sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Commodities - FSP, 12/nov/10

Pão de Açúcar busca redução de despesas para recuperar lucro
DA REUTERS - Após registrar uma queda de 30% no lucro líquido do terceiro trimestre, somando R$ 115,1 milhões, o Grupo Pão de Açúcar tem como desafio a redução de despesas financeiras para retomar o crescimento de ganhos.
O lucro menor foi atribuído pela companhia à despesa financeira líquida gerada principalmente pela aquisição da Globex que, embora tenha sido comprada em 2009, ainda gera encargos de integração.
"As despesas financeiras cresceram muito. O aumento da dívida foi por uma causa nobre: para comprar a Globex", disse o vice-presidente-executivo, Hugo Bethlem.
De julho a setembro, as despesas financeiras líquidas da maior varejista do país somaram R$ 191,7 milhões, aumento de mais de 184% ante 2009.
Entre as ações que já vêm sendo adotadas pelo grupo para compensar as perdas está a mudança na dinâmica de pagamentos a prazo. Segundo Bethlem, a empresa passou a reduzir o prazo de parcelamento sem juros e, por outro lado, aumentou aquele para pagamento com encargos.
Do total de R$ 1,3 bilhão programados para serem investidos esse ano, Bethlem afirmou que a varejista ainda conta com R$ 250 milhões.
O aporte, segundo ele, será destinado à reforma e conversão de 70 lojas CompreBem e Sendas, além de reforço logístico para o final de ano.




Lucro da Klabin tem aumento de 2% no terceiro trimestre
DA REUTERS - A maior produtora de papel para embalagens do Brasil teve lucro líquido antes de ajustes de R$ 186 milhões, alta de 2% ante o terceiro trimestre de 2009. No acumulado do ano, a Klabin ganhou R$ 267 milhões, 49% menos que em 2009, também antes de ajustes. A partir do segundo trimestre, a Klabin adotou padrões internacionais na apresentação dos números.

Fibria avalia pagar aos acionistas dividendos
Uma melhora nos resultados deste ano está permitindo à maior fabricante de celulose do mundo considerar possível pagamento de dividendos depois de um 2009 em que o tema não entrou na pauta. A empresa divulgou lucro de R$ 303 milhões, queda de 18% sobre o ano passado - segundo a empresa, devido à desvalorização do dólar sobre o real.

Braskem investirá R$ 1,6 bi em 2011
Volume permanece estável ante 2010 e inclui nova fábrica de plástico verde, além de gastos com o Comperj

Empresa teve lucro de R$ 554 milhões no terceiro trimestre; alta nas vendas compensou queda de preço e câmbio 

TATIANA FREITAS
DE SÃO PAULO

Os investimentos da petroquímica Braskem em 2011 devem ficar em linha com os aportes realizados neste ano, em torno de R$ 1,6 bilhão. O diferencial estará no direcionamento dos recursos.
Em linha com o objetivo de ampliar a oferta de resinas e plásticos feitos a partir de uma matéria-prima sustentável -o etanol de cana-, a companhia deve anunciar, até o fim deste ano, a localização de uma nova fábrica destinada à química verde.
A unidade, já no orçamento de 2011, terá capacidade para produzir de 30 mil a 50 mil toneladas de polipropileno (plástico) verde por ano.
E, apesar do interesse de diversos países em sediar uma fábrica de plástico verde, o presidente da Braskem, Bernardo Gradin, garantiu que ela será construída no Brasil.
Segundo ele, os projetos em química verde devem estar vinculados ao etanol brasileiro, devido à sua competitividade. "Percebemos o Brasil como o Oriente Médio da química verde", afirmou ontem, após apresentar o balanço do terceiro trimestre.
Também estão incluídos na cifra de R$ 1,6 bilhão projetos em andamento e outros empreendimentos que ainda devem ser aprovados pelo conselho de administração.
Além da nova unidade de química verde -em setembro, a Braskem inaugurou uma fábrica de resinas feitas a partir de etanol-, os conselheiros devem se debruçar em breve sobre o Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro), que erguerá em parceria com a Petrobras.
"Apresentaremos detalhes no primeiro trimestre de 2011, como tamanho do projeto, escala e produtos", disse Gradin. Até agora, está definido apenas que a Braskem conduzirá a parte petroquímica do Comperj.

MERCADO AQUECIDO
Os resultados da Braskem mostraram um mercado interno aquecido no terceiro trimestre. As vendas de resinas termoplásticas da empresa no país cresceram 17% em relação ao trimestre anterior, para 934 mil toneladas.
O aumento compensou a queda de preço e o câmbio desfavorável. A receita líquida subiu 12% ante o segundo trimestre, para R$ 7,3 bilhões. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) somou R$ 1 bilhão, estável ante o trimestre anterior.
O lucro líquido da petroquímica foi de R$ 554 milhões, ante R$ 45 milhões no segundo trimestre e R$ 645 milhões há um ano.

POR DENTRO DA BRASKEM 

FUNCIONÁRIOS 
6.500

FÁBRICAS 
30

FATURAMENTO 
R$ 9,3 bilhões*

EBITDA 
R$ 1 bilhão*

LUCRO 
R$ 554 milhões*

DÍVIDA LÍQUIDA 
R$ 9,9 bilhões*

INVESTIMENTO 
R$ 1 bilhão, de janeiro a setembro

*Dados referentes ao 3º tri de 2010


ONG ameaça projeto de minério da Bamin
Ambientalistas questionam Ibama e, com MPF, tentarão barrar licença na Justiça 

DE SÃO PAULO
O complexo da Bahia Mineração (Bamin), no Estado de mesmo nome, pode sofrer atrasos devido a contestações ao processo de licenciamento ambiental do porto que a empresa pretende construir em Ponta da Tulha (norte de Ilhéus) para escoar o minério de ferro extraído no oeste do Estado.
Além da mina e do terminal portuário, que será construído ao lado do porto Sul (estatal), o projeto da Bamin prevê a construção de um retroporto para estocagem. Os investimentos devem somar US$ 1,8 bilhão.
Na semana passada, a Bamin obteve licença prévia para a construção da mina e espera que a licença prévia para a construção do porto seja emitida até o final deste ano.
Mas ambientalistas trabalham para barrar o processo. O grupo Ambientalista da Bahia, que atua em parceria com a Promotoria do Estado da Bahia e com o Ministério Público Federal, interpelou a diretora de licenciamento ambiental do Ibama, Gisela Forattini, com questões sobre o procedimento adotado.
Entre vários pontos, a ONG questiona a construção do terminal em uma APA (área de proteção ambiental).
Segundo o advogado que representa a ONG, Fernando Furriela, a implantação do porto em Ponta de Tulha pode configurar crime ambiental, pois conflitaria com o propósito específico da APA.
Mesmo assim, anuências prévias foram concedidas ao projeto pelo governo estadual sem manifestação contrária do Ibama, o que é questionado pela ONG.

IMPACTO
Caso o Ibama não se manifeste nos próximos dias, a ONG vai entrar com ações civis públicas, com o MPF e com a promotoria estadual, para interromper o processo. "Vamos trabalhar para que a legislação seja respeitada", diz o advogado.
Procurado pela Folha, o Ibama não se pronunciou a respeito. O presidente da Bamin, Clóvis Torres, disse que Ponta de Tulha foi escolhida porque o projeto ocasionaria impacto ambiental "mínimo" na região.
"No estudo de impacto ambiental, entregue ao Ibama, foram analisadas cinco áreas para a localização do porto, e Ponta de Tulha apresentava o menor impacto ambiental e o maior benefício social", afirma.
O fato de o porto estar localizado sobre recifes de coral e o de seu licenciamento ocorrer separadamente ao da Fiol (Ferrovia da Integração Oeste-Leste) -que faz parte do PAC e transportará o minério da Bamin- também são questionados pela ONG.
Segundo Torres, a Bamin construirá uma ponte para minimizar os impactos.
Mesmo assim, diz que a empresa trabalha com a possibilidade de ações serem abertas contra o projeto e que está confiante na aprovação pelo Ibama. (TF)



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