Autor(es): Por Luiz Henrique Mendes | De São Paulo |
Valor Econômico - 25/01/2012 |
O maior entreposto de alimentos da América Latina movimentou volumes recordes em 2011. Principal unidade da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), o Entreposto Terminal São Paulo comercializou 3,23 milhões de toneladas de frutas, verduras, legumes, flores e pescados, alta de 2,37% sobre o registrado em 2010. Trata-se do melhor resultado desde 1981. Não apenas os volumes, mas as receitas obtidas com as vendas de produtos também foram inéditas na unidade paulistana, responsável por 80% do total movimentado pela estatal federal. No ano passado, os cerca de 3 mil permissionários da companhia geraram R$ 5,02 bilhões, 10% mais que em 2010. Para o economista Flávio Godas, da Ceagesp, o crescimento tanto em volume quanto em receita deve-se "ao aumento da renda do brasileiro e ao dólar mais fraco", que estimulou as importações, em especial das frutas. O volume de alimentos importados no entreposto de São Paulo cresceu 6,4%, para 245,2 mil toneladas. Desse total, as frutas representaram 87,5%. Além de ter sido a principal alavanca das importações da Ceagesp, o segmento de frutas foi o que mais contribuiu para a comercialização recorde de 2011. Ao todo, foram vendidas 1,714 milhão de toneladas (53% do total), 3,2% mais que em 2010 (1,6 milhão de toneladas). As receitas, por sua vez, cresceram 9,4%, para R$ 2,6 bilhões, estimuladas pela "melhor qualidade e maior valor agregado das frutas vendidas", diz Godas. A maior disponibilidade de batatas, diz o economista, incrementou as vendas do rol dos "diversos" (cebola, amendoim, ovos, entre outros). Em 2011, o segmento movimentou 376,6 mil toneladas, 5,7% acima do registrado no ano anterior. A maior oferta de batatas fez com que os preços desabassem e as receitas dos "diversos" recuassem 17,4%, para R$ 391,8 milhões. Já o segmento de legumes enfrentou problemas climáticos, segundo Godas. "As chuvas no primeiro semestre prejudicaram produções como as de tomate, abobrinha e chuchu", diz ele. Com isso, as vendas de legumes cresceram apenas 0,8%, para 827,4 mil. Em linha com o cenário de oferta frustrada pelas chuvas, os legumes renderam R$ 1,3 bilhão, expressivo crescimento de 26% sobre o ano anterior. "A chuva também afetou a produção de verduras", lembra o economista da Ceagesp, citando o alface. No Entreposto Terminal São Paulo, foram comercializadas 224,8 mil toneladas de verduras em 2011, redução de 3,2%. Ainda assim, o volume financeiro obtido com as vendas ficou estável, em R$ 247,5 milhões. O segmento de flores, em contrapartida, apresentou forte evolução. Em 2011, foram comercializadas 51,6 mil toneladas, 8% a mais que no ano anterior, movimentando R$ 222,1 milhões, que representou um crescimento de 16,5% - que poderia ter sido maior caso a Ceagesp tivesse um pavilhão próprio para flores, segundo Godas. "Temos um potencial enorme. Enquanto no Brasil o consumo anual de flores é de apenas US$ 8 per capita, na Argentina chega a US$ 25 na Europa a US$ 100", afirma ele. O destaque negativo ficou para o segmento de pescados, cujas vendas vêm caindo desde 2007. No ano passado, o segmento comercializou 39,2 mil toneladas, queda de 3,6%. "O preço do peixe ainda é caro se comparado a concorrentes como o frango. Além disso, as vendas diretas nos supermercados são cada vez maiores", afirma o economista. |
quinta-feira, 26 de janeiro de 2012
Movimentação recorde na Ceagesp
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