terça-feira, 23 de novembro de 2010

Produtores [de Celulose] podem cortar preços pela 2ª vez no ano

http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/11/23/produtores-podem-cortar-precos-pela-2a-vez-no-ano

Autor(es): Stella Fontes e Eduardo Laguna | De São Paulo
Valor Econômico - 23/11/2010
 

 
Um novo ajuste para baixo nos preços da celulose de fibra curta poderá ser anunciado pelos produtores brasileiros, na esteira do corte de US$ 50 por tonelada anunciado pela chilena CMPC na semana passada, válido para o mercado chinês desde o início deste mês. Executivos das duas maiores companhias de celulose branqueada de eucalipto do Brasil, contudo, não informaram se o movimento da concorrente chilena será acompanhado por aqui. "Estamos com os estoques abaixo dos níveis históricos, mas neste momento é difícil dizer se haverá ajuste ou não", afirmou o presidente da Suzano Papel e Celulose, Antonio Maciel Neto, em congresso realizado ontem pela consultoria RISI.
De acordo com o principal executivo da CMPC, Sergio Colvin, o corte no preço de referência da celulose vendida à China apenas "oficializou" os valores que já estavam sendo negociados com clientes locais. No mercado de celulose, há preços de referência para as vendas na Europa, América do Norte e Ásia e, sobre esses valores, são concedidos descontos pelos produtores. Em 2010, foram implementados seis reajustes e um corte nos preços da matéria-prima, que levaram a cotação na Europa a US$ 870 a tonelada. "A dinâmica de preços na China nunca será igual à de outros países. Ou as empresas seguem as regras dele ou não operam com eles", disse.
Para o presidente da Fibria, Carlos Aguiar, os próximos dois anos devem ser positivos para a indústria mundial de celulose, uma vez que a tendência é de manutenção do crescimento na demanda - à medida que novas fábricas de papel entram em operação - sem nova oferta de matéria-prima, ao menos até meados de 2012.
De acordo com Aguiar, a companhia resultante da fusão entre Aracruz e Votorantim Celulose e Papel (VCP) prevê investir R$ 1,5 bilhão no ano que vem, a maior parte destinada para trabalhos de manutenção das fábricas. Também há previsão de desembolsos para expansão de capacidade, porém o executivo não deu detalhes. "Ainda não abrimos isso nem para os acionistas", disse. A Fibria deverá fechar este ano com um total de investimentos de R$ 1,3 bilhão e trabalha com a meta de dobrar a capacidade em 10 anos.
A lista de projetos da Fibria inclui uma segunda linha de celulose em Três Lagoas (MS), tida como prioridade do grupo. No próximo ano, a Fibria ainda deverá investir em um novo laboratório para pesquisas em biotecnologia. Apesar dos planos agressivos, Aguiar comentou que a grande quantidade de projetos de expansão no setor tende a acirrar a concorrência nesse mercado a partir de 2015/2016.

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