Valor Econômico - 12/01/2012 | ||||
Há cerca de um ano a gigante companhia alemã E.ON, que faturou mais de € 92 bilhões em 2010, rondava com apetite o mercado brasileiro. A empresa, que é a 2ª maior elétrica do mundo segundo ranking da revista Forbes - e a 38ª se considerados todos os setores industriais -, tinha como objetivo desembarcar no setor de geração de um dos mercados emergentes considerados mais promissores pela companhia e onde até agora não possuía ativos. Em julho, os alemães abriram seu escritório no país e chegaram a fazer ofertas para comprar parte das usinas termelétricas do grupo Bertin, em dificuldades financeiras para colocar em operação um parque com 10 GW de capacidade instalada. Mas as negociações não avançaram porque, segundo contam alguns executivos que auxiliavam a empresa alemã, a família Bertin acabou fazendo pouco caso do negócio. Mesmo na Europa, a E.ON tentou fazer grandes aquisições em movimentos que acabariam trazendo-a ao Brasil. Mas também não foi bem-sucedida nestas empreitadas. No ano passado, a empresa perdeu para os chineses das Três Gargantas a disputa por 21,35% do capital da portuguesa EDP, que tem duas distribuidoras de energia no Brasil e ativos de geração que chegam a 1,5 GW. Alguns anos antes perdeu também a disputa para comprar a companhia espanhola elétrica Endesa, que por questões da divisão política europeia acabou sendo vendida para a italiana Enel. No Brasil, a Endesa faturou em 2010 R$ 10 bilhões e é dona de duas distribuidoras, que atendem o Ceará e o Rio de Janeiro, e um parque gerador de 1 GW. A E.ON, ao firmar a parceria com a MPX, se junta agora a uma lista de outras gigantes europeias que atuam no mercado brasileiro. Algumas já são veteranas no país, como é o caso da GDF Suez, maior elétrica do mundo segundo lista da Forbes e também a maior geradora privada do Brasil por meio da Tractebel. Também atuam no Brasil os espanhóis da Iberdrola, donos de parte da Neoenergia e da distribuidora Elektro, a própria Endesa, controlada pela Enel, e os portugueses da EDP estão entre os nomes. Com exceção da GDF Suez, as outras concorrentes também atuam no setor de distribuição no Brasil. A E.ON tem uma importante atividade de distribuição na Europa e, segundo fontes, chegou a analisar a compra de ativos no Brasil, mas a ideia não prosperou. No mundo, a E.ON tem um parque gerador instalado de 69 GW. Atende cerca de 26 milhões de consumidores de gás e energia. A empresa está presente hoje em toda a Europa, Rússia e América do Norte. MPX fecha acordo com alemã E.ON e recebe até R$ 1 bi
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Criar a maior empresa de energia ainda é só um plano de Eike Batista
Autor(es): Josette Goulart | De São Paulo |
Valor Econômico - 12/01/2012 http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2012/1/12/criar-a-maior-empresa-de-energia-ainda-e-so-um-plano-de-eike-batista |
Ser dono da maior empresa de energia do Brasil não passa, por enquanto, de uma meta, um objetivo, uma pretensão do empresário Eike Batista. Mesmo com o anúncio da parceria a ser feita com a elétrica alemã E.ON, para se tornar de fato a maior empresa privada do setor a MPX ainda tem um longo caminho a trilhar. No fim do ano passado, o presidente da empresa, Eduardo Karrer, disse em entrevista ao Valor que o faturamento da empresa chegará a R$ 1 bilhão neste ano, quando entrarem em operação as primeiras usinas termelétricas do grupo. O faturamento bruto esperado, entretanto, ainda está muito distante dos cerca de R$ 20 bilhões registrados em 2010 pela maior empresa privada de energia do país, a AES Brasil. A lista a ser superada por Eike para chegar ao topo é extensa. De acordo com o ranking "Grandes Grupos" brasileiros - publicado no fim do ano passado e que foi elaborado pelo Valor com base no faturamento bruto das empresas auferido em 2010 -, CPFL Energia, Neoenergia, Endesa Brasil e até o combalido grupo Rede estão muito à frente da MPX. A própria portuguesa EDP, citada ontem em teleconferência pelo presidente da alemã E.ON, Johannes Teyssen, tem uma atuação e um faturamento muito maiores no país que a MPX. Teyssen disse que a EDP, que a E.ON tentou comprar em Portugal, é muito pequena se comparada à empresa de Eike. Talvez o presidente da E.ON esteja levando em consideração somente a carteira de projetos da MPX, já que efetivamente a EDP faturou R$ 7,7 bilhões, apenas no Brasil, em 2010. Mas mesmo levando em conta somente os projetos da nova empresa, que somam cerca de 20 GW, o executivo alemão também não deve ter ponderado que seus competidores têm suas próprias carteiras de projetos para também crescer. Os chineses da Três Gargantas, por exemplo, que venceram a E.ON na disputa pela compra de 21,35% da EDP, já anunciaram que vão incrementar a operação brasileira. No último leilão de energia, inclusive, a empresa vendeu 120 MW em parques eólicos. Além disso, os grupos brasileiros não demonstram que têm qualquer intenção de ficar parados, esperando a MPX chegar ao topo da lista. A CPFL Energia, que faturou R$ 17,5 bilhões em 2010, é uma delas. Criou no ano passado a CPFL Renováveis, com portfólio de 1,5 GW, está em busca de aquisições em distribuição e se prepara para os leilões de grandes hidrelétricas. O mesmo acontece com a Neoenergia que só neste ano vai investir R$ 5 bilhões para erguer um parque gerador que se aproxima ao detido pela GDF Suez no Brasil. Em geração, inclusive, a Tractebel (que pertence à GDF) tem hoje o maior parque com mais de 7 GW já em operação. Por enquanto, a MPX não tem parques expressivos operando e gerando energia. Os 20 GW de portfólio são em sua maior parte de projetos termelétricos, mas cuja viabilidade depende ainda de terem sua energia comercializada e, depois disso, de pelo menos mais dois ou três anos para começarem a gerar energia de fato. Obviamente, ninguém duvida do poder de fogo da nova companhia de Eike Batista em parceria com a E.ON, uma gigante européia do setor. Se saírem às compras, o caminho será menos longo. |
Vale vai construir ferrovia de US$ 1 bi em país africano
São Paulo, quinta-feira, 12 de janeiro de 2012 |
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros TRANSPORTE A Vale Logística construirá uma nova linha férrea de 138,5 quilômetros a partir de Chikhwawa (sul) para fazer ligação com a que já existe em Balaka. A empresa também vai reabilitar 98,6 quilômetros da ferrovia entre Nkaya e Nayuchi. A distância do transporte de carvão de Moçambique pode ser cortada por meio do vizinho Maláui. Moçambique tem atualmente uma das maiores reservas não desenvolvidas de carvão do mundo. |
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