quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Bradesco amplia lucro em 18% apesar de conservadorismo

São Paulo, quinta-feira, 27 de outubro de 2011 
Banco eleva reservas para cobrir inadimplência no crédito

DE SÃO PAULO

Terceiro maior banco brasileiro, o Bradesco chega ao terceiro trimestre de 2011 com lucro líquido acumulado de R$ 8,302 bilhões no ano, resultado 18% maior do que no mesmo período do ano passado, apesar de um leve aumento da inadimplência.
O resultado do banco -o segundo maior do setor no período, segundo avaliação da consultoria Economática- poderia ter sido bastante maior se não fosse um forte aumento no dinheiro separado para cobrir perdas com eventuais calotes, as provisões de crédito.
Para se precaver de um aumento nos atrasos de pagamento, o banco elevou essas provisões de R$ 17,4 bilhões para R$ 19,1 bilhões entre os meses de junho e setembro. Nesse período, o banco registrou um aumento da inadimplência para pessoa física de 5,7% para 6%, incluindo cartões de crédito; sem cartões, o aumento foi menor, de 4,6% para 4,7%.
"Apesar desse aumento, continuamos otimistas porque há uma certa estabilidade. Não vejo um cenário preocupante", disse Domingos Abreu, diretor de Relações com Investidores do Bradesco. O banco prevê estabilidade na inadimplência no quarto trimestre de 2011.
"É um conservadorismo excessivo. O Bradesco não tem essa necessidade de elevar as provisões porque a qualidade de crédito se manteve. Mas isso depois pode ser revertido e aumentar o lucro", disse Erivelto Rodrigues, presidente da consultoria Austin Ratings.

CRISE
A crise nos mercados globais ajudou o Bradesco a impulsionar os financiamentos para grandes empresas, que tiveram as portas fechadas para emissão de dívida de longo prazo.
As operações de crédito para essas empresas surpreendeu e cresceu 27% em relação a setembro de 2010- antes da crise, a previsão era de crescimento de 10%.
Os empréstimos para micro e pequenas empresas cresceram 26% no período.
Os empréstimos para o consumidor pessoa física crescem em ritmo bem menor, de 13% em relação a setembro do ano passado.
Como um todo, as operações de crédito se expandiram em 22%, bastante acima da previsão de aumento de 15% a 19% dos financiamentos para este ano. (TONI SCIARRETTA)

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