terça-feira, 30 de novembro de 2010

Construtoras foram maiores doadoras do 2º turno, segundo TSE


Empresas de construção civil, um banco e um frigorífico foram os maiores doadores individuais dos candidatos que disputaram o segundo turno das eleições deste ano para a Presidência da República. Os candidatos entregaram nesta terça-feira (30) a prestação final de contas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Quando consideradas apenas as construtoras, a campanha de Dilma recebeu mais de R$ 20 milhões de apenas cinco empresas do setor. O comitê de José Serra também contabilizou doações de pelo menos R$ 10 milhões de construtoras. [http://canaldacasa.blogspot.com/2010/11/governo-vai-prorrogar-reducao-de-ipi.html] [http://economia.uol.com.br/ultimas-noticias/infomoney/2010/11/29/2010-sera-o-melhor-ano-para-construcao-civil-afirma-mantega.jhtm]

O relatório apresentado pela presidente eleita mostra que a maior doação individual da campanha petista foi feita pelo grupo JBS/Friboi (R$ 10 milhões), o maior produtor e exportador de proteína animal do mundo. A segunda maior contribuição foi da construtora Camargo Corrêa (R$ 8,5 milhões), seguida pela Andrade Gutierrez (R$ 5,1 milhões), UTC Engenharia (R$ 5 milhões) e Itaú Unibanco (R$ 4 milhões).
De acordo com o relatório de contas do Comitê Financeiro do PT, dos R$ 148,8 milhões arrecadados pela campanha petista, R$ 113,6 milhões foram contribuições de empresas. As doações pela internet – novidade nas eleições deste ano – chegaram a R$ 174,5 mil. A relação de doadores do PT mostra várias contribuições via cartão de crédito de valores pequenos e até simbólicos, com diversas doações de R$ 13 (o número do partido).
A lista de doadores da campanha tucana mostra que a maior contribuição recebida por José Serra foi feita pelo Itaú Unibanco (R$ 4 milhões), seguido pelas doações da construtora Camargo Corrêa, JBS/Friboi e Cutrale, que doaram cada um R$ 3 milhões. O tucano recebeu ainda R$ 1 milhão do empresário Eike Batista, que contribuiu com a mesma quantia para a campanha de Dilma.
As doações de empresas para o Comitê Financeiro do PSDB somaram R$ 73,6 milhões. Do total usado na campanha, R$ 33,1 milhões foram de recursos do próprio partido. O PSDB não declarou ter recebido doações via internet.
A campanha de Dilma arrecadou R$ 28,8 milhões a mais que a de Serra. A receita dos petistas foi de R$ 148,8 milhões, e a dos tucanos chegou a R$ 120 milhões. Apesar do volume arrecadado, as duas campanhas fecharam no vermelho.

Segundo o comitê financeiro da campanha petista, a presidente eleita terminou a disputa com uma dívida de R$ 27,7 milhões. Já o candidato tucano fechou as contas de campanha com déficit de R$ 9,65 milhões, de acordo com o comitê financeiro.
Despesas
A produção de programas de rádio, televisão ou vídeo foi responsável pelos maiores gastos das campanhas de Dilma e Serra. A candidata petista investiu R$ 39 milhões na campanha em rádio e televisão, enquanto Serra gastou R$ 34,8 milhões. Materiais impressos de publicidade geraram despesas de R$ 26 milhões para os petistas e de R$ 13,7 milhões para a campanha tucana.
A despesa de cada campanha para realizar eventos de promoção dos candidatos variou bastante. O comitê de Dilma Rousseff declarou gastos de R$ 11,7 milhões na organização desse tipo de evento, enquanto Serra declarou o emprego de R$ 2,3 milhões.



Construtoras deram R$252 milhões a políticos

Autor(es): Silvia Amorim
O Globo - 03/12/2010
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/12/3/construtoras-deram-r-252-milhoes-a-politicos

SÃO PAULO. As principais empreiteiras do país gastaram nestas eleições, com doações a candidatos e a partidos políticos, o equivalente a um terço de todos os recursos que receberam do governo federal este ano. As construtoras Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez, Queiroz Galvão, Odebrecht, OAS e Construcap distribuíram R$252,3 milhões, de julho a novembro, para campanhas eleitorais em todo o país. Até ontem, elas haviam recebido do governo Lula R$813,2 milhões por obras e serviços prestados em 2010.

O cruzamento entre os dados da Justiça Eleitoral e do sistema de acompanhamento de gastos da União mostra que a contribuição eleitoral dessas empreiteiras foi proporcional aos recursos que obtiveram dos cofres públicos. As três maiores doadoras nestas eleições - Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez e Queiroz Galvão - são também as que mais receberam dinheiro da União neste ano. O trio abocanhou R$695,8 milhões, ou 86% de tudo o que foi pago pelo governo federal às seis construtoras. Na hora de ajudar políticos na eleição, também foram as mais generosas, doando 91% do total distribuído pelas maiores empreiteiras do país.

A Camargo Corrêa foi quem mais gastou com campanhas: R$102,7 milhões. Na sequência, aparecem a Queiroz Galvão (R$65,6 milhões), Andrade Gutierrez (R$61,8 milhões), OAS (R$8,8 milhões), Construcap (R$7,5 milhões) e Odebrecht (R$5,9 milhões).


 leque de beneficiários dessas contribuições é bastante diversificado, assim como o valor da ajuda. Por trás dessa pulverização de recursos, está a estratégia de manter um bom relacionamento com o maior número de partidos, dos menores aos mais representativos.

Campeã de gastos, a Camargo Corrêa fez doações de R$10 mil a R$5 milhões para mais de cem candidatos a deputado estadual e federal, senador e governador. O comitê da presidente eleita, Dilma Rousseff, e o PT foram os maiores beneficiários dessas doações, ficando com R$13 milhões - quase o triplo do valor repassado para a campanha do tucano José Serra.

Empreiteiras são alvo do TCU e do Ministério Público 

O grupo de elite da construção civil frequenta os relatórios das instituições fiscalizadoras de obras públicas no país, como o Tribunal de Contas da União (TCU) e o Ministério Público.

Em abril deste ano, uma auditoria do TCU concluiu que uma subsidiária da Petrobras pagou ilegalmente R$56,9 milhões a consórcios formados pelas construtoras Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa e OAS, na construção do gasoduto Urucu-Manaus, uma das mais caras obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Na prática, as empresas ofereceram um preço e, após a execução, cobraram outro. Segundo os auditores, o fato seria legal se houvesse justificativa para a diferença, o que, concluíram, não ocorreu.

Em 2009, a Odebrecht foi condenada pelo TCU por fraude num contrato para a manutenção de plataformas de petróleo na Bacia de Campos, no Rio. Uma auditoria concluiu que a empreiteira superfaturou um aditivo assinado em dezembro de 2002.

No mesmo ano, a Operação Castelo de Areia, da Polícia Federal, levou executivos da Camargo Corrêa à prisão. Foram investigadas denúncias de fraudes em concorrências, superfaturamento de contratos e pagamento de propina. Uma planilha apreendida sugere que a construtora teria doado R$4 milhões, por meio de caixa dois, a partidos. A investigação está suspensa por decisão do presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Cesar Asfor Rocha.

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