segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Cerca de 30% da população vive em 38 municípios do país, diz IBGE


Dados foram divulgados nesta segunda-feira pelo instituto.

Glauco AraújoDo G1, no Rio
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 29,28% da população vive em 38 municípios com mais de 500 mil habitantes do país. No total, só 55.838.476 moradores estão concentrados em 0,62% das cidades brasileiras. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (29) pelo instituto.
Ainda de acordo com o levantamento do IBGE, somos 190.732.694 pessoas em todo o Brasil. Em dez anos, o aumento da população foi de 12,3%, em números absolutos isso significa 20.933.524 pessoas. O crescimento foi inferior ao observado na década anterior. Entre 1991 e 2000, a população brasileira aumentou 15,6%.
Segundo Eduardo Pereira Nunes, presidente do IBGE, 1.302 cidades (com até 5 mil habitantes) abrigam, ao todo, mais de 4,3 milhões de brasileiros, o que corresponde a 23,39% dos municípios do país. Em outras 1.213 cidades (21,79%) (com faixa populacional de 5mil até 10 mil habitantes) estão 8.559.667 de brasileiros. Em 25,15% das cidades (1,4 mil do total) estão mais de 19,7 milhões de habitantes. Outras 1.043 cidades abrigam mais de 31,3 milhões da população brasileira.
Em 324 cidades vivem mais de 48,5 milhões de pessoas. Em 245 municípios estão 48,5 milhões de habitantes. "Isso mostra a importância demográfica e econômica das cidades de médio porte, principalmente na Região Centro-Oeste. Identificamos um movimento populacional do Leste do país para o Oeste", disse Nunes.

Censo 2010: população do Brasil é de 190.732.694 pessoas

Após cerca de quatro meses de trabalho de coleta e supervisão, durante os quais trabalharam 230 mil pessoas, sendo 191 mil recenseadores, o resultado do Censo 2010 indica 190.732.694 pessoas para a população brasileira em 1º de agosto, data de referência. Em comparação com o Censo 2000, ocorreu um aumento de 20.933.524 pessoas. Esse número demonstra que o crescimento da população brasileira no período foi de 12,3%, inferior ao observado na década anterior (15,6% entre 1991 e 2000). O Censo 2010 mostra também que a população é mais urbanizada que há 10 anos: em 2000, 81% dos brasileiros viviam em áreas urbanas, agora são 84%.
A região Sudeste segue sendo a região mais populosa do Brasil, com 80.353.724 pessoas. Entre 2000 e 2010, perderam participação as regiões Sudeste (de 42,8% para 42,1%), Nordeste (de 28,2% para 27,8%) e Sul (de 14,8% para 14,4%). Por outro lado, aumentaram seus percentuais de população brasileira as regiões Norte (de 7,6% para 8,3%) e Centro-Oeste (de 6,9% para 7,4%).
Entre as unidades da federação, São Paulo lidera com 41.252.160 pessoas. Por outro lado, Roraima é o estado menos populoso, com 451.227 pessoas. Houve mudanças no ranking dos maiores municípios do país, com Brasília (de 6º para 4º) e Manaus (de 9º para 7º) ganhando posições. Por outro lado, Belo Horizonte (de 4º para 6º), Curitiba (de 7º para 8º) e Recife (8º para 9º) perderam posições.
Os resultados mostram que existem 95,9 homens para cada 100 mulheres, ou seja existem mais 3,9 milhões de mulheres a mais que homens no Brasil. Em 2000, para cada 100 mulheres, havia 96,9 homens. A população brasileira é composta por 97.342.162 mulheres e 93.390.532 homens.
Entre os municípios, o que tinha maior percentual de homens era Balbinos (SP). Já o que tinha maior percentual de mulheres era Santos (SP). O Censo 2010 apurou ainda que existiam 23.760 brasileiros com mais de 100 anos. Bahia é a unidade da federação a contar com mais brasileiros centenários (3.525), São Paulo (3.146) e Minas Gerais (2.597)
O Censo Demográfico compreendeu um levantamento exaustivo de todos os domicílios do país. Foram visitados 67,6 milhões de domicílios e ao menos um morador forneceu informações sobre todos os moradores de cada residência. A partir do dia 4 de novembro, o IBGE realizou um trabalho de supervisão e controle de qualidade de todo material coletado, em conjunto com as Comissões Censitárias Estaduais (CCE) e das Comissões Municipais de Geografia e Estatística (CMGE,) em todas as 27 Unidades da Federação e nos municípios brasileiros. As comissões funcionaram como um canal de comunicação entre o IBGE e a sociedade e participaram de todo o processo de realização do Censo.
Do total dos 67,6 milhões de domicílios recenseados, os moradores foram entrevistados em 56,5 milhões de domicílios. Foram classificados como fechados 901 mil domicílios, em que não foi possível realizar as entrevistas presenciais, mas havia evidências de que existiam moradores. Nesses casos, o IBGE utilizou uma metodologia para estimar o número de pessoas residentes nesses domicílios fechados. Esta é uma prática já adotada por institutos oficiais de estatísticas internacionais de países como Estados Unidos, Canadá, Austrália, México e Nova Zelândia, igualmente já utilizada na Contagem de 2007 realizada pelo IBGE. A metodologia consiste em atribuir a cada domicílio fechado o número de moradores de outro domicílio, que havia sido inicialmente considerado fechado e depois foi recenseado. A escolha foi aleatória, levando em conta a unidade da federação, o tamanho da população do município e a situação urbana ou rural.
O Censo Demográfico encontrou ainda 6,1 milhões domicílios vagos,ou seja, aqueles que não tinham morador na data de referência, mesmo que, posteriormente, durante o período da coleta, tivessem sido ocupados. Casas colocadas à venda (ou de aluguel) e abandonadas são exemplos de domicílios vagos. Os domicílios de uso ocasional, que somaram 3,9 milhões, são aqueles que servem ocasionalmente de moradia, usados para descanso de fins de semana, férias ou outro fim. Já o número de domicílios coletivos (hotéis, pensões, presídios, quartéis, postos militares, asilos, orfanatos, conventos, alojamento de trabalhadores, etc) foi de 110mil. Em 2000, do total de 54,2 milhões de domicílios, 45 milhões eram ocupados, 528 mil fechados, 6 milhões vagos e 2,7 milhões de uso ocasional.
Iniciado em 1º de agosto de 2010, os 191 mil recenseadores percorreram os 5.565 municípios brasileiros e as entrevistas implicaram no recenseamento da população por meio de três métodos: entrevista presencial, questionário pela Internet e, por fim, a estimação do número de moradores em domicílios fechados.
Em suma, o Censo Demográfico 2010 consiste na visita exaustiva de todos os domicílios e entrevistas. O IBGE agradece aos participantes das Comissões Censitárias Estaduais (CCE) e das Comissões Municipais de Geografia e Estatística (CMGE) e à população pelas informações prestadas. O IBGE espera que os dados coletados sirvam de base para o planejamento público e privado, em favor da melhoria das condições de vida da sociedade brasileira.
Amapá se destaca no crescimento populacional
Embora com perda de participação, os estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro representam 40,28% no total da população em 2010 (frente aos 40,82% em 2000). Em dez anos, os destaques de crescimento foram verificados no Amapá (40,18%), Roraima (39,10%) e Acre (31,44%). Por outro lado, os menores percentuais ocorreram no Rio Grande do Sul (4,98%), Bahia (7,28%) e Paraná (9,16%).
Brasília e Manaus mudam de posição entre os 10 maiores.
Houve mudanças nos rankings tanto dos 10 municípios mais populosos quanto dos de menor população. Na parte de cima, Belo Horizonte, Curitiba e Recife perderam posição frente aos números de 2000. Por outro lado, Brasília e Manaus subiram de posição, cada um, na lista dos mais populosos.
Já entre os de menor população, André da Rocha (RS) e Nova Castilho (SP) elevaram sua posição. Lavandeira, Rio da Conceição, Tupirama e Ipueiras, todos municípios de Tocantins, saíram da lista dos menos populosos; cederam lugar a Miguel Leão (PI), Uru (SP), Cedro do Abaeté (MG), Araguainha (MT).
 
População urbana sobe de 81,25% para 84,35%
Já em 2010, apenas 15,65% da população (29.852.986 pessoas) viviam em situação rural, contra 84,35% em situação urbana (160.879.708 pessoas). Entre os municípios, 67 tinham 100% de sua população vivendo em situação urbana e 775 com mais de 90% nessa situação. Por outro lado, apenas nove tinham mais de 90% de sua população vivendo em situação rural.
Em 2000, da população brasileira 81,25% (137.953.959 pessoas) viviam em situação urbana e 18,75% (31.845.211 pessoas) em situação rural. Entre os municípios, 56 tinham 100% de sua população vivendo em situação urbana e 523 com mais de 90% nessa situação. Por outro lado, 38 tinham mais de 90% vivendo em situação rural e o único município do país a ter 100% de sua população em situação rural era Nova Ramada (RS).
Em dez anos 19 municípios dobraram população
Desde 2000, 19 municípios mais que dobraram sua população – o de maior crescimento foi Balbinos (SP), com 199,47% de crescimento; seguido por Rio das Ostras (RJ), com 190,39%; e Pedra Branca do Amapari (AP), com 168,72%. Na tabela abaixo, é possível verificar a lista completa.
Por outro lado, 1.520 municípios registraram população inferior à existente em 2000. Na tabela abaixo, é possível verificar as cinco maiores quedas.
Homens são maioria em Balbinos (SP). Mulheres, em Santos (SP)
Em 2010, os municípios com maior proporção de homens são: Balbinos (SP), Pracinha (SP) e Lavínia (SP). As listas com os 10 maiores percentuais dos Censos podem ser verificadas abaixo:
Já entre os de maior proporção de mulheres em 2010 se destacam: Santos (SP), Recife (PE) e São Caetano do Sul (SP). Veja os percentuais nas tabelas abaixo:
Outras informações podem ser verificadas no site do IBGE, www.ibge.gov.br.
Comunicação Social
29 de novembro de 2010




Megalópole “exporta” 293 mil pessoas na década

Autor(es): Jose Roberto de Toledo
O Estado de S. Paulo - 30/11/2010
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/11/30/sao-paulo-201cexporta201d-293-mil-pessoas-na-decada
Depois de cinco séculos recebendo migrantes de todas as partes do Brasil e do mundo, São Paulo tornou-se uma “exportadora” de gente no século 21. Entre moradores que chegaram e pessoas que abandonaram a cidade, a capital paulista perdeu 293 mil habitantes nesta década.
É o que os demógrafos chamam de saldo migratório negativo. São Paulo só continuou crescendo porque o saldo vegetativo foi alto: 1,770 milhão de nascimentos contra 667 mil mortos entre 2000 e 2010, segundo dados do Datasus (Ministério da Saúde).
Ou seja, enquanto 1,103 milhão de novos habitantes entravam pelas maternidades, outros 293 mil saíam pela via rodoviária (ou pelo aeroporto). No fim das contas, a cidade incorporou 810 mil novos paulistanos em 10 anos e chegou a 11,244 milhões de habitantes.
Ao contrário de décadas anteriores, há indícios de que o destino dos moradores que emigraram de São Paulo não tenha sido a periferia da região metropolitana. Isso porque vários municípios importantes do entorno paulistano também tiveram saldo migratório negativo.
Foram os casos de Osasco (-58 mil pessoas), Carapicuíba (-26 mil), Santo André (-21 mil), Diadema (-20 mil), São Bernardo do Campo (-14 mil) e Barueri (- 6 mil), entre outras. Elas têm mais moradores hoje do que tinham há dez anos, mas foi graças aos nascimentos ocorridos dentro do próprio município.
É uma nova tendência. Na segunda metade do século 20, muitas dessas cidades cresceram absorvendo moradores da cidade de São Paulo, principalmente os de baixa renda.
Ao que tudo indica, a centrifugação populacional paulistana perdeu força no século 21. Poucas cidades vizinhas à capital tiveram saldo migratório positivo. Destacam-se Cotia (+29 mil pessoas) e Santana de Parnaíba (+ 23 mil pessoas).
Ambas têm em comum uma acentuada desigualdade social: abrigam tanto condomínios destinados a moradores de alta renda quanto uma população pobre que vive fora dos muros. O perfil das duas cidades sugere que podem ter recebido paulistanos ricos.
Há muita gente que deixou os Jardins ou o Morumbi, em São Paulo, para morar em casas mais amplas e, teoricamente, mais seguras em condomínios como Alphaville (Santana de Parnaíba) e Granja Viana (Cotia). O resultado disso pode ser visto nos congestionamentos matutinos e vespertinos nas estradas que ligam a capital a essas cidades/condomínios.
O mesmo vale para cidades que não pertencem à região metropolitana de São Paulo, mas que estão próximas o suficiente para abrigar gente que trabalha na capital e viaja diariamente, como Jundiaí (saldo migratório de + 20 mil habitantes) e Valinhos (+ 17 mil).
O pesquisador Alberto Augusto Eichman Jakob lista essa “desconcentração” como uma das possíveis causas do saldo migratório negativo da cidade de São Paulo na década. Mas levanta uma hipótese complementar: migração de retorno.
Pessoas que migraram do Nordeste e/ou de Minas Gerais para São Paulo décadas atrás conseguiram fazer seu pé-de-meia trabalhando na cidade e decidiram voltar às suas regiões de origem. Isso seria potencializado pela melhoria das condições econômicas desses locais, fruto do crescimento econômico dos últimos anos.
O pesquisador do Nepo (Núcleo de Estudos Populacionais da Unicamp) ressalva que será necessário fazer estudos mais aprofundados para confirmar essa hipótese.
O Estado de São Paulo, no seu conjunto, continua sendo um imã populacional: atraiu 557 mil migrantes de outros Estados e países desde 2000. Elas têm perfis distintos: algumas são movidas pelo agronegócio, outras pela indústria e ao menos uma pelo turismo.

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