Autor(es): agência o globo:Vivian Oswald |
O Globo - 13/01/2012 |
Taxa caiu para 6,8% em 2011, menor nível desde a década de 90, diz OIT BRASÍLIA. O cenário de incertezas na economia mundial e a forte instabilidade nos mercados financeiros em 2011 pouparam, até agora, o mercado de trabalho da América Latina, cuja taxa de desemprego caiu para 6,8%, um nível que não se via desde a década de 90, de acordo com o estudo Panorama do Trabalho, da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Mas, dependendo da intensidade da turbulência, que persiste sobretudo nos países europeus e nos Estados Unidos, os trabalhadores da região poderão sentir os primeiros efeitos na pele ainda este ano. A OIT estima que, se as economias crescerem 4% do Produto Interno Bruto (PIB, soma de bens e serviços produzidos em um país) em 2012, a taxa de desemprego se manterá em 6,8%, como no ano passado. - Mesmo com pequena queda na produção (a OIT estima o crescimento da região em 4,5% em 2011), o desemprego se manterá estável. Mas tudo depende do desfecho das incertezas lá fora e o seu impacto nas outras economias - disse o Coordenador Nacional do Projeto de Monitoramento e Avaliação do Trabalho Decente da OIT, José Ribeiro. No relatório divulgado ontem, a OIT reconhece que existe uma grande preocupação com as repercussões negativas que uma nova recessão poderia ter sobre as economias e as taxas de emprego da região a partir deste ano. Segundo o órgão, não é preciso adotar o receituário do aperto fiscal muito grande, sem dar prioridade ao emprego. E citou o caso brasileiro, que investiu em políticas para estimular o mercado interno e emprego durante a crise. De acordo com dados da OIT, a América Latina fechou 2011 com 15,4 milhões de homens e mulheres desempregados, o que representou uma queda de 700 mil pessoas no universo de desempregados do ano anterior. Embora um crescimento de 4% do PIB este ano possa garantir que a taxa de desemprego se mantenha inalterada, ele não será suficiente para reduzir o número absoluto do exército de desempregados nos países da região, que passaria a 15,7 milhões. Apesar dos dados positivos de 2011, a OIT salienta a presença maciça de trabalhadores informais no mercado, trabalhadores por conta própria e auxiliares em atividades de baixa produtividade, o que considera desafios estruturais que precisam ser enfrentados. Em 2011, o trabalho informal na região chegou a 50,4% da população ocupada: 93 milhões de pessoas. Desse total, 60 milhões estavam na economia informal propriamente dita, 23 milhões tinham um emprego informal sem proteção social trabalhando no setor formal, e 10 milhões tinham um emprego informal no serviço doméstico. Outra mazela do mercado de trabalho apontado pelo estudo está no desemprego dos jovens entre 15 e 24 anos. Seis em cada dez que conseguem trabalho só têm acesso a empregos informais. E os jovens têm uma taxa de desocupação três vezes maior que a dos adultos (14,9% contra 5%). |
Levantamento divulgado ontem pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) mostra que o Brasil, em média, teve um aumento salarial 9,7% acima da inflação, entre 2000 e 2010. Com esse resultado, o país fica na quinta posição, entre dez nações da América Latina, no ranking do relatório "Panorama Laboral 2011". A Argentina foi o país da região que teve o maior ganho de rendimentos, descontando a subida dos preços, com 100% de aumento real nos salários. Em seguida, estãoChile (21,5%), Costa Rica (15,4%) e Colômbia (11,0%).
A reportagem é de Thiago Resende e publicada pelo jornal Valor, 13-01-2012.
Ao comentar os números brasileiros, o estudo diz que há um menor ritmo de incremento acima da inflação nos rendimentos nos últimos anos. Isso estaria relacionado com "a desaceleração da economia e os fortes reajustes dos últimos anos", que diminuíram a possibilidade de obter aumentos maiores, diz o organismo multilateral. No ano passado, o Brasil teve uma menor valorização salarial que Uruguai, Chile e Paraguai, com base em dados até o terceiro trimestre.
Em relação ao aumento real, ou seja, descontando a inflação, do salário mínimo entre 2000 e 2010, o Brasil também fica em quinto, entre 18 países latino-americanos. Perde para Argentina, Uruguai, Nicarágua e Honduras, segundo levantamento do relatório. Em 2011, o indicador brasileiro só cresceu mais que o do Chile e da Nicarágua, com base em dados até outubro. Apesar disso, a política de aumento salarial no Brasil foi elogiada pela OIT.
O desemprego urbano na América Latina e Caribe deve fechar 2011 no nível mais baixo da série histórica, iniciada em 1990, estima a organização. A taxa projetada é de 6,8%, o que representa uma queda de 0,5 ponto percentual em comparação a 2010. Com isso, cerca de 700 mil pessoas deixam a lista de desempregados em áreas urbanas, mas cerca de 15,4 milhões ainda permanecem sem ocupação. A expectativa é que o índice de desemprego dessas regiões fique estável em 2012.
O "Panorama" da organização multilateral também adverte sobre a persistência da informalidade e destaca que, com base em dados de 16 países, pelo menos 50% da população urbana ocupada têm emprego informal. Isso corresponde a cerca de 93 milhões de pessoas com condições laborais precárias, sem proteção social nem acesso aos direitos trabalhistas.
Como a América Latina apresenta historicamente aumento de postos de trabalho precários durante crises econômicas, a OITdefende que os governos deem prioridade à economia real, dando menor foco às políticas para o sistema financeiro.
Ao comentar os números brasileiros, o estudo diz que há um menor ritmo de incremento acima da inflação nos rendimentos nos últimos anos. Isso estaria relacionado com "a desaceleração da economia e os fortes reajustes dos últimos anos", que diminuíram a possibilidade de obter aumentos maiores, diz o organismo multilateral. No ano passado, o Brasil teve uma menor valorização salarial que Uruguai, Chile e Paraguai, com base em dados até o terceiro trimestre.
Em relação ao aumento real, ou seja, descontando a inflação, do salário mínimo entre 2000 e 2010, o Brasil também fica em quinto, entre 18 países latino-americanos. Perde para Argentina, Uruguai, Nicarágua e Honduras, segundo levantamento do relatório. Em 2011, o indicador brasileiro só cresceu mais que o do Chile e da Nicarágua, com base em dados até outubro. Apesar disso, a política de aumento salarial no Brasil foi elogiada pela OIT.
O desemprego urbano na América Latina e Caribe deve fechar 2011 no nível mais baixo da série histórica, iniciada em 1990, estima a organização. A taxa projetada é de 6,8%, o que representa uma queda de 0,5 ponto percentual em comparação a 2010. Com isso, cerca de 700 mil pessoas deixam a lista de desempregados em áreas urbanas, mas cerca de 15,4 milhões ainda permanecem sem ocupação. A expectativa é que o índice de desemprego dessas regiões fique estável em 2012.
O "Panorama" da organização multilateral também adverte sobre a persistência da informalidade e destaca que, com base em dados de 16 países, pelo menos 50% da população urbana ocupada têm emprego informal. Isso corresponde a cerca de 93 milhões de pessoas com condições laborais precárias, sem proteção social nem acesso aos direitos trabalhistas.
Como a América Latina apresenta historicamente aumento de postos de trabalho precários durante crises econômicas, a OITdefende que os governos deem prioridade à economia real, dando menor foco às políticas para o sistema financeiro.
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