terça-feira, 4 de outubro de 2011

John Deere terá duas fábricas de máquinas para construção no País


Autor(es): ANA CONCEIÇÃO
O Estado de S. Paulo - 04/10/2011
 

Grupo americano investe em duas unidades - sendo uma em parceria com a Hitachi -, com aportes de US$ 180 milhões

 
Mais um grupo multinacional resolveu apostar no aquecido mercado de construção no Brasil. A americana John Deere, que já fabrica no País máquinas para o setor agrícola, como tratores e colheitadeiras, anunciou ontem a construção de duas novas fábricas para a produção de máquinas e equipamentos para construção civil. As unidades ficarão localizadas no município de Indaiatuba, em São Paulo.
Uma das fábricas, de escavadeiras, será erguida em parceria com o grupo japonês Hitachi Construction Machinery. A outra, que vai produzir retroescavadeiras e pás carregadeiras, será um investimento integral da John Deere. No total, as unidades devem ter aportes de US$ 180 milhões, sendo US$ 124 milhões do grupo americano e, o restante, da Hitachi.
Recentemente, vários grupos estrangeiros, como a coreana Doosan, a também coreana Hyundai Heavy Industries e as chinesa Sany e XCMG (Xuzhou Construction Machinery Group) anunciaram planos de construção de fábricas de máquinas para construção no Brasil. Outra gigante multinacional, a americana Caterpillar, anunciou a ampliação da unidade de Piracicaba (SP) e a construção de uma nova unidade no Paraná.
De acordo com o presidente global da Deere & Co., Samuel Allen, a empresa está muito otimista com as perspectivas do setor de construção civil e vem para o Brasil para aproveitar a forte demanda por máquinas e equipamentos, gerada por grandes eventos, como a Copa do Mundo e a Olimpíada.
As máquinas produzidas pela companhia terão índice de nacionalização de 60%, para atender às regras de financiamento da Finame, do BNDES. Os executivos da empresa não revelaram qual a capacidade de produção das unidades nem qual a fatia de mercado que o grupo espera abocanhar no futuro.
Perspectiva. Aaron Wetzel, presidente da John Deere Brasil, disse que o aprofundamento da crise econômica internacional não muda a estratégia do grupo para o País. "Nossa expectativa com relação ao Brasil é realista e otimista", afirmou.
Wetzel disse ver o futuro do setor de construção civil brasileiro de forma bastante otimista por causa das grandes obras de infraestrutura necessárias à Copa de 2014, à Olimpíada de 2016, além da construção de hidrelétricas, portos, etc. "Estamos olhando oportunidades de longo prazo. A crise gera preocupação, mas os problemas que estão ocorrendo agora não mudam nossa estratégia para o País, que está mais preparado para lidar com a crise do que antes", afirmou.
As duas fábricas anunciadas ontem devem começar a produzir a partir do final de 2013, mas a companhia vai estrear no mercado brasileiro de construção civil já no início de 2012, com a importação de máquinas e equipamentos.
A John Deere tem forte presença no setor agrícola brasileiro, com três fábricas instaladas no País e um centro de distribuição de peças para a América do Sul. De acordo com Alfredo Miguel Neto, diretor de assuntos corporativos para América Latina, não há aportes programados para este setor no País.
Argentina. Na semana passada, a empresa anunciou investimento de US$ 100 milhões para produzir tratores e colheitadeiras em uma fábrica na província de Santa Fé, na Argentina. A Deere prevê um recuo de 5% nas vendas de máquinas agrícolas na América Latina este ano em relação ao ano passado - quando as vendas no Brasil atingiram número recorde.

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