sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Aumenta a produção de açúcar na União Europeia

São Paulo, quinta-feira, 19 de janeiro de 2012Mercado
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ANÁLISE AGRONEGÓCIO

PLINIO NASTARI
ESPECIAL PARA A FOLHA
A produção de açúcar na União Europeia na safra 2011/12, cuja entressafra se encerra em setembro próximo, deve ser maior que o esperado inicialmente.
A nova previsão aponta que 19,16 milhões de toneladas de açúcar sejam produzidos, ante 16,61 milhões de toneladas na safra anterior e 18,92 milhões de toneladas em 2009/10.
Caso essa previsão se materialize, esse será o maior volume produzido dentro do bloco econômico europeu desde a reforma do regime açucareiro, iniciada em 2006.
O aumento na previsão é atribuído à boa reação das lavouras de beterraba a condições climáticas favoráveis na França e na Alemanha.
Os franceses esperam terminar a atual temporada com 4,96 milhões de toneladas de açúcar, ante 4,23 milhões na temporada passada.
Na Alemanha, a recuperação será mais forte na atual safra, após registrar perdas com a estiagem de 2010/11. Serão produzidos 4,47 milhões de toneladas de açúcar, com crescimento de 28,9% sobre o ciclo anterior.
De modo a escoar o excedente e aproveitar a recuperação de competitividade, a Comissão Europeia decidiu autorizar novas cotas de exportação, a exemplo do que fez em 2009/10.
Além da cota máxima de 1,35 milhão de toneladas, acordada após o contencioso do açúcar na Organização Mundial de Comércio, o bloco europeu decidiu liberar mais 650 mil toneladas para exportação, totalizando 2 milhões de toneladas a serem exportadas até 30 de setembro.
No sentido inverso, as exportações brasileiras de açúcar tiveram forte queda em dezembro, comparadas ao mês anterior. Foi exportado 1,833 milhão de toneladas, queda de 26,2% sobre novembro e de 6,7% em relação a dezembro de 2010.
Em todo o ano de 2011, o Brasil exportou 25,36 milhões de toneladas de açúcar, ante 28 milhões em 2010, uma queda de 9,4%.
Os principais destinos do açúcar brasileiro foram, em milhões de toneladas, Rússia (3,27), China (2,14), Egito (1,53), Emirados Árabes Unidos (1,45), Argélia (1,35) e Arábia Saudita (1,16).
O preço médio mais elevado em 2011, de US$ 589,19 por tonelada, 29,3% superior ao de 2010, permitiu que, embora o volume exportado tenha sido menor devido à quebra de safra, o valor total das exportações tenha alcançado US$ 14,94 bilhões, ante US$ 12,76 bilhões em igual período do ano passado.
Ainda há incertezas sobre o tamanho da safra brasileira de cana a ser colhida em 2012, em fase de recuperação. Mas já se antevê que a atual entressafra será mais longa que o habitual, para que os canaviais tenham tempo para se desenvolver.
PLINIO NASTARI é mestre e doutor em economia agrícola e presidente da Datagro Consultoria.

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