Autor(es): agência o globo:Gabriela Valente |
O Globo - 17/01/2012 |
Fatia de investidor externo hoje é inferior a 5%. Objetivo seria lançar papéis no exterior BRASÍLIA, SÃO PAULO e RIO. Depois de uma reunião secreta do Conselho Monetário Nacional (CMN), que reúne os ministros da Fazenda, do Planejamento e o presidente do Banco Central (BC), o governo autorizou o maior banco de varejo do país, o Bradesco, a aumentar a participação de estrangeiros para até 30% de seu capital ordinário. O pedido foi apresentado em março do ano passado, com o objetivo declarado de lançar nos Estados Unidos um programa de ADRs (American Depositary Receipts, espécie de recibos de ações brasileiras negociados em Nova York) lastreado em ações ordinárias. O requerimento original do Bradesco era para aumentar o limite de 14% para até 45%. Efetivamente, essa participação hoje dos estrangeiros no capital ordinário é inferior a 5%. Procurado ontem, o banco reafirmou que, com a oferta, a preocupação é aumentar a liquidez de suas ações. Ressaltou ainda que o aumento do limite de participação estrangeira não vai alterar a estrutura societária ou de controle da instituição. O presidente da consultoria Austin Rating, Erivelto Rodrigues, considerou elevado um teto de 30%. - É muito alto. Resta saber se o banco vai, de fato, exercer essa opção - disse ele. Alguns analistas viram no pedido de aumento de limite de participação estrangeira um eventual interesse do Bradesco - com o caixa reforçado pela venda dos ADRs - em fazer algum novo movimento estratégico no mercado. Ações ordinárias têm forte alta na Bolsa: 4,5% As ações ordinárias (ON, com direito a voto) do Bradesco avançaram ontem 4,51%, a R$26,40. Já os papéis PN (preferenciais, sem voto), que são mais negociados e fazem parte do Ibovespa, índice de referência da Bolsa, subiram menos: 0,77%, a R$31,45. O Ibovespa teve alta de 1,37%. Em casos como esse, quem dá a última palavra é a presidente da República, Dilma Rousseff. Por isso, foi publicado um decreto presidencial, ontem, no Diário Oficial, que permite que a instituição amplie a participação estrangeira. A lei assinada pela presidente, pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, e pelo presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, declara que a mudança é de "interesse do governo brasileiro" e que o BC tomará as providências para que isso seja feito. Segundo a autoridade monetária, é praxe que essas reuniões em que são discutidos "votos secretos" não sejam divulgadas. No mesmo encontro, o CMN permitiu a participação de estrangeiros em 33,33% no Banco Luso Brasileiro. O Woori Bank, da Coreia do Sul, foi autorizado a abrir filial no país com capital totalmente estrangeiro. |
Sul-coreano Wooribank abre filial no Brasil
Autor(es): Por Carolina Mandl e Azelma Rodrigues | De São Paulo e de Brasília |
Valor Econômico - 17/01/2012 http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2012/1/17/sul-coreano-wooribank-abre-filial-no-brasil |
O Wooribank, um dos maiores bancos sul-coreanos em ativos, vai começar a operar no Brasil. Ontem um decreto presidencial autorizou a entrada da instituição controlada pelo governo da Coreia do Sul. O Valor apurou que o objetivo inicial da instituição no Brasil é atender companhias coreanas que tenham presença no país por meio de uma licença para banco comercial e de investimento. Entre os grupos multinacionais que são atendidos pelo Woori estão, por exemplo, Hyundai, Kia, LG e Samsung. Em um segundo momento, a instituição passaria a atender companhias brasileiras com interesse em fazer negócios com a Ásia. A carteira de crédito do Woori soma US$ 137,8 bilhões. Na Coreia do Sul, o Woori é um banco bastante conhecido entre as pessoas físicas. O próprio nome da instituição dá uma dimensão disso. Em português, a tradução de "woori" - cuja pronúncia é algo como "uri" - é "nosso". O "nosso banco" é o terceiro coreano a atuar no Brasil. Os outros dois são o Korean Exchange Bank e o Korean Development Bank. O Woori, que aguardava o sinal verde do Banco Central brasileiro desde 2010 e foi assessorado pelo escritório de advocacia Tozzini Freire, será presidido pelo sul-coreano Mum Kyun Ro. O capital inicial do banco no Brasil será de cerca de R$ 40 milhões. O governo sul-coreano já anunciou que em breve pretende vender o controle do banco, que está avaliado na bolsa de valores em US$ 6,75 bilhões. Duas tentativas já estiveram em curso, mas acabaram fracassando. O principal problema que o governo tem encontrado para vender sua fatia de 57% no Woori é, que pelas regras do país, a instituição só pode ser controlada por bancos e fundos de "private equity" locais. Alguns sul-coreanos interessados ainda esbarrariam em leis de concentração de mercado, inviabilizando o negócio. Ontem, outro banco asiático demonstrou interesse pelo Brasil. O China Construction Bank (CCB), segundo maior banco chinês em ativos, está em negociações bem preliminares com "dois ou três" bancos brasileiros, segundo a agência de notícias "Dow Jones", que atribuiu a informação a uma fonte que preferiu não ser identificada. O movimento é a mais recente tentativa de companhias chinesas aumentarem sua presença no mercado latino-americano. O custo para o CCB seria de cerca de US$ 200 milhões para comprar o menor dos três bancos avaliados, enquanto a aquisição dos outros dois custaria de US$ 500 milhões a US$ 600 milhões cada, acrescentou a fonte sem identificar os bancos considerados na negociação. A fonte acrescentou que o movimento do CCB para explorar oportunidades de aquisição no Brasil não dará apenas presença na região mas também ocorre num momento em que o valor das ações globalmente tem sido atingido pela crise da zona do euro. Em agosto, o Industrial & Commercial Bank of China (ICBC), maior banco chinês em ativos, informou que estava comprando uma fatia de 80% das operações argentinas do Standard Bank, num negócio avaliado em US$ 600 milhões. A operação ocorreu após o Banco Central brasileiro afirmar, em abril, que o ICBC submeteu um pedido para iniciar operações no Brasil. Ontem, em outro decreto presidencial, o governo também deu sinal verde para a participação de capital estrangeiro em até 33% do capital social do banco Luso Brasileiro, controlado pela família Tavares de Almeida. Em outubro, o banco anunciou que negociava um aporte de R$ 100 milhões com dois novos investidores: o grupo português Amorim e a fabricante de carrocerias Caio Induscar. Decreto também publicado ontem autorizou o controle estrangeiro na SulAmérica Investimentos DTVM e da Aporte DTVM. Além disso, o Interactive Brokers Group, de Connecticut (EUA), poderá constituir corretora de títulos e valores mobiliários no país. (Com agências internacionais) |
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