São Paulo, terça-feira, 13 de dezembro de 2011 |
Em 40% dos casos presença se limita a um escritório de representação, muitas vezes com 2 pessoas
DE SÃO PAULO Apenas 0,06% dos investimentos diretos brasileiros -ou seja, US$ 6 de cada US$ 10 mil- foram destinados para a China na última década, segundo levantamento divulgado ontem pelo CEBC (Conselho Empresarial Brasil-China). Só para comparar, os investimento diretos dos EUA na China correspondem a 1,55% do estoque total, ou seja, proporcionalmente, os americanos investem 38 vezes mais na China do que o Brasil. "As grandes empresas brasileiras estão envolvidas em comércio com a China, que é expressivo, mas não necessariamente investem no país", afirma Sergio Amaral, presidente do CEBC. De acordo com o relatório divulgado ontem, somente 54 empresas brasileiras têm investimentos na China. Apenas 18 das 500 maiores empresas brasileiras, segundo o ranking da revista "Exame", têm investimentos diretos na China. "Os investimentos brasileiros na China são muito modestos, de volume pequeno e dinâmica acanhada", diz o economista Claudio Frischtak, consultor do CEBC e autor do levantamento. "Precisamos fazer algo para aprofundar a relação entre os dois países -o número de empresas é muito pequeno e o Brasil tem papel marginal na China." Das empresas presentes na China, 51% são prestadoras de serviços, como bancos e escritórios de advocacia; 28% são empresas de manufatura, como a Weg e a Embraer; e 21% são empresas com base em recursos naturais, como Vale, Petrobras e Marfrig. Entre as grandes empresas com investimentos no país estão Gerdau, Weg, Marcopolo, Vale, Magnesita, Petrobras e Suzano. "Não dá para dizer que o Brasil tenha presença marcante em nenhum setor na China", diz Frischtak. Mas mesmo as empresas brasileiras que têm investimentos na China muitas vezes têm uma presença pífia no país. Das 54 empresas com investimento, 40,4% mantêm somente um escritório de representação no país, informa o estudo. Em boa parte dos casos, os escritórios de representação se resumem a um representante e uma secretária. Outros 36,8% são escritórios de prestação de serviço. Apenas 14% são unidades de produção, que exigem maior volume de investimentos e contratação de pessoal. O total de investimentos brasileiros na China passou de US$ 15 milhões em 2001 para US$ 148 milhões em 2010. No mundo, os investimentos brasileiros passaram de US$ 50 bilhões em 2001 para US$ 189 bilhões em 2010, segundo o CEBC. O estudo apresentado, "Presença das empresas brasileiras na China", é preliminar. Uma segunda parte, abordando experiências das empresas brasileiras na China e desafios estratégicos, será divulgada no ano que vem. |
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