. Também pretende associar sete mil crianças e adolescentes, além de financiar reformas de casas e reparos de veículos. Trabalha em conjunto com as associações comerciais e empresariais e com sindicatos de agricultores.
Segundo Patrícia Belter Grau, a Sicredi Empresarial fez uma parceria com a Associação de Ambulantes de Campo Grande, o que ampliou em 479 o número de seus associados. A cooperativa passou a atuar dentro do "camelódromo", facilitando a vida dos lojistas.

Inovação amplia volume de negócios em até 40%

Autor(es): Jacilio Saraiva, para o Valor, de São Paulo
Valor Econômico - 30/08/2010
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/8/30/inovacao-amplia-volume-de-negocios-em-ate-40
Empresas de tecnologia de pequeno porte do Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul buscam recursos na Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) para desenvolver soluções. O objetivo é garantir autonomia para concorrer com grandes companhias, que lançam novas versões de produtos quase mensalmente. Os aportes variam de R$ 500 mil a R$ 4 milhões e serão usados para bancar a criação de softwares de automação comercial e de gestão de centros de segurança, além de sistemas voltados para a área de saúde e internet. Depois da finalização dos projetos, a expectativa dos empresários é aumentar o volume de negócios em mais de 40% ao ano.
A N&L Informática, empresa de Caxias do Sul (RS) especializada no desenvolvimento de softwares de gestão, decidiu buscar recursos na Finep para transformar em produto as pesquisas que realizou sobre a tecnologia RFID (Radio Frequency Identification). Obteve R$ 498 mil em quatro parcelas que serão pagas até o final do ano. "O objetivo é investir em sistemas de gestão empresarial e de vendas", explica Grasiela Tesser, gerente comercial da companhia. O RFID é um método de identificação automática por meio de sinais de rádio enviados por etiquetas coladas a produtos. "Permite identificar mercadorias em cada ponto da cadeia de abastecimento."
O protótipo do sistema foi lançado em uma feira de automação comercial, realizada em São Paulo, em abril. Até o primeiro semestre de 2011, a N&L Informática deve implantar um projeto piloto com a solução. A estimativa é que 40% do crescimento da empresa nos próximos dois anos seja impulsionado pela venda do novo software. Criada em 1981, a companhia tem 85 funcionários e clientes como a rede de lojas Marisa e o Grupo Prato Feito.
A Arcon, de serviços gerenciados de segurança, deve receber em agosto um aporte de R$ 4 milhões da Finep. O montante será aplicado no desenvolvimento de um software para a automação de processos em centros de operações da empresa. A companhia tem unidades no Rio de Janeiro e em São Paulo. Gerencia quase 300 ativos no país, com mais de 125 mil estações de trabalho e servidores de clientes. Faturou R$ 28 milhões em 2009 e deve crescer 15% em 2010, segundo o vice-presidente Marcus Moraes. "A partir de 2012, esperamos crescer 30% ao ano", afirma.
A Epeople, que desenvolve soluções de tecnologia para a área de saúde, vai receber R$ 2,3 milhões da Finep até a segunda quinzena de agosto. "A verba vai para um projeto de fabricação de aparelhos de eletrocardiograma e o desenvolvimento de soluções de TI para cardiologia e ultrassonografia", explica Euclides Barros, presidente da Epeople. Os produtos devem ficar prontos até 2012.
A expectativa da empresa é crescer mais de 40% no primeiro ano do lançamento dos sistemas, que gerenciam clínicas e exames médicos. "Vamos competir com grandes multinacionais da área de saúde, mas com produtos 100% nacionais." A Epeople tem 25 funcionários e clientes como o Hospital das Clínicas e o Instituto do Câncer, em São Paulo. Está no mercado há cinco anos e faturou R$ 4,5 milhões em 2009. Pretende atingir R$ 6 milhões de faturamento em 2010. "As linhas de apoio à inovação da Finep são interessantes porque privilegiam projetos bem estruturados e com resultados em um prazo mais longo", analisa André Matos, diretor da empresa carioca Lumis, que também conta com o suporte da financiadora.
O valor do projeto da Lumis, que trabalha com gestão de portais na internet, está avaliado em R$ 1,3 milhão. O prazo para finalização é 2011 e a empresa vai utilizar o novo produto para fidelizar clientes e expandir a carteira de contratos entre emissoras de televisão e grupos de varejo. "Estimamos um retorno médio de 40% ao ano com a comercialização do produto."
Em maio, o governo federal anunciou um novo pacote de investimentos para a área de ciência, tecnologia e informática no valor de R$ 2,5 bilhões. O montante deve ser oferecido pela Finep por meio de programas de cooperação com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e em chamadas públicas entre universidades, instituições e empresas.

Olho na Copa

Autor(es): Jacilio Saraiva
Valor Econômico - 30/08/2010
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/8/30/olho-na-copa
A Copa do Mundo de 2014 vai gerar mais de R$ 140 bilhões para, pelo menos, dez setores da economia nacional. Estima-se que os segmentos com grande concentração de micro, pequenas e médias empresas, como têxtil, serviços e informática, que serão direta e indiretamente atingidos pelo evento, movimentem quase R$ 15 bilhões. Os números fazem parte do estudo Brasil Sustentável-Impactos Socioeconômicos da Copa do Mundo 2014, elaborado pela Ernst&Young em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV).
"As empresas já estão se movimentando para oferecer produtos e serviços para um contingente estimado de 7,4 milhões de turistas estrangeiros que vão circular pelo país em 2014", afirma José Carlos Pinto, sócio da Ernst&Young.
Pequenas e médias empresas de diferentes setores, como o Portal da Educação, da área de treinamento, e a Tecnoblu, que atende o setor têxtil, já fazem investimentos de olho na Copa. A previsão das companhias é crescer cerca de 20% entre 2013 e 2014. Para o consultor da Ernst&Young, todas as empresas com interesse em captar oportunidades com o mundial devem iniciar imediatamente um processo de planejamento.
"As pequenas e médias companhias, que têm fluxo de caixa menor e disponibilidade de crédito limitada, devem preparar-se, a partir de agora, para atender às demandas que irão surgir", diz.
Segundo o levantamento, os setores mais beneficiados pela Copa do Mundo serão os de construção civil, alimentos, bebidas e serviços. Ao todo, essas áreas deverão ter a produção aumentada em R$ 50,1 bilhões. Rodrigo Teles, diretor geral do Instituto Endeavor, organização que apoia o empreendedorismo em dez países, comenta que, de acordo com o Ministério dos Esportes, de US$ 5 bilhões a US$ 10 bilhões devem entrar na economia, "o que significa mais contratos para empreendedores antenados", afirma.
Segundo Teles, se as pequenas e médias empresas abocanharem um pequeno pedaço dos aportes previstos, poderão duplicar ou até triplicar de tamanho. O diretor do Endeavor acredita que as principais oportunidades surgirão em nichos como infraestrutura, telecomunicações, segurança, energia e mobilidade.
Em Campo Grande (MS), o Portal Educação, que oferece cursos on-line de atualização profissional e de pós-graduação, deve criar mais dez cursos de inglês e oito novos treinamentos para os setores de turismo e hotelaria. O site oferece mais de 500 cursos em 25 áreas, como administração, direito, esporte, gestão e liderança.
"Os preparativos começaram antes mesmo de o país ser anunciado como sede do evento", garante o presidente da empresa, Ricardo Nantes. Até o final de 2011, o portal lança uma bateria de cursos para atender o público envolvido com a Copa. A ideia é qualificar profissionais de turismo e oferecer mais aulas de inglês e espanhol.
A meta de Nantes é aumentar a participação de mercado do site em 20%, com cursos para profissionais liberais e empresas. De acordo com o estudo da Ernst&Young, os investimentos projetados na área de hotelaria, de cerca de R$ 3 bilhões, adicionarão 19,4 mil novas unidades habitacionais ao pool hoteleiro das cidades-sede da Copa. "Será preciso investir em qualificação profissional."
Na Tecnoblu, de Blumenau (SC), a expectativa é a alta dos negócios no setor têxtil, área com impacto estimado de R$ 580 milhões por conta da Copa. A empresa de 192 funcionários desenvolve etiquetas, metais e botões para marcas como Colcci, Forum e Animale.
"Já definimos um grupo de profissionais que vai trabalhar parte do expediente somente no projeto Copa 2014", adianta o diretor de inovação e marketing Cristiano Buerger. "Temos potencial para crescer cerca de 20%, entre 2013 e 2014." Para garantir o retorno dos negócios, o plano da Tecnoblu, que deve faturar R$ 30,5 milhões em 2010, é investir R$ 300 mil até o final de 2011, em novas linhas de produtos e pesquisa de mercado.

Tributação é maior no aço brasileiro, diz estudo global

Autor(es): Ivo Ribeiro, de São Paulo
Valor Econômico - 30/08/2010
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/8/30/tributacao-e-maior-no-aco-brasileiro-diz-estudo-global
A siderurgia brasileira vai mostrar ao governo, em números, o que diz ter alertado em palavras há muito tempo sobre o impacto dos tributos na competitividade do setor. Contratou há quatro meses um estudo de análise comparativa da carga tributária na cadeia do aço em seis países - Estados Unidos, Brasil, Alemanha, Turquia, Rússia e China. O resultado do trabalho que acaba de ser entregue pela Booz & Company aponta que o aço brasileiro está entre os mais competitivos do mundo quando se avalia apenas o custo direto de produção, mas perde força e fica em último lugar ao sofrer o peso da carga de tributos brasileira.
E a sobrecarga maior da tributação existente no país, identifica o estudo, concentra-se em quatro tipos de impostos bem conhecidos: o ICMS, aplicado sobre vendas, o IPI (sobre o processo de industrialização), o PIS e a Cofins (contribuições sociais). O percentual atinge o dobro e , em alguns casos, até o triplo, do montante cobrado nos demais países selecionados para a pesquisa realizada pela consultoria americana.
O levantamento encomendado pelo Instituto Aço Brasil (IABr), entidade que representa as siderúrgicas no país, considerou dois produtos que são referência na indústria siderúrgica mundial: bobina laminada a quente e vergalhões. O aço laminado é usado em diversas aplicações, como fabricação de autopeças, e como matéria-prima de produtos mais nobres do aço, caso das chapas utilizadas para fazer carrocerias de automóveis, geladeiras e fogões. O vergalhão é tradicionalmente conhecido pelo seu uso em obras na construção civil em geral - desde uma pequena casa à barragem de uma hidrelétrica.
"O estudo identificou todos os impostos relevantes na cadeia do aço", diz Marco Polo de Mello Lopes, presidente-executivo do IABr. Inclusive aqueles aplicados sobre os novos investimentos, na compra equipamentos e serviços, bem como a incidência de despesas financeiras e taxas de juros nesses projetos. "O Brasil tem a mais elevada taxa do mundo", observa Lopes. "Enquanto o efeito do tributo aqui é de 50% sobre o investimento das empresas, a média dos índices dos outros cinco países é 13%", acrescenta. A vice-campeã é a Rússia, com 22% (menos da metade do Brasil), e quem onera menos sãos os EUA, com 10%.
O estudo completo abrangeu toda a cadeia de tributos que atinge a produção siderúrgica nos países escolhidos para a pesquisa. São nações das regiões desenvolvidas (Europa e América do Norte) e integrantes dos Bric, a região dos emergentes formada por Brasil, Rússia, Índia e China. A China lidera disparadamente a produção de aço no mundo, com quase metade do total fabricado - deve fazer mais de 600 milhões de toneladas este ano. O Brasil é o quinto entre os seis países-alvo da pesquisa e com mercado interno aquecido. A Turquia desponta como nova potência para figurar entre os dez maiores produtores. Já EUA, Alemanha e Rússia, com a crise, sofreram forte baque.
No Brasil, a Booz analisou o impacto do imposto de renda (IRPJ), CSLL, PIS e Cofins, ICMS, IPI, encargos trabalhistas, como fundo de garantia (FGTS), previdência (INSS), SAT e outros. Incluiu também IPTU (territorial urbano), IOF (sobre operações financeiras), AFRMM (taxa da Marinha Mercante) e ISS (taxa sobre serviços). "A lista é imensa", afirma o presidente do IABr.
Ao se comparar apenas o custo de produção, sem os impostos equivalentes nos seis países, o Brasil detém o terceiro melhor custo na bobina laminada. Só perde ligeiramente para a China. No vergalhão, é o quarto, a atrás de Rússia, EUA e China. Isso é explicado por deter aqui matéria-prima próxima (minério de ferro), usinas e processos de produção modernos, gestão qualificada, a despeito de enfrentar gargalos na infraestrutura de transporte e portuária, observa o executivo.
Até aí, diz Lopes, o setor resiste à competição com o aço dos seus concorrentes. O problema, aponta ele, vem quando se adiciona o peso de toda a carga de impostos existente no Brasil na cadeia produtiva. O custo da bobina laminada tem aumento de 47,7% e o do vergalhão, de 41,2%. "Ao comparar com os outros cinco países, ficamos bem acima da média de 24,1% e 28,7%, respectivamente", explica o executivo. No caso da bobina, o aço russo é o mais próximo, com 29,9%, e o alemão tem a menor tributação, enquanto o chinês é praticamente metade do brasileiro. No vergalhão, a China - que tem um consumo interno gigante - aplica o menor índice: 19,3%.
Por conta disso, a competitividade do aço brasileiro, conforme a pesquisa da Booz, cai para último lugar nos dois produtos, com alta de 51% sobre uma base 100 na chapa laminada e de 46% no vergalhão. Ao se considerar o impacto de tributos associados a investimentos (expansões e novas unidades industriais), o índice de competitividade vai a 153 e 147%, respectivamente, nos dois produtos,
"Sofremos uma carga enorme", afirma Lopes, que deseja levar essa radiografia tributária a todas as instâncias de governo no país. "Atingimos um custo tributário total, somando impostos sobre produção, vendas e investimentos, de 51% na bobina e de 42,7% no vergalhão", informa, ressaltando que o Brasil encontra-se muito desalinhado em relação aos seus concorrentes. "O peso maior vem de quatro impostos - ICMS, IPI, PIS e Cofins -, com cerca de três quartos da carga tributária total sobre o setor".
A pesquisa identificou ainda o impacto na exportação de produtos siderúrgicos nos seis países. No caso brasileiro, abrange resíduos de ICMS e outros impostos. O custo tributário para venda de bobina a quente ao exterior chega a 12,7%, bem superior à média de 7,2% dos demais países. China e EUA são os que menos taxam.
No primeiro semestre, as importações brasileiras de aço atingiram, 2,73 milhões de toneladas, alta de 148% sobre o mesmo período de 2009. Mais de 70% desse volume é de aços laminados planos. Para o ano, a previsão do IABr é de 4,2 milhões de toneladas. "Somando importação direta de aço e bens fabricados com aço, como uma autopeça, vamos bater 8 milhões de toneladas. Esse volume corresponde a uma siderúrgica como Usiminas", afirma Lopes.
O fundamental para o país, diz o executivo, é preservar seu mercado interno, hoje alvo de cobiça de produtores de todo o mundo. "A demanda aqui está aquecida, batendo recordes, enquanto em outros países ainda não houve recuperação da economia. E há um excesso de oferta de aço no mundo".
A reforma tributária do país, ao seu ver, é fundamental, pois no mundo se pratica apenas dois modelos de cobrança de impostos - o "Sale Tax" (imposto sobre venda final) nos EUA, e o IVA (sobre valor agregado) na Europa e outros país. "A redução dos custos tributários no Brasil é questão crítica para a competitividade da indústria do aço e para seus clientes diretos e indiretos", afirma.



BB quer voltar ao mercado externo em setembro

Autor(es): Fernando Travaglini e Cristiano Romero, de Brasília
Valor Econômico - 30/08/2010
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/8/30/bb-quer-voltar-ao-mercado-externo-em-setembro
O Banco do Brasil (BB) prepara para setembro uma captação de recursos no exterior. A instituição quer aproveitar o momento favorável, tanto em termos de liquidez quanto de taxas para as empresas brasileiras.
O banco também caminha a passos largos para ascender ao Nível 2 de listagem dos recibos negociados na bolsa de Nova York, os "American Depositary Receipts" (ADR).
O objetivo da instituição é aproveitar a janela que deve se abrir em setembro, em meio a taxas historicamente baixas, para emitir dívida subordinada no exterior. As taxas dos papéis de 10 anos do governo americano (Treasuries), que servem de referência para essas operações, estão em nível muito baixo. Além disso, dada a demanda por títulos brasileiros, o spread deve ficar também em patamar bastante inferior ao de anos anteriores. Um papel de 10 anos, por exemplo, está abaixo de 6% ao ano.
Em julho, o Tesouro Nacional captou US$ 750 milhões com a menor taxa de juros da história para os papéis em dólar, 4,547% ao ano. Neste mês, o Bradesco lançou papéis, também de dez anos, captando US$ 1 bilhão ao custo de 5,95% ao ano. A demanda atingiu R$ 4 bilhões. Desde então, os juros americanos voltaram a cair, reagindo ao anúncio do Federal Reserve (o banco central americano) de recompra de títulos públicos. O Banco do Brasil espera apenas a volta do mercado, em setembro.
Ainda na área externa, o banco quer turbinar seus ADRs (recibos lastreados em ações já em circulação), realizando a migração do nível 1 para o nível 2, mais sofisticado. O banco estatal foi um dos últimos das grandes instituições financeiras brasileiras a operar com recibos em Nova York. O programa teve início no fim do ano passado.
A instituição prepara agora a publicação de seus balanços seguindo os padrões americanos, dentro das regras da lei Sarbanes-Oxley, uma das exigências para a mudança. No nível 1, onde está o BB, a negociação é feita somente no mercado de balcão americano (conhecido por OTC Markets) e a empresa não pode fazer ofertas públicas. Já no nível 2, há mais regras, como a necessidade de que as demonstrações contábeis sejam apresentadas seguindo os padrões americanos (US GAAP). Existe ainda o nível 3, com negociação em qualquer bolsa dos Estados Unidos.
O grande benefício dessa alteração é o ganho de credibilidade. Para uma empresa que quer se estabelecer no exterior, como é o caso do BB, é importante ter ações negociadas nas bolsas internacionais. Neste momento o banco avalia a compra de pelo menos dois bancos nos EUA, ainda este ano, além de aquisições na América Latina e na África.
O fato de os grandes investidores estarem no exterior também reforça essa visão. Além disso, os ADRs melhoram a liquidez do papel aqui no Brasil. Desde o lançamento de recibos nos EUA, o volume negociado das ações do banco na bolsa brasileira praticamente triplicou.


Cenário é favorável para transações no Brasil e no exterior

Autor(es): Adriana Aguilar, para o Valor, de São Paulo
Valor Econômico - 30/08/2010
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/8/30/cenario-e-favoravel-para-transacoes-no-brasil-e-no-exterior
Com um valor médio de US$ 20 milhões por transação, as pequenas e médias empresas foram protagonistas nos processos de fusões e aquisições realizados de janeiro a julho de 2010. Do total de 124 operações com valores divulgados, 94 delas - 75% do total -envolveram empresas de pequeno porte. No total, as 124 transações somaram US$ 34 bilhões, volume 34% maior do que o mesmo período do ano anterior e recorde histórico para o período, segundo o sócio da área de fusões e aquisições da PricewaterhouseCoopers Alexandre Pierantoni. "As transações nesse segmento, com baixa ou nenhuma alavancagem, caracterizam o mercado brasileiro"", afirma.
Se forem incluídas as operações cujos valores não foram divulgados, o total de transações chega a 434 nos sete primeiros meses de 2010. Incluem-se aí empresas privadas e fundos, sem obrigação de divulgar informações. O estudo da PricewaterhouseCoopers verificou-se que as 10 maiores transações, entre empresas de grande porte, somaram US$ 23,9 bilhões. As 94 transações de pequeno porte registraram valor de US$ 1,9 bilhão, resultando na média de US$ 20 milhões por operação. Todas as operações anunciadas não incluem acordos, joint-ventures e transações entre multinacionais ocorridas fora do Brasil.
O volume acumulado de negócios até julho de 2010 confirmou o bom momento do Brasil no contexto internacional. Os grupos nacionais continuam na liderança das transações, envolvendo compra de participação. Em números absolutos, o capital nacional participou este ano de 220 transações - 60% do total - número 37,5% maior do que o registrado no mesmo período em 2009. O capital estrangeiro (fundos de private equity) esteve presente em 40% dos negócios anunciados, o equivalente a 145 transações, 38 a mais do que em 2009. " Os privates equities são os grandes agentes consolidadores, principalmente, de setores ligados a consumo e varejo, educação e saúde " , diz Pierantoni.

Os setores químico e petroquímico, bancos e varejo, representaram juntos 21 % das transações. No varejo, o destaque foi para os negócios envolvendo redes de farmácia e shopping centers. No setor de alimentos, com participação de 10% no total das transações, destacaram-se os segmentos de proteína animal, açúcar e álcool e produtos agrícolas. A internacionalização de grandes grupos nacionais contribuiu para esse movimento. No setor de tecnologia da informação (TI), com 9% das transações, o destaque de transações foi para os segmentos de software e sistemas de rede, segundo Pierantoni.
Já o número de consultas relacionadas à reestruturação de contratos das empresas, envolvendo todos os tipos de transações, aumentou 300% no primeiro semestre de 2010 para o escritório Velloza, Girotto e Lindenbojm Advogados Associados, comparado ao número de consultas de todo ano de 2009. Segundo Alexandre Lindenbojm, sócio responsável pela área de fusões e aquisições do escritório, os ativos do Brasil estão valorizados e apresentam perspectiva enorme de crescimento nos próximos anos. Com isso, muitas empresas familiares passaram a receber propostas tentadoras. "Elas percebem que, ao lado de grandes agentes consolidadores, poderão crescer e ganhar mais força diante da concorrência", explica Lindenbojm.
A atração dos private equities pelo Brasil deve-se ao potencial de crescimento da economia interna. Há projeções que mostram que o caixa de muitas empresas deve superar o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do País. Além disso, os investidores internacionais estão atentos aos investimentos programados para a realização dos eventos internacionais (Copa do Mundo e Olimpíadas), e ao aumento do número de empregos e de renda da classe C.
Do lado das pequenas empresas, setores pulverizados, com expressivo volume de empresas começam a aproveitar o bom momento do Brasil no exterior, com perspectiva de crescimento no médio e longo prazo. É uma oportunidade para as empresas locais e regionais tornarem-se nacionalmente conhecidas e até de colocarem um pé no exterior. Por enquanto, a região sudeste lidera esse movimento com 76% das transações (270 negócios) nos sete primeiros meses de 2010, sendo 72% no Estado de São Paulo, 20% no Rio de Janeiro e 8% em Minas Gerais.
Na avaliação do professor de negócios internacionais, Olavo Henrique Furtado, a consolidação de setores está atingindo a base da pirâmide, onde se encontram as pequenas empresas. " Elas precisam ganhar escala e internacionalizar-se para aumentar as oportunidades de negócios", afirma o professor e também coordenador de pós-graduação e MBA da Trevisan Escola de Negócios.


Odebrecht entra em nova fase nos EUA

Autor(es): Stella Fontes, de Miami
Valor Econômico - 30/08/2010
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/8/30/odebrecht-entra-em-nova-fase-nos-eua
Em vias de assinar mais um contrato vultoso com o condado de Miami, para a construção de um complexo empresarial, comercial e hoteleiro junto ao aeroporto internacional do município, a brasileira Odebrecht está avançando a passos largos sobre território americano. Além do projeto, avaliado entre US$ 600 milhões e US$ 700 milhões, a construtora está pronta para participar da licitação para construção do primeiro Trem de Alta de Velocidade (TAV) dos Estados Unidos, um projeto de US$ 2,5 bilhões somente na primeira fase, e se prepara para fincar os pés no Texas, por meio de concorrências para construção de um estádio de futebol americano e outro de beisebol. "Estamos em uma nova fase, com foco em contratos maiores e na busca de oportunidades em outros Estados", afirma o presidente da Odebrecht nos Estados Unidos, Gilberto Neves.
Com exatos 20 anos de presença no mercado americano, a Odebrecht conquistou o direito de negociação do novo projeto no Aeroporto Internacional de Miami e pode assinar o contrato já nesta semana. Conforme Neves, cinco grupos mostraram interesse, porém apenas dois seguiram na disputa pelo direito de negociação com o condado. E a construtora brasileira foi vencedora. "Alguns termos do acordo estão sendo ajustados e os "senadores" terão de aprová-los", conta o executivo, que participou do início das operações nos Estados Unidos. Um dos pontos já alterados é relativo à construção de um centro de diagnósticos, que acabou cedendo lugar a um centro empresarial.
Em modelo de Parceria Público-Privada (PPP), o empreendimento deverá ter a Odebrecht como investidora e operadora durante certo período. O "project finance" será desenhado pela companhia, que deve buscar bancos e outros parceiros. A proposta prevê a construção de mais um hotel - a unidade já existente será reformada -, um shopping center e torres de escritórios, similares às existentes nos aeroportos de Orlando e Dallas. "Vamos buscar os investidores. O aeroporto só entrará com os terrenos, que hoje não são utilizados", explica Neves. Ao fim de 35 ou 40 anos de concessão, os ativos serão revertidos ao aeroporto.
O projeto apresentado pela Odebrecht levou em conta, de acordo com o executivo, a necessidade do aeroporto de gerar receitas não vinculadas aos negócios aeronáuticos e, desta forma, possibilitar a redução dos custos das companhias aéreas que operam no aeroporto internacional. Hoje, em razão dos elevados investimentos em expansão e da emissão de cerca de US$ 6 bilhões em bônus do Aeroporto Internacional para financiar tais projetos, as aéreas acabam por pagar taxas elevadas de operação. Com geração de caixa adicional, esses custos poderão ser reduzidos. A Odebrecht foi responsável pelas obras de expansão nos terminais Norte, ainda em execução, e Sul do aeroporto, em contratos que totalizaram US$ 1,94 bilhão.
Na disputa pela construção do TAV, cujo edital será publicado em outubro, a Odebrecht entrará em parceria com a espanhola Dragados. A construtora chegou a assinar contrato semelhante, na década de 90, porém o projeto do TAV acabou cancelado. A primeira fase do empreendimento ligará Tampa a Orlando. Na segunda etapa, com orçamento ainda indefinido, a linha será ampliada a Miami. O vencedor do primeiro lote terá o direito de construir o segundo trecho e o contrato prevê também a operação do TAV.
Além do foco em projetos de grande porte, a operação americana da Odebrecht quer desbravar novos mercados. De olho no potencial do Texas, avalia duas licitações para construção de estádios, estimadas em US$ 60 milhões. Para os negócios naquele Estado, já nomeou um diretor de contrato. "Vamos buscar contratos maiores. Não entraremos em obra para perder dinheiro", diz Neves.
Essa seletividade reflete o amadurecimento da operação da construtora nos Estados Unidos. Há 20 anos, quando chegou ao país, ela tinha como foco atrair mão de obra especializada e fixá-la em seus quadros. Depois dessa fase, voltou-se para concorrências na modalidade menor preço, com contratos de US$ 15 milhões a US$ 50 milhões. O salto veio com os US$ 840 milhões para expansão do terminal Sul do Aeroporto de Miami, em associação com a americana Parsons. "Essa é a terceira fase: atuar com sócio americano. No Texas, vamos olhar parcerias com empresas locais", diz o presidente.
Com faturamento de US$ 300 milhões anuais, a operação americana responde por cerca de 5% dos negócios globais da construtora. Apesar da participação relativamente pequena, a operação é estratégica para a construtora. "O mercado americano é muito competitivo e não somos grandes aqui como no Brasil. Isso faz com que formemos profissionais extremamente qualificados, que saem daqui preparados para qualquer operação em outro país", afirma.
Primeira construtora brasileira a ganhar um contrato público nos Estados Unidos, a Odebrecht foi responsável por 57 obras no país, num total de US$ 3 bilhões. "Não se pode subestimar a economia americana (diante da crise). Ainda há muita obra a ser feita", avalia.









Contexto - Brasil

Valor Econômico - 30/08/2010
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/8/30/contexto-brasil
Até 1994, quando o governo brasileiro concluiu as negociações com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e ao mesmo tempo lançou o Plano Real, o grande foco da política fiscal do Estado estava na dívida externa. A dívida interna líquida do setor público variava em torno de 30% do Produto Interno Bruto (PIB). Entre o lançamento do Real, em julho daquele ano, e janeiro de 1999, a política econômica visava a paridade da nova moeda com o dólar. Para isso, o Banco Central mantinha elevada a Selic, a taxa de juros básica. Do piso de 28% que a relação dívida/PIB obteve em 1995 houve uma alta de dez pontos percentuais em quatro anos, atingindo 38,9% ao fim de 1998. A crise cambial de janeiro de 1999 elevou o endividamento ao tornar mais caro o mesmo saldo com o exterior - em apenas um mês (dezembro de 98 e janeiro de 99), a dívida passou de 38,9% para 47,1% do PIB.

A reversão cambial de 2002 produziu o mesmo efeito sobre o endividamento do Estado brasileiro, que atingiu a máxima de 63,1% do PIB em setembro daquele ano. De lá para cá, houve redução gradual dessa relação, que oscilava em torno de 43% em meados de 2008. A explosão da crise mundial e a desvalorização cambial decorrente, no entanto, não repetiu 1999 e 2002 - a dívida encolheu mais de quatro pontos percentuais apenas por efeito cambial, uma vez que o denominador, o PIB, recuara.










Crescimento ajuda menos a trajetória da dívida

Autor(es): João Villaverde, de São Paulo
Valor Econômico - 30/08/2010
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/8/30/crescimento-ajuda-menos-a-trajetoria-da-divida
Um fantasma muito presente nos rumos da política econômica perdeu a urgência que tinha desde a instituição do Plano Real. Depois que a crise mundial interrompeu a queda do endividamento público como proporção do Produto Interno Bruto (PIB) no ano passado, revertendo um processo iniciado em 2003, a dívida líquida do setor público deve encerrar o ano em torno de 40% do PIB, o resultado mais baixo em 12 anos - exceção feita aos 38,4% de 2008, patamar contagiado pelos efeitos da crise mundial que explodiu em setembro daquele ano.
Importante por demonstrar as necessidades de financiamento de um país, a relação entre dívida líquida e PIB está no centro dos debates econômicos nos países ricos desde o ano passado. Para fazer frente à recessão, governantes mundiais expandiram os gastos públicos e a estatização de instituições financeiras com problemas, o que ampliou o endividamento do setor público mundo à fora, ao mesmo tempo em que o PIB perdia força. A relação entre dívida e PIB chega a beirar os 200%, como no caso do Japão. No Brasil, por outro lado, o endividamento público se elevou em 2009, quando o PIB registrou retração de 0,2%, mas desde o início de 2010 aponta para recuperação acelerada.
O forte crescimento esperado para o PIB deste ano, contudo, trará uma ajuda à redução da dívida como proporção do tamanho da economia menor que o registrado em outros anos de forte crescimento da atividade. Em 2004, a proporção caiu 4,3 pontos em relação a 2003, enquanto entre 2007 e 2008 essa queda chegou a 6,7 pontos. Agora, o recuo com relação a 2009 ficará pouco acima de dois pontos.
A forte aceleração do PIB, que sai do terreno negativo para um dos dados mais fortes da economia mundial em apenas um ano, não derruba mais a relação entre dívida e PIB porque parte relevante do endividamento público - quase 80% - é balizado pela Selic, que hoje está fixada em 10,75% ao ano.
Há também, como destaca Fernando Rocha, economista da JGP Gestão de Recursos, "a condição de credor externo adquirida pelo país nos últimos anos, que permite que mesmo um repique cambial seja positivo para nosso endividamento". O economista se refere ao processo iniciado em 2005, quando o país quitou suas dívidas com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Clube de Paris. Ao mesmo tempo, o Banco Central iniciava a compra agressiva de dólares para formar reservas internacionais, que estavam em US$ 53,8 bilhões naquele ano e hoje já superam US$ 251 bilhões - um incremento nominal de 78,5% em cinco anos.
"A forte desvalorização que o câmbio teve no fim de 2008, quando estourou a crise, foi benéfica para o endividamento, um fato inédito, que nos deixa em boa posição para eventuais choques cambiais", diz Rocha. A relação dívida/PIB oscilava em torno de 43% ao longo de 2008, antes de despencar a 38,4% apenas três meses, após a explosão das turbulências mundiais. "Então, se ocorrer um problema externo no médio prazo que desvalorize o câmbio, a dívida deve cair mais rápido ainda", avalia o economista. Em 2002, quando o dólar saltou dos R$ 2,80 de janeiro para R$ 3,99 em setembro, a dívida líquida do setor público saltou onze pontos percentuais, chegando a atingir 63,1% em setembro.
"A crise global terminou por tornar-nos uma beleza", avalia Fernando Montero, economista-chefe da Convenção. Para ele, o avanço do denominador desta relação - o PIB - acaba por "absorver" erros que são feitos na condução do numerador - a dívida pública. "O problema fiscal é que o fiscal não é mais problema, uma vez que a relação dívida/PIB não preocupa", afirma.
As cerca de cem instituições financeiras ouvidas pelo Banco Central por meio do boletim Focus avaliam que a dívida pública fechará o ano equivalendo 40,7% do PIB, a previsão mais otimista desde o início de 2010, quando o mercado chegou a estimar essa relação em 43%. Diante do resultado aquecido da economia no primeiro trimestre - que levou as previsões de PIB para algo entre 6,5% e 7,5% de alta - a dívida foi diminuindo seu espaço.
"Para voltar a subir e se constituir num problema, a dívida pública teria que crescer de maneira muito forte, algo que não está colocado para os próximos três ou quatro anos", avalia José Francisco de Lima Gonçalves, economista-chefe do Fator. "Em 2009, o PIB ficou zerado, o que permitiu um leve avanço do endividamento. Agora, com alta de 7% e no próximo ano de 4% ou 4,5%, fica muito difícil imaginar que a dívida vá se elevar", diz o economista.

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