Valor Econômico - 19/10/2011 |
De todos os setores onde os espanhóis atuam no Brasil, em nenhum sua presença é tão marcante como em energia. Em geração, transmissão e distribuição é possível elencar uma série de projetos e investimentos. Até na produção de equipamentos os espanhóis estão investindo pesado, principalmente para atender o segmento de eólicas. De forma geral, o faturamento das matrizes ainda está bem acima da receita no Brasil, mas o futuro é muito mais promissor por aqui. Para o presidente do grupo Endesa no Brasil, Marcelo Llévenes, a estabilidade política e econômica e o potencial de crescimento do mercado brasileiro montam o cenário perfeito para o investimento. Com a concessão das distribuidoras Ampla (RJ) e Coelce (CE) e as usinas de Cachoeira Dourada (GO) e TermoFortaleza (CE), o grupo espanhol anunciou no primeiro semestre um investimento de R$ 1 bilhão no Brasil este ano. "O investimento nesse setor não pode ser decidido com base na conjuntura imediata. Nós trabalhamos no longo prazo. Mas o ambiente de negócios no Brasil está muito melhor hoje do que há alguns anos", conta Llévenes. A receita na América Latina (incluindo ainda Argentina, Peru, Colômbia e Chile) representou 32% do total do grupo em 2010. O mercado de capitais no país é outro atrativo para os espanhóis. A Isolux Corsán trouxe para o país a recém-criada Isolux Infrastructure de olho no apetite dos investidores. A empresa espera apenas uma melhora no cenário econômico para abrir seu capital. "O mercado de capitais brasileiro, com a crise na Europa, passa a ter um relevância importante como opção de acesso à recursos", afirma João Nogueira Batista, presidente do conselho de administração da Isolux Infrastructure, com concessões de linha de transmissão e rodovias. Do investimento global projetado até 2014, de R$ 10 bilhões, metade ficará no Brasil. O país respondeu, no ano passado, por 32% da receita líquida total de R$ 595 milhões. Ainda atrás da Espanha, que gerou 46,4% do faturamento. Mas quando se analisa o Ebitda, o Brasil garantiu a maior parte, 43,4%, enquanto a Espanha respondeu por 42,5%. Outro lance ousado dos espanhóis este ano foi a compra da distribuidora Elektro pela Iberdrola, por US$ 2,4 bilhões. Em um negócio fechado no exterior com a Ashmore Energy Internacional, os espanhóis ampliaram sua presença no país e entraram em São Paulo. A Iberdrola tem 39% da Neoenergia, que controla as distribuidoras Consern (RN), Celpe (PE) e Coelba (BA) e tem negócios em geração e transmissão no Rio Grande do Norte, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e Rio de Janeiro. A empresa participa de dois dos maiores projetos de usinas em construção no país: Belo Monte (10%) e Teles Pires (51%). Na área de produção de equipamentos, a Gamesa redirecionou seus investimentos para o Brasil com a piora da crise na Europa. Em entrevista à jornalista Josette Goulart, do Valor, em julho, o presidente mundial da empresa, Jorge Calvet, disse que não tem nenhum pedido em carteira para a Espanha. A empresa investiu R$ 50 milhões numa unidade na Bahia para fabricação de aerogeradores. |
quarta-feira, 19 de outubro de 2011
Da geração à distribuição, forte presença em energia
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