CONTROLE
18/01/2012 | 19h12
Pecuaristas se preocupam com os morcegos, que podem transmitir a doença para o gado
http://pecuaria.ruralbr.com.br/noticia/2012/01/municipios-do-interior-de-sao-paulo-investem-em-trabalho-preventivo-contra-transmissao-da-raiva-3635366.html?utm_source=feedburner&utm_medium=email&utm_campaign=Feed%3A+RuralBR+%28Not%C3%ADcias+-+RuralBR%29
- Karla Paz | Joanópolis (SP)
Foto: Duda Pinto / Agência RBS
Mordida de morcegos podem transmitir raiva para o gado
O Ministério da Saúde confirmou esta semana a morte de um gato em consequência do vírus da raiva em São Paulo. O último caso em animais domésticos foi registrado há 30 anos na capital. Quem trabalha no campo conhece bem esse vírus e as consequências da doença que pode causar a morte do animal e colocar em risco também a saúde das pessoas.
No interior de São Paulo os morcegos são uma das principais preocupações para os pecuaristas. A mordida destes animais podem transmitir raiva para o gado. A Defesa Agropecuária de muitos municípios do Estado tem trabalhado duro com medidas de prevenção para conter este problema.
Os pecuaristas de Joanópolis, cidade do interior paulista, já sofreram por causa destes animais. O pecuarista Laurivam da Silveira viu animais morrendo devido às mordidas de morcegos. Ele chegou a perder 11 cabeças de uma só vez e lembra que na época a maior preocupação era não saber do que se tratava.
Na região Bragantina, onde fica a cidade e mais 17 municípios, o problema foi controlado. O problema é que a região tem a geografia propícia para os chamados hematófagos, que se alimentam de sangue de herbívoros como bovinos e equinos.
De acordo com a regional de Bragança, em 2010 foram notificados 15 casos de raiva transmitida por morcegos, destes, 14 em bovinos. Já em 2011 o número caiu para cinco. Segundo o veterinário da Secretaria de Agricultura de Joanópolis, Sidney Franklin, a redução se deve ao trabalho de prevenção feito com os pecuaristas.
Durante o dia os morcegos hematófagos costumam se esconder em abrigos artificiais, como casas abandonadas, ou naturais, como cavernas e grutas. Os lugares são propícios para digestão e reprodução destes animais.
Segundo o veterinário, se um hematófogo for visto exposto ao sol é motivo de preocupação, pois ele pode estar com o vírus da raiva circulante. Nesses casos é preciso checar o gado e tomar medidas de emergência como a aplicação de pastas vampiricídias, facilmente encontradas em casas agropecuárias.
A vacinação antirrábica nos herbívoros não é mais obrigatória pelo programa nacional, mas, de acordo com o veterinário, 70% dos produtores rurais vacinam. Uma vez por mês ou de dois em dois meses, dependendo da distância, a equipe de Defesa Agropecuária visita estes abrigos, todos dentro de fazendas da região. Mesmo assim, não há como ter 100% de controle.
O veterinário reforça que o manuseio com o gado doente também pode contaminar o homem. E os animais também transmitem outras doenças, inclusive pelo ar.
CANAL RURAL
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