http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/11/12/piora-crise-da-irlanda-e-ue-ja-fala-em-socorro
Autor(es): Jamil Chade |
O Estado de S. Paulo - 12/11/2010 |
Taxas de juros cobradas da Irlanda batem recorde e superam as da crise na Grécia A Europa volta a ser ameaçada pela crise da dívida e ganha força a perspectiva de novos pacotes de socorro a países à beira do colapso. Ontem, as taxas de juros da Irlanda e de Portugal atingiram nível recorde, acima mesmo das taxas na crise grega no primeiro semestre. O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, se apressou em anunciar, em Seul, que a União Europeia (UE) está pronta a ajudar financeiramente a Irlanda se necessário, em uma tentativa infrutífera de acalmar os mercados. Os juros dos bônus de 10 anos da Irlanda chegou a 8,9% ao ano ontem. A diferença de rendimento com o bônus da Alemanha, referência nos mercados, foi de mais de 6 pontos porcentuais Ao ver o crédito se fechando aos pedidos de empréstimo do país ontem, o governo irlandês fez questão de declarar que a crise não era apenas do país, mas de toda a Europa. "A alta nos spreads é muito séria e há uma preocupação em toda a zona do euro em relação a isso", afirmou o ministro de Finanças da Irlanda, Brian Lenihan. Para o mercado, a Irlanda precisará de um pacote de 48 bilhões para sair da crise. Os papéis de Espanha e Itália também voltaram a preocupar, num sinal de nova contaminação. Já o euro teve nova queda, enquanto as bolsas terminaram em baixa. Há seis meses, o foco de preocupação era a Grécia, que recebeu um pacote de 110 bilhões para pagar as dívidas e salvar o euro. A crise em Atenas obrigou a Europa a criar um fundo de 750 bilhões de ajuda a países em dificuldades. Agora, o epicentro é a Irlanda. O país adotou o maior pacote do mundo para salvar seus bancos, pelo menos em volume per capita. O problema é que esse resgate de 50 bilhões custou caro ao governo. Investidores, temendo um calote, elevaram o preço do risco-Irlanda às maiores taxas desde a criação do euro, em 685 pontos. A alta é um sinal de que os mercados não acreditam que Dublin terá condições de honrar nem mesmo os juros das dívidas. Na prática, a elevação torna mais caro o acesso do governo a fundos do mercado financeiro para conseguir rolar a dívida. No mercado, a estimativa é de que o governo terá de buscar um pacote de resgate com a UE, assim como fez a Grécia. Barroso tentou dar sinais claros de que a UE vai manter a Irlanda de pé. "Estamos monitorando a situação de forma permanente. Caso seja necessário, a UE está pronta para ajudar a Irlanda." Na Irlanda, as medidas de austeridade anunciadas no começo do ano foram dobradas, chegando a 15 bilhões de cortes em quatro anos. Na semana passada, Dublin anunciou que cortaria outros 6 bilhões do orçamento já em 2011. Hoje, o governo insistiu que tem 18 bilhões em caixa, o que seria suficiente para pagar todos os compromissos até meados de 2011 sem ter de tomar novos recursos emprestado. Mas de nada servirá se os mercados começarem a apostar no colapso da economia, como já ficou claro nos últimos dias. Inflação chinesa se acelera para o maior nível em mais de dois anos DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS - Os preços para o consumidor chinês, que já estavam acima da meta do governo, dispararam ainda mais no mês passado, o que deve aumentar as pressões para que as autoridades do país tomem novas medidas para conter a inflação. A inflação em outubro ante o mesmo período de 2009 ficou em 4,4%, o patamar mais alto em 25 meses e 0,8 ponto percentual acima da registrada em setembro -a meta do banco central chinês é de inflação de 3% ao ano. A aceleração dos preços faz aumentar a preocupação de que a economia chinesa esteja superaquecida. Para Li Wei e Stephen Green, economistas do banco Standard Chartered, a inflação em outubro subiu 12,1% na taxa anualizada, ante 5,2% em setembro. "Isso é preocupante, já que a inflação está rumando para os níveis de meados de 2007, que foi um período de superaquecimento", disseram os especialistas. No início desta semana, o chefe do principal órgão estatal de planejamento econômico da China, Zhang Ping, afirmou que os preços vão superar a meta de 3% neste ano e culpou o enfraquecimento do dólar e a especulação no mercado de commodities para a alta dos preços. Porém, vários economistas têm afirmado que a alta da inflação se deve mais à política monetária chinesa pouco rígida do que à entrada de capital estrangeiro no país. No mês passado, o BC elevou a taxa de juros em 0,25 ponto percentual, no primeiro aumento desde 2007. Anteontem, ele aumentou o depósito compulsório dos bancos, para conter a entrada de capital. Dados divulgados ontem mostram que a economia chinesa, que ruma para ser a segunda maior do mundo, continua crescendo em ritmo forte, indicando que pode aguentar novas altas na taxa de juros. A produção industrial se expandiu em 13,1% em outubro ante o mesmo período do ano passado. Já as vendas do varejo subiram 18,6% nessa mesma comparação. |
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