quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Exposição de bancos brasileiros ao exterior atinge US$ 89 bilhões



Autor(es): Por Assis Moreira | De Genebra
Valor Econômico - 20/10/2011
 

A exposição de bancos brasileiros no exterior aumentou para US$ 89 bilhões ao fim de junho, numa alta de 44,9% em relação ao mesmo período de 2010, que ocorreu principalmente nos países desenvolvidos, revela o Banco Internacional de Compensações (BIS), espécie de banco central dos bancos centrais.
Nos mercados desenvolvidos, a exposição de bancos brasileiros cresceu 72% em relação ao mesmo período do ano passado e alcançou US$ 50,4 bilhões ao fim de junho, quando os bancos locais já se retraíam por causa da crise econômica. A exposição na Europa aumentou 52,1%, passando para US$ 25,5 bilhoes. Já na América Latina, os US$ 16,6 bilhões representam alta de 37,1% no período.
Os bancos internacionais reduziram em US$ 296 bilhões seus empréstimos nos países desenvolvidos no segundo trimestre. Ao mesmo tempo, os financiamentos para economias emergentes aumentaram US$ 145 bilhões e permaneceram positivos pelo nono mês consecutivo.
O Brasil recebeu US$ 41,4 bilhões no primeiro semestre, ligeiramente inferior em US$ 1,5 bilhão ao valor do mesmo período de 2010. Somente entre abril e junho foram US$ 22 bilhões, o segundo maior captador de recursos, como ocorreu em trimestres anteriores. Somente a China recebeu mais, com US$ 68 bilhões no segundo trimestre. A Índia, o terceiro, captou US$ 9 bilhões
Globalmente, os empréstimos internacionais declinaram 0,5%, ou US$ 185 bilhões, após alta de 1,6% no trimestre anterior. Os dados do BIS refletem a situação atual da própria economia global, com estagnação nos desenvolvidos e ainda crescimento, mesmo que moderado, nos emergentes.
Por sua vez, a entidade Geneve Place Financiere, que faz a promoção dos bancos de Genebra, apresentou levantamento de uma consultoria, segundo a qual a gestão de fortuna "offshore" (fora do país de residência do cliente) ficou em US$ 2,1 trilhões por bancos suíços, ou 27% do total global.
Sobretudo, os bancos helvéticos continuam a atrair capital latino-americano. Agora, a fortuna de origem da América Latina representa 12,5% do total gerido pelos suíços, comparado a 10,5% no ano anterior, totalizando US$ 262,5 bilhões
Os bancos de Genebra, porém, recusam que o governo suíço faça acordos para recolher imposto sobre fortunas depositadas no país, como já fez com Alemanha e Grã-Bretanha. Para os banqueiros, esses acordos devem se limitar a países da União Europeia, sob alegação de que os custos são enormes para descontar o imposto e devolver aos países dos depositantes, sem revelar os nomes dos clientes. Os demais países devem buscar acordos bilaterais com base em novo formato proposto pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o que continua a ser complicado.

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