quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Graziano: Brasil precisa socorrer países africanos contra a fome

Autor(es): agência o globo:Tatiana Farah
O Globo - 25/01/2012

Para diretor-geral da FAO, Embrapa deveria "internacionalizar" tecnologia

PORTO ALEGRE. O diretor-geral da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), José Graziano, fez um apelo ontem para que o Brasil socorra os países africanos no combate à fome.
Para ele, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) precisa "internacionalizar" sua tecnologia.
— Apelo para que o Brasil assuma a responsabilidade internacional que ganhou com tantas conquistas internas no últimos anos, que nos colocaram em uma vitrine — disse ele, que completou: — Precisamos ter uma Embrapa internacional que seja efetivamente uma agência de cooperação técnica, apoiando os países que precisam.
Criador do programa Fome Zero do governo Lula, Graziano participou ontem de um evento do Fórum Social Temático (FST), em Porto Alegre, como sua primeira atividade pública no Brasil desde que assumiu o cargo em Roma, no início do mês. Sobre o Brasil, que conta com 15 milhões de miseráveis, Graziano avaliou que o país pode acabar com a fome até o final da década. Ele defendeu ainda que os responsáveis pelas políticas agrícolas dos países participem da Rio+20, em junho no Rio, comprometendo- se com a sustentabilidade.
— Não podemos ser só militantes ecológicos preocupados com o planeta. O impacto da área produtiva é muito grande. A agricultura contribui com 30% dos gases de efeito estufa e é preciso conscientizar os ministros da agricultura — disse ele.
De acordo com as Nações Unidas, até 2050 a produção alimentar terá de crescer 70% para contemplar nove bilhões de habitantes.
Para o diretor da FAO, o desenvolvimento tecnológico focado na agricultura pode dar conta do problema, sem ampliar as áreas de plantio: — Praticamente 90% do aumento necessário de produção são possíveis com as tecnologias hoje disponíveis. Se conseguirmos avançar para tecnologias mais limpas, será mais fácil.
O evento no Palácio Pratini marcou o lançamento, em Porto Alegre, não só do Fórum Social Temático como do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social do estado, num modelo semelhante ao "Conselhão" criado por Lula para o Fome Zero e implementado pela presidente Dilma Rousseff.
Ex-secretário executivo do "Conselhão", o governador Tarso Genro aproveitou o evento para se defender das críticas que a instituição recebeu no governo Lula. Segundo ele, houve "estranhamento" de setores da sociedade.

Graziano propõe internacionalização da Embrapa

O Estado de S. Paulo - 25/01/2012
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2012/1/25/graziano-propoe-internacionalizacao-da-embrapa
O diretor-geral da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), José Graziano da Silva, defendeu ontem a internacionalização da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) como uma espécie de agência de cooperação técnica, durante palestra no colóquio A Importância da Sociedade Civil Nacional e Internacional para a Segurança Alimentar e Nutricional, em Porto Alegre. O encontro foi organizado pelo Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES) do Rio Grande do Sul no Palácio Piratini, como atividade de abertura do Fórum Social Temático, que prossegue até a próxima segunda-feira na capital gaúcha.
Para Graziano, o Brasil está em fase de transição da condição de receptor de ajuda internacional para a de colaborador e, nessa condição, deve oferecer ajuda técnica aos países que precisam, especialmente na área de produção de alimentos e na África.
Em sua primeira visita ao Brasil desde que assumiu o cargo, no início deste mês, Graziano revelou que a FAO está recriando seu departamento de cooperativismo, fechado porque não houve reposição de funcionários aposentados. "É isso que dá deixar a burocracia sem comando político, sem visão política do que é prioridade", criticou. O diretor-geral do órgão revelou que "boas práticas" da agricultura familiar e do cooperativismo no Rio Grande do Sul devem ser difundidas pelo departamento. Graziano reconheceu que trabalha com um orçamento apertado - em torno de US$ 1 bilhão por ano - e que a ordem tem sido gastar o mínimo possível com papéis e viagens de funcionários, trocando inclusive a primeira classe por alguma mais econômica em voos de duração inferior a nove horas.
O diretor-geral da FAO também elogiou o governo da presidente Dilma Rousseff por partir para a busca ativa de miseráveis, pessoas que não têm nem documentos e muitas vezes se tornam "invisíveis" à sociedade. "Essa é uma inovação extraordinária", avaliou, para afirmar que, com isso, o Brasil pode erradicar a fome até o final desta década. "Não é aceitável conviver com a fome e a miséria em nenhuma democracia", ressaltou. "O Brasil acordou para essa realidade e está lutando para mudá-la", sentenciou o diretor-geral, ex-ministro no primeiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva.
Veículo:
DCI - SP 
Editoria:
AGRONEGÓCIOS 
Data:
25/01/2012 
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FAO planeja recriar departamento de apoio a cooperativas
AgênciasPorto Alegre - O diretor-geral da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), José Graziano, anunciou ontem a recriação do departamento de cooperativismo da agência, que estava desativado. Graziano assumiu o comando da FAO no dia 1° de janeiro.

O departamento deverá oferecer cooperação técnica para grupos de pequenos e médios produtores, que, segundo Graziano, são líderes incontestáveis em alguns segmentos agrícolas.

O apoio ao cooperativismo é, segundo Graziano, uma das políticas de segurança alimentar com bons resultados no Brasil que serão levadas para a FAO. "O apoio à AGRICULTURA FAMILIAR e ao cooperativismo ajudaram muito a projetar a imagem positiva que o Brasil tem lá fora. Quero usar essa imagem para alavancar o apoio internacional ao cooperativismo", disse hoje, após participar de evento do Fórum Social Temático (FST).

Além da assistência às cooperativas, às experiências brasileiras de políticas de fomento à AGRICULTURA FAMILIAR, o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e os programas de merenda escolar também serão aproveitados em nível global, principalmente em países africanos. Graziano também disse que a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) deverá ganhar um escritório na sede da FAO, em Roma. No primeiro pronunciamento no Brasil desde que está à frente da agência da ONU, Graziano disse que a FAO precisa incluir a sociedade civil na luta contra a fome e a insegurança alimentar.

O diretor-geral da FAO destacou ainda que a agricultura não pode ser vista apenas como problema para o desenvolvimento sustentável, mas como parte da solução. Um estudo da agência estima que é possível aumentar a produção de alimentos 90% com o uso das tecnologias já disponíveis. Graziano defende a ida de ministros da Agricultura para a Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, que acontece em junho, no Rio de Janeiro. "É preciso que a produção se comprometa a limpar o planeta; não podemos ser só militantes ecológicos preocupados com o impacto da área produtiva, é preciso conscientizar os agricultores", argumentou. Com o tema Crise Capitalista, Justiça Social e Ambiental, o FST deve ser uma prévia da Cúpula dos Povos, encontro de movimentos sociais paralelo à Rio+20.

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