sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Eletrobrás reabre mercado externo e capta US$ 1,75 bi



Autor(es): Por Fernando Travaglini | De São Paulo
Valor Econômico - 21/10/2011
 

A Eletrobrás fechou ontem a primeira emissão externa de uma empresa brasileira em mais de um mês. A companhia captou US$ 1,75 bilhão com o lançamento de títulos de 10 anos, denominando em dólares, no mercado internacional, segundo pessoas que acompanharam o negócio.
A operação, sob coordenação dos bancos Santander e Credit Suisse, ficou no piso das taxas oferecidas, em 5,75% ao ano. No início do processo de precificação ("bookbuilding") os juros estavam entre 5,75% e 6%.
A taxa dos papéis lançados pela empresa representa um prêmio da ordem de 0,5 ponto percentual sobre o valor dos títulos da companhia negociados no exterior. Um título da companhia, com vencimento em 2019, operou ontem com taxa de 4,991%.
É comum que novas operações paguem um "spread" em relação ao mercado secundário, chamado no jargão do mercado de "new issue premium", mas em geral esse prêmio é um pouco menor. Mas dada a volatilidade dos mercados, o fato de a taxa ter ficado no piso é um bom sinal.
Já o volume captado ficou abaixo do inicialmente previsto, que era de até US$ 2,5 bilhões. Provavelmente, a empresa preferiu menos recursos, mas com uma taxa mais coerente com sua "curva de juros".
A agência de risco Moody"s atribuiu um rating Baa2 ao bônus, enquanto a S tandard & Poor"s deu nota BBB- aos papéis.
Com a operação, o Brasil volta a acessar os mercados de dívida no exterior. A última emissão tinha sido da Brasil Telecom, que captou R$ 1,1 bilhão em títulos denominados em reais, em 15 de setembro.
A dúvida agora é se outras empresas vão se aventurar no turbulento mercado externo. As companhias estão evitando pagar juros muito elevados em meio à volatilidade das bolsas. O temor é "sujar" a curva, ou seja, inserir um título com taxas muito elevadas no conjunto de papéis negociados lá fora.
Uma transação que pode sair nas próximas semana é a emissão do governo brasileiro. O secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, voltou a afirmar nesta semana que o país pretende captar ainda em 2011 recursos no exterior. Segundo ele, a captação poderia ser em dólares.
A Petrobras também considera uma emissão de recursos no exterior denominada em euros, segundo o diretor Financeiro e de Relações com Investidores da companhia, Almir Barbassa, disse recentemente.

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