quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Investimento em tecnologia impulsionou PIB agrícola, avalia Ministério da Agricultura


Governo emitiu nota comentando dados divulgados pelo IBGE

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) divulgou nesta terça, dia 6, uma nota destacando que a "agropecuária é o único setor que apresenta aumento no PIB". A nota foi publicada depois do anúncio, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de que o crescimento geral do Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre deste ano ficou em 0% em comparação ao trimestre anterior.
– O crescimento se deve à ampliação dos investimentos em tecnologia, o que garante uma lavoura maior e mais rentável ao produtor – avalia o coordenador de Gestão Estratégica do Ministério da Agricultura, José Gasques, no texto.
O texto do Mapa ressalta que "a agropecuária foi o único setor que apresentou crescimento (3,2%) no mesmo período analisado". De acordo com o material, o setor agropecuário cresceu 6,9% se comparado o terceiro trimestre de 2011 ao mesmo período de 2010.
Para o Mapa, o resultado positivo pode ser explicado pelo desempenho de alguns produtos da lavoura que têm safra relevante no terceiro trimestre e apresentaram crescimento da produtividade. Este é o caso da mandioca (estimativa de crescimento de produção em 2011 de 7,3%), do feijão (6,1%) e da laranja (3,1%).
– Em valores correntes, o setor agropecuário alcançou R$ 46,6 bilhões no terceiro semestre de 2011 – ressaltou Gasques.
No mesmo período de 2010, o valor acumulado foi de R$ 43,5 bilhões. A previsão para o quarto trimestre é que o PIB da agropecuária desacelere.
MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO



Com destaque para agropecuária, PIB fica estagnado no terceiro trimestre, mostra IBGE

Na comparação com o terceiro trimestre de 2010, PIB cresceu 2,1%. Entre as atividades econômicas, a agropecuária teve um aumento de 6,9%

Atualizada em 07/12/2011 às 06h59
Produto Interno Bruto (PIB) do país apresentou variação nula (0,0%) no terceiro trimestre deste ano, segundo divulgou nesta terça, dia 6, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na comparação com o terceiro trimestre de 2010, o PIB cresceu 2,1% e, dentre as atividades econômicas, destacou-se o aumento da agropecuária (6,9%), seguida por serviços (2,0%) e indústria (1,0%).
O índice divulgado nesta terça é o menor para um trimestre desde os três primeiros meses de 2009, quando atingiu variação negativa de 1,9%.
O destaque deste trimestre, segundo o IBGE, foi para agropecuária, com aumento de 3,2% no volume do valor adicionado. Indústria e serviços tiveram variações negativas de -0,9% e -0,3%, respectivamente.
No acumulado dos quatro trimestres terminados no terceiro trimestre de 2011 (12 meses), o crescimento foi de 3,7% em relação aos quatro trimestres imediatamente anteriores. No acumulado em 2011 até setembro, o PIB apresentou uma expansão de 3,2%. Em valores correntes, o PIB alcançou R$ 1,05 trilhão.
Ministro
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, destacou que a economia ficou estável no terceiro trimestre deste ano.
– Portanto, não cresceu. Foi zero nesse trimestre, mostrando que a economia se desacelerou mais exatamente nesse período – disse.
Mantega destacou que contribuiu positivamente para esse resultado o PIB do setor agropecuário.
– O agronegócio foi o que mais cresceu. [O dado] anualizado significa mais de 10% [de crescimento] – comentou.
Por outro lado, ele disse que o setor industrial foi o que apresentou o pior resultado no período.
– Isso mostra que a indústria é o setor mais afetado pela crise internacional e a desaceleração econômica – considerou.
PIB 2010
O IBGE revisou o PIB da indústria em 2010, de um alta de 10,1% para uma expansão de 10,4%. O PIB da agropecuária foi revisado de 6,5% para 6,3%. Já o PIB de serviços foi revisado de 5,4% para 5,5%.

A despesa de consumo das famílias, por sua vez, foi alterada de 7,0% para 6,9% em 2010, enquanto o consumo do governo passou de 3,3% para 4,2%. Já a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) foi revisada de 21,8% para 21,3%.
As exportações se mantiveram em 11,5%, mas as importações foram revisadas de 36,2% para 35,8%.
ZERO HORA E AGÊNCIA ESTADO


Entidades rurais atribuem alta no PIB da agropecuária à melhora de cenário

Avaliação é da Associação Brasileira do Agronegócio e da Sociedade Rural Brasileira

  • Gustavo Porto

alta de 3,2% no Produto Interno Bruto (PIB) da agropecuária no terceiro trimestre ante o segundo trimestre deste ano e de 6,9% sobre igual período de 2010 é fruto da melhora do cenário do setor e do avanço nos preços das commodities, na avaliação da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) e da Sociedade Rural Brasileira (SRB).
Além dos preços em alta e do aumento na produção, há ainda um forte incremento de mais de 10% no consumo de insumos para a próxima safra, o que ajuda o desempenho — disse o presidente da SRB, Cesário Ramalho da Silva.
Segundo ele, a agropecuária é um dos setores que refletem mais rapidamente o investimento feito.
— O retorno é muito rápido e os números do trimestre mostram isso. E a tendência é de uma melhora, já que teremos uma safra maior, em uma área praticamente estável, o que refletirá a melhoria da tecnologia aplicada nas lavouras — completou o presidente da SRB.
Já o vice-presidente da Abag, Luiz Carlos Corrêa Carvalho, que assumirá em janeiro o comando da entidade, ratificou a posição de Ramalho.
— Se for mantida a tendência de que teremos as commodities agrícolas em um patamar mais alto de preços, realmente comprovaremos que a agropecuária é o grande negócio do Brasil, posição que a Abag defende há muito tempo — disse Carvalho. 

Agropecuária é o único setor que apresenta aumento no PIB no 3º trimestre
Publicado em 07/12/2011 na seção noticias :: Versões alternativas: Texto PDF




Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou ontem (06/12/11), o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) acumulado no terceiro trimestre de 2011. A variação geral foi nula (0,0%), se comparada ao segundo trimestre de 2011. A agropecuária foi o único setor que apresentou crescimento (3,2%) no mesmo período analisado. Os setores de indústria e serviços tiveram variação negativa (-0,9%) e (-0,3), respectivamente.

O setor agropecuário também cresceu (6,9%) se comparado o terceiro trimestre de 2011 ao mesmo período de 2010. A elevação pode ser explicada pelo desempenho de alguns produtos da lavoura, que possuem safra relevante no terceiro trimestre e apresentaram crescimento da produtividade, como é o caso da mandioca (estimativa de crescimento de produção em 2011 de 7,3%), feijão (6,1%) e laranja (3,1%).

"Em valores correntes, o setor agropecuário alcançou R$ 46,6 bilhões no terceiro semestre de 2011", ressalta o coordenador de Gestão Estratégica do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento(MAPA) José Gasques. No mesmo período de 2010, o valor acumulado foi de R$ 43,5 bilhões. Segundo Gasques, o crescimento se deve à ampliação dos investimentos em tecnologia, o que garante uma lavoura maior e mais rentável ao produtor.

PARA SABER MAIS

Confira aqui os dados do Produto Interno Bruto.


PIB tem variação nula (0,0%) em relação ao segundo trimestre e chega a R$ 1,05 trilhão

Em relação ao segundo trimestre de 2011o PIB (Produto Interno Bruto) a preços de mercado do terceiro trimestre apresentou variação nula (0,0%), levando-se em consideração a série com ajuste sazonal. O destaque foi para agropecuária, com aumento de 3,2% no volume do valor adicionado. Indústria e serviços tiveram variações negativas de -0,9% e -0,3%, respectivamente.
Na comparação com o terceiro trimestre de 2010o PIB cresceu 2,1% e, dentre as atividades econômicas, destacou-se o aumento da agropecuária (6,9%), seguida por serviços (2,0%) e indústria (1,0%).
No acumulado nos quatro trimestres terminados no terceiro trimestre de 2011 (12 meses)o crescimento foi de 3,7% em relação aos quatro trimestres imediatamente anteriores. No acumulado em 2011 até setembro, o PIB apresentou uma expansão de 3,2%. O PIB em valores correntes alcançou 1,05 trilhão.
Na divulgação do terceiro trimestre de cada ano é realizada uma revisão mais abrangente que incorpora os novos pesos das Contas Nacionais Anuais de dois anos antes. As alterações realizadas são apresentadas na divulgação e as notas metodológicas explicativas dos aperfeiçoamentos na metodologia são disponibilizadas com antecedência no site do IBGE. Mais detalhes na publicação completa:
Em relação ao 2º tri de 2011, somente agropecuária teve crescimento
O PIB registrou variação nula em relação ao trimestre anterior. Destaque para a agropecuária, que cresceu 3,2%, enquanto que indústria e serviços tiveram variação negativa.
A queda da indústria (-0,9%) foi puxada pela “Indústria de transformação”, cujo índice de volume do valor adicionado reduziu-se em 1,4%. As demais atividades industriais registraram variações positivas em relação ao trimestre imediatamente anterior: “Extrativa mineral” (0,9%), “Eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana” (0,8%) e “Construção civil” (0,2%).
Dentre os serviços (variação de -0,3%), as variações negativas em volume se deram no “Comércio” (-1,0%), “Outros serviços” (-0,5%) e “Serviços de informação” (-0,3%). “Atividades imobiliárias e aluguel” (0,4%), “Transporte, armazenagem e correio” (0,2%) e “Administração, saúde e educação pública” (0,1%) registraram variações positivas em relação ao segundo trimestre. Já a “Intermediação financeira e seguros” teve crescimento de 1,7%.
Pela ótica do gasto, todos os componentes da demanda interna apresentaram variações negativas no terceiro trimestre deste ano:despesa de consumo da administração pública (-0,7%), formação bruta de capital fixo (-0,2%) e despesa de consumo das famílias (-0,1%). A contribuição positiva ao desempenho do PIB foi dada pelo setor externo, que registrou crescimento das exportações (1,8%) e redução das importações de bens e serviços (-0,4%).
Em relação ao mesmo trimestre de 2010, agropecuária é destaque
O PIB cresceu 2,1% no terceiro trimestre de 2011 em relação a igual período de 2010, sendo que o Valor Adicionado a Preços Básicos aumentou 2,0%, e os impostos sobre produtos líquidos de subsídios cresceram 3,0%.
Dentre as atividades que contribuem para a geração do valor adicionado, o destaque foi a agropecuária, que neste trimestre cresceu 6,9% em relação a igual período do ano anterior. Essa taxa pode ser explicada pelo desempenho de alguns produtos da lavoura que possuem safra relevante no terceiro trimestre e apresentaram crescimento da produtividade, como é o caso da mandioca (estimativa de crescimento de produção em 2011 de 7,3%), feijão (6,1%) e laranja (3,1%).
A indústria, que nesta base de comparação vem apresentando trajetória de desaceleração desde o segundo trimestre de 2010, cresceu 1,0%. Nos dois primeiros trimestres de 2011, o crescimento havia sido de 3,8% e 2,1%, na ordem. Dentre as atividades industriais, as maiores expansões ocorreram em “Eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana” (4,0%) e na “Construção civil” (3,8%). O desempenho da ”Construção civil” no trimestre é corroborado pelo aumento da população ocupada no setor e pelo desempenho do crédito direcionado. O volume do valor adicionado da “Extrativa mineral” teve aumento de 2,7%, puxado pela elevação da extração de minério de ferro. A “Indústria de transformação”, por sua vez, registrou queda de -0,6%, resultado influenciado, principalmente, pela redução da produção de automóveis, têxteis, artigos do vestuário, calçados e produtos químicos em geral, com destaque para os farmacêuticos.
O valor adicionado de serviços cresceu 2,0% na comparação com o mesmo período do ano anterior. Todas as atividades que o compõem registraram variações positivas, com destaque para os “Serviços de informação”, que cresceram 4,4%, e a “Intermediação financeira e seguros”, onde a expansão foi de 3,0%. “Transporte, armazenagem e correio” e “Administração, saúde e educação pública”apresentaram crescimento de 2,1% e 2,0%, respectivamente. No “Comércio” (atacadista e varejista) a expansão foi de 1,7%. A atividade “Outros serviços” cresceu 1,5%. Por fim, “Serviços imobiliários e aluguel” cresceram 1,4%.
Pelo lado da demanda interna, a despesa de consumo das famílias apresentou crescimento de 2,8%, sendo a trigésima segunda variação positiva consecutiva nessa base de comparação. Um dos fatores que contribuíram para este resultado foi o comportamento da massa salarial real, que teve elevação de 2,6% no terceiro trimestre de 2011 segundo Pesquisa Mensal de Emprego. Além disso, houve um aumento, em termos nominais, do saldo de operações de crédito do sistema financeiro com recursos livres para as pessoas físicas de 18,3% no terceiro trimestre de 2011 de acordo com o Banco Central. A despesa de consumo da administração pública cresceu 1,2% na comparação com o mesmo período de 2010.
formação bruta de capital fixo (FBCF ou investimento planejado), por sua vez, registrou expansão de 2,5% em relação a igual período do ano anterior. Dentre os fatores que contribuem para explicar este crescimento, destacam-se o desempenho da construção civil e a expansão da produção interna de máquinas e equipamentos.
Pelo lado da demanda externa, as exportações e as importações de bens e serviços apresentaram crescimento nesta comparação, de 4,1% e 5,8%, respectivamente. A valorização cambial ajuda a explicar o maior crescimento relativo das importações. Os produtos da pauta de importação que mais contribuíram para esse resultado foram “veículos”; “equipamentos eletrônicos”; “material elétrico”; “têxteis, vestuário e calçados”; “extrativa mineral”; “plásticos”; e “químicos”.
Em 12 meses, PIB cresce 3,7%
O PIB a preços de mercado acumulado nos quatro trimestres terminados no terceiro trimestre de 2011 cresceu 3,7% em relação aos quatro trimestres imediatamente anteriores, resultado da elevação de 3,3% do valor adicionado a preços básicos e do aumento de 6,1% nos impostos sobre produtos. Dentre as atividades econômicas, os serviços cresceram 3,6%, a indústria, 2,9% e a agropecuária, 2,7%.
PIB cresce 3,2 % no acumulado em 2011 até setembro
O PIB a preços de mercado no acumulado em 2011 apresentou crescimento de 3,2%, em relação a igual período de 2010. Nesta base de comparação, o volume do valor adicionado dos serviços cresceu 3,2%, seguido pela agropecuária (2,8%) e pela indústria (2,3%).
No trimestre taxa de investimento alcança 20,0% do PIB
A taxa de investimento no terceiro trimestre de 2011 foi de 20,0% do PIB, inferior à taxa referente a igual período do ano anterior (20,5%). A taxa de poupança alcançou 18,8% no terceiro trimestre de 2011, ante 19,6% no mesmo trimestre de 2010.
No resultado do terceiro trimestre de 2011, a necessidade de financiamento alcançou R$ 19,7 bilhões contra R$ 24,9 bilhões no mesmo período do ano anterior. A renda nacional bruta atingiu R$ 1.028,7 bilhões contra R$ 949,0 bilhões em igual período do ano anterior; e, nessa mesma comparação, a poupança bruta atingiu R$ 196,9 bilhões, contra R$ 188,9 bilhões em 2010.
Comunicação Social
06 de dezembro de 2011






Valores da mandioca continuam em queda, aponta Cepea

Número de indústrias processadoras em atividade é baixo e causa redução das cotações da raiz

Interessados em fazer caixa para o final do ano, bem como em liberar áreas de arrendamentos em algumas praças, produtores continuam intensificando a colheita de mandioca nas regiões acompanhadas pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).

Agentes de mercado apontam ainda que os atuais níveis de preços e o rendimento de amido mais estável também influenciam positivamente na decisão de colheita. Por outro lado, o número de indústrias processadoras em atividade é baixo, o que resultou em queda das cotações da raiz.
CEPEA





06/12/2011 | 17h46

PIB da agropecuária deve desacelerar no quarto trimestre

Produção dos principais itens que pesam na formação do índice do período deve ser reduzida

Depois de um desempenho destacado no terceiro trimestre, o PIB da agropecuária deve desacelerar nos últimos três meses do ano, na margem e na comparação com o mesmo intervalo de 2010, de acordo com analistas. Isso porque a produção dos principais itens que pesam na formação do índice do período - trigo, fumo e carne bovina - deve ser reduzida.
De acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Produto Interno Bruto (PIB) da agropecuária subiu 3,2% no terceiro trimestre, na margem. Na comparação com o terceiro trimestre de 2010, houve aumento de 6,9%. A agropecuária representa 5,3% do total do PIB nacional; a indústria 28,1%; e o setor de serviços, 66,6%.
O analista da Tendências Consultoria, Amaryllis Romano, avalia que o PIB agropecuário deve ser "fraco" no quarto trimestre de 2011, apesar de ainda positivo, por conta da queda na produção de trigo, e do desempenho dos segmentos de carnes e fumo.
O trigo não vem bem e a pecuária, apesar da recuperação do preço, registrou queda no abate. Devemos, portanto, ter um crescimento mais baixo – afirmou.
No caso do trigo, a produção nacional recuou 13,8% neste ano, para 5,07 milhões de toneladas, na comparação com o ano passado, de acordo com estimativa da Companhia Nacional do Abastecimento (Conab). A colheita terminou neste início de dezembro.
A analista observou que a quebra de quase 10% na safra de cana-de-açúcar fez com que a cultura freasse a alta do PIB agropecuário no terceiro trimestre e deve ainda impactar negativamente o resultado do último trimestre de 2011.
– A colheita praticamente já acabou por falta de cana e o impacto será negativo de novo – ressaltou.
A economista-chefe do Rosenberg Associados, Thaís Zara, prevê um PIB agropecuário ligeiramente negativo no quarto trimestre, na margem, e uma taxa interanual mais baixa, mas ainda positiva.
– Haverá uma acomodação no quarto trimestre – disse.
Embora no terceiro trimestre a agropecuária tenha tido melhor desempenho que o PIB total do país, no acumulado do ano (+2,8%) o resultado está abaixo do índice nacional (+3,2%). A economista do IBGE Amanda Tavares ressaltou que, visto num intervalo de tempo mais longo, o PIB agropecuário mostra influências negativas de setores como pecuária, silvicultura e pesca, cuja produção física cedeu.
– Esses setores impediram que o PIB agro tivesse um desempenho mais expressivo – afirmou.
2012
Se o clima ajudar, a tendência para o PIB agropecuário em 2012 é de crescimento, mas em patamar inferior ao registrado em 2011, na avaliação da analista da Tendências, Amaryllis Romano.
– O plantio foi bom e a tecnologia aplicada será melhor para o próximo ano. Mas não será igual a 2011, quando o custo do plantio foi baixo, o clima ajudou e comercialização da maior parte da produção ocorreu a preços ainda altos – disse.



Custo de produção na pecuária de leite teve queda de 3,5% em novembro

Segundo a Scot Consultoria, houve redução também no custo da pecuária de corte de alta tecnologia, de 0,4%

De acordo com o índice de custo calculado pela Scot Consultoria, em novembro houve redução de 0,4% para o custo da pecuária de corte de alta tecnologia. Já para o custo da pecuária leiteira, a queda foi de 3,5%.

Os itens que mais aliviaram os pecuaristas foram os alimentos concentrados, energéticos e protéicos, que caíram 6,6% e 3,9% em novembro, em relação a outubro, considerando o conjunto de produtos utilizados na composição do índice.

Porém, apesar do recuo em novembro, os custos da pecuária de corte de alta tecnologia e leiteira estão 12,9% e 15,9% maiores em relação ao mesmo período do ano passado, respectivamente
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SCOT CONSULTORIA

Preço do leite longa vida cai no atacado mas se mantém estável no varejo

Pressão de baixa deve continuar devido a queda da demanda em razão das férias escolares e o aumento da oferta de matéria-prima

Foto: Miro de Souza/Agencia RBS
Em São Paulo a margem entre o valor praticado no atacado e no varejo aumentou e está em 34%, uma das maiores desde janeiro de 2010
leite longa vida está mais barato no mercado atacadista. Segundo levantamento realizado pela Scot Consultoria, no início de dezembro o produto ficou cotado em R$ 1,73 por litro, um dos menores preços de 2011. Desde agosto a cotação do produto vem perdendo sustentação. A redução da demanda, típica desse período do ano, e o aumento na captação de leite cru, fizeram estoque na indústria e derrubam os preços. No entanto, no varejo os valores ficaram estáveis. 

O consumidor de São Paulo paga, em média, R$ 2,32 por litro do UHT. Dessa forma, a margem entre o valor praticado no atacadoe no varejo aumentou e está em 34%, uma das maiores desde janeiro de 2010.

A partir de agora, com as férias escolares a demanda deve enfraquecer, ao mesmo tempo em que a disponibilidade de matéria-prima cresce, dando força à pressão de baixa dos preços.
SCOT CONSULTORIA

Preço agropecuário em São Paulo sobe 15,19% em 12 meses

Conforme Instituto de Economia Agrícola, produtos que registraram maiores altas foram tomate para mesa, cana-de-açúcar e café

  • Gustavo Porto
O Índice quadrissemanal de Preços Recebidos (IqPR) pelo produtor rural de São Paulo subiu 1,85% em novembro sobre outubro e acumula alta de 15,19% nos últimos 12 meses. Os dados constam em levantamento realizado pelo Instituto de Economia Agrícola (IEA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento. O IqPR-V (produtos de origem vegetal) aumentou 1,20% no mês e 19,33% no acumulado. Já o IqPR-A (produtos de origem animal) subiu 3,58% e 3,19%, respectivamente.
Sem a inclusão da cana-de-açúcar, principal cultura do Estado, no cálculo do índice, o IqPR fecharia novembro com alta de 2,90% e teria uma queda de 1,97% nos últimos 12 meses. Já o IqPR-V teria alta de 2,13% em novembro e baixa de 8,87%, no acumulado, sem a cana.
Os produtos do IqPR que registraram as maiores altas em novembro foram laranja para mesa (14,86%), feijão (7,71%), amendoim (7,62%) e carne bovina (5,91%). A alta na laranja de mesa ocorreu pela aproximação do fim da safra. No feijão, o aumento ocorreu pela oferta pequena e pelo atraso no cultivo e o avanço do preço do amendoim foi pela escassez do produto, cuja safra foi plantada recentemente. Já a alta na carne foi causada pelo crescimento da demanda em um cenário de menor oferta.
No acumulado dos últimos 12 meses, o tomate para mesa segue com a maior alta, de 127,33%, apesar do recuo de 2,64% em novembro. No mesmo período, cana aumentou 38,71% e o café 38,62%.
Os produtos que apresentaram as maiores quedas de preços em novembro foram banana nanica (6,28%), batata (5,75%), algodão (4,41%) e café (2,82%). Mesmo com a recuperação em novembro, no acumulado de 12 meses as laranjas para mesa e para a indústria lideram as quedas de preços, com, respectivamente, 43,16% e 37,52%, seguidas pela batata, com recuo de 34,20%. No mês passado, nove produtos apresentaram alta de preços (seis de origem vegetal e três de origem animal) e 11 tiveram queda (oito de origem vegetal e três de origem animal).







BRASIL CRESCE MENOS QUE EUROPA EM CRISE

BC E CRISE LEVAM BRASIL À ESTAGNAÇÃO
Autor(es): » Victor Martins
Correio Braziliense - 07/12/2011
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2011/12/7/brasil-cresce-menos-que-europa-em-crise

PIB do terceiro trimestre só não foi negativo por causa do agronegócio
Depois de mais de dois anos de crescimento contínuo, a economia brasileira parou. Do segundo para o terceiro trimestre, a taxa zero de crescimento do PIB, a soma das riquezas produzidas no país, foi menor que a da combalida União Europeia (0,2%), dos EUA (0,5%) e até do Japão (1,5%), destruído por um terremoto seguido de tsunami e de desastre nuclear. Além da crise global, especialistas atribuem o PIB zero ao arrocho no crédito e à forte elevação dos juros perpetrados pelo Banco Central para segurar a inflação. O Brasil só não deu marcha a ré porque o agronegócio, único setor a andar para a frente, avançou 3,2% em relação ao segundo trimestre.

Arrocho no crédito, juros em alta e turbulências na Europa fazem PIB ter variação zero no terceiro trimestre, um tormento para Dilma

Rio de Janeiro — O Brasil não resistiu às intervenções do Banco Central na economia para controlar a inflação e parou. A combinação de juros em alta (de 10,75% para 12,50% ao ano) e arrocho no crédito — receita potencializada pela crise na Europa — levou o Produto Interno Bruto (PIB), a soma de todas as riquezas produzidas no país, a registrar estagnação no terceiro trimestre ante os três meses imediatamente anteriores, depois de mais de dois anos de crescimento contínuo. Foi o pior resultado desde o início de 2009, quando o mundo se debatia para sair do atoleiro no qual se meteu com o estouro da bolha imobiliária norte-americana.
A variação zero do indicador de atividade provocou desconforto no Palácio do Planalto, ainda que já fosse uma certeza. A razão é simples: dificilmente o PIB deste ano ficará acima de 3%. Ou seja, será menos da metade dos 7,5% de 2010 entregues a Dilma Rousseff por seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva. Mas não é só. O governo foi obrigado a engolir comparações nada reconfortantes. A taxa zero de crescimento entre o segundo e o terceiro trimestre foi menor do que a computada no mesmo período pela combalida União Europeia, que teve expansão de 0,2%; pelos Estados Unidos, com avanço de 0,5%; e pelo Japão, que foi destruído por um terremoto seguido de tsunami e de desastre nuclear, com salto de 1,5%. O Brasil ficou no mesmo patamar da fragilizada Espanha, dona da maior taxa de desemprego da Europa, de 22%, e só conseguiu superar a Holanda, que levou um tombo de 0,3%, segundo ranking divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Mesmo na comparação do terceiro trimestre deste ano com o mesmo período de 2010, o PIB brasileiro, com aumento de 2,1%, desapontou e perdeu para os das nações que integram o Brics. A China avançou 9,1%; a Índia; 6,9%; a Rússia, 4,8%, e a África do Sul, 3,1%. "Praticamente, todos os setores que compõem o PIB do Brasil apontaram queda, um claro sinal de esfriamento da economia" disse Flávio Combat, economista-chefe da Concórdia Corretora. A indústria recuou 0,9% em relação ao segundo trimestre. Os investimentos encolheram 0,2%. Mesmo os dois principais motores do país, o consumo das famílias e o setor de serviços, ratearam, com quedas de 0,1% e de 0,3%, respectivamente. A salvação ficou por conta da Agricultura, que cresceu 3,2%. [ridículas observações, comparando como iguais os complementares. O assim chamado Brasil, ou o PIB etc., cresceu pra fora, ponto; os serviços, no âmbito doméstico, recuaram sem que a acumulação nacional parasse, cf. indica a taxa anual, e não a variação, das importações, sustentada pelas exportações (pela especulação sobre as exportações, seria mais correto dizer). É balela, mentira expressa ou demência, equiparar o produto da safra da mandioca com o da laranja e encontrar no mercado doméstico de abastecimento, de subsistência alimentar, a razão para o crescimento do PIB agropecuário; laranja é produto de exportação, e os produtores estão integrados ao conglomerado da FEMSA. A safra da mandioca cresceu porque, provavelmente, a parcela inativa da população trabalhadora teve de recorrer à lavoura de subsistência, para complementar a dieta, e levar ao mercado algum excedente mais volumoso. Cf. indicam as consultorias do segmento, os preços da mandioca estão em queda em nov-dez. 
Até que ponto vão os editores comprar esse discurso idiotizante de que "nós nos mantemos pelo nosso mercado interno?" No momento de aperto monetário, é evidente que apareceria, com mais nitidez, a mola internacional do subdesenvolvimento. Não digo que isto, de "mercado interno brasileiro" seja impossível, mas que, por agora, resta no horizonte como promessa, senão como véu para os enganadores; nada indica que caminhamos neste sentido efetivamente. Pronatec, Brasil Maior, Brasil Sem Fronteiras, aperto ou incentivo ao crédito: ma fois!, aliás homófono de mafuá.]
2,8% no ano
Para Rebeca Palis, gerente de Contas Nacionais do IBGE, os efeitos das medidas macroprudenciais adotadas pelo BC e da alta dos juros foram nocivos, sobretudo, para os investimentos, para a indústria e para o consumo das famílias, esse último, ainda atrapalhado pela intensa inflação, que, segundo as expectativas do mercado, deve fechar o ano próximo do teto da meta definida pelo governo, de 6,5%. Não à toa, ressaltou o economista-chefe do Banco ABC Brasil, para onde quer que se olhe, o PIB do terceiro trimestre foi ruim. Ele lembrou que o resultado só foi nulo porque o IBGE não divulgou as outras casas decimais do Produto. "Caso fossem usadas duas casas, o PIB seria negativo em 0,04%", garantiu Leal. O resultado também foi ajudado pelo setor externo. Como as exportações no trimestre superaram as importações — ao contrário dos períodos anteriores —, a diferença adicionou 0,26 ponto percentual no PIB.
"De forma concreta, o PIB foi negativo no trimestre e as revisões indicam que dificilmente teremos um PIB acima de 3%", destacou Leal. As apostas do mercado estão convergindo para um número entre 2,5% e 2,8%. Isso, se as medidas tomadas recentemente pelo BC e pela Fazenda, facilitando o crédito e cortando impostos de eletrodomésticos, atingirem plenamente os seus objetivos. O governo reconheceu que a fragilidade da produção e do consumo se manteve até outubro, mês em que a produção industrial caiu 0,6%. Mas, a partir de novembro, o quadro começou a mudar, puxado pelo setor automobilístico, justamente o que mais ajudou a empurrar a indústria para baixo.
Dúvidas
Na avaliação do Itaú Unibanco, a maior surpresa do PIB foi o comportamento da demanda interna, que recuou mais que o esperado, e também com o ritmo dos serviços, que demonstrou um desaquecimento que pode ser contagioso para outros segmentos. "Essa desaceleração da demanda não só aconteceu como veio mais forte do que o esperado", observou Aurélio Bicalho, economista da instituição. Para ele, não há dúvidas de que o desempenho do PIB foi fortemente influenciado pelas medidas adotadas pelo BC e pelo freio nos investimentos do governo. Mas ele pontuou que o recrudescimento das condições internacionais intensificou o poder dessas ações. A seu ver, o quarto trimestre apresentará um resultado positivo, mas longe do desejado pelo Palácio do Planalto. Ele aposta em uma expansão de 0,4% para o período, o que deixará o PIB do ano ao redor de 2,8%.




A mandioca salvadora

O PIB da mandioca
Autor(es): agência o globo:Ronaldo D"Ercole
O Globo - 07/12/2011
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2011/12/7/a-mandioca-salvadora
Agropecuária expandiu 3,2%, o único grande setor que teve alta

RIO e SÃO PAULO. E a mandioca, quem diria, engorda até PIB. Na última safra, abençoado pelo clima, o tubérculo cresceu de tamanho e incrementou a produtividade da agropecuária - o maior destaque no PIB. Com expansão de 3,2% em relação ao segundo trimestre, foi o único grande setor que conseguiu aumentar a produção. Em comparação ao terceiro trimestre de 2010, o avanço foi de 6,9%. Além da mandioca salvadora, cujo aumento estimado da produção para este ano é 7,3% sobre 2010, feijão e laranja vingaram, com projeções de 6,1% e 3,1%, respectivamente. Mas, em se plantando, nem tudo dá, e há queda na estimativa de trigo (-14,1%), cana (-9,4%) e café (-7,5%).
- Ela (mandioca) puxou o crescimento. A agropecuária teve desempenho bem acima da média pois produtos que têm safra importante no terceiro trimestre tiveram crescimento de produção e produtividade, caso de mandioca, laranja e feijão - disse Rebeca Palis, gerente de Contas Nacionais Trimestrais do IBGE. [de novo: somos uma fronteira do serviço, que, igual à agropecuária, não cria valor. Não, nem finança nem serviço nem agropecuária criam valor, embora tenham a capacidade de atrair e repartir o mais-trabalho extraído alhures, mormente na China e no Oriente Médio. É um descaramento dizer que a mandioca puxou o crescimento, ou, e isto seria um desconto, uma maneira de desculpá-la ou justificá-la, uma demência crônica. Seguem, Nordeste, Norte.]
A agropecuária vem colhendo boas safras e se beneficia de correções de preços desde 2010. A avaliação é do presidente da Sociedade Brasileira de Agricultura, Cesário Ramalho da Silva. As condições favoráveis, diz, se "irradiam" na rentabilidade do setor, que investe mais em insumos, em sementes com mais tecnologia.
- Quando se tem boas expectativas, tanto em termos de safra como de preços, se usa mais tecnologia nos cultivos. Além disso, houve aumento dos limites por agricultor e dos repasses de crédito para o plano de safra - disse Ramalho. - O momento é positivo.
Amarilis Romano, analista do setor agrícola da consultoria Tendências, destaca o "clima favorável" e a modernização:
- A expansão veio acima do esperado. A agricultura está se modernizando no país, e isso aparece nos números.

PIB ESTAGNADO - CONSUMO DE FAMÍLIAS CAI E ECONOMIA PARA DE CRESCER

O DIA EM QUE O PIB PAROU
Autor(es): Fabiana Ribeiro, Mariana Durão, Clarice
O Globo - 07/12/2011
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2011/12/7/pib-estagnado-consumo-de-familias-cai-e-economia-para-de-crescer
Economia ficou estagnada com o consumo das famílias e serviços em queda
Aeconomia brasileira parou no terceiro trimestre deste ano. De julho a setembro, a variação do Produto Interno Bruto (PIB, conjunto de bens e serviços produzidos no país) foi zero, ante os três meses imediatamente anteriores - o pior resultado desde o primeiro trimestre de 2009 (-1,7%). A parada brusca veio como consequência das medidas para conter crédito implementadas em fins de 2010 e da política de juros altos para desaquecer a economia e combater a inflação - que vinha com projeções acima do teto da meta (de 6,5%). Esses fatores, somados ao agravamento da crise global, esfriaram a economia brasileira e analistas já estão reduzindo as estimativas para o PIB em 2011, ficando abaixo de 3%. Caíram os investimentos, os gastos do governo e até o consumo da famílias - até agora o principal motor da atividade. Com isso, o resultado acumulado no ano é de 3,2% e ainda se manteve em alta quando se compara com o terceiro trimestre de 2010: 2,1%. O PIB brasileiro somou R$1,047 trilhão no período. No início de dezembro, o governo soltou um pacote de medidas para voltar a aquecer a atividade.
- A economia toda desacelerou com as medidas do governo e juros altos. O PIB só não ficou negativo pelo crescimento líquido das exportações - disse Rebeca Palis, gerente da Coordenação de Contas Nacionais do IBGE, referindo-se às exportações que subiram 1,8% enquanto as importações caíram 0,4%.
A conta da crise pode não ter chegado às exportações - mas atingiu os investimentos. Segundo Armando Castelar, economista da FGV, o cenário internacional piorou as expectativas do empresariado, o que afetou a disposição de investir. Além disso, afirmou, a crise já afeta linhas de crédito no exterior, encarecendo o financiamento para as empresas. A taxa de investimento saiu de 20,5% para 20% do PIB.
Segundo Rebeca, houve uma mudança no comportamento da economia, que vinha sendo sustentada pelos serviços e consumo:
- Comércio e transportes (no setor de serviços) foram influenciados pela queda na indústria de transformação e cresceram abaixo da média. Pela parte da demanda, os investimentos e consumo estavam crescendo, agora caem.
Sem exportações, PIB seria negativo
Pela ótica da demanda, o consumo da famílias recuou 0,1% ante o segundo trimestre, num movimento que não acontecia desde o quarto trimestre de 2008 (-1,9%) - quando a crise financeira global chegou com força ao Brasil. Contudo, esses gastos ainda estão 2,8% acima do que se viu em igual período de 2010, registrando o 32º crescimento trimestral consecutivo. Além do crédito mais limitado, as famílias tiveram seus salários corroídos pela inflação mais alta e menor crescimento do emprego nos últimos meses. A massa salarial se elevou 2,6% no terceiro trimestre, desacelerando frente aos 6,5% de abril a junho.
- A economia rodaria a 7% se não fossem as medidas do governo e isso geraria pressões inflacionárias ainda mais fortes. A crise deu o tom de incerteza - disse Carlos Thadeu de Freitas, economista da Confederação Nacional do Comércio (CNC).
A retração do consumo observada pelo IBGE se nota no orçamento de Mariana Vazquez. A profissional de RH já não consome como antes, e sua palavra de ordem é economizar para ter a casa própria:
- Roupas, celular, acessórios, nada mais. Cortei os gastos. Só compro mesmo o essencial - disse.
Com o recuo das despesas do governo (-0,7%) e do investimento (-0,2%), a demanda doméstica contribuiu negativamente com 0,23% para o PIB, o pior resultado desde os -0,8% do primeiro trimestre de 2009. Já o setor externo contribuiu com 0,25% para o PIB, com as exportações superando as importações de julho a setembro. Ou seja, se não fossem as exportações mais fortes, o PIB teria caído 0,2%.
A agropecuária, pela ótica da produção, foi a única atividade que avançou, de 3,2% em relação ao segundo trimestre. Já a indústria recuou 0,9% e acabou afetando o resultado dos serviços, que recuou 0,3%. 
Apesar do resultado dentro das expectativas, as consultorias estão revisando para baixo as projeções, diante do fraco desemprego da demanda doméstica. Para fechar o ano crescendo os 3,8% até então ambicionados pelo governo, o país teria que crescer 4% no último trimestre frente ao anterior, calcula Luis Otavio Leal, economista do banco ABC Brasil. Ele avalia que o terceiro trimestre foi o fundo do poço.
Em 2012, as projeções são de que a economia crescerá em torno de 3,5%, com mais força no segundo semestre. É nessa época que o pacote de estímulos e as reduções da Selic iniciadas em agosto de 2011 surtirão efeito maior.
Eduardo Velho, da Prosper Corretora, diz que o resultado dá mais fôlego a maiores reduções da taxa Selic:
- O PIB pode repercutir nas apostas de maior flexibilização monetária em 2012, com taxa de 9% ao ano.
O IBGE divulgou uma série de revisões, como sempre ocorre com os dados do terceiro trimestre. O PIB do segundo trimestre cresceu 0,7% e não 0,8% em relação ao trimestre ao anterior. De janeiro a março de 2011, a alta passou de 1,2% para 0,8%. O PIB de 2010 foi mantido em 7,5%.

QUEDA GERAL DA DEMANDA SURPREENDE

DEMANDA INTERNA RECUA E COMPLICA PIB DE 2012
Valor Econômico - 07/12/2011
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2011/12/7/queda-geral-da-demanda-surpreende

As restrições à expansão doméstica e as expectativas negativas sobre a crise na Europa se disseminaram por toda a economia a ponto de paralisá-la no terceiro trimestre - o Produto Interno Bruto não cresceu nada em relação ao trimestre anterior. Pela primeira vez desde o auge do impacto da crise financeira mundial, na virada de 2008 para 2009, houve retração em todos os componentes do consumo interno: famílias, governo e investimento. O consumo das famílias recuou 0,1%, os investimentos, 0,2% e os gastos do governo, 0,7%. A combinação desses números desfavoráveis torna bem mais difícil chegar a um crescimento de 3,5% em 2012 e improvável a possibilidade de uma expansão superior a 4%, como desejado pelo governo

A estagnação do crescimento da economia brasileira no terceiro trimestre, revelada ontem na divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foi acompanhada de uma queda de 0,2% na demanda doméstica. Foi a primeira vez, desde o auge do impacto da crise financeira mundial na virada de 2008 para 2009, em que houve retração em todos os componentes do consumo interno - famílias, governo e investimento. Para analistas, o resultado do terceiro trimestre confirma 3% como teto para o crescimento do PIB neste ano e torna mais difícil reacelerar o ritmo de crescimento em 2012.
A queda na demanda doméstica foi o dado não esperado dentro do resultado do PIB. Pelo lado da demanda, recuaram o consumo das famílias (menos 0,1%) e do setor público (menos 0,7%), formação bruta de capital fixo (menos 0,2%) e as importações (menos 0,4%), sempre na comparação do terceiro trimestre com o segundo, descontados os efeitos sazonais. Apenas as exportações cresceram, com alta de 1,8% na mesma comparação. Com base no comportamento dos componentes do consumo no PIB, o Departamento Econômico do Bradesco calcula uma série de demanda doméstica total, que apontou a queda trimestral de 0,2% sobre o segundo trimestre, a primeira desde a virada de 2008/2009.
Pelo lado da oferta, a indústria recuou 0,9% (dado esperado), mas sua retração foi acompanhada pelo setor de serviços, que caiu 0,3% em relação ao segundo trimestre, na série com ajuste sazonal. Com exceção da retração registrada no quarto trimestre de 2008 (quando a economia como um todo se retraiu após a quebra do Lehman Brothers em setembro), a última vez em que o setor de serviços registrou queda no PIB foi no início de 2005. A exceção entre os três grandes componentes do PIB foi a alta de 3,2% na agropecuária.
O aumento da incerteza gerada pela crise externa pode explicar parte do resultado ruim da demanda doméstica, dizem economistas ouvidos pelo Valor. A maioria, contudo, aponta a política contracionista adotada a partir do fim de 2010 como principal razão da forte desaceleração do consumo e da oferta de bens e serviços da economia brasileira no terceiro trimestre. Essa é a avaliação da gerente de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis. A reversão das medidas - iniciadas com o corte de juros no fim de agosto -, contudo, ainda não está refletida nesse resultado, explicou ela.
"A política econômica fez mais efeito do que esperavam os economistas. Não me parece lógico explicar o comportamento doméstico com o cenário internacional", afirma Carlos Kawall, economista-chefe do Banco J. Safra. Ele explica que o ambiente internacional passou a ficar mais preocupante a partir de agosto, mês em que o Banco Central reverteu o ciclo de aperto monetário e iniciou o afrouxamento dos juros básicos. Desde então, a Selic caiu 1,5 ponto percentual, para 11% ao ano. Aliado ao ajuste da taxa de juros, o governo começou a desmontar as medidas de contenção ao crédito tomadas no fim de 2010 e, na semana passada, reduziu o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para parte da linha branca. [e, mesmo assim, não significará acumulação, senão retomada da capacidade instalada e regulação dos estoques. A indústria automobilística, o mesmo.]
Na avaliação de Fabio Silveira, sócio-diretor da RC Consultores, os estímulos à economia chegaram atrasados e devem ajudar a atividade somente a partir do segundo trimestre de 2012, na melhor das hipóteses. "Houve um excesso de preocupação com relação à inflação e agora mergulharemos num crescimento negativo desnecessário no quarto trimestre por conta disso", diz Silveira. A perspectiva de queda do PIB no quarto trimestre, porém, não é consenso.
As previsões para o PIB do últimos trimestre em relação ao terceiro variam de 0,2% a 0,8%, na série com ajuste. Para 2012, se o governo quiser garantir o crescimento desejado pela presidente Dilma Rousseff - entre 4% e 5% - o PIB precisará se expandir de 1,4% a 1,8% a cada trimestre - e a zona do euro não entrar em recessão.












Crise não enfraquecerá demanda agrícola da China, diz Rabobank

Segundo instituição, o país deve importar cerca de quatro milhões de toneladas de milho no atual ano-safra

  • Gabriela Mello
Uma desaceleração da economia chinesa em 2012 não deve enfraquecer a demanda por produtos agrícolas, já que o governo precisará recorrer ao mercado internacional para reabastecer os baixos estoques domésticos. A informação é do Rabobank, que divulgou nota nesta segunda, dia 5.
A China provavelmente importará cerca de quatro milhões de toneladas de milho no ano-safra iniciado em 1º de outubro de 2011 e sete milhões de toneladas em 2012/2013, de acordo com o banco.
Com base em um cenário previsível, as importações de soja em 2011/2012 devem subir 12% na comparação anual, para 58,5 milhões de toneladas, e 15% ou mais, superando 60 milhões de toneladas, na melhor das hipóteses, acrescentou o Rabobank.
Com a inflação desacelerando e as margens de lucro obtidas com o processamento subindo, o banco prevê uma recuperação da demanda chinesa por óleo de palma em 2011/2012, para um recorde de seis milhões de toneladas, volume 5% maior ante 2010/2011.
"A necessidade de reabastecer os estoques terá impacto positivo nos preços e deve ocorrer, apesar da modesta previsão de declínio do crescimento econômico", diz a nota.



Preço elevado dos grãos impulsionará vendas de fertilizantes, diz Yara

Entre 2006 e 2010, o volume vendido pelo grupo norueguês aumentou 3,5 milhões de toneladas

A Yara International informou nesta terça, dia 6, que os agricultores interessados em aproveitar os atuais preços elevados dos grãos devem intensificar a aplicação de fertilizantes e, consequentemente, elevar as vendas de produtos do grupo norueguês e de suas joint ventures em oito milhões de toneladas até 2016. Entre 2006 e 2010, o volume vendido pela Yara aumentou 3,5 milhões de toneladas.
Segundo informações da Dow Jones, a perspectiva de crescimento das vendas impulsionou as ações da empresa na Bolsa de Valores de Oslo.
– O consumo mundial de grãos continua crescendo de modo estável, enquanto a produção enfrenta dificuldades para acompanhar o ritmo do consumo, mesmo quando os incentivos de preço estão em níveis recordes – disse o executivo-chefe da Yara, Jorgen Ole Haslestad.
A companhia, maior fabricante de fertilizantes à base de nitrogênio, afirmou que a demanda agora é forte em todas as regiões em que os insumos são usados nesta época do ano. Em 2011, os preços de todos os nutrientes subiram frente ao ano anterior, com um aumento particularmente expressivo no caso do nitrogênio.
O motivo é que as exportações da China tem sido limitada pela cobrança de uma taxa sobre os embarques de ureia - ingrediente usado na produção de fertilizantes - e por fortes preços no mercado local. Há uma falta de capacidade ociosa na indústria fora da China.
Nesta terça a Yara também anunciou um conjunto de cenários de resultado, estimando um lucro por ação de 28 coroas a 55 coroas norueguesas, ante projeção de 18 coroas a 47 coroas norueguesas por ação para igual período um ano antes. Embora os papéis da companhia tenham avançado, alguns analistas não se mostraram convencidos da perspectiva.
– Nós não sabemos por que a previsão de lucro aumentou em 10 coroas norueguesas por ação – informou a ING.



Exportação mensal do agronegócio mineiro quebra a barreira de US$ 1 bi
Publicado em 06/12/2011 na seção noticias :: Versões alternativas: Texto PDF




Pela primeira vez as exportações do agronegócio mineiro superam a receita mensal de US$ 1 bilhão. De acordo com oMinistério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), o valor alcançado em novembro de 2011 foi um pouco superior a essa marca, registrando um aumento de 32,90% em relação ao resultado do décimo primeiro mês do ano passado. A receita obtida com a comercialização internacional dos produtos agrícolas e pecuários, no mês, representou 26,5% do resultado das exportações totais do Estado.

De acordo com a Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa), em novembro de 2011, o café respondeu por 61,7% da cifra total das vendas externas de produtos agrícolas e pecuários de Minas. Segundo o secretário Elmiro Nascimento, a cotação do produto, que alcançou no mês U$ 5,1 mil a tonelada, teve uma progressão de 48,86% em relação ao mesmo período do ano passado.

O secretário observa também que houve crescimento expressivo nas exportações de açúcar, que alcançaram US$ 174,8 milhões, cifra 88,8% superior à registrada em novembro de 2010, Neste caso destaca-se também o incremento do preço médio, que alcançou US$ 568,8 dólares por tonelada, crescimento de 28,47%. Além disso, a soja em grão teve uma variação expressiva no percentual de crescimento (858,9%), pois alcançou a receita de US$ 20,1 milhões.

Nascimento ainda aponta, entre os dados de novembro de 2011, os resultados obtidos pelo grupo de carnes, destacando a bovina. Neste segmento, a receita foi de US$ 23,5 milhões, superior em 73,4% à registrada no décimo primeiro mês de 2010. Já a carne de frango, com receita de US$ 36,0 milhões, teve progressão de 20,3%. E a carne suína, com a receita de US$ 11,7 milhões, avançou 53,8% sobre novembro do ano passado
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VALORES ACUMULADOS

Os dados de janeiro a novembro mostram que as exportações do agronegócio mineiro alcançaram US$ 8,9 bilhões, um crescimento de 29,5% em relação ao mesmo período de 2010. "Nesta avaliação, foi de 23,4% a participação dos produtos da agricultura e da pecuária nas vendas internacionais de todos os setores da economia estadual", explica o secretário.

Ele acrescenta que os resultados dos onze meses já superam os registrados em todo o ano de 2010, que foram de US$ 7,6 bilhões. "A expectativa é de fecharmos o ano com uma receita de exportações do agronegócio mineiro da ordem de US$ 9,5 bilhões, cifra que supera em 25,0% a do ano passado."

Na comparação do período acumulado deste ano com o de 2010, o café apresenta uma receita de US$ 5,2 bilhões, ou 13,8% das exportações totais de Minas. O açúcar também apresenta bom desempenho na análise dos onze meses. Receita de US$ 1,2 bilhão, ou 30,3% mais que o valor obtido na comercialização de janeiro a novembro de 2010. A soja em grão, com uma receita de US$ 315,7 milhões, apresentou crescimento de 21,0%, enquanto o farejo, ao registrar movimento de US$ 173,8 milhões, evoluiu 147,8%. Já o óleo alcançou US$ 96,8 milhões, que equivalem a um crescimento de 33,9%.

As exportações de frango mantiveram bom desempenho no acumulado de janeiro a novembro de 2011: receita de US$ 299,1 milhões, cifra 32,5% superior à registrada em idêntico período do ano passado. Além disso, o secretário assinala os resultados do grupo de couros e peleterias, que alcançou crescimento de 184,3% ao registrar vendas de US$ 99,8 milhões.

A maioria dos produtos que apresentam expansão de receita também foi beneficiada, nos onze primeiros meses deste ano, por aumentos dos preços médios no mercado internacional.






Média diária de exportações brasileiras em dezembro recua ante 2010

Foram reduzidos principalmente os embarques de minério de ferro e milho em grão

  • Renata Veríssimo
Foto: Nauro Júnior / Agencia RBS
No ano de 2011 as exportações brasileiras somaram até agora US$ 235,697 bilhões
A média diária das exportações brasileiras na primeira semana de dezembro registrou queda de 1,9% em relação a dezembro de 2010, em razão da retração de 10,3% das exportações de produtos básicos, segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Foram reduzidos os embarques, principalmente, de minério de ferro e milho em grão. A média diária das vendas externas em apenas dois dias úteis de 2011 foi de US$ 892,5 milhões.

Por outro lado, cresceram em 12,8% as exportações de semimanufaturados por conta de catodos de cobre, óleo de soja em bruto, couros e peles, celulose, semimanufaturados de ferro e aço e açúcar em bruto. As vendas de manufaturados subiram 6,1%, puxadas por etanol, motores e geradores, açúcar refinado e automóveis de passageiros.

Nas importações, a média diária da primeira semana de dezembro, de US$ 733 milhões, ficou 8,3% acima da média de dezembro de 2010 (US$ 677,1 milhões). Aumentaram os gastos, principalmente, com adubos e fertilizantes (80,7%), cereais e produtos de moagem (77,8%), químicos orgânicos e inorgânicos (45,8%), siderúrgicos (30,7%), aparelhos eletroeletrônicos (30,6%), instrumentos de ótica e precisão (16,8%) e equipamentos mecânicos (13,3%).

Na primeira semana de dezembro, a balança comercial registrou superávit de US$ 319 milhões, resultado de exportações no valor de US$ 1,785 bilhão e importações de US$ 1,466 bilhão. No ano, as exportações somam US$ 235,697 bilhões, as importações, U$S 209,404 bilhões, com saldo positivo de US$ 26,293 bilhões.



Exportações brasileiras continuam a crescer acima da média mundial
Publicado em 05/12/2011 na seção noticias :: Versões alternativas: Texto PDF




As exportações brasileiras em novembro de 2011 (US$ 21,8 bilhões) registraram recorde na comparação com os resultados anteriores para este mês. O resultado das importações (US$ 21,2 bilhões) também é o maior da série histórica de novembro e o mesmo é válido para a corrente de comércio (US$ 43 bilhões). O saldo comercial foi de US$ 583 milhões no período e está 100% acima do valor aferido em novembro do ano passado (US$ 291 milhões).

Os números da balança comercial brasileira foram analisados no dia 1º de dezemebro em entrevista coletiva durante o 3º Encontro de Comércio Exterior do Mercosul (Encomex Mercosul) em Curitiba (PR). Esta é a primeira vez que o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic) divulga os resultados na capital paranaense.

O ministro interino do Mdic, Alessandro Teixeira, destacou que o superávit da balança comercial no acumulado do ano (janeiro a novembro) está em US$ 26 bilhões, valor que é o maior desde 2007 (US$ 36 bilhões). "Eu me lembro que, no começo do ano, diante da crise financeira global, havia muitas previsões de déficit para 2011 e estamos terminando o ano com um resultado extraordinário", disse.

Também presente à entrevista coletiva, a secretária de Comércio Exterior do Ministério, Tatiana Lacerda Prazeres, informou que as exportações brasileiras de produtos básicos (38,7%) e de industrializados (20,2%) registram crescimento superior ao que se verifica no comércio mundial - de 18%, segundo estimativa do Fundo Monetário Internacional (FMI). "Considerando que as vendas brasileiras no acumulado do ano cresceram 28%, podemos dizer que a fatia brasileira no mercado internacional deve aumentar em 2011", explicou.

O setor do agronegócio foi destaque em no mês com os seguintes índices: soja (+532%), algodão (+168%), óleo de soja em bruto (+56%), óleos combustíveis (+55%), carne bovina (+42%), café em grão (+37%).


Os principais países de destino das exportações de janeiro a novembro de 2011 foram: China (US$ 40,7 bilhões), Estados Unidos (US$ 23,3 bilhões), Argentina (US$ 20,9 bilhões), Países Baixos (US$ 12,7 bilhões) e Japão (US$ 8,6 bilhões). Relativo às importações, os mercados que mais venderam para o Brasil foram: Estados Unidos (US$ 31,4 bilhões), China (US$ 30,2 bilhões), Argentina (US$ 15,6 bilhões), Alemanha (US$ 14 bilhões) e Coréia do Sul (US$ 9,2 bilhões).

FONTE






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Debulhando o PIB

Brasil S.A - Antônio Machado
Correio Braziliense - 08/12/2011
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2011/12/8/debulhando-o-pib
 
Estagnação no trimestre também repercute cautela do consumidor e ajuste em serviços, o que não é mau

A ironia sobre o fraco desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre é que o resultado só não foi pior graças às exportações, e não à demanda interna, apresentada pela presidente Dilma Rousseff nos fóruns internacionais como testemunha do acerto da política econômica adotada pelo Brasil contra a crise global.
Ela não está equivocada, caso se expanda a análise. O crescimento do setor agrícola pelo lado da oferta — com avanço intertrimestres de 3,2%, após a contração de 0,6% no 2º trimestre —, e, pelo lado da demanda, a contribuição positiva das exportações líquidas, com alta de 1,8%, foram os itens do PIB que salvaram o resultado.
Tal desempenho, influenciado (pelo lado da oferta entre o 2º e o 3º trimestre) pelo recuo de 0,9% da indústria e de 0,3% do setor de serviços, esse número, sim, a grande surpresa, conduziu o PIB à estagnação no encadeamento trimestral e a um aumento de 2,1% sobre igual período de 2010. A oferta encolheu, acompanhando a demanda.
O IBGE chega ao resultado do PIB por dois caminhos: o da oferta e o da demanda, ambos equivalentes na conta final. Se dos três itens da oferta, apenas a agropecuário teve evolução positiva, pelo lado da demanda destacaram-se as exportações, apesar da crise no mundo.
Sempre em relação ao trimestre passado, o consumo das famílias de julho e setembro caiu 0,1%, o consumo do governo recuou 0,7% e a taxa de investimento (ou, conforme o jargão das contas nacionais, formação bruta de capital fixo) emagreceu 0,2%. O que a oferta não entregou, sobretudo a indústria, a demanda também não pressionou, diminuindo seu vazamento para as importações. Importa o que virá.
A percepção é que a economia também esteja andando de lado neste fim de ano, mas menos o consumo do que a indústria, cujo calcanhar continua mordido pelas importações, e a taxa de investimentos.
A expectativa do comércio é de retomada do consumo até a véspera do Natal, como prevê a Fecomércio de São Paulo. Nas projeções da entidade, a manutenção do nível de emprego e de renda — ancorados no menor índice histórico de desocupação no país, da ordem de 5,8% da população ativa, e no aumento da massa real de rendimentos de 5,7% — firma o ambiente de expansão do consumo sem inadimplência.
"O resultado será um Natal ainda melhor que o de 2010", aposta o superintendente da Fecomércio, Antonio Carlos Borges. Seu otimismo também se sustenta num índice próprio, que afere a confiança do consumidor. Está acima de 150 pontos, numa escala de 0 a 200.
Importação reduz o PIB
A ser como prevê a Fecomércio, e não há nos indicadores de renda e emprego nada contundente contra o crescimento econômico, fica a pergunta sobre o que teria acontecido com a volúpia consumista no 3º trimestre. Há duas explicações possíveis. A primeira deve estar no que já se alertava neste espaço: que a indústria incorpora cada vez mais partes importadas em seu processo produtivo.
Importações subtraem produção nacional e desviam pedaços da renda para os exportadores no exterior. Ao incentivar o consumo, supondo ativar assim o crescimento econômico, o governo deve estar atento para esta sequela. A demanda crescerá, não o PIB. Este é um dado.
O investimento atrasou
Outro é que o investimento comanda a dinâmica do crescimento, mas especialmente em nova ou em maior capacidade produtiva. A taxa de investimento alavancada pela construção civil — um dos componentes da formação bruta de capital fixo, que também inclui a compra de máquinas e equipamentos — gera resultado rápido sobre o PIB, mas o seu voo é curto, já que não cria fluxos contínuos de produção.
Para conter a demanda com ajuste fiscal, o governo adiou este ano boa parte do investimento público, enquanto o setor privado também se retraiu à espera de clareza dos cenários, sobretudo lá fora. Os dois movimentos, superpostos com o viés de internacionalização das cadeias de produção, ajudaram a reduzir a demanda no trimestre.
Linhas tortas do ajuste
A segunda explicação para a retração do consumo, segundo o quadro da Fecomércio, teria sido o consumidor se preocupar em baixar seu nível de endividamento. Na capital de São Paulo, diminuiu para 41% a relação de famílias, em novembro, com algum tipo de dívida.
Não é ruim tal conduta. Talvez nem a relativa estagnação do PIB. Como sacou o economista Fernando Montero, espantoso era a demanda e o setor de serviços, ou non tradables, isto é, não exportáveis, estarem bombando à custa dos tradables e da indústria fraca. Para ele, o ajuste fiscal distribuiu melhor esse ônus. Se tal fator for previsto em 2012, a retomada do PIB poderá favorecer a indústria.
Ranço dos economistas
É certo que a maioria dos economistas ouvidos pela imprensa tem o pé atrás em relação ao governo, assumindo análises mais histéricas que racionais. Fizeram isso quando o Banco Central cortou a Selic. Alguns foram desrespeitosos, acusando o BC de servil a Dilma. Sobre o balanceamento da intervenção do governo na economia entre as ações de transferência de renda e o investimento público, nada disseram, mal disfarçando o ranço ideológico de suas análises.
Fossem menos preconceituosos, teriam enxergado o que Montero viu ao debulhar o PIB, uma visão determinante para Dilma reorientar a política econômica ouvindo mais gente, como o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, que sabe como poucos onde estão os gargalos.

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