Valor Econômico - 20/01/2012 |
Os desembolsos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para o setor sucroalcooleiro tiveram forte queda no ano que passou. As liberações atingiram R$ 5,92 bilhões, 22% menos que os R$ 7,58 bilhões de 2010. O valor é o menor desde 2007, antes do "boom" do etanol, quando o banco liberou R$ 3,6 bilhões. A inércia do setor em voltar a investir e as condições menos vantajosas do PSI (Programa de Sustentação do Investimento) explicam a queda. Mesmo com a retração, o chefe do Departamento de Biocombustíveis do banco de fomento, Carlos Eduardo Cavalcanti, é otimista e acredita que em 2012 as liberações podem ficar em R$ 6 bilhões ou até acima disso. O banco aposta na elevada adesão ao ProRenova, linha de R$ 4 bilhões lançada este mês para financiar renovação e ampliação de canaviais. "As usinas têm ociosidade para processamento do equivalente a 150 milhões de toneladas de cana. O investimento agrícola continuará sendo a prioridade", diz. Ele reconhece que há um processo muito tímido de retomada de investimento por parte do setor sucroalcooleiro. Soma-se a isso, o fato de as condições de financiamento do PSI, que alavancaram os investimentos em 2010, estavam menos favoráveis em 2011. Do total de R$ 5,92 bilhões liberados, R$ 4,14 bilhões foram para investimentos industriais, R$ 1 bilhão a menos do desembolsado em 2010 para esse segmento. Outros R$ 920 milhões foram de aportes agrícolas, praticamente o mesmo volume de 2010. Para projetos de cogeração de energia, o montante foi de R$ 860 milhões. O montante é 42% menor que o de 2010. "Sentimos que houve uma retração na demanda por novos projetos de cogeração. Mas com a retomada dos greenfields (usinas novas), o interesse voltará, uma vez que a relação de receita e gasto de uma usina nova com cogeração é melhor do que com uma usina mais antiga", explica o executivo do banco. Para 2012, o BNDES tem hoje em carteira em torno de R$ 2,5 bilhões em projetos, um dos valores mais baixos para esse segmento desde 2008. "Nos últimos anos, viemos iniciando o primeiro trimestre do ano com mais de R$ 4 bilhões em carteira", compara. Os projetos já em carteira, segundo ele, são para financiamento de algumas usinas novas e ampliação de unidades já existentes. |
domingo, 22 de janeiro de 2012
Desembolso do banco para o setor cai 22%
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