sábado, 7 de janeiro de 2012

Inflação na meta, por muito pouco

IPCA sobe 0,50% em dezembro e fecha 2011 em 6,50%, no teto exato da meta
Autor(es): Agência o globo:Fabiana Ribeiro, Henrique Gomes Batista e Daniel Haidar
O Globo - 07/01/2012
A inflação em 2011 ficou cravada em 6,50% - ou exatamente 6,4994% no ano passado. Ou seja: o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado ontem pelo IBGE, não rompeu o teto da meta fixada pelo governo de 6,5%, como projetavam analistas de mercado. Um feito possível porque a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) - que incide sobre alguns bens de consumo duráveis como fogão, geladeira e máquina de lavar - implementada pelo governo federal ajudou a conter a inflação.

Ainda assim, o IPCA de 2011 é o maior desde 2004, quando ficou em 7,60%. Em dezembro, o índice se situou em 0,50%. Para especialistas, os preços devem se comportar melhor em 2012 em resposta à economia brasileira mais fraca e ao cenário mundial ainda de incertezas. - A redução do IPI dos eletrodomésticos foi muito importante para fazer com que a taxa (de inflação) fechasse a 6,50%. Foi fundamental. Isso levou o grupo de artigos de residência a não variar em 2011, ao contrário do que ocorreu em 2010, com alta de 3,53% nos preços. Esse comportamento é um efeito claro da redução do IPI - afirmou Eulina Nunes, coordenadora de Índices de Preços do IBGE.

O que ditou o comportamento dos preços em 2011, porém, foi o mercado de trabalho, resumiu Eulina. Não por acaso os itens que mais subiram no ano passado foram refeição fora de casa (10,49%), empregado doméstico (11,37%) e colégios (8,09%), serviços influenciados por aumento de renda. - A economia aquecida provocou uma demanda mais forte, afetando bastante o comportamento dos preços. A inflação de 2011 foi provocada por um mercado de trabalho melhor e por mais renda - afirmou Eulina. Os alimentos - um dos vilões do IPCA - ficaram 7,18% mais caros em 2011. Os preços subiram numa velocidade menor que em 2010 (10,39%). Problemas de safra em outros países e consumo interno forte ajudam a explicar as altas, que foram atenuadas pela menor demanda internacional. - Ainda que os preços de alimentos e bebidas tenham crescido menos, o grupo foi o que exerceu o maior impacto no ano. E boa parte por causa da alimentação fora de casa, que subiu 10,49%. Com mais emprego e mais renda, as pessoas acabam sendo obrigada a comer mais fora de casa, e isso naturalmente gera mais pressão nos preços - disse Eulina.

Os serviços em 2011 encareceram ainda mais em 2011. O grupo subiu 9,39% ano passado, mais do que em 2010 (8,15%). Entre as altas estão itens como aluguel (11,01%), mão de obra (9,56%), cursos (8,09%) e cabeleireiro (9,88%). - Um terço do IPCA veio dos serviços. Só o anúncio do reajuste de 14% do salário mínimo já fez subir mais os preços do grupo. Além disso, a classe C vem demandando por mais e novos serviços - destacou Eulina.

Economistas do mercado também esperam uma trégua da inflação em 2012, mas, ao menos, no início deste ano, as projeções - captadas no boletim Focus do BC - indicam reajustes mais fortes de preços. O centro das projeções para o IPCA de janeiro é de 0,59% e de 0,60% em fevereiro. Só é esperada queda a partir de março. A expectativa do mercado é que este ano termine com IPCA em 5,32%

Segundo Eduardo Velho, economista-chefe da Prosper Corretora, o resultado deve provocar uma revisão para baixo do IPCA de 2012 e vai reforçar a ideia de que os juros podem ficar em um dígito este ano - até pelo fraco desempenho da produção industrial (que subiu apenas 0,4% este ano até novembro). Após o índice subir para 0,50% em dezembro, ele projeta uma taxa perto de 0,60% em janeiro.

Alta maior que em outros países
Como no Brasil, a inflação também desacelerou em outros países. Mas nem todos conseguiram ficar dentro da meta. Segundo Silvio Campos Neto, da Tendências Consultoria, a subida menor dos preços aconteceu por motivos diferentes: em outros países, ela arrefeceu pela crise global; no Brasil ela cedeu pela redução da atividade doméstica. Levantamento realizado por ele em 28 países aponta que em 15 deles, como México e Canadá, a inflação ficou dentro da meta. Em outros 13, como China, Chile, Turquia e Reino Unido, ela ficou acima do teto fixado: - O Brasil tem uma meta e uma banda muito larga, na comparação internacional. E, mesmo com a previsão de queda da inflação em 2012, ela deverá ser maior aqui que em outros países. Nossa economia é muito fechada e há uma cultura de indexação ainda muito presente. A inflação aqui é muito persistente.

Segunda-feira, 22 de Fevereiro 2010, 18h28

Radar da inflação

Compare os principais índices, consolidados mês a mês, e entenda as diferenças entre eles.
Por Equipe E&N
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Curitiba e Brasília fecharam 2011 com inflação acima de 7%

Além das duas capitais, Rio, Belo Horizonte e Porto Alegre também encerraram o ano com o IPCA acima da meta 

06 de janeiro de 2012 | 17h 45
Fernando Nakagawa, da Agência Estado
BRASÍLIA - O primeiro ano de Alexandre Tombini à frente do Banco Central terminou com a inflação exatamente no teto permitido pelo sistema de metas de inflação, em 6,5%. O presidente da casa, portanto, entregou a inflação dentro do permitido. Mas, se hipoteticamente a meta seguisse a inflação em cada cidade, o BC teria descumprido o objetivo em cinco das principais capitais brasileiras.
Dados do IBGE mostram que o "descumprimento regional" da meta começou na capital do País e sede do Banco Central. Na cidade escolhida por Tombini desde a época da faculdade, Brasília, o ano terminou com IPCA de 7,01%, mais de meio ponto porcentual acima do teto da meta. Essa, porém, não foi a cidade com o maior aumento de preços do Brasil, título de Curitiba, onde os preços subiram 7,13% no ano passado.
A lista das cidades que não cumpriram a meta de inflação ainda tem o Rio de Janeiro, cujo IPCA de 2011 subiu 6,57%, Belo Horizonte que teve inflação de 6,79% e Porto Alegre com alta de 6,53%.
Por outro lado, o Banco Central pode comemorar porque a inflação ficou rigorosamente dentro da meta em São Paulo (6,49%), Fortaleza (6,45%), Goiânia (6,18%), Recife (6,04%) e Belém, que terminou 2011 com o bom título de cidade com a menor inflação medida pelo IPCA, de 4,74%.
A lista termina com Salvador, capital que, assim como a inflação nacional, registrou alta dos preços exatamente no teto da meta de inflação: 6,50%.


Serviços respondem por 31% do IPCA em 2011, aponta IBGE

Preços dos serviços subiram 9,39% no ano passado, após terem fechado 2010 com alta de 8,15% 

06 de janeiro de 2012 | 13h 18

Daniela Amorim, da Agência Estado
RIO - Os preços dos serviços aceleraram o ritmo de alta e subiram 9,39% em 2011, depois de terem fechado 2010 com valorização de 8,15%. O resultado ficou muito acima da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no ano, que terminou 2011 aos 6,5%, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A inflação de serviços foi responsável por 31% da formação do IPCA de 2011, uma contribuição de 1,99 ponto porcentual.
"Havendo renda, a tendência é uma pressão sobre os preços dos serviços. Aumento dos serviços é um sinal do aumento de renda", ressaltou Eulina Nunes dos Santos, coordenadora de Índices de Preços do IBGE. "Na verdade, serviços continuam subindo. Já subiam em 2010 e subiram ainda mais em 2011; ficaram mais pressionados."
O aluguel residencial teve alta de 11,01% no ano, com impacto de 0,31 ponto porcentual na inflação de 2011. Já o item empregado doméstico subiu 11,37%, com impacto de 0,40 ponto porcentual. Cabeleireiro teve variação de 9,88% e impacto de 0,10 ponto porcentual, enquanto manicure e pedicure aumentou 11,29%, com impacto de 0,04 ponto. "O aluguel pressionou bastante nesse último ano. Isso mostra a escassez de imóveis no País", apontou Eulina.
Os preços administrados também contribuíram com boa fatia para o IPCA de 2011, um impacto de 1,79 ponto porcentual, ou seja, 28% da taxa de 6,5% do período. Ficaram mais caras as taxas de água e esgoto (8,30%), gás encanado no Rio de janeiro e em São Paulo (9,45%), ônibus urbano (8,44%), táxi (9,55%) e energia elétrica residencial (3,97%), entre outros itens.

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