ALL CRIA MINERADORA INTEGRADA | ||||
Autor(es): Por Mônica Scaramuzzo | De São Paulo | ||||
Valor Econômico - 20/12/2011 | ||||
Com investimentos estimados em R$ 7,6 bilhões até 2016, acaba de nascer a Vetria Mineração, que vai extrair, transportar e comercializar minério de ferro do Maciço do Urucum, em Corumbá (MS). A América Latina Logística (ALL), uma das maiores ferrovias do continente, aliou-se aos grupos Triunfo Participações e Investimentos (TPI) e Vetorial Mineração para criar a nova empresa. A Vetria surge como uma mina operacional com capacidade para negociar 27,5 milhões de toneladas por ano e terá garantido por contrato de longo prazo o escoamento ferroviário da produção até Santos, além da exportação por um terminal portuário próprio. O executivo Alexandre Santoro, ex-Danone e Ambev, será o presidente da nova companhia Em uma estratégia agressiva, a América Latina Logística (ALL), uma das maiores ferrovias da América Latina, aliou-se aos grupos Triunfo Participações e Investimentos (TPI) e Vetorial Mineração para criar a Vetria Mineração S.A. Essa nova empresa vai extrair, transportar e comercializar minério de ferro oriundo do Maciço do Urucum, em Corumbá (MS), até o porto de Santos (SP). A nova companhia, que já nasce com uma mina em operação, que alcançará no auge capacidade para comercializar 27,5 milhões de toneladas por ano, terá garantido por contrato de longo prazo o escoamento da produção via ferrovia, além de exportação do produto por meio de um terminal portuário próprio, que será instalado em Santos. O executivo Alexandre Santoro estará à frente da nova empresa. Ex- Danone e ex- Ambev, Santoro fez carreira na ALL nos últimos dez anos. O mercado alvo para venda do minério será a Ásia, sobretudo China, Japão e Coreia, e a Europa. A aliança entre os três grupos começou a ser costurada em fevereiro. Idealizadora do projeto, a ALL terá o controle da Vetria, com 50,4% de participação. A Vetorial fica com fatia de 33,8% e a Triunfo, com 15,8%. Os investimentos estimados para colocar essa empresa em operação a partir de 2016 - integrando mina, ferrovia e porto - são de R$ 7,6 bilhões nesse período. "A Vetria foi concebida com ativos que incluem o terminal portuário, a mina, as locomotivas e vagões e contrato de longo prazo [de 30 anos] para escoamento da produção, o que garante uma capacidade de 27,5 milhões de toneladas/ano", disse Paulo Luiz de Araújo Basílio, presidente da ALL. Basílio explicou que a Vetria vai investir cerca de R$ 1,1 bilhão na expansão de capacidade da mina, hoje de 1 milhão de toneladas, para 20 milhões de toneladas anuais, em uma primeira etapa. Aproximadamente R$ 2,2 bilhões vão para revitalização da ferrovia (um trecho de cerca de 1.800 quilômetros). E R$ 2,3 bilhões serão gastos em aquisições de material rodante - 5.600 vagões e 180 locomotivas, substituição de 3 milhões de unidades de dormentes de madeira por ferro. Para completar, R$ 2 bilhões serão aplicados na construção de um terminal portuário em Santos, localizado na margem esquerda do porto, projetado para ter capacidade estática de 1,3 milhão de toneladas de minério de ferro. "Os aportes serão feitos pela Vetria. Esperamos trazer 30% em equity [cerca de R$ 2,3 bilhões]. Ou seja, vamos buscar um sócio, que pode ser um fundo de investimento ou um investidor estratégico da área de mineração, mas ainda vamos conversar. Outros 70% serão dívidas, que serão tomadas pela Vetria, sem o aval dos acionistas. É um negócio separado. Além de nós três [ALL, Triunfo e Vetorial], vamos ter mais um sócio", disse Basílio. "No limite, teremos um IPO [oferta pública de ações]", completou. A região de Corumbá, onde a mina está localizada, é pouco explorada economicamente por não ter opção logística para o escoamento do minério de ferro. "Hoje, o minério sai por barcaças via hidrovia Paraguai-Paraná. Em condições normais, demora cerca de 25 dias, mas em período de seca são cerca de 30 dias para chegar até Rosário [Argentina]", disse Santoro. Por ferrovia, o trajeto de ida e volta é de 8 dias. "Ocupamos 2.800 hectares, dos quais 1.280 hectares são área mineralizada. É dentro dessa área a nossa estimativa de 1 bilhão de toneladas de reservas. Já fizemos estudos, com algumas perfurações. Agora estamos em fase de validação internacional para aferir esse volume", disse Santoro. Essa região, segundo ele, não é exatamente uma fronteira nova - outras mineradoras, como a Vale, operam no local. "O conceito do minério que exploramos é do tipo "lump", de custos mais baixos, uma vez que é de melhor qualidade e vai direto para o alto-forno, sem precisar passar pelo processo de concentração", disse. São poucas as minas no mercado internacional com esse tipo de minério, de acordo com o executivo. "Isso nos garante um prêmio de US$ 15 a tonelada", afirmou. O minério está cotado atualmente a cerca de US$ 135 por tonelada. Se estivesse em operação hoje, a Vetria seria uma empresa com porte de US$ 3 bilhões de faturamento, considerando os 20 milhões de toneladas anuais, estimados nessa primeira fase, e os atuais preços praticados no mercado. Nos próximos 18 meses, a nova companhia deverá se dedicar ao processo de certificação da mina, obtenção de licenças e capitalização da empresa. Os outros 30 meses serão para a execução das obras. Carlo Bottarelli, presidente da Triunfo, explicou que a área disponível para a construção do terminal de Santos já possui licença prévia para operação, mas precisa obter uma autorização para operar com minério. A licença ambiental atual é para movimentar granéis líquidos (combustíveis), sólidos e contêineres.. "A TPI adquiriu esse terreno em agosto de 2008. Nosso objetivo, àquela época, era replicar em Santos o nosso projeto do porto de Navegantes (SC)." Antes de se juntar aos dois parceiros estratégicos, a Vetorial Participações, fundada em 1969, já explorava 1 milhão de toneladas/ano de minério de ferro em suas minas em Corumbá, com parte destinada para consumo próprio em suas três usinas de ferro-gusa no Mato Grosso do Sul. Maior operadora de ferrovias da América Latina, com uma malha de 21.300 quilômetros, a ALL iniciou em 2010 um plano de diversificação de seus negócios. No ano passado, a companhia criou uma nova empresa, a Brado Logística e fez a fusão dela com a Standard, empresa que também tem sede em Curitiba e com a qual já possuía parceria em cargas refrigeradas, para atuar no mercado de contêineres que chegam aos portos nos quais a ALL atua. Em julho deste ano, a companhia, por meio de sua subsidiária ALL Intermodal, criou a Ritmo Logística em parceria com a Ouro Verde Transporte e Locação, para atuar transporte rodoviário. ALL, Triunfo e Vetorial anunciam mineradora e preveem investir R$ 7,6 bi
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sábado, 24 de dezembro de 2011
ALL CRIA MINERADORA VETRIA COM INVESTIMENTO DE R$ 7 BI
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