quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Remessas de lucros bateram recorde em 2011

Remessas recordes
Autor(es): agência o globo:Gabriela Valente
O Globo - 25/01/2012
Múltis enviaram US$38 bi para as suas matrizes em 2011, 25% a mais que em 2010

Em um ano marcado pela crise financeira internacional, a remessa de lucros de empresas estrangeiras instaladas no Brasil para o exterior quebrou todos os recordes e foi a maior em 64 anos. As filiais das multinacionais remeteram US$38,1 bilhões para suas matrizes, 25% a mais que no ano anterior. Essa despesa corresponde à maior parte do déficit das contas externas do país (que correspondem a nossas transações com o resto do mundo), que fecharam o ano passado no vermelho em US$52,6 bilhões. A expectativa é que essas remessas cresçam ainda mais neste ano e que o investimento estrangeiro - que vem cobrindo esse rombo há quatro anos seguidos - não tenha mais tanta força.
- É razoável as remessas de lucro crescerem, porque estamos falando de uma economia que cresce mais do que o resto do mundo - disse a economista-chefe do Banco RBS, Zeina Latif.
Esse crescimento descolado da maior parte do mundo faz com que o país importe mais não apenas produtos finais como também matérias-primas, e ainda gaste mais em seguros e serviços como frete para as exportações. Nunca o Brasil gastou tanto com aluguel de equipamentos, por exemplo. O setor de mineração foi o grande responsável nessa categoria em particular.
BC: remessa de
US$39,6 bi em 2012
Para Johnny Kneese, economista da corretora Levycam, 2011 foi o ano do socorro de companhias europeias por suas filiais brasileiras. Esse movimento diminuiu nos últimos dias do ano, porque as empresas resolveram segurar mais os recursos no Brasil - campeão mundial de juros - para melhorar seus rendimentos e, consequentemente, o balanço da empresa. Mas se o dólar cair mais, a tendência é a remessa de lucro continuar crescendo. Para 2012, a previsão do BC é que as remessas ao exterior alcancem US$39,6 bilhões.
Ao contrário do que dizem os economistas do mercado financeiro, para o BC as remessas para socorrer empresas em crise foram eventos isolados.
- As remessas em função de crise, para enviar liquidez para matrizes, foram pontuais. As remessas tiveram o comportamento esperado. Não houve surpresa - afirmou o chefe do Departamento Econômico do BC, Túlio Maciel.
No entanto, no fim de 2010, previa-se que as empresas instaladas no país remetessem apenas US$33 bilhões para o exterior. Maciel alegou que são comuns essas remessas, por causa dos investimentos recordes que chegam ao país e - um dia - precisam retornar aos países de origem.
Investimento direto deve cair este ano
Pelo quarto ano seguido, foram esses investimentos estrangeiros que cobriram o rombo das contas externas. Elas fecharam no vermelho devido ao aumento da importação; aos gastos com serviços, como frete; ao pagamento de juros e remessa de lucros; além da despesa recorde de turistas brasileiros no exterior. Os investimentos superaram as expectativas do governo e chegaram a US$66,6 bilhões.
Para o governo, esse é o melhor jeito de financiar o resultado negativo, porque é um dinheiro de qualidade que entra para aumentar a capacidade produtiva do país. Entretanto, isso não deve se repetir neste ano. As projeções do BC indicam investimentos de US$50 bilhões, volume inferior ao do déficit em transações correntes, projetado em US$65 bilhões.



Remessa de montadoras é recorde em 2011

A indústria automotiva brasileira alcançou recorde histórico de lucros e dividendos remetidos ao exterior. Segundo balanço do Banco Central, em 2011, foram US$ 5,58 bilhões -36,1% a mais que no ano anterior.
A reportagem é de Venceslau Borlina Filho e publicada pelo jornal Folha de S. Paulo, 28-01-2012.  http://www.ihu.unisinos.br/noticias/506207-remessademontadoraserecordeem2011 

A movimentação coincide com o ano de agravamento da crise europeia, a queda na produção de peças e veículos no Japão e na Tailândia por causa do terremoto e do tsunami e a retomada dos investimentos no setor nos EUA.

De acordo com o balanço do BC, a remessa é superior à de bancos (US$ 3,15 bilhões) e à de empresas de telecomunicações (US$ 2,44 bilhões) - setores que mais enviam valores às matrizes no exterior.

Para o professor de economia da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) Célio Hiratuka, as remessas preocupam porque as montadoras poderiam aplicar os recursos no Brasil em vez de enviá-los às matrizes.

Segundo ele, em 2010, as montadoras anunciaram investimentos de US$ 3,8 bilhões no país. "O volume registrado comprova que os investimentos poderiam ser maiores do que os anunciados pelas empresas", disse.

Anfavea (associação dos fabricantes de veículos) não quis se manifestar ontem sobre as remessas. No ano passado, a associação das marcas com fábrica no país anunciou investimentos de US$ 21 bilhões até 2015 no setor.

O presidente da Abeiva (associação dos importadores de veículos), José Luiz Gandini, criticou as empresas. "Quem vive fase de necessidade de proteção governamental não envia lucros exorbitantes às suas matrizes", disse.

Ele se referiu ao "lobby" da Anfavea no governo para elevar em 30 pontos percentuais o aumento do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados). O aumento passou a vigorar no dia 16 de dezembro e reduziu as vendas.

Gandini reiterou que espera respostas do governo sobre propostas feitas, entre elas a revisão do decreto que elevou o IPI e a fixação do teto de importação de veículos em 200 mil unidades por ano.

"Esse volume significa 5,6% do mercado brasileiro", afirmou.


INVESTIMENTO NO PAÍS COBRE ROMBO RECORDE NAS CONTAS EXTERNAS

INVESTIMENTO PRODUTIVO RECORDE COBRE ROMBO HISTÓRICO NAS CONTAS EXTERNAS
Autor(es): FERNANDO NAKAGAWA, ADRIANA FERNANDE
O Estado de S. Paulo - 25/01/2012
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2012/1/25/investimento-no-pais-cobre-rombo-recorde-nas-contas-externas
País recebeu US$ 66,7 bi em investimento direto e teve déficit de US$ 52 bi nas transações com o resto do mundo, o maior desde 1947

Ano de marcas históricas nas contas externas do Brasil. Em 2011, o País recebeu US$ 66,7 bilhões em investimentos produtivos, novo recorde. A cifra foi mais que suficiente para cobrir o rombo das transações do Brasil com o resto do mundo, cujo valor somou US$ 52,6 bilhões, o maior desde 1947. Em 2012, o quadro não deve se repetir. O Banco Central prevê que o investimento produtivo não será suficiente para cobrir o déficit e será necessário usar dólares de outras fontes para fechar a conta.
Levantamento do BC divulgado ontem mostra que a entrada de Investimento Estrangeiro Direto (IED) no ano passado foi 48% maior que os US$ 45 bilhões previstos originalmente. Mesmo com a grave crise internacional, a entrada de recursos superou até mesmo períodos históricos - como nas privatizações ou em 2010, quando o Brasil deixou a crise passada mais rapidamente que o restante do mundo.
"Os dados do investimento produtivo mostram fluxos contínuos e expressivos em 2011. Isso revela a confiança do estrangeiro com a economia brasileira", disse o chefe do departamento econômico do BC, Tulio Maciel.
O economista sênior do Espírito Santo Investment Bank, Flavio Serrano, explica o resultado pelo excesso de dinheiro disponível no mundo em um período de crise e aversão ao risco entre os investidores. "Ficou claro que o Brasil era um bom exemplo para receber investimentos produtivos. Além disso, muitas empresas não queriam investir nos próprios países, que seguem sofrendo com a crise."
Saída. Mas esse mesmo quadro favorável que atrai estrangeiros paradoxalmente também aumenta a saída de dólares do Brasil, o que explica o déficit em transações correntes recorde. Maciel minimiza a situação e diz que o rombo histórico é apenas resultado do contínuo crescimento da economia brasileira, que demanda mais bens e serviços de outros países.
Com a economia em expansão, empresas vendem mais e têm lucros maiores.
Isso ajudou, por exemplo, a aumentar a remessa de lucros feita pelas multinacionais instaladas no Brasil em 25% em um ano, para o recorde de US$ 38,1 bilhões.
O ritmo favorável da economia também aumenta a demanda por bens e serviços importados. No ano passado, a conta para pagar o aluguel de equipamentos e grandes máquinas saltou 21% e atingiu US$ 16,7 bilhões.
Pesou o maquinário trazido ao País pelas grandes empresas de extração mineral, como petróleo, gás e mineração.
Apesar de o rombo em dólares ser novo recorde, o resultado em relação ao PIB segue no nível histórico próximo de 2%, diz o BC. No ano passado, o déficit equivaleu a 2,12% do tamanho da economia, menos que os 2,21% de um ano antes.
Em 2012, a situação não deve se repetir. O BC prevê déficit em transações correntes de US$ 65 bilhões, valor maior que a expectativa de ingresso de US$ 50 bilhões em investimentos. Para fechar a conta, será, portanto, necessário usar os recursos de curto prazo - como investimentos em ações ou renda fixa. "Vamos depender um pouco do investimento financeiro, mas proporcionalmente essa diferença de US$ 15 bilhões é pequena, especialmente porque nossas reservas já ultrapassaram US$ 350 bilhões", diz Flavio Serrano.


Remessas elevadas

Correio Braziliense - 25/01/2012

A crise internacional bateu forte no caixa de empresas com filiais espalhadas pelo mundo e a ordem tem sido remeter o máximo de lucros às matrizes. Segundo cálculos do Banco Central, a diferença entre tudo o que essas companhias enviaram para suas firmas no Brasil e o que foi mandado para fora deixou um saldo negativo de US$ 38,1 bilhões em 2011. O câmbio também favoreceu essas remessas, sobretudo até meados de agosto, quando bateu na casa do R$ 1,50. Para essas empresas, quanto mais baixa a cotação do dólar, mais da divisa norte-americana é possível comprar, o que maximiza os lucros.
As projeções do BC para 2012 mostram que essas companhias não pretendem tirar o pé do acelerador e devem remeter para casa US$ 39,6 bilhões neste ano. "Se elas estão gerando lucros e remetendo para fora, isso significa que estão gerando emprego, renda e impostos. O aumento das remessas não foi o que determinou o deficit nas transações correntes", minimizou Túlio Maciel, chefe do Departamento Econômico do BC.
"Essas empresas vão tirar de onde têm lucro para melhorar seus fluxos de caixa", observou Jason Vieira, economista da corretora Cruzeiro do Sul. Os países que mais fizeram resgates foram Holanda (US$ 6,6 bilhões), Espanha (US$ 4,7 bilhões), Estados Unidos (US$ 4,7 bilhões) e Alemanha (US$ 1,4 bilhão). As companhias que mais remeteram recursos para o exterior são da indústria, sobretudo automotiva e de produtos químicos, além das inseridas nos ramos de serviços, principalmente financeiro, telecomunicações e eletricidade.

Remessa de lucros e dividendos é recorde e chega a US$ 40 bi

Autor(es): Por Mônica Izaguirre e Murilo Rodrigues Alves | De Brasília
Valor Econômico - 25/01/2012
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2012/1/25/remessa-de-lucros-e-dividendos-e-recorde-e-chega-a-us-40-bi

O Brasil pagou a investidores estrangeiros volume recorde de lucros e dividendos em 2011. A conta chegou a US$ 39,97 bilhões, 27,8% acima da de 2010. O Banco Central (BC), que ontem divulgou o número, acredita que em 2012 a cifra será semelhante e considera natural que esses gastos subam diante do expressivo fluxo de investimentos estrangeiros diretos (IED) recebido pelo país nos últimos anos.
Só no ano passado, esse fluxo alcançou US$ 66,66 bilhões, também um recorde, o que representou aumento de 37,4% em relação ao ano anterior. Com um mercado interno atrativo aos investidores por causa das perspectivas de expansão, o Brasil se destacou nesse aspecto, pois o IED subiu apenas 17% na média de todos os países do mundo.
Nem todo o investimento direto tem impacto sobre a conta de lucros e dividendos, pois o conceito inclui empréstimos entre multinacionais e suas filiais no país, que rendem juros. Mas a parte dele que tem impacto é a maior, do ponto de vista do fluxo e do estoque. Enquanto o fluxo líquido daqueles empréstimos foi de US$ 11,87 bilhões em 2011, o que foi destinado à compra direta de participações no capital de empresas chegou a US$ 54,78 bilhões, volume recorde e 36% acima do verificado em 2010.
O último censo feito pelo BC apurou que, no fim do ano retrasado, o estoque dessas participações correspondia a US$ 579,62 bilhões, bem mais do que o saldo dos empréstimos intercompanhias (US$ 80,88 bilhões). Diante da magnitude de tal base de rendimento, não foi surpreendente que elas tenham gerado US$ 29,183 bilhões em remessas de lucros e dividendos ao exterior, respondendo pela maior parcela dos US$ 39,97 bilhões gastos com essa conta.
O restante dessa quantia - US$ 10,788 bilhões - foram lucros e dividendos sobre investimentos em carteira, mais especificamente sobre ações adquiridas por estrangeiros em bolsas de valores (Bovespa e Bolsa de Nova York, onde também se negocia recibos de ações de empresas brasileiras). Embora inferior à parte proporcionada pelo IED, a renda remetida ao exterior, nesse caso, subiu quase 60% em relação a 2010.
O Brasil também teve receitas com lucros e dividendos em 2011, pois há investimentos brasileiros em bolsa e em participações societárias diretas no exterior. A renda gerada por tais investimentos, porém, foi bem inferior à do sentido inverso, limitando-se a US$ 1,804 bilhão. Considerando-se o recebimento desse valor, portanto, o país gastou liquidamente com lucros e dividendos ao exterior US$ 38,16 bilhões, o que ficou acima de 2010 (US$ 30,375 bilhões).
No fim de 2010, os brasileiros detinham estoque de US$ 169,06 bilhões em participações societárias adquiridas diretamente no exterior e outros US$ 14,73 bilhões aplicados em bolsa. Em 2011, aplicaram mais US$ 11,86 bilhões na aquisição de participações acionárias e, por outro lado, trouxeram de volta US$ 8,8 bilhões que estavam em bolsa.
Para Luís Afonso Lima, diretor-presidente da Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais e da Globalização Econômica (Sobeet), o importante é o fato de os estrangeiros terem trazido para o Brasil em 2011 volume de recursos novos superior ao que levaram em renda. Em relação a 2010, a diferença entre o fluxo de IED (incluindo créditos intercompanhia) e as remessas de lucros e dividendos subiu de US$ 18,131 bilhões para US$ 28,494 bilhões.
Os números divulgados ontem pelo BC mostram ainda que a maior parte dos recursos trazidos por estrangeiros em 2011 para a compra de participações societárias no Brasil veio da Holanda (25,3%), considerados apenas os ingressos brutos. Os Estados Unidos aparecem em segundo lugar, com 12,8%, a Espanha, em terceiro, com 12,4%, e o Japão, em seguida, com 10,8%. O BC pondera, no entanto, que essa estatística considera o local por onde a empresa enviou dinheiro e não o país-sede do respectivo controlador.
Em 2011, o destino do dinheiro no Brasil foi, principalmente, o setor de serviços e comércio, que ficou com 46%. A indústria recebeu 38,6%. E o setor primário (agricultura, pecuária e extração mineral) teve 14,8%. No setor industrial, destacou-se a metalurgia, destino de 10,4% do que foi aplicado diretamente em participações societárias por estrangeiros no ano passado. No setor de serviços, o que mais atraiu investimento foram as empresas de telecomunicações, que ficaram com 9,6%.


América Latina atraiu quase o dobro da China em investimento externo

Valor Econômico - 25/01/2012
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2012/1/25/america-latina-atraiu-quase-o-dobro-da-china-em-investimento-externo

A América Latina foi a região com maior crescimento no investimento estrangeiro direto (IED) de 2010 para 2011. De acordo com relatório da Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento (Unctad), houve no período um aumento de 34,6% nesse tipo de remessas a países latino-americanos e caribenhos.
A entrada da IED na América Latina atingiu US$ 216,4 bilhões - uma soma bem superior à recebida pela China (US$ 124 bilhões). A nota destoente na região foi a Argentina, onde o investimento estrangeiro caiu no ano passado, em relação a 2010. O país continua a receber menos IED que economias muito menores da região, como o Peru.
"Particularmente atraentes são o tamanho do mercado do Brasil e sua posição estratégica, que diminui a distância para outros mercados emergentes, tais como Argentina, Chile, Colômbia e Peru", afirma o relatório "Monitor de Tendências do Investimento Global".
Os países em desenvolvimento receberam entradas recordes de IED, impulsionadas principalmente pelos investimentos em novos projetos. A China, o segundo maior destino de IED, bateu pelo segundo ano consecutivo o seu recorde de entradas. Após uma grande queda em 2010, a Índia teve um aumento de 38%.
No geral, os IED globais somaram US$ 1,5 trilhão. Apesar de ser uma marca 17% maior do que a de 2010 e 28% maior que a de 2009, ainda é 23% menor do que o pico registrado em 2007, ano anterior ao início da crise financeira global.
Os gastos para aquisições e fusões em outros países saltaram 49,7% no ano passado, chegando a US$ 507,3 bilhões. Já os investimentos "greenfield", nos quais são feitos gastos para iniciar uma operação a partir do zero, como a construção de uma nova fábrica, caíram 3,3%, a US$ 780,4 bilhões.
A expansão dos investimentos estrangeiros diretos sinaliza crescente globalização e uma maior disposição em realizar grandes projetos no exterior, o que pode levar a mais comércio e maior capacidade produtiva ao redor do mundo. No contexto do atual cenário sombrio dos mercados financeiros globais, a volta do apetite por investimentos pode ser um raro sinal positivo.
"O crescimento do Produto Interno Bruto [PIB] continua positivo e, embora seja menor do que se esperava, as empresas ainda têm dinheiro no bolso e precisam investi-lo de alguma forma. No entanto, ao mesmo tempo existe uma incerteza devido à fragilidade da economia global", disse Astrit Sulstarova, economista da Unctad.
O órgão da ONU se disse cautelosamente otimista quanto a 2012. "Baseada nas atuais perspectivas de fatores subjacentes, tais como crescimento do PIB e dinheiro em caixa de corporações transnacionais, a Unctad estima que as entradas de IED terão uma alta moderada em 2012, para cerca de US$ 1,6 trilhão."



País fica em 4º lugar no ranking de investimento da Unctad

O Estado de S. Paulo - 25/01/2012
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2012/1/25/pais-fica-em-4o-lugar-no-ranking-de-investimento-da-unctad

Levantamento mostra que os investimentos no Brasil alcançaram US$ 65,5 bi em 2011, com alta de 35% ante 2010
JAMIL CHADE , CORRESPONDENTE/ GENEBRA - O Estado de S.Paulo
O Brasil foi o quarto país que mais recebeu volume de investimentos em 2011, superando todos os países da zona do euro. Contando apenas novos projetos, sem incluir a aquisição de empresas por multinacionais, o Brasil foi o segundo maior destino de investimentos do mundo, superando os Estados Unidos e ficando atrás apenas da China.
Os dados foram divulgados ontem pela Unctad, em Genebra, e destacam a expansão do consumo doméstico do Brasil e a cobiça por recursos naturais como os principais fatores de atração de empresas de todo o mundo. Outra explicação é o fato de o País ter se tornado a base de operações de multinacionais em toda a região. Segundo o levantamento, os investimentos no mundo em 2011 passaram de US$ 1,28 trilhão para US$ 1,5 trilhão, uma expansão de 17% e retornando a uma média anual que existia antes da crise de 2008, quando o volume despencou. Para 2012, porém, a crise na Europa ameaça mais uma vez causar uma estagnação na expansão dos fluxos de capital.
Ao fim de 2011, só a China (incluindo investimentos em Hong Kong e no continente), Estados Unidos e Reino Unido receberam mais projetos de investimentos que o Brasil. Se Hong Kong for calculado como um destino separado a da China, o Brasil então ficaria na quinta posição como maior destino.
A expansão de recursos no Brasil entre 2010 e 2011 também esteve entre as 12 maiores do mundo, com uma taxa de 35% e duas vezes superior à média mundial, totalizando US$ 65,5 bilhões.
"Investidores estrangeiros continuam a encontrar apelo na riqueza de recursos naturais na América do Sul e estão cada vez mais atraídos pelo mercado consumidor em expansão da região", afirmou a Unctad. "Particularmente atraente é o tamanho do mercado brasileiro e sua posição estratégica que permite um acesso fácil a outros mercados emergentes, como Argentina, Chile, Colômbia e Peru", disse a entidade. Empresas estrangeiras gastaram ainda US$ 15,1 bilhões para comprar companhias nacionais, expansão de 70,5%.
Mas na avaliação apenas de projetos novos por multinacionais, desembarcando para a abertura de fábricas ou iniciativas de extração, o Brasil já aparece em segundo lugar no mundo. No total, US$ 59,7 bilhões foram investidos no País, aumento de 38%. Na China, o volume é de US$ 81 bilhões.
No geral, o maior recipiente de investimentos no mundo continua sendo a economia americana, com US$ 210 bilhões. Os Estados Unidos, porém, sofreram uma queda de 7,7% em relação a 2010 e estão sendo fortemente ameaçados pela China. No total, a China recebeu US$ 202,4 bilhões de investimentos em 2011. US$ 124 bilhões foram à China continental e outros US$ 78,4 bilhões para Hong Kong. O Reino Unido vem na terceira posição, com US$ 77,1 bilhões.
Em 2010, o Brasil já havia sido o quinto maior recipiente de investimentos, sempre contando os fluxos para China e Hong Kong de forma unificada. Agora, o Brasil chegou a receber mais investimentos que tradicionais economias como França (US$ 40 bilhões) e Alemanha (US$ 32 bilhões). Entre os emergentes, o Brasil recebeu um a cada dez dólares destinados a essas economias. Para 2012, a volta da recessão na Europa fará com que a expansão de investimentos seja apenas modesta, para cerca de US$ 1,6 trilhão. O último trimestre de 2011 já foi de contração, servindo de alerta de que o cenário poderá ser mais sombrio.




É bom que nós, brasileiros, voltemos os olhos para cá

O Estado de S. Paulo - 25/01/2012
ANDRÉ PERFEITO É ECONOMISTA-CHEFE DA , GRADUAL INVESTIMENTOS - O Estado de S.Paulo Análise: André Perfeito
Os dados do setor externo reforçam a percepção de um estranho fenômeno recente da economia brasileira: enquanto os estrangeiros ficam comprados em Brasil, deixando seus recursos aqui aplicados no longo prazo, os brasileiros aproveitam a bonança relativa gastando em dólar tudo o que podem em viagens no exterior. O otimismo é tanto com o Brasil que mesmo com o apetite voraz da antiga - e da remediada - classe média brasileira nos outlets dos subúrbios de Miami ou Nova York, ainda sobra um troco positivo para o País.
As transações correntes apresentaram déficit de US$ 52,6 bilhões em 2011, 11% maior que 2010 (em proporção do PIB, o resultado não é tão ruim, sai de 2,21% para 2,12%). A balança comercial até que se mantém robusta, apesar dos ventos cambiais soprarem do oceano para a costa brasileira, trazendo nos navios toneladas de dólares aproveitando a Zona de Alta Pressão Brasileira, resultado de juros altos aqui e abaixo da linha d"água lá fora.
Quem nos salvou foi mais uma vez a percepção que, nove fora zero, o Brasil é melhor que o resto do mundo em decomposição ou em estado vegetativo. Além da taxa de juros forçar o dólar goela abaixo do BC, a perspectiva de que os investimentos em 2012, 2013 e 2014 (ligados à Copa e ao pré-sal) vão turbinar a economia fazem o investidor estrangeiro vender suas posições lá fora para comprar, enquanto ainda está barato, posições aqui.
O investimento direto subiu 37%, para o recorde de US$ 66,6 bilhões, o que garantiu que o balanço de pagamentos fechasse positivo novamente. Os dados mostram o interesse do estrangeiro em fincar os dois pés por aqui.
O interesse é tanto que a imigração já começou, seja na precariedade de desesperados haitianos, até o bem educado desespero de europeus sem trabalho. Entre comprados e vendidos em Brasil, é melhor que nós, brasileiros, voltemos os olhos, e os bolsos, para cá. Caso contrário, daqui algum tempo pode já estar caro demais.


Fluxo encolhe em emergente, mas Brasil é exceção

Valor Econômico - 25/01/2012
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2012/1/25/fluxo-encolhe-em-emergente-mas-brasil-e-excecao

O fluxo líquido de capitais privados deve declinar bastante para as economias emergentes este ano, mas o Brasil tende a ser exceção, sendo o segundo a receber mais recursos externos em 2012, conforme projeções do Instituto de Finanças Internacionais (IIF, na sigla em inglês). Enquanto o fluxo líquido para os emergentes deve ficar em US$ 746 bilhões este ano, queda de 18% em relação a 2011, para o Brasil pode subir de US$ 137 bilhões para US$ 142,4 bilhões, 10% maior do que a estimativa feita em setembro.
As cifras da entidade que representa os maiores bancos do mundo indicam assim que a tendência será mesmo de o real continuar valorizado, com o maior fluxo para o país atraído pela situação econômica e pelos juros que seguem altos na comparação internacional.
O fluxo líquido anual de capitais privados para o Brasil deu um salto gigantesco de US$ 6 bilhões em 2002 para os US$ 137 bilhões do ano passado.
Para os emergentes em geral, a nova projeção do IIF significa redução de US$ 338 bilhões em relação às estimativas apresentadas há quatro meses.
A crise na zona do euro estragou a disposição e capacidade dos investidores e emprestadores da região de fornecer financiamento para as economias emergentes.
Os créditos bancários para os emergentes devem ser particularmente afetados pela crise na zona do euro. É um verdadeiro colapso que o IIF prevê para o crédito dos bancos comerciais, caindo a US$ 38 bilhões em 2012, comparado aos US$ 215 bilhões na projeção anterior.
Isso se explica por que os bancos europeus deixaram de ser uma das grandes fontes de capital externo para o mundo. As instituições europeias representaram 58% do fluxo de capitais dos grandes países entre 2004 e 2007, quando o montante era de US$ 1,6 trilhão em média.
Essa média caiu para apenas US$ 300 bilhões entre 2008 e 2011. As duas regiões mais afetadas pela retração são a Europa emergente e os emergentes da Ásia. Isso por que os créditos interbancários das instituições europeias para bancos na Ásia caíram substancialmente, mostrando a dependência asiática, situação que tende a piorar.
Já o fluxo líquido para a China deve registrar queda de 38%, passando de US$ 240 bilhões em 2011 para US$ 148,3 bilhões neste ano, sendo ainda a principal destinação do capital estrangeiro em todas suas formas.
O fluxo para a China menor do que projetado causa menor pressão sobre a moeda local, e menos necessidade para as autoridades de Pequim adquirirem mais reservas cambiais.
Em contraste com outros emergentes, o fluxo líquido para a América Latina continuará estável e sua fatia no fluxo total aumentará. A estimativa é de que alcance US$ 250 bilhões em 2012, comparado aos US$ 260 bilhões do ano passado. A dinâmica do fluxo em 2012 para a região reflete uma redução no financiamento comercial, moderada recuperação no fluxo de portfólios e estável fluxo de investimentos diretos.
"A América Latina é uma boa história que a gente não pode perder de vista", disse o economista-chefe do IIF, Philip Shuttle. "O Brasil fez um bom trabalho ao subir juros preventivamente no começo do ano passado para combater a inflação e em cortar as taxas mais tarde para garantir uma saudável recuperação da atividade nos próximos meses."
Todos os outros componentes do fluxo privado, como investimento direto estrangeiro e de portfólio foram revisados para baixo, mas não na mesma proporção. No caso do investimento direto, foram pouco afetados pelas turbulências na Europa. No geral, porém, as perspectivas para os emergentes até agora tem sido de resiliência aos choques financeiros originários na Europa.
O IIF considera que os fundamentos econômicos podem assim garantir uma rápida recuperação no fluxo de capital para os emergentes se a confiança for restaurada na Europa.
Os desequilíbrios nas contas correntes globais diminuíram, na medida em que países com fortes superávits viram suas moedas se valorizarem. A expectativa é de que o desequilíbrio global diminua ainda mais, em meio à crise.
"As dificuldades da dívida soberana em países europeus tem um crescente impacto na economia global e no sentimento dos mercados financeiros. A crise está contribuindo para a desalavancagem dos bancos, afetando as perspectivas para o crescimento tanto na Europa como no fluxo de capital para os emergentes"", diz Charles Dallara, diretor executivo do IIF.



Brasileiro gasta US$ 21,2 bi no exterior

Autor(es): FERNANDO NAKAGAWA , ADRIANA FERNANDES /
O Estado de S. Paulo - 25/01/2012
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2012/1/25/brasileiro-gasta-us-21-2-bi-no-exterior

O brasileiro viajou como nunca para o exterior nos últimos meses e a fatura ficou salgada: os turistas pagaram US$ 21,2 bilhões em despesas e compras em outros países em 2011. A festa, porém, tende a perder o brilho em breve. O Banco Central diz que o sobe e desce do dólar visto desde agosto já preocupa alguns viajantes e deve moderar o ritmo do turismo internacional em 2012.
Dados apresentados ontem pelo BC mostram que a fatura das viagens internacionais cresceu 29% em 2011 na comparação com o ano anterior. O desempenho chinês do turismo no exterior aconteceu mesmo após o salto impressionante de 2010, quando os gastos dos brasileiros já haviam crescido 51% em um ano.
Com os dois anos seguidos de avanço, a fatura do turismo no exterior já soma valor equivalente a cerca de 10% do total das importações brasileiras, de US$ 226 bilhões no ano passado. Atualmente, o gasto com viagens já é quase o dobro da despesa para importar veículos que somou US$ 11,9 bilhões em 2011 ou é 12 vezes maior que a conta da importação de gasolina que alcançou US$ 1,65 bilhão no ano passado, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento.
"Essas taxas de crescimento expressivo dos gastos no turismo observadas nos últimos meses apresentam moderação desde agosto do ano passado. Para 2012, temos uma perspectiva de comportamento mais moderado", disse o chefe do departamento econômico do BC, Túlio Maciel.
"O gasto nesse item é bastante sensível à taxa de câmbio, que tem oscilado mais. A incerteza econômica também contribui para que brasileiro seja um pouco mais cauteloso", explicou.
Cautela. Mesmo com o esforço de países em atrair cada vez mais brasileiros - como os Estados Unidos que pretendem facilitar a concessão de vistos - o BC acredita que o dólar volátil e as incertezas com a crise internacional devem falar mais alto e fazer com que o gasto dos turistas pare pelo menos de crescer e repita, neste ano, o patamar visto em 2011.
Estrangeiros também desembolsaram mais em viagens ao Brasil. Segundo o BC, eles deixaram US$ 6,7 bilhões no ano passado no País, valor 14% superior à conta paga em 2010. Mesmo com o aumento, o valor gasto por aqui foi insuficiente para cobrir o rombo gerado pelos brasileiros no exterior.
Por isso, o ano terminou com a conta de turismo internacional com saldo negativo de US$ 14,6 bilhões, aumento de 38% na comparação com o ano anterior e novo recorde histórico. Para 2012, o BC prevê que o déficit do turismo deve estacionar no atual nível e fechar o ano em US$ 14,5 bilhões.

Brasileiros nunca gastaram tanto lá fora

Autor(es): agência o globo:
O Globo - 25/01/2012
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2012/1/25/brasileiros-nunca-gastaram-tanto-la-fora

Banco Central acredita que as despesas no exterior cresçam mais devagar este ano
BRASÍLIA e RIO. Não é à toa que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou que facilitará a entrada no país de turistas do Brasil. Em 2011, os brasileiros quebraram todos os recordes quando o assunto é gastar no exterior. Só no ano passado, os turistas deixaram US$21,2 bilhões lá fora: 29% a mais que no ano anterior. Foi o maior volume desde quando o Banco Central (BC) começou a registrar os dados, há 64 anos.
Foi uma surpresa para a autarquia monetária, que previa números menores no início do ano passado. Para o BC, a tendência é que tanto gastos de brasileiros no exterior quanto de estrangeiros aqui cresçam mais lentamente de agora em diante. A crise na Europa terá seu papel nesse desaquecimento, mas o câmbio será o principal responsável pela expansão menor nos gastos. A moeda está mais cara do que no início de 2011. Em janeiro do ano passado, o dólar era vendido a R$1,67, e no inicio deste ano, a cotação está em torno de R$1,75.
- O crescimento das despesas com viagens deve ser mais moderado daqui para a frente - disse o chefe do Departamento Econômico do BC, Túlio Maciel. - Temos a visão de que o turista brasileiro será mais cauteloso com seus gastos.
Até o gasto de turistas estrangeiros aqui foi recorde. Apesar de ser bem inferior às despesas de brasileiros lá fora, alcançou US$6,8 bilhões. Valor recorde, também, desde 1947.
- O Brasil cresceu mais do que a média mundial - disse o presidente da Embratur, Flávio Dino.
Segundo ele, o turismo de estrangeiros no mundo cresceu em média 4% no ano passado. Já no Brasil aumentou 14%. Para Dino, essa expansão é um problema bom, porque significa um aumento da renda do trabalhador. um reflexo da ascensão da nova classe média, que teria começado a visitar outros países. Mas essa informação não se sustenta, segundo o professor do Ibmec Ruy Quintans:
- Não há na classe C quem gaste US$5 mil em viagens para o exterior. Classe C assim, só na Suíça.
Quintans afirma que a tendência é aumentar ainda mais os gastos com viagens daqui para a frente, por causa do crescimento da renda e, ainda, por um fator bem brasileiro: é um povo que não se preocupa tanto com patrimônio e poupança e tende a gastar tudo o que ganha.
Oito vezes no exterior nos
últimos cinco anos
A produtora de cinema Paula Lagoeiro mudou o itinerário das suas viagens. Com a melhora na economia brasileira, ela conta que viajou oito vezes para o exterior nos últimos cinco anos, a maioria para os Estados Unidos e a Argentina. A próxima será uma viagem de 15 dias para a Califórnia. Vai levar US$2 mil para gastar, sem contar passagem e hospedagem.
- Antes, costumava viajar mais pelo Brasil, mas com a melhora da economia, tenho conseguido viajar para fora. Prefiro usar dinheiro. O cartão de crédito fica atrelado à cotação do dólar.
Para organizar os gastos e não cair no "deslumbramento da classe média", ela passou a fazer um fundo de viagem, para o qual separa um valor mensal variável.
- Nos EUA, planejo compras de eletroeletrônicos e roupas, que são muito mais baratos. Na Argentina, compro mais coisas pequenas, como chocolates e livros. Na última vez que fui a Buenos Aires, em dezembro, gastei R$600 em uma semana - explica ela.
Ex-comissária de bordo, Sheila Cruz diz que passou a viajar para o exterior com a família - o marido Francisco e o filho Gabriel, de 11 anos - pelo menos uma vez por ano, após se aposentar, em 2009. Depois de voltar da Disney, onde passaram 12 dias em dezembro e gastaram R$15 mil, planejam uma viagem à Europa, onde passarão 18 dias.
- Antes de viajar, costumamos analisar a moeda local e fazer uma meta de gastos em espécie. Depois disso, usamos o cartão de crédito para aproveitar as milhas. Não existe lugar melhor para comprar que nos EUA: um relógio que custa R$2 mil aqui sai por US$200 lá. Já a Europa é para passear. Nosso poder de compra nunca esteve tão alto - comemora Sheila. (Gabriela Valente e Marcio Beck)

Despesas recordes no exterior em 2011

Autor(es): Victor Martins e Ana Carolina Dinardo
Correio Braziliense - 25/01/2012
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2012/1/25/despesas-recordes-no-exterior-em-2011

Estimulados pela elevação da renda e pelo real forte, trabalhadores viajam como nunca e gastam US$ 21,2 bilhões fora do país. Custo Brasil incentiva as compras

Com a expansão da renda no país e a ascensão de milhões de famílias à classe média, os brasileiros viajaram como nunca para o exterior em 2011. Pelos cálculos do Banco Central, os turistas desembolsaram US$ 21,2 bilhões fora do país, um volume 29,14% superior ao do ano anterior e jamais registrado pela autoridade monetária. Mais da metade desse montante (US$ 12,6 bilhões) foi gasto por meio do cartão de crédito, principalmente com produtos eletrônicos, passeios, alimentação e vestuário. Os destinos mais procurados, segundo agências de viagem, são Buenos Aires, Montevidéu e Miami, locais considerados paraísos para compras.
Na avaliação de especialistas, os preços no exterior compensam por causa da tributação e do custo de produção inferiores aos do Brasil. "As pessoas estão saindo do país não só para passear, mas para comprar. Isso é um claro reflexo do Custo Brasil. Acaba valendo muito a pena pagar uma passagem internacional e hotel para comprar nos Estados Unidos, por exemplo", avaliou Jason Vieira, economista da corretora Cruzeiro do Sul. Túlio Maciel, chefe do Departamento Econômico do BC, considera que as cifras de gastos fora do país são "bastante sensíveis" à cotação do dólar. "Até o meio do ano, o comportamento do câmbio foi muito favorável e colaborou para elevar essas despesas", observou.
Os brasileiros também têm aproveitado as boas condições das viagens internacionais para estudar, o que gerou, apenas no ano passado, US$ 43,1 milhões em despesas com educação. O estudante de engenharia civil Marcelo Avilar, 24 anos, está de viagem marcada para Budapeste, na Hungria, e para a Alemanha. "Pretendo ir a restaurantes, bares e centros culturais", contou. Ele pensa em se dedicar a um mestrado na Alemanha. "Primeiro, vou fazer o curso de línguas por um mês, que vai sair por R$ 500 mais ou menos."
O presidente do Instituto Brasileiro do Turismo (Embratur), Flávio Dino, avaliou como expressivos os números de gastos de brasileiros no exterior e afirmou que os desembolsos de estrangeiros em solo nacional avançam a passos largos. Segundo ele, enquanto o gasto de turistas de fora avançou 14,46% no Brasil, no resto do mundo o desembolso de estrangeiros cresceu 4% em média.
Farra do dólar barato
Brasileiros não economizaram nas viagens ao exterior, mas estrangeiros também deixaram uma bolada no país (Em US$ bilhões)
Desembolsos lá fora
2002    2,3
2003    2,2
2004    2,8
2005    4,7
2006    5,7
2007    8,2
2008     10,9
2009     10,8
2010     16,4
2011     21,2
Turistas no Brasil
2002     1,9
2003     2,4
2004     3,2
2005     3,8
2006     4,3
2007     4,9
2008     5,7
2009     5,3
2010     5,9
2011     6,7
Fonte: Banco Central

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