sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Parcela de títulos públicos nas mãos de estrangeiros cai para 10,19% da dívida

http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/11/26/parcela-de-titulos-publicos-nas-maos-de-estrangeiros-cai-para-10-19-da-divida

Valor Econômico - 26/11/2010

O aumento de 2% para 6% no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) reduziu a demanda dos investidores estrangeiros por títulos públicos brasileiros em outubro. E a procura se mantém baixa também em novembro.
O menor apetite pelos papéis brasileiros provocou ligeiro encolhimento na participação dos investidores não-residentes no estoque da dívida pública.
De acordo com o Tesouro Nacional, a participação dos estrangeiros era de 10,23% em setembro e recuou para 10,19% no último mês, representando a primeira queda na participação desde que o sistema financeiro americano começou a ruir, no fim de 2008. Com essa participação, os não residentes passam a deter R$ 155,3 bilhões em títulos públicos.

Ao apresentar os dados sobre a venda de títulos em outubro, o coordenador-geral das Operações da Dívida Pública, Fernando Garrido, informou que a menor procura se deve a uma parada técnica por parte dos investidores não-residentes para uma avaliação das estratégias de compras após a decisão do Ministério do governo brasileiro de elevar o IOF de 2% para 6%. "Em novembro, a procura continua significativamente menor", acrescentou Garrido.
Apesar desse movimento de recuo, o Tesouro avalia que os estrangeiros voltarão a adquirir os títulos do país. "A tendência é de crescimento da participação de estrangeiros na dívida porque o IOF impacta de maneira significativa as aplicações de mais curto prazo. Para os investidores com horizonte de mais longo e médio prazos, o IOF tende a ser menos relevante", acrescentou o coordenador.
Garrido informou ainda que os problemas de solvência fiscal na Irlanda, as incertezas sobre as economias da União Europeia e também as especulações durante o período de composição da equipe econômica da presidente eleita Dilma Rousseff (PT) acentuaram a volatilidade dos mercados nas últimas semanas e provocaram elevação dos prêmios dos títulos brasileiros ao longo de outubro e em novembro. "Todos os fatores que afetam o mercado, afetam a dívida pública. Os prêmios estiveram em trajetória de alta e já retornaram trajetória de queda", comentou Garrido.
A participação na dívida, que era de 36% em setembro, o equivalente a R$ 586,5 bilhões, baixou para 35,4%, R$ 582,3 bilhões. A redução não foi atribuída ao menor apetite dos investidores estrangeiros, mas ao resgate de R$ 9,27 bilhões desses papéis no último mês - período em que a oferta de títulos foi reduzida em todos os leilões. O Programa Anual de Financiamento (PAF) estipula que ao fim deste ano, a participação dos títulos prefixados na dívida pública federal deverá ficar entre o mínimo de 31% e o máximo de 37%.
No último mês, a emissão de títulos atingiu R$ 44,6 bilhões. O elevado volume, superior à emissão de R$ 43 bilhões de agosto, decorreu da realização de cinco leilões, enquanto nos meses anteriores foram realizados quatro. Em novembro, serão realizados quatro leilões.
Os resgates somaram R$ 42,9 bilhões. O estoque da dívida em títulos aumentou 1,19% na passagem de setembro para outubro, atingindo R$ 1,552 trilhão. A alta decorreu de emissões líquidas e da apropriação de juros no montante de R$ 14,1 bilhões.

IOF breca estrangeiro

Autor(es): Gabriel Caprioli
Correio Braziliense - 26/11/2010
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/11/26/iof-breca-estrangeiro

CONTAS PÚBLICAS
Aumento do imposto sobre entrada de capital externo em renda fixa reduz participação dos investidores externos no endividamento federal de 10,23% do total para 10,19%

A aplicação da alíquota de 6% do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) na entrada de capital em operações de renda fixa no Brasil afastou os estrangeiros dos títulos da dívida pública. A participação dos investidores externos no endividamento federal caiu de 10,23% em outubro para 10,19% em novembro, no primeiro recuo percentual desde abril. O fluxo de recursos, entretanto, continuará sendo atraído pelos atrativos juros pagos pelo Tesouro Nacional. Segundo analistas, os papéis devem ficar ainda mais interessantes com a provável elevação da Selic ainda este ano.

Segundo o coordenador-geral de Operações da Dívida Pública, Fernando Garrido, apesar da queda percentual, o montante nominal detido pelos estrangeiros teve um pequeno aumento de R$ 1,2 bilhão — quase nada, se comparado à escalada dos últimos meses. “Tivemos uma presença menor dos não residentes nos leilões, o que reflete o IOF. É natural que, depois da medida, os investidores parem para refletir”, comentou.

Além do imposto, Garrido ressaltou que o aumento da tensão no mercado europeu também contribuiu para a queda da demanda externa nas operações do Tesouro. O coordenador enfatizou que a expectativa é de que a participação dos estrangeiros retome a trajetória de avanço. “Como são movimentos de mercado, é difícil atribuir a um único fator, porque outros também influenciam bastante. Acreditamos, no entanto, que essa parcela vai continuar aumentando gradativamente”, completou.

O gerente de câmbio da Fair Corretora, Mário Battistel, concorda. “O máximo que pode acontecer é o investidor alterar um pouco o perfil de suas aplicações para prazos mais longos. Mas, como traz os recursos em dólar e, portanto, não tem impacto negativo do câmbio (uma vez que o real está valorizado), os juros que ele leva daqui são reais”, analisou. Para o economista, mesmo que outros países ofereçam rentabilidade maior em seus títulos, as aplicações no Brasil garantem retorno sem riscos, o que não ocorre em outros emergentes.

PrêmioA demanda externa, segundo Garrido, foi “significativamente menor” no início de novembro e acabou por elevar o prêmio exigido pelos compradores (taxa de juros que o Tesouro se compromete a pagar) no período. Como exemplo, o coordenador destacou o leilão de Letras do Tesouro Nacional (LTN) com vencimento em 2013, realizado em 30 de setembro, que atingiu taxa de 11,98%. Os juros do mesmo papel, negociado em 18 de novembro, chegaram a 12,30%.

Para o superintendente executivo de Gestão de Renda Fixa do Santander, Eduardo Castro, a procura dos estrangeiros deve aumentar conforme o mercado internacional se tranquilize, independentemente do IOF. “Os investidores que procuram aplicações mais longas vão retornar. Os que buscam investimentos mais rápidos provavelmente irão desaparecer de forma mais estrutural, mais definitiva”, considerou.

O Tesouro não teve dificuldades para rolar a dívida no mês passado. O estoque total subiu 1,15%, atingindo R$ 1,644 trilhão, em função da emissão líquida (lançamentos superiores a resgates) de R$ 4,2 bilhões.


Dívida pública sobe em outubro, para R$1,64 tri

Autor(es): Agencia o Globo/ Martha Beck
O Globo - 26/11/2010
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/11/26/divida-publica-sobe-em-outubro-para-r-1-64-tri
Alta do endividamento federal foi puxada por emissão de R$3,4 bilhões em títulos e juros de R$15,4 bilhões


A dívida pública federal voltou a subir em outubro e fechou o mês passado em R$1,644 trilhão. O estoque sofreu um aumento de 1,15%, ou R$18,8 bilhões em relação a setembro. Os principais responsáveis por essa elevação foram uma emissão líquida de papéis de R$3,4 bilhões e a apropriação de juros que corrigem o estoque, de R$15,4 bilhões.



Considerando apenas a dívida no mercado interno, o valor registrado em outubro foi de R$1,552 trilhão, alta de 1,19% sobre o mês anterior. Já a dívida externa subiu 0,49% e ficou em R$92,21 bilhões, ou US$54,2 bilhões.



De acordo com relatório divulgado ontem pelo Tesouro Nacional, a participação de títulos prefixados no endividamento caiu em outubro, passando de 36,07% em setembro para 35,4%. Isso porque houve um resgate líquido de papéis no montante de R$9,27 bilhões. Já os títulos corrigidos pela Taxa Selic subiram de 30,91% para 31,46%. E os papéis indexados a índices de preços passaram de 26,53% para 26,78%.




Segundo o coordenador-geral de Operações da Dívida Pública, Fernando Garrido, outubro mostrou o impacto da elevação do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) na entrada de capital estrangeiro no Brasil. A participação dos investidores de outros países no total subiu apenas R$1,2 bilhão no mês.



Percentualmente, essa participação caiu de 10,23% para 10,19%, o que mostra um efeito estatístico, pois o estoque cresceu no período.



- Os números refletem o impacto do IOF. Houve menor participação dos estrangeiros nos leilões de títulos da dívida pública. No entanto, a tendência de médio e longo prazos é que esses investidores continuem aumentando sua participação na dívida. Quem deve sair são aqueles aplicadores de curto prazo, pois a tributação mais alta reduz sua rentabilidade - disse Garrido.



Ele afirmou que a turbulência na União Europeia e as trocas na equipe econômica do próximo governo reduziram levemente o apetite dos investidores pelos títulos brasileiros de longo prazo.


Investimentos no País devem triplicar em dez anos

Autor(es): Paula Pacheco
O Estado de S. Paulo - 26/11/2010
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/11/26/investimentos-no-pais-devem-triplicar-em-dez-anos

Segundo projeção do Itaú BBA, os recursos podem saltar de R$ 526 bilhões em 2009 para R$ 1, 7 trilhão em 2020


Os investimentos no Brasil (formação bruta de capital fixo) deverão triplicar nos próximos dez anos. A projeção do Itaú BBA é que esses recursos, que chegaram a R$ 526 bilhões no ano passado, baterão em R$ 1,787 trilhão em 2020.
O estudo foi apresentado pelo presidente do banco, Candido Bracher, durante evento organizado pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) na última quarta-feira.
Boa parte dos novos investimentos deverá ocorrer como resultado de projetos relacionados ao pré-sal e aos eventos esportivos internacionais que acontecerão no Brasil nos próximos anos - a Copa do Mundo, em 2014, e a Olimpíada, em 2016.
Se os números se confirmarem, a participação dos investimentos no Produto Interno Bruto passarão dos atuais 18% para 22% até 2020.
Segundo Bracher, as projeções foram feitas com base no atual cenário econômico brasileiro e internacional. E mesmo que as principais economias da Europa e os Estados Unidos se recuperem das avarias antes do esperado, avalia o banqueiro, as estimativas não devem apresentar muita variação.
"O cenário interno é favorável depois de 16 anos de política econômica consistente e dos atuais sinais de continuidade", afirma Bracher. Ele pondera que existe "uma abundância de recursos financeiros, o que parece nos assegurar que os financiamentos continuarão a crescer".
"Ainda que a economia americana e a europeia se recuperem mais depressa, que as taxas de juros subam e os recursos não cheguem no mesmo ritmo, esse cenário traria um ganho. O Brasil exportaria mais e sobraria mais poupança interna", analisa. Além disso, diz Bracher, o crescimento da economia interna levaria as empresas a reinvestirem seus lucros no País.
Estimativa. Para 2010 o Itaú BBA projeta investimentos da ordem dos R$ 661 bilhões. Para o ano que vem calcula-se que o montante chegue a R$ 781 bilhões. Também devem ajudar no aumento da formação bruta de capital fixo a própria expansão da economia brasileira, o crescimento do mercado imobiliário e a busca global por novos consumidores, aponta o estudo.
Apesar do cenário otimista, Bracher alerta para a necessidade de clareza jurídica nos grandes contratos que estão por vir à reboque dos projetos do pré-sal, por exemplo."Como boa parte dos projetos são financiados pelo governo ou tem relação com a Petrobrás, o que os investidores esperam é a maior transparência jurídica possível. Quanto mais forte forem juridicamente os contratos, melhores as condições de financiamento. Isso sempre pode melhor no País", observa o presidente do Itaú BBA.
Para o Itaú BBA, até o fim de 2011 os juros reais deverão continuar em trajetória de alta. Mas em 2020, projeta o banco, a taxa real deve chegar a 3,62%.

Déficit em conta corrente não deve ser negligenciado

Valor Econômico - 26/11/2010
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/11/26/deficit-em-conta-corrente-nao-deve-ser-negligenciado

Tudo indica que as piores previsões para o déficit em conta corrente não se confirmarão neste ano. De acordo com dados divulgados nesta semana pelo Banco Central (BC), o déficit em conta corrente está em US$ 38,8 bilhões nos dez primeiros meses do ano, o equivalente a 2,37% do Produto Interno Bruto (PIB). A previsão do próprio BC, levando em conta informações disponíveis, sinaliza que o déficit deverá ficar em US$ 4,4 bilhões em novembro, acumulando, portanto, US$ 43,2 bilhões em 11 meses, ou 2,6% do PIB.
Uma pequena melhoria na balança comercial e uma redução nas remessas de lucros e dividendos favoreceram os números de outubro. Mas não se pode contar com essa ajuda no fim de ano, uma vez que tanto as importações como as remessas crescem sazonalmente nesse período.
Apesar disso, salvo alguma surpresa extraordinária, o déficit total de 2010 não deverá chegar ao número de US$ 50 bilhões, que vem sendo cravado nas últimas quatro semanas na pesquisa Focus feita pelo Banco Central junto ao mercado financeiro. Muito menos se aproximará dos US$ 60 bilhões que chegaram a ser previstos no início do ano.
Mais importante do que isso, porém, é que o buraco nas contas externas vem sendo coberto com folga pela entrada de recursos externos para investimento produtivo e aplicações no mercado financeiro, atraídos pelo bom desempenho da economia e pelos retornos elevados. O Brasil continua um dos campeões em juros reais do planeta.
O Banco Central contabiliza até o início desta semana a entrada de US$ 31,6 bilhões em investimento direto estrangeiro (IED), acima dos US$ 30 bilhões esperados para o ano inteiro pela própria autoridade monetária. Depois de um primeiro semestre mais fraco, com investimentos médios mensais de US$ 2 bilhões, os estrangeiros voltaram a trazer recursos para o país. A primeira reação mais notável foi em setembro, quando o investimento no setor produtivo somou US$ 5,5 bilhões; em outubro, o número subiu para US$ 6,8 bilhões - o melhor resultado para esse mês desde o início da série, em 1947. Do valor registrado em outubro, US$ 4,1 bilhões são investimentos em capital e o restante, empréstimos intercompanhias que, muitas vezes, são inversões disfarçadas de crédito para facilitar as repatriações.
Os recursos estão sendo direcionados principalmente para mineração, química, metalurgia, indústria automobilística e serviços financeiros. Uma boa notícia é que as aplicações são pulverizadas em operações de US$ 100 milhões a US$ 500 milhões.
Os investimentos no mercado financeiro também cresceram, ajudando a financiar o déficit em conta corrente. No ano, as aplicações estrangeiras em carteira acumulam US$ 48,5 bilhões. Apenas as aplicações em ações somaram US$ 14,5 bilhões em outubro, a maior parte em papéis negociados no exterior, ainda em reflexo da megaoperação da capitalização da Petrobras em setembro. Outros US$ 1,7 bilhão foram direcionados para a renda fixa; mas, em novembro, o número está negativo, refletindo o impacto da elevação do IOF de 2% para 6% no ânimo dos investidores de curto prazo.
O quadro até certo ponto positivo pode não se manter em 2011. A previsão para o próximo ano é que o déficit em conta corrente subirá mais, para perto de US$ 70 bilhões, ou cerca de 4% do PIB, percentual somente registrado no segundo semestre de 2001, quando o déficit em conta corrente atingiu 4,6%. Na pesquisa Focus, o déficit em conta corrente previsto para 2011 é de US$ 68 bilhões. Apesar de respeitados economistas garantirem que um déficit em conta corrente ao redor de 4% é financiável, todo cuidado é pouco.
O próprio mercado prevê que os investimentos estrangeiros produtivos não crescerão muito no próximo ano, ficando ao redor de US$ 38 bilhões. O novo governo não esconde a intenção de reduzir os juros, o que ajuda a desvalorizar a taxa de câmbio e pode incentivar as exportações, mas vai desestimular o investidor típico do mercado financeiro. Além disso, há a expectativa de que a economia global deva desacelerar ligeiramente, afetando as exportações e os investidores estrangeiros.
Apesar de a equipe econômica já confirmada pelo governo Dilma ainda não ter dado atenção a esses números, essa é uma equação que não deve ser ignorada.

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