quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Agronegócio



Ari Cunha - Visto, Lido e Ouvido - Ari Cunha
Correio Braziliense - 20/10/2011

Entidades representativas do agronegócio brasileiro foram fundadas em diferentes momentos e respondem histórias setoriais particulares. Produtos mais tradicionais, como café, açúcar, suco de laranja, carne de frango, carne bovina e milho, tiveram organizações representativas fundadas nos anos 1970 e 1980. Dos anos 90 em diante, foram recriadas, modernizadas e adaptadas às demandas dos negócios no mercado internacional. Com o aumento da procura, surgiram sofisticações. O governo precisava ser informado de novos desafios e do interesse de cada setor para enfrentar o arsenal de medidas tarifárias e não tarifarias dos mercados externos. (Dados extraídos da Revista Fundação Milton Campos)


Inovação em baixa na área de agroquímicos

Valor Econômico - 20/10/2011
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2011/10/20/inovacao-em-baixa-na-area-de-agroquimicos

Como os químicos gostam de nos recordar, a química é onipresente. Tudo é feito de elementos químicos e as versões naturais não são necessariamente mais saudáveis que os compostos sintéticos. O mundo está repleto de substâncias naturalmente tóxicas e cancerígenas.
A química - e em particular os defensivos e fertilizantes que a ciência produz - é um dos três pilares que sustentaram o assombroso aumento da produtividade agrícola. Os outros dois são a biologia, cujas pesquisas levaram a variedades de cultivos de maior rendimento, e a engenharia, que permitiu a agricultores semear, arar, irrigar e colher de forma mais eficiente.
Os produtos agroquímicos podem ser divididos em dois grandes grupos: os fertilizantes, que dão às plantas os nutrientes essenciais e têm como base o nitrogênio, fósforo e potássio; e os defensivos, que protegem as plantas de ervas daninhas, insetos e doenças de fungos.
Apesar do fato de que a agricultura moderna provavelmente morreria sem os adubos, há muito mais inovação no setor de defensivos - que cientificamente é bem próxima à indústria farmacêutica - do que nos fertilizantes, cujos produtos são mais commoditizados.
A avaliação anual realizada pela consultoria britânica Agranova calcula que o mercado mundial de defensivos agrícolas movimentou US$ 40,7 bilhões no ano passado, sem muita variação em relação aos valores em termos reais, ajustados pela inflação, dos últimos dez anos.
Entre as empresas líderes do segmento estão a Syngenta, Bayer, Basf, Dow e Monsanto.
Os herbicidas (que matam ervas daninhas) ainda dominam a maior parte do mercado (US$ 17,5 bilhões), embora sua participação esteja caindo em relação aos fungicidas e inseticidas (cerca de US$ 10,6 bilhões cada um).
Quanto à distribuição regional das vendas de agroquímicos, a análise da Agranova mostra uma divisão bastante equilibrada ente América do Norte, Europa, Ásia e América Latina, com cada região registrando entre 22% e 24% de participação.
No que ser refere aos tipos de colheita, o plantio de frutas e vegetais é responsável por uma parcela surpreendentemente grande do mercado agroquímico: US$ 13,2 bilhões, o que representa 32,3%. Em comparação, os cereais, como o trigo e a cevada, ficam com 15,6% do mercado total; a soja, com 10,4%; o arroz, com 9,1%; e o milho, com 8,4%.
Lançar agroquímicos (defensivos ou fertilizantes) no mercado tornou-se muito mais caro, uma vez que a desconfiança pública em relação à indústria química ficou maior, diz Rob Bryant, chefe da Agranova.
Ao mesmo tempo muitos produtos mais antigos foram retirados de circulação porque os custos para cumprir a regulamentação necessária e para mantê-los no mercado é alto demais. Isso levou a algumas "lacunas" nas opções de tratamento, especialmente, para culturas menores.
A era dourada dos agroquímicos, em termos de novos ingredientes químicos chegando ao mercado, deu-se nas décadas de 1980 e 1990. O ritmo de lançamentos na primeira década do século XXI foi a metade do registrado nos anos 90.
"Continua havendo demasiada ênfase nas principais colheitas, guiada pela necessidade de recuperar os custos com obstáculos regulatórios cada vez maiores e com a diminuição no sucesso com as inovações", disse Bryant.
Além dos produtos agroquímicos, há várias formas por meio das quais a química vem contribuindo para melhorar a produção e teor nutritivo dos alimentos e reduzir a poluição ambiental. Um bom exemplo é a colaboração entre a Novozymes, da Dinamarca, e a DSM, da Holanda - duas empresas inovadoras de especialidades químicas - para reduzir a quantidade de fosfato nas rações.
Grandes quantidades de fosfato, uma matéria-prima de oferta limitada, são desperdiçadas em alimentos para aves e porcos, pois os animais não as metabolizam com eficiência e acabam eliminadas nos excrementos, provocando a poluição das águas.
A solução é agregar a enzima "fitase", aperfeiçoada, à ração. Isso possibilita melhor aproveitamento do fosfato pelos animais.
Ao mesmo tempo, a química continua a ter grande impacto no pilar biológico da produção de alimentos, ao ajudar a esclarecer a estrutura molecular das plantas - sinalizando, portanto, novas formas para aperfeiçoamento das culturas. Neste mês, por exemplo, uma colaboração entre a Edinburgh University e a Syngenta divulgou uma importante descoberta sobre o sistema imunológico das plantas, na revista científica "Nature".
Um dos mecanismos de defesa de uma planta, quando atacada por bactérias ou fungos, é provocar a morte das células ameaçadas. Isso remove a fonte de alimentos do elemento patogênico invasor. "As plantas geram um choque pequeno e rápido que mata as células ao redor de onde o elemento patogênico tenta invadir e, basicamente, o fazem morrer de fome", diz Gary Loake, líder do projeto e professor da universidade escocesa. "Mas identificamos que algo precisa ocorrer para garantir que a planta não caia em total destruição".
A resposta está em uma enzima chamada oxidase NAPDH, que controla o processo de morte das células e o interrompe quando a infecção é contida. "Esperamos que os pesquisadores de melhoramento vegetal possam usar a informação para desenvolver variedades resistentes a doenças", afirma o professor Loake.
20/10/2011
 
Agricultura responde por 70% do uso da água e 15% das emissões

http://www.ihu.unisinos.br/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=48539
As atividades agrícolas são responsáveis por 70% do uso de água e por 15% das emissões de gases de efeito estufa no mundo, segundo o relatório Estado do Mundo 2011, lançado ontem no Brasil pela parceria do Instituto Akatu com o Worldwatch Institute (WWI). A destruição de 13 milhões de hectares de floresta ano a ano, quase sempre causada por atividades impróprias, representa 11% do total das emissões, diz o estudo. O relatório é produzido há 28 anos consecutivos, em 30 idiomas diferentes, pela equipe de pesquisadores do WWI, sediado em Washington (EUA). Neste ano, as inovações para manter o homem no meio rural e garantir a sustentabilidade no campo foram os temas.

A informação é do jornal O Estado de S. Paulo, 20-10-2011.

O documento destaca que, enquanto o planeta desperdiça um terço dos alimentos que produz, 925 milhões de pessoas (cinco vezes a população brasileira) ainda passam fome no mundo. O trabalho estima que 8 milhões de agricultores da África ainda irriguem suas terras usando baldes de água. E, se a agricultura se desenvolver naquele continente, os agricultores podem se fixar nas plantações e retirar da atmosfera 50 bilhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2). 
20/10/2011
 
Florestas avançam para novas fronteiras
http://www.ihu.unisinos.br/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=48547

A valorização da terra em mercados consolidados como São Paulo, Minas Gerais e Paraná transformou os Estados de Mato Grosso do Sul, do Maranhão, do Tocantins e do Pará nas novas fronteiras florestais para o cultivo do eucalipto voltado à indústria.

A reportagem é de Venceslau Borlina Filho e publicada pelo jornal Folha de S. Paulo, 20-10-2011.

Dos R$ 5,7 bilhões que as empresas planejam investir até 2015, 90% devem ir para os Estados das regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste, segundo a Abraf (Associação Brasileira de Produtores de Florestas Plantadas).

Numa comparação entre Estados, a diferença no preço da terra pode encarecer em até R$ 700 milhões o projeto de implantação de um fábrica de celulose - matéria-prima (eucalipto), equipamentos e transportes -, segundo estimativas das empresas.

Enquanto em Mato Grosso do Sul uma unidade com capacidade para 1,5 milhão de toneladas de celulose por ano custaria R$ 1,8 bilhão, em São Paulo sairia por R$ 2,5 bilhões, afirma Aires Galhardo, diretor florestal da Fibria, uma das maiores do país.

"A formação dessas novas fronteiras florestais foi motivada pelos preços das terras nos outros Estados e por serem regiões ainda não exploradas, onde podemos encontrar preços mais favoráveis", disse Galhardo.

Em Mato Grosso do Sul, a Fibria é proprietária de uma das maiores florestas e vai adquirir mais áreas para ampliação da unidade de celulose em Três Lagoas. Os investimentos industriais devem somar R$ 4 bilhões.

MARANHÃO

No Maranhão, a Suzano Energia Renovável, do grupo Suzano Papel e Celulose, vai investir R$ 1 bilhão na formação de florestas e numa indústria de "pellets" de madeira (pedaços processados de madeira para incineração e geração de energia).

A estimativa da empresa é iniciar a produção em 2014 e gerar 2.700 empregos diretos no Estado. Até lá, a meta da unidade será alcançar 3 milhões de toneladas de "pellets". Atualmente, a Suzano tem 341 mil hectares plantados com eucalipto no país. Para o diretor-executivo da Abraf, César Augusto dos Reis, o baixo preço da terra nos Estados também é favorecido pelo fim da pecuária extensiva. "Os pastos ficaram ociosos e agora estão dando espaço a grandes plantações de eucalipto."

A unidade da Eldorado Brasil que está sendo construída em Três Lagoas terá 210 mil hectares de eucalipto. Atualmente, a empresa só garantiu 70 mil hectares. Os investimentos totais (florestal e industrial) previstos são de R$ 4,8 bilhões.

No Tocantins, a expectativa da Aretins (Associação de Reflorestamento do Tocantins) é atingir 600 mil hectares de eucalipto plantados até 2016. A Jamp, de Dueré (TO), deve quadruplicar a área plantada de eucalipto, hoje em 3.000 mil hectares. Segundo a Abraf, a silvicultura no Brasil obteve valor bruto de produção de R$ 51,8 bilhões em 2010 -recorde histórico. De acordo com a associação, o setor gera 4,5 milhões de empregos diretos e indiretos no país.

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