Autor(es): agência o globo:Gabriela Valente |
O Globo - 24/01/2012 |
BRASÍLIA. Com a estiagem no Sul do país e a possibilidade de quebra de safra de milho, soja e feijão, o Banco Central (BC) mudou as regras para os compulsórios sobre depósitos à vista para beneficiar os agricultores. A instituição liberou parte do dinheiro dos correntistas que os bancos são obrigados a deixar parados nos cofres da autoridade monetária para que as instituições pudessem financiar o setor. A medida pode aumentar em R$3 bilhões o crédito rural. No Ministério da Agricultura, a previsão é que, mesmo com a produção menor, não haja desabastecimento no Brasil. A preocupação agora - que influencia diretamente o trabalho do BC - é o impacto que isso pode causar na inflação. O milho por exemplo, é usado como ração de boi, porco, frango e peixe. Se a alimentação do animal fica mais cara, o repasse para o preço da carne é imediato. Nos cálculos do ex-diretor do BC Carlos Thadeu de Freitas, se a economia brasileira crescer 5%, essa quebra de safra pode significar um aumento de 0,5 ponto percentual no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). A previsão do mercado é de uma inflação em 5,29% neste ano, acima da meta de 4,5%. A decisão foi tomada em uma reunião extraordinária da diretoria do BC e já entrou em vigor ontem mesmo. E ainda permitirá que operações de financiamento agrícola feitas desde o início do ano - quando os efeitos climáticos foram mais fortes - sejam abatidas. Nas contas das instituições, o BC permitiu excluir da base de cálculo o crédito rural de custeio da chamada "safrinha" - a plantação entressafras de uma cultura que geralmente é menor - da safra de inverno 2012 e da safra do Nordeste do país. Os bancos poderão fazer esse abatimento em até 5% da exigibilidade estabelecida pelo BC. Apenas a Caixa Econômica Federal ficou fora da mudança por não ter financiamento rural. |
BC flexibiliza regra de depósitos para beneficiar crédito rural
Autor(es): Mônica Izaguirre e Murilo Rodrigues Alves | De Brasília |
Valor Econômico - 24/01/2012 http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2012/1/24/bc-flexibiliza-regra-de-depositos-para-beneficiar-credito-rural |
O Banco Central (BC) fez mais uma liberação de depósitos compulsórios dos bancos, desta vez condicionada à ampliação das aplicações em crédito rural. Circular da instituição flexibiliza a forma de cumprir o recolhimento obrigatório sobre depósito à vista, cuja alíquota hoje é de 43%. A estimativa da autoridade monetária é que serão liberados R$ 3 bilhões para incremento dos financiamentos à safra atual. A mudança não interfere na recomposição que já estava prevista na alíquota - que, por determinação de norma anterior, já subiria para 44% em julho deste ano e para 45% em julho de 2014. Mas foi permitido que, de hoje até junho de 2013, o valor aplicado em algumas modalidades de crédito rural seja deduzido desse recolhimento. Esses financiamentos já podiam e continuarão sendo considerados no direcionamento obrigatório de depósitos à vista para o crédito à agricultura, que é de 28%. O BC decidiu considerá-los também para efeitos de recolhimento compulsório porque, nas projeções do governo, serão necessários, este ano, recursos em quantia superior ao que os bancos já são obrigados a aplicar. A circular permite que sejam abatidos do compulsório Depósitos Interfinanceiros Vinculados ao Crédito Rural (DIR). Também foi permitida a dedução do saldo médio diário dos financiamentos de custeio agrícola da safrinha e da safra do Nordeste, em todos os casos de 2012 contratado cujas operações tenham sido ou forem contratadas entre 1ª de janeiro e 30 de junho. O abatimento está limitado a 5% do compulsório. Para efeitos do cumprimento do compulsório sobre o dinheiro depósito nas contas correntes, as instituições financeiras são divididas em dois grupos. O grupo A terá direito à dedução a partir do período de cálculo de 23 de janeiro a 3 de fevereiro de 2012. A regra valerá até o período de cálculo de 10 a 21 de junho de 2013. Para as instituições do grupo B, a circular valerá a partir do período de cálculo de 30 de janeiro a 10 de fevereiro e permitirá deduções até o período de cálculo que vai de 17 a 28 de junho de 2013. |
Brasil ingressará no IGC, diz ministro
Autor(es): Tarso Veloso | De Brasília |
Valor Econômico - 24/01/2012 http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2012/1/24/brasil-ingressara-no-igc-diz-ministro |
O ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro, garantiu ontem, em Londres, que o Brasil irá ingressar no Conselho Internacional de Grãos (IGC, em inglês) em breve. O ministro se reuniu com o diretor executivo do IGC, Etsuo Kitahara, e disse que vai apressar o processo para o acesso do Brasil ao conselho. As discussões em torno do assunto estavam paradas e foram retomadas há dois meses pela Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio, depois de pedido do ministro Mendes Ribeiro. Em entrevista ao Valor, por telefone, o ministro disse que a Pasta estuda há tempos a entrada do Brasil no conselho e que é necessário participar. "O Brasil sendo um dos maiores produtores do mundo não pode ficar de fora de um conselho que define os rumos do setor", disse Mendes. O ministro da Agricultura prevê que a participação do Brasil possa ser confirmada muito em breve. "É uma coisa que precisamos fazer e eu vou fazer. Imagina só como deve ser bom para um torcedor fazer parte do conselho do clube que ele torce. Ele ajuda a tomar as decisões", afirmou Mendes. A língua portuguesa também foi sugerida para ser o idioma oficial do Conselho Internacional de Grãos. Essa mudança deve ser discutida em um próximo encontro da entidade. Atualmente, o Brasil já faz parte do Conselho Internacional do Açúcar (IOS, em inglês) e também do Conselho Internacional do Café (OIC, em inglês), cujo diretor-executivo é o brasileiro Robério Silva. O Brasil, de acordo com dados do Ministério da Agricultura, é o segundo maior produtor e exportador mundial de soja. A produção foi de 75,3 milhões de toneladas na safra passada e a exportação foi de 33 milhões de toneladas no mesmo período. Em produção de milho, o país é o quarto maior do mundo e terceiro maior exportador da commodity. Na safra passada, a produção foi de 57,5 milhões de toneladas e a exportação foi de 9,5 milhões de toneladas, conforme o Ministério da Agricultura. O IGC surgiu em julho de 1995. Durante a Convenção sobre o Comércio de Cereais (GTC), o Conselho Internacional do Trigo (IWC) passou a se chamar IGC. Com a mudança, o novo conselho passou a monitorar todas as questões que afetam a economia mundial de grãos, analisar a oferta e demanda e políticas. Em 2004, as reuniões tornaram-se fóruns de diálogo, incluindo apresentações de especialistas sobre temas específicos. Desde julho de 2009, o IGC passou a incluir em seus relatórios o arroz e as oleaginosas. Com isso, a definição de "grãos" foi formalmente expandida para incluir o arroz e seus produtos. |
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