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Por Assis Moreira | De GenebraA paisagem da Suíça é famosa por suas montanhas cobertas de neve a maior parte do ano. Desnecessário dizer que aqui não dá para plantar um só pé de café. No entanto, o país está se tornando um dos maiores exportadores de café do mundo, com mais de US$ 1,7 bilhão em vendas entre janeiro e novembro de 2011. Para efeito de comparação, o Brasil exportou US$ 8,7 bilhões no ano passado, principalmente de café verde.
O ganho da Suíça com o produto é bem maior do que com as exportações de chocolate e queijo, dois de suas produções mais famosas mundialmente.
Os suíços exportam café até para o Brasil, maior produtor e exportador do mundo, e precisamente o seu principal fornecedor do grão verde.
O que a Suíça está fazendo é o que países como a Alemanha praticam há muito tempo, e ilustra uma das situações mais distorcivas do comércio mundial: importa a matéria-prima do Brasil, Colômbia e Vietnã, principalmente, agrega valor e reexporta ganhando várias vezes mais.
Para isso, os europeus, de maneira geral, não taxam a importação do grão, mas elevam a tarifa para a entrada do produto torrado, a fim de barrar a importação. É a chamada "escalada tarifária", no jargão do comércio internacional.
A Suíça vai importar cada vez mais o café, transformá-lo em suas indústrias e reexportar. Isso em razão do sucesso internacional do Nespresso, o café em cápsula da Nestlé, hoje um dos principais produtos da companhia.
Produzido unicamente na Suíça, em duas fábricas, o Nespresso faturou mais de US$ 3 bilhões em 2010, e as vendas aumentam 20% em média por ano, graças à variedade de sabor e a um marketing pesado.
O maior grupo agroalimentar mundial não revela quanto importa de café. As estatísticas do governo suíço tampouco detalham o que é exportado como torrado ou em cápsulas do Nespresso.
Franz Schmit, da Associação para Promoção do Café (Procafé), com 100 membros, dá uma indicação: a Suíça reexporta um terço do café que importa. A aduana suíça confirma que entre janeiro e novembro, o país importou o equivalente a US$ 806 milhões e reexportou um terço por mais do que o dobro: cerca de US$ 1,7 bilhão.
A aduana suíça registra a cada mês aumento de exportação de café. Em novembro, a alta foi de 18% em relação ao mês anterior, enquanto as vendas de chocolate aumentaram 15% (60% da produção do país é exportada).
Não está claro se foi apenas o café torrado suíço ou também as cápsulas da Nestlé que tomaram o rumo de volta ao Brasil. Certo mesmo é que os brasileiros importaram mais de US$ 27 milhões do produto "made in Switzerland".
Ou seja, o país do café gasta mais na importação do produto melhorado na Suíça do que com as delícias de queijos Gruyere ou Emmental ou com os melhores chocolates do mundo. É verdade que a Suíça também não produz cacau e no entanto produz chocolate. Mas, nesse caso, pelo menos contribui com leite produzido no país.
O gosto dos suíços pelo café é ilustrado de diversas maneiras. É o segundo maior consumidor na Europa, com 9 quilos per capita anualmente, mais do que os 6 quilos consumidos pelos italianos e só perdendo para os 12 quilos bebidos pelos finlandeses.
Além disso, Genebra é o centro da comercialização de commodities. As estimativas são de que até 70% do comércio internacional de café é negociado pelas tradings sediadas na cidade suíça.
Estima-se que no total o setor do café na Suíça movimente anualmente quase US$ 5 bilhões, incluindo também a fabricação de máquinas modernas para o "expresso" italiano.
O ganho da Suíça com o produto é bem maior do que com as exportações de chocolate e queijo, dois de suas produções mais famosas mundialmente.
Os suíços exportam café até para o Brasil, maior produtor e exportador do mundo, e precisamente o seu principal fornecedor do grão verde.
O que a Suíça está fazendo é o que países como a Alemanha praticam há muito tempo, e ilustra uma das situações mais distorcivas do comércio mundial: importa a matéria-prima do Brasil, Colômbia e Vietnã, principalmente, agrega valor e reexporta ganhando várias vezes mais.
Para isso, os europeus, de maneira geral, não taxam a importação do grão, mas elevam a tarifa para a entrada do produto torrado, a fim de barrar a importação. É a chamada "escalada tarifária", no jargão do comércio internacional.
A Suíça vai importar cada vez mais o café, transformá-lo em suas indústrias e reexportar. Isso em razão do sucesso internacional do Nespresso, o café em cápsula da Nestlé, hoje um dos principais produtos da companhia.
Produzido unicamente na Suíça, em duas fábricas, o Nespresso faturou mais de US$ 3 bilhões em 2010, e as vendas aumentam 20% em média por ano, graças à variedade de sabor e a um marketing pesado.
O maior grupo agroalimentar mundial não revela quanto importa de café. As estatísticas do governo suíço tampouco detalham o que é exportado como torrado ou em cápsulas do Nespresso.
Franz Schmit, da Associação para Promoção do Café (Procafé), com 100 membros, dá uma indicação: a Suíça reexporta um terço do café que importa. A aduana suíça confirma que entre janeiro e novembro, o país importou o equivalente a US$ 806 milhões e reexportou um terço por mais do que o dobro: cerca de US$ 1,7 bilhão.
A aduana suíça registra a cada mês aumento de exportação de café. Em novembro, a alta foi de 18% em relação ao mês anterior, enquanto as vendas de chocolate aumentaram 15% (60% da produção do país é exportada).
Não está claro se foi apenas o café torrado suíço ou também as cápsulas da Nestlé que tomaram o rumo de volta ao Brasil. Certo mesmo é que os brasileiros importaram mais de US$ 27 milhões do produto "made in Switzerland".
Ou seja, o país do café gasta mais na importação do produto melhorado na Suíça do que com as delícias de queijos Gruyere ou Emmental ou com os melhores chocolates do mundo. É verdade que a Suíça também não produz cacau e no entanto produz chocolate. Mas, nesse caso, pelo menos contribui com leite produzido no país.
O gosto dos suíços pelo café é ilustrado de diversas maneiras. É o segundo maior consumidor na Europa, com 9 quilos per capita anualmente, mais do que os 6 quilos consumidos pelos italianos e só perdendo para os 12 quilos bebidos pelos finlandeses.
Além disso, Genebra é o centro da comercialização de commodities. As estimativas são de que até 70% do comércio internacional de café é negociado pelas tradings sediadas na cidade suíça.
Estima-se que no total o setor do café na Suíça movimente anualmente quase US$ 5 bilhões, incluindo também a fabricação de máquinas modernas para o "expresso" italiano.
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