quarta-feira, 17 de novembro de 2010

O pior resultado entre os grandes

http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/11/17/o-pior-resultado-entre-os-grandes

Autor(es): Jorge Freitas
Correio Braziliense - 17/11/2010
 
Lucro da Caixa Econômica Federal cai 14,6% no terceiro trimestre, indo na direção contrária das maiores instituições do país. Analistas atribuem o desempenho a uso político


Com lucro líquido de R$ 749 milhões, a Caixa Econômica Federal foi o único dos grandes bancos brasileiros a registrar queda no desempenho do terceiro trimestre do ano. Segundo balanço divulgado ontem pela equipe técnica da presidente Maria Fernanda Ramos Coelho, que está cotada para permanecer no posto na administração Dilma Rousseff, a Caixa reduziu os ganhos em 14,6%, o que os analistas atribuíram ao uso político da instituição. No mesmo período de 2009, o ganho havia sido de R$ 877 milhões. O resultado operacional caiu 19,8% na comparação anual.

No acumulado dos nove primeiros meses de 2010, contudo, o lucro líquido foi de R$ 2,417 bilhões, com crescimento de 18,7%. O vice-presidente de Controle e Risco da Caixa, Marcos Vasconcelos, atribuiu o desempenho às despesas realizadas com pagamento de terceirizados e à implantação da superintendência que irá trabalhar com empresas do setor petrolífero. “Vemos com tranquilidade os resultados porque estamos crescendo desde 2009 a 40%, 50%”, disse.

Os atrasos superiores a 90 dias no pagamento de financiamentos (inadimplência total) ficaram em 2%, abaixo do valor de setembro de 2009, quando foi de 2,5%. Nos créditos comerciais, calote fechou setembro em 2,9%, ante 3,6%
apurados no mesmo período de 2009. Os empréstimos imobiliários apresentaram inadimplência de 1,7%, inferior à registrada em setembro de 2009, que foi de 2%, de acordo com o balanço.

Poupança
A captação líquida da poupança foi de R$ 5 bilhões no trimestre e de R$ 9,2 bilhões no ano. O banco estatal permanece líder em caderneta de poupança com 34,25% de participação de mercado. No trimestre, os valores dos repasses com tributos e encargos sociais à União, estados e municípios, com juros sobre capital próprio, somaram R$ 894,2 milhões. Até setembro de 2010, esses desembolsos totalizaram R$ 2,6 bilhões.

No crédito imobiliário, as contratações chegaram a R$ 54 bilhões no ano, acumulando saldo de R$ 97,9 bilhões em setembro, crescimento de 55,8% em 12 meses. O crédito destinado a saneamento e a infraestrutura atingiu saldo de R$ 11 bilhões, numa expansão de 37,5%.

Cofres cheios
Ganhos das instituições financeiras no terceiro trimestre do ano

Bancos    Lucros   (Em R$ bilhões)
Itaú Unibanco    3,030
Banco do Brasil    2,625
Bradesco    2,527
Santander    1,934
Caixa    0,748


Fonte: Mercado

Banco do Brasil só fica atrás do ItaúO Banco do Brasil registrou lucro líquido de R$ 2,6 bilhões no terceiro trimestre de 2010, resultado 32,7% superior ao contabilizado no mesmo período do ano passado. O ganho da instituição estatal só foi menor do que o computado pelo Itaú Unibanco no mesmo período, de R$ 3 bilhões, compensando o péssimo desempenho da Caixa Econômica Federal, que não anda em seu melhor momento (veja reportagem acima). No acumulado entre janeiro e setembro, o lucro do BB atingiu R$ 7,7 bilhões, com aumento de 28,5%, na comparação com os nove primeiros meses de 2009.

Segundo o vice-presidente de Finanças do Banco do Brasil, Ivan Monteiro, o aumento dos ganhos do Banco do Brasil pode ser explicado por vários fatores, entre eles, a expansão do crédito, o crescimento das receitas com prestação de serviços (tarifas) e repasses do fundo de pensão dos funcionários da instituição, a Previ. “Na verdade, o lucro do banco reflete o bom momento pelo qual passa a economia brasileira”, afirmou. “Felizmente, as perspectivas para os próximos anos são muito favoráveis”, acrescentou.

O banco, presidido por Aldemir Bendine, que deve deixar o cargo no fim do ano, encerrou o terceiro trimestre de 2010 com ativos totais de R$ 796,8 bilhões, com expansão de 16% ante setembro de 2009.
Esse montante consolida o Banco do Brasil na posição de maior instituição financeira do país e da América Latina. Para reforçar seu capital e ampliar a sua
capacidade de empréstimos, o BB concluiu, no início de setembro, uma oferta de ações que rendeu R$ 9,8 bilhões.

Na avaliação de Mariana 
Taddeo, da Link Investimentos, o lucro líquido do BB entre julho e setembro superou as expectativas do mercado, devido, principalmente, à menor despesa com provisões para o créditos de difícil liquidação — R$ 2,6 bilhões, saldo 9,5% inferior ao do mesmo período do ano passado. A inadimplência total, considerando os atrasos acima de 90 dias, terminou setembro em 2,7% (contra os 3,4% do ano anterior), graças à mudança na composição da carteira de crédito do banco, com aumento da participação de empréstimos de menor risco, como o crédito consignado, que cresceu 24%.

Para o diretor da Título Corretora, Marcio Cardoso, o banco público pagará bons dividendos à União e aos acionistas minoritários — a expectativa é de que rateie pelo menos 40% dos ganhos. “Os investidores de ações do Banco do Brasil garantiram no trimestre R$ 376 milhões em dividendos e quase R$ 674 milhões em juros sobre capital próprio”, afirmou. (JF)

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