terça-feira, 30 de novembro de 2010

Mais boi do que gente

Fonte: AgroCim
  
Na semana passada o IBGE divulgou os dados do rebanho nacional referentes ao ano de 2009. O rebanho do Brasil ficou em 205,29 milhões de cabeças, registrando uma alta de 1,49%. No comparativo de 20 anos o rebanho nacional obteve um acréscimo de 42% e nos últimos 10 anos o mesmo teve uma evolução de 25%. Este número para o rebanho é o terceiro maior da história do país, perdendo apenas para os números vistos em 2005 e 2006. Esta volta do rebanho brasileiro para o patamar dos 205,29 milhões pode ser explicada pela retenção de fêmeas, iniciada no ano de 2008.
Com exceção dos estados da Roraima, Piauí, Bahia, Rio de Janeiro, Paraná e Mato Grosso do Sul, todas as unidades da federação registram incremento em seus rebanhos.
O ranking nacional tem Mato Grosso como o 1º, seguido por Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Goiás e Pará. Mato Grosso, confirmando os números da vacinação de novembro/09, registrou 27,36 milhões de cabeças, alta de 5,15%, ficando acima em 2,15 pontos percentuais do crescimento médio nacional no mesmo período. Com base em estatísticas sobre população do IBGE (2007), no Brasil se têm 1,12 bovinos por pessoa; quando se observa apenas o estado de Mato Grosso, o número é de 9,58 bovinos por habitante.



Infraestrutura | 29/11/2010 | 17h50min
ALL fecha acordo para construção de terminal de grãos em SC
Volume de movimentação em São Francisco do Sul aumentará em 16%
Agência Estado
A ALL anunciou nesta segunda, dia 29, a ampliação de sua parceria com a Global Logística para a construção de um terminal retro portuário de grãos em São Francisco do Sul, no Estado de Santa Catarina. De acordo com nota à imprensa, estão previstos investimentos de cerca de R$ 7 milhões. O terminal terá capacidade estática para 30 mil toneladas de carga e irá ampliar o volume de movimentação em 16%.
A previsão é de que a obra seja entregue em março de 2011. O terminal contará com três silos verticais e um horizontal, que possibilitarão a operação de milho, soja e farelo, de diversos clientes, dentre eles Bunge, Seara e ADM.
A Global já é parceira da ALL na movimentação de carga industrializada, principalmente contêineres e produtos siderúrgicos no porto de São Francisco do Sul, com um armazém e um terminal voltados para esses produtos.



Cosipar inicia exportação pela Hidrovia do Tocantins

Autor(es): Vera Saavedra Durão | Do Rio
Valor Econômico - 30/11/2010
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/11/30/cosipar-inicia-exportacao-pela-hidrovia-do-tocantins


A Companhia Siderúrgica do Pará (Cosipar) faz a primeira exportação de ferro-gusa através das eclusas de Tucuruí, que serão inauguradas hoje pelo presidente Lula. Luiz Carlos Monteiro, presidente da Cosipar, disse que esperou 20 anos por essa obra, uma alternativa logística à Estrada de Ferro Carajás da Vale. A Cosipar está investindo US$ 50 milhões em parceria com o BNDES para construir 20 novas embarcações para exportar sua produção através da Hidrovia do Tocantins.
Duas embarcações da MC Log, empresa de transportes da Cosipar, vão atravessar a hidrovia ligando Marabá ao Porto público de Vila do Conde, em Barcarena, perto de Belém. A primeira barcaça levará o presidente Lula. A segunda vai transportar 300 toneladas de gusa da Cosipar. O transporte hidroviária reduz o tempo da travessia pela metade, disse Monteiro.
O empresário disse ao Valor que vai investir na construção de um terminal privativo em Barcarena, em associação com empresas do setor siderúrgico e de mineração. O porto vai embarcar minério, gusa, aço e cargas diversas. A joint-venture está sendo negociada com a Usipar, uma segunda unidade de gusa do grupo Cosipar, localizada em Barcarena. O sociedade deve ser selada em janeiro e vai incluir a construção de uma unidade de aço na região.
"A hidrovia vai ajudar a criar um grande eixo de desenvolvimento das regiões Norte e Centro Oeste. Com a inauguração dessa primeira parte da obra já demos um passo importante. Agora esperamos que a complementação das obras com o derrocamento do Pedral do Lourenço, que está prevista no PAC, ocorra logo para que possamos ter condições de navegar no Tocantins durante todo o ano", disse.
A Cosipar deve exportar cerca de 480 mil toneladas de gusa este ano, um volume semelhante ao do ano passado. Este volume exportador representa queda de mais de 50% nas vendas externas da empresa, que até 2008 colocava no mercado do Nafta (Estados Unidos, Canadá e México) 1 milhão de toneladas de gusa anualmente.
"O mercado está ruim para o gusa. O setor siderúrgico, principalmente nos Estados Unidos, trabalha com ociosidade de quase 60%. O cambio também não está ajudando, pois o real está sobrevalorizado e temos perdido mercado para o gusa da Ucrânia, cuja moeda se desvalorizou 18% recentemente", informou Monteiro. Ele espera que haja melhora em 2011.



Após atrasos, Transnordestina deslancha

Obra da Transnordestina entra nos eixos
Autor(es): Murillo Camarotto
Valor Econômico - 29/11/2010
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/11/29/apos-atrasos-transnordestina-deslancha
O presidente Lula vai deixar o Planalto sem realizar seu sonho de inaugurar a Transnordestina, a ferrovia de 1.728 km que ligará os portos de Suape (PE) e Pecém (CE) ao município de Eliseu Martins (PI). No dia 10, ele vai conseguir cortar a fita apenas do primeiro trecho de 100 km, ligando Salgueiro (PE) a Missão Velha (CE).
Inúmeros contratempos atrasaram o projeto, iniciado em 2006 e orçado em R$ 5,4 bilhões. Mas agora as obras deslancharam e alcançaram seu pico de atividade, com 11,3 mil operários e 1,6 mil máquinas em 20 frentes de trabalho. "Vamos manter esse ritmo até o início de 2012", diz o engenheiro Paulo Falcão, diretor do contrato entre a construtora Odebrecht e a Transnordestina Logística, dona do empreendimento, ligada à CSN.
Valor visitou Salgueiro, no sertão pernambucano, principal canteiro de obras da ferrovia, que está produzindo os quase 3 milhões de dormentes que sustentarão os trilhos. Na última semana, a fábrica de dormentes parou de operar por dois dias por falta de cimento, em parte importado da China e do Vietnã. Problemas como esse podem atrasar ainda mais a obra, cuja conclusão está prevista para o início de 2013.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai passar longe do desejo de inaugurar a ferrovia Transnordestina antes de sair de cena. O início das obras, em 2006, alimentou o sonho presidencial de que tudo estivesse pronto antes das eleições deste ano, porém os inúmeros contratempos no megaprojeto, orçado em R$ 5,4 bilhões, postergaram em muito a data da inauguração. Lula terá que se contentar em ver sua sucessora cortar a fita da Transnordestina, ferrovia de 1.728 quilômetros que ligará os portos de Suape (PE) e Pecém (CE) ao município de Eliseu Martins (PI).
Após muitas idas e vindas, o projeto alcançou no mês passado o seu pico de atividade, medida em número de trabalhadores e de máquinas em operação. Atualmente, trabalham na obra mais de 11,3 mil pessoas e 1,6 mil máquinas. "Vamos manter esses patamares durante todo o ano de 2011, começando a reduzir gradativamente a partir de 2012", explicou o engenheiro da Odebrecht Paulo Falcão, diretor do contrato entre a construtora e a Transnordestina Logística (TLSA), dona da obra e controlada pela Companhia Siderúrgica Nacional (CSN).
Os 20 lotes já licitados somam 1.280 quilômetros de trilhos. Desses, 19 estão a cargo da Odebrecht, que só entrou na empreitada em novembro de 2009. A construtora tem 14 lotes em obras e trabalha para entregar tudo até outubro de 2012. Esse prazo não contempla, porém, o trecho de 450 quilômetros entre Aurora e Pecém (CE), ainda não licitado e cujo trajeto está sendo questionado pelo Ibama e pelo Patrimônio Histórico. Com isso, a perspectiva é de que toda a ferrovia só esteja concluída no primeiro semestre de 2013.
Nos 14 lotes onde a Odebrecht está trabalhando, o que se vê são as chamadas obras de infraestrutura - construção de bueiros, pontes e viadutos por onde passarão os trens, bem como toda a parte de escavações e aterramentos necessária. Somente após essa etapa é que entra em cena a superestrutura, que é a instalação de dormentes, trilhos e da brita, as porções de pedras que acompanham o trajeto.
A assinatura dos contratos referentes aos lotes ainda não licitados deve ocorrer no próximo dia 10 de dezembro, possivelmente no mesmo dia em que será inaugurado o primeiro trecho da Transnordestina, ligando o município de Salgueiro (PE) a Missão Velha (CE), em um percurso de 100 quilômetros. Tocado pela construtora EIT e pela própria TLSA, o trecho está em fase final de colocação de dormentes e trilhos e deverá ser concluído ainda com Lula no Planalto.
Para garantir a satisfação do presidente, o alagoano Severino José da Silva, de 56 anos, trabalhava duro na semana passada, debaixo de sol impiedoso. No comando de uma carregadeira, ele acomodava no chão de terra seca os dormentes de 350 quilos, em um trecho da ferrovia próximo a Missão Velha. Apesar dos 35 anos de experiência como operador de máquinas pesadas, Severino não demonstra entusiasmo quando questionado sobre o fato de seu ofício ser um dos mais requisitados no país. "Ainda não veio nada", disse ele, com ar pensativo, sobre a valorização de seu salário, hoje em R$ 1,3 mil mensais.
Paulo Falcão relata que a Odebrecht sofreu bastante para reunir os profissionais qualificados para a obra da Transnordestina. Ao lado de armadores e carpinteiros, operadores de máquinas pesadas figuraram entre os mais raros. "O período mais crítico no que se refere à mão de obra se deu entre janeiro e maio. Tive que trazer muita gente de fora, principalmente das capitais do Nordeste. Agora posso dizer que a questão está resolvida", afirmou o executivo.
Com mais de 11,3 mil trabalhadores, a Transnordestina é a segunda maior obra tocada pela Odebrecht no país, atrás apenas da hidrelétrica de Santo Antônio, no rio Madeira (RO), onde trabalham mais de 12 mil pessoas. Das 1,66 mil máquinas em operação na ferrovia, 25% são da construtora. O restante é alugado de outras empresas, que, em muitos casos, trouxeram equipamentos da China.
A distribuição do custo total do projeto, hoje em R$ 5,4 bilhões, tem nos equipamentos o maior peso: 50%. Na sequência aparece a mão de obra, com 25%, seguida por insumos e gastos gerais, ambos com 12,5%. De acordo com o presidente da TLSA, Tufi Dahen Filho, as obras caminham bem próximas do limite dos custos. Ele acredita, porém, que até a sua conclusão deve haver mais um reajuste, como ocorreu em 2008.
Na ocasião, ainda se trabalhava com um orçamento feito em 2004, que previa investimento total de R$ 4,5 bilhões. A alta de 20% foi justificada pelos maiores custos com mão de obra, cimento, aço e combustível. "O custo por quilômetro está hoje em R$ 2,9 milhões, valor que segue o critério do último orçamento. Mas temos receio de que as novas contratações, especialmente de material, fiquem acima desse valor", explicou o executivo.
Em paralelo à tendência de custos crescentes, Odebrecht e TLSA trabalham na busca de soluções de engenharia que possibilitem redução nos gastos. Isso é possível, já que o contrato entre as duas empresas foi firmado na modalidade de aliança, que prevê a divisão igualitária dos ganhos resultantes da diminuição de custos. Segundo Falcão, o maior potencial de redução está no gerenciamento adequado das atividades de escavações e aterramentos.
A engenharia financeira do projeto prevê que R$ 2,67 bilhões venham de empréstimos do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE) e R$ 823 milhões do Fundo de Investimentos do Nordeste (Finor). A CSN colocará R$ 1,35 bilhão, sendo R$ 681 milhões do próprio caixa e R$ 675 milhões via um empréstimo do BNDES. O banco injetará outros R$ 225 milhões por meio de empréstimo à TLSA, mesma operação que será feita pelo Banco do Nordeste, com mais R$ 180 milhões. O governo federal irá aportar R$ 164 milhões por meio da Valec, estatal que atua em projetos ferroviários.
Segundo Tufi, as obras receberam até agora R$ 1,4 bilhão em investimentos, sendo metade deste valor bancado pela CSN, via caixa próprio ou empréstimos. O executivo reclama que o Finor já devia ter liberado R$ 350 milhões, mas que até o dia 10 de novembro tinha depositado apenas R$ 116 milhões. "Não pode haver esse descasamento das fontes de financiamento com o ritmo da obra. O Finor é o que tem apresentado maior burocracia e maior dificuldade. Com o atraso, a CSN tem que colocar mais recursos do que estava previsto", alegou o presidente da TLSA.
O Ministério da Integração Nacional informou que já havia autorizado o pagamento de R$ 154 milhões e negou a existência de atraso nos repasses.
Outro gargalo ainda enfretado pela Transnordestina são as desapropriações de terras, a cargo dos governos estaduais. Elas tiveram grande parcela de responsabilidade pelos inúmeros atrasos no cronograma da obra. Segundo a TLSA, 70,6% do trajeto por onde passará a ferrovia já está desapropriado e pronto para receber os trilhos. Porém, Paulo Falcão revela a existência de "desapropriações na teoria e na prática".
Ele explica que, em muitos casos, os donos das áreas já legalmente desapropriadas recusam-se a liberar o local, impedindo o avanço da obra. "Sabemos que em alguns locais há problemas com o pagamento pós-desapropriação. Com isso, os proprietários não saem mesmo", relata Ana Carolina Faria, gerente da Odebrecht e uma das 16 engenheiras que trabalham no projeto.
Ela lista uma série de outros problemas que vêm obstruindo o andamento dos trabalhos. Além das pendências de licenciamento ambiental, há problemas em vários trechos onde a ferrovia cruza com rede elétrica, adutoras, cemitérios, igrejas, assentamentos, comunidades quilombola e indígena e até com as obras da transposição do rio São Francisco. "Tenho interferência de algum tipo em todos os lotes", informa.
A ideia do projeto é tornar a Nova Transnordestina numa ferrovia de classe mundial em velocidade e volume de carga. Quando estiver pronta, poderá transportar 30 milhões de toneladas por ano, com velocidade de até 80 km/hora, tendo como principais cargas minério de ferro, gipsita e grãos, além de cimento, combustíveis e fertilizante.

Certificação pode ser diferencial para a palma brasileira
Autor(es): Daniela Chiaretti
Valor Econômico - 30/11/2010

 O dendê, conhecido no exterior como óleo de palma e execrado por ambientalistas pelo estrago que provoca nas florestas da Indonésia e da Malásia, pode ser uma solução para áreas degradadas no Pará. O desafio é driblar a desvantagem de ter uma produção mais cara que a concorrência com algum diferencial - a aposta é a certificação. A necessidade é ainda mais urgente desde que o maior comprador mundial do óleo de palma, a Holanda, disse há poucos dias que a partir de 2015 só aceitará produto sustentável. A China estuda fazer o mesmo em 2020.
Na semana passada, a líder Agropalma recebeu sinal verde para pedir a auditoria de seus processos de produção. É um passo concreto rumo à certificação, que ainda tem um longo caminho burocrático pela frente. "O Brasil tem condições de ser o primeiro país do mundo a ter toda a produção de palma certificada", diz Tulio Dias, gerente de responsabilidade socioambiental do grupo Agropalma. A estratégia é descolar a produção brasileira do desastre ambiental que o dendê provoca no Sudeste Asiático. Por enquanto, o Brasil responde por 0,5% da produção mundial - mas Vale e Petrobras ensaiam seus passos na cultura, mirando a produção futura de biocombustível.
São 43 países produzindo óleo de palma que é utilizado na indústria de alimentos e de cosméticos. A Indonésia, líder mundial, ocupa 7 milhões de hectares com a cultura; na Malásia, são 4 milhões. Todos os outros, juntos, respondem por 2 milhões de hectares. "Tudo isso, somado, cabe no Nordeste do Pará e no Noroeste do Maranhão", disse Marcello Brito, diretor comercial da empresa. "Palma é uma cultura boa para áreas degradadas", reforçou, em seminário que discutiu desafios da Amazônia na próxima década, promovido pelo Fórum Amazônia Sustentável. "Mas, claro, não substitui floresta."
"O problema é o custo-Brasil", continuou. Um dia de trabalho de um homem do campo no Brasil custa R$ 46, e, na Indonésia, R$ 13. O caminho para a produção brasileira, então, é certificar e ter um diferencial forte sobre os outros. Durante oito anos, um grupo internacional vem estudando critérios para a certificação - a Mesa Redonda do Óleo de Palma Sustentável (RSPO, na sigla em inglês), tem mais de 200 indicadores sociais. No Pará, o maior produtor do Brasil, o dendê ocupa 90 mil hectares.
Adalberto Veríssimo, pesquisador sênior e fundador do Imazon, instituto que pesquisa o desenvolvimento da Amazônia e propõe alternativa sustentável, acredita que o dendê pode ser um ganho ambiental para a Amazônia nas áreas degradadas. O desafio, aponta, está em tornar empreendedores os pequenos produtores. "Mas a história aqui tem sido bem diferente do que acontece no Sudeste Asiático", diz ele. "Temos muita área degradada e qualquer avanço sobre a floresta seria uma temeridade pois pode ser facilmente rastreável."
O grupo Agropalma tem fazendas em quatro municípios a 200 km de Belém e ali tem 107 mil hectares. São 39 mil hectares de plantações e 64 mil de reserva florestal. Segundo Dias, a maior dificuldade de expansão da empresa é conseguir comprar terras com a documentação em ordem.

Açúcar ganha força nos desembolsos do BNDES

Autor(es): Fabiana Batista | De São Paulo
Valor Econômico - 30/11/2010
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/11/30/acucar-ganha-forca-nos-desembolsos-do-bndes

Era para ser um ano mediano, daqueles em que, com muito esforço, o desempenho empata com o do ano anterior. Mas a elevada - e prolongada - rentabilidade do açúcar, associada a facilidades no crédito para investimento, mudou o quadro e fez com que os desembolsos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ao setor sucroalcooleiro superassem já em novembro o realizado em todo o ano de 2009.
Foram liberados entre janeiro e 25 de novembro R$ 6,7 bilhões para as usinas do país, 4,6% mais do que os R$ 6,4 bilhões desembolsados em todo ano de 2009.
Até o fim de dezembro, os desembolsos devem passar de R$ 7 bilhões, diz Carlos Eduardo de Cavalcanti Siqueira, chefe do Departamento de Biocombustíveis do banco. Os empresários aproveitaram as condições diferenciadas da linha de crédito de bens de capital do Programa de Sustentação do Investimento (PSI), explica o executivo. "O trâmite é mais simplificado e as taxas de juros mais atrativas, fixas em 5,5% ao ano", completa. As linhas tradicionais do banco para investimento têm taxas de juros superiores, com TJLP, mais spread bancário.
Assim, mesmo sob o impacto da forte crise que assolou o setor até 2009, as usinas que tinham condições de maximizar a capacidade de produção de açúcar aproveitaram a oportunidade e buscaram recursos no BNDES. Do total de R$ 6,7 bilhões liberados pelo banco até agora, R$ 2,3 bilhões foram destinados a projetos para aumento da produção do adoçante. O montante é 43% maior do que os R$ 1,6 bilhão desembolsados em todo o ano passado para esse tipo de projeto.
Ainda há na carteira do banco de fomento outros projetos de açúcar aprovados que somam R$ 811 milhões em investimentos. Para investimentos no cultivo de cana, o BNDES liberou R$ 647 milhões, ante as R$ 619 milhões de 2009. (ver quadro)
Apesar do bom desempenho do ano, Siqueira não acredita que se trata de uma retomada de investimentos em novos projetos. O volume liberado para etanol, por exemplo, caiu 7,6%, de R$ 3,52 bilhões de 2009 para R$ 3,25 bilhões até 25 de novembro deste ano. "São demandas protocoladas ainda entre 2007 e 2008, sobretudo as de greenfields (usinas novas) do Centro-Oeste. Há ainda nesse grupo pequenas ampliações de plantas industriais já existentes", diz Siqueira. Nessa categoria também estão inclusos os recursos da linha de estocagem de etanol, que até a semana passada, significavam desembolsos de R$ 364 milhões.
Por não acreditar que o bom desempenho dos desembolsos signifique um reaquecimento de projetos novos do setor sucroalcooleiro, Siqueira avalia que os desembolsos em 2011 não devem superar os deste ano. "Algum reaquecimento começará no segundo semestre de 2011", afirma.
Isso porque, explica ele, os balanços financeiros das companhias do setor já estarão divulgados, com tendência de melhorar as análises de risco de crédito. "O setor está reprimido em termos de investimento há dois anos. Para abrir a porta, tem que haver cuidado, a retomada tem que ser seletiva", diz.
A participação direta do banco, sem a intermediação de outros agentes financeiros, já diminuiu, sinal de aumento da confiabilidade do setor. Em 2009, o banco de fomento participou diretamente de 46,4% dos desembolsos às usinas, percentual que está em 34% neste ano.
Enquanto o açúcar brilhou em 2010 na liberação de recursos feita pela instituição, o destaque de 2011 devem ser os projetos de cogeração. Neste ano, eles ainda aparecem tímidos, com R$ 461 milhões liberados, 12% menos do que em 2009. Mas, já há aprovados e na mesa da diretoria do banco projetos de produção de energia com bagaço de cana que somam R$ 1,25 bilhão, mais do que o dobro do que estava aprovado em 2009. "Os projetos de cogeração refletem decisões do setor tomadas no pós-crise", avalia.


Decisão libera criadores de Funrural

Autor(es): Laura Ignacio | De São Paulo
Valor Econômico - 30/11/2010
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/11/30/decisao-libera-criadores-de-funrural


Uma decisão da 2ª Vara da Justiça Federal de Uberaba (MG) liberou os cerca de 18 mil produtores rurais ligados à Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) do pagamento da contribuição ao Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural (Funrural). "A decisão também afasta a obrigação de retenção do tributo em relação a todas as empresas que adquirem a produção rural dessas pessoas físicas", afirma o advogado responsável pela ação, Breno Ferreira Martins Vasconcelos, do escritório Falavigna, Mannrich, Senra e Vasconcelos Advogados.
Como a liminar refere-se ao futuro, não sofre impacto da recente decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), em sede de recurso repetitivo, vedando a compensação de créditos enquanto ainda couber recurso, mesmo que o Supremo Tribunal Federal (STF) tenha declarado o tributo inconstitucional - como é o caso do Funrural.
Na ação, a associação pede que a Lei nº 10.256, de 2001, sobre Funrural, seja declarada inconstitucional. E, em sede de liminar, a suspensão da cobrança. O juiz José Alexandre Essado decidiu suspender a exigência da contribuição sobre a receita bruta proveniente da comercialização dos produtores rurais. Adiantando o julgamento de mérito, declarou ainda que não é preciso declarar a inconstitucionalidade da Lei nº 10.256. Segundo o magistrado, quando o STF declarou que o dispositivo da Lei nº 8.540, de 1992, sobre Funrural, é inconstitucional, já foi suficiente. Isso porque a base de cálculo, alíquota e sujeito passivo de ambas as leis são os mesmos.
Segundo Vasconcelos apesar de a decisão do Supremo só valer para o Frigorífico Mataboi, quase todos os frigoríficos deixaram de fazer a retenção depois desse julgamento. "Assim, a decisão de Uberaba tem papel de proteção jurídica para os produtores rurais."
O problema da decisão judicial, segundo o advogado James Marins, do escritório Marins Bertoldi Advogados Associados, é que ela não deixa claro que a responsabilidade de retenção da contribuição por parte da agroindústria continua. "A liminar não livra a agroindústria de pena, caso não faça a retenção", argumenta. Para Marins, só uma súmula do Supremo colocaria um ponto final na discussão.



Demanda e importações de fertilizante disparam

Valor Econômico - 29/11/2010
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/11/29/demanda-e-importacoes-de-fertilizante-disparam
As entregas das misturadoras de fertilizantes às revendas espalhadas pelo país alcançaram 3,398 milhões de toneladas em outubro, segundo levantamento da Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda). Em relação ao mesmo mês de 2009, houve aumento de 18,5%, o que mostra uma aceleração das vendas já com o plantio de grãos desta safra 2010/11 iniciado no Brasil.
Com o resultado, as entregas das misturadoras somaram 19,995 milhões de toneladas entre janeiro e outubro, um incremento de 18,5% na comparação com igual intervalo do ano passado. As misturadoras são as empresas que fabricam o produto final a partir da combinação de diferentes doses de nutrientes, que são derivados sobretudo de nitrogênio, fosfato e potássio.
A aceleração das entregas provocou forte aumento das importações de fertilizantes intermediários. Foram 1,807 milhão de toneladas no mês passado, 45,1% mais que em outubro de 2009. Nos dez primeiros meses do ano, as importações atingiram 12,505 milhões de toneladas no total, alta de 36,8% sobre o mesmo período do ano passado.
A produção nacional também aumentou em outubro, mas apenas 1,7% - para 907,1 mil toneladas -, e ampliou o crescimento acumulado no ano para 11%, com um volume de 7,811 milhões. Em uma conta que desconsidera o efeitos dos estoques, a produção nacional representou 39% das entregas das misturadoras.

Holanda decreta falência da Agrenco NV

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mercado/me3011201034.htm
A justiça da Holanda decretou a falência da Agrenco NV -controlada pela produtora de soja Agrenco Limited, que tem a negociação de seus BDRs (recibos de ações) suspensa na BM&FBovespa desde fevereiro. A Agrenco NV tem dívidas com 11 bancos no valor original de US$ 268 milhões.


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