sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

E.ON engrossa lista de elétricas europeias no Brasil

Valor Econômico - 12/01/2012

Há cerca de um ano a gigante companhia alemã E.ON, que faturou mais de € 92 bilhões em 2010, rondava com apetite o mercado brasileiro. A empresa, que é a 2ª maior elétrica do mundo segundo ranking da revista Forbes - e a 38ª se considerados todos os setores industriais -, tinha como objetivo desembarcar no setor de geração de um dos mercados emergentes considerados mais promissores pela companhia e onde até agora não possuía ativos.
Em julho, os alemães abriram seu escritório no país e chegaram a fazer ofertas para comprar parte das usinas termelétricas do grupo Bertin, em dificuldades financeiras para colocar em operação um parque com 10 GW de capacidade instalada. Mas as negociações não avançaram porque, segundo contam alguns executivos que auxiliavam a empresa alemã, a família Bertin acabou fazendo pouco caso do negócio.
Mesmo na Europa, a E.ON tentou fazer grandes aquisições em movimentos que acabariam trazendo-a ao Brasil. Mas também não foi bem-sucedida nestas empreitadas. No ano passado, a empresa perdeu para os chineses das Três Gargantas a disputa por 21,35% do capital da portuguesa EDP, que tem duas distribuidoras de energia no Brasil e ativos de geração que chegam a 1,5 GW.
Alguns anos antes perdeu também a disputa para comprar a companhia espanhola elétrica Endesa, que por questões da divisão política europeia acabou sendo vendida para a italiana Enel. No Brasil, a Endesa faturou em 2010 R$ 10 bilhões e é dona de duas distribuidoras, que atendem o Ceará e o Rio de Janeiro, e um parque gerador de 1 GW.
A E.ON, ao firmar a parceria com a MPX, se junta agora a uma lista de outras gigantes europeias que atuam no mercado brasileiro. Algumas já são veteranas no país, como é o caso da GDF Suez, maior elétrica do mundo segundo lista da Forbes e também a maior geradora privada do Brasil por meio da Tractebel. Também atuam no Brasil os espanhóis da Iberdrola, donos de parte da Neoenergia e da distribuidora Elektro, a própria Endesa, controlada pela Enel, e os portugueses da EDP estão entre os nomes. Com exceção da GDF Suez, as outras concorrentes também atuam no setor de distribuição no Brasil. A E.ON tem uma importante atividade de distribuição na Europa e, segundo fontes, chegou a analisar a compra de ativos no Brasil, mas a ideia não prosperou.
No mundo, a E.ON tem um parque gerador instalado de 69 GW. Atende cerca de 26 milhões de consumidores de gás e energia. A empresa está presente hoje em toda a Europa, Rússia e América do Norte.


MPX fecha acordo com alemã E.ON e recebe até R$ 1 bi

Autor(es): Diogo Martins e Marta Nogueira | Do Rio
Valor Econômico - 12/01/2012
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2012/1/12/mpx-fecha-acordo-com-alema-e-on-e-recebe-ate-r-1-bi

A ausência de um plano de investimento e do detalhamento dos projetos previstos não impediu que a MPX - empresa de energia do grupo EBX, do empresário Eike Batista, - revelasse ontem o objetivo de atingir uma capacidade de geração de 20 mil megawatts (MW) em empreendimentos no Brasil e no Chile. A companhia já tem licenciados projetos para geração de 11 mil MW, que terão 50% dessa capacidade incluídos em joint venture a ser formada, em partes iguais, com o grupo alemão E.ON e que investirá em projetos nos dois países sul-americanos.
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Ontem, as duas empresas confirmaram acordo não apenas para a criação da joint venture - ainda não batizada -, como também para a entrada da companhia europeia no capital da MPX. A E.ON vai adquirir 10% das ações da companhia de Eike por R$ 850 milhões, além de ganhar o direito de indicar um integrante ao conselho de administração. No total, a operação de aumento de capital deverá significar R$ 1 bilhão a mais no caixa da MPX. O investimento será realizado após efetuada a conversão de debêntures em ações ordinárias da companhia.A meta de produção de energia da MPX, que não apresenta horizonte de tempo para sua realização, equivale a cerca de 20% da atual capacidade de geração de energia elétrica do país. Oficialmente, a companhia argumenta que a ambição é criar a maior empresa de energia do Brasil.
Questionado sobre um plano de investimentos que apontasse o caminho para o cumprimento das metas, o diretor-presidente e de relações com investidores da MPX, Eduardo Karrer, explicou que ainda falta "um perfil mais ajustado em relação ao cronograma de investimentos". Segundo Karrer, a definição da matriz energética que será o foco do projeto acontecerá nas próximas semanas.
"A joint venture terá várias oportunidades de projeto, com várias fontes diferentes, incluindo gás, carvão e renováveis. Então, para cada fonte, há um custo unitário específico para implementá-la", afirmou Karrer. "Os investimentos da joint venture serão divididos [por matriz energética]", completou.
No geral, a avaliação dos analistas sobre o negócio foi positiva. Para o especialista da XP Investimentos William Castro Alves, a operação é positiva para a MPX, uma vez que a empresa passa a ter um parceiro experiente, com capacidade de investimento. "A E.ON tem conhecimento do setor energético, um perfil bem diferente do grupo EBX, que não tem história nesse segmento", afirmou ele, para quem a ausência de um plano de investimentos, neste momento em que o acordo é anunciado, não parece um problema. "Todos os planos que o Eike tinha para a empresa deverão ser refeitos", disse. Ontem, as ações da MPX caíram 5,89% e fecharam a R$ 46,11.
O acordo entre MPX e E.ON não inclui os ativos de carvão da empresa de Eike na Colômbia, que serão transferidos a uma nova companhia, denominada CCX. A empresa será listada no Novo Mercado da BM&FBovespa. Como parte do processo de cisão, a MPX vai transferir até R$ 814 milhões em caixa para a nova companhia. Os acionistas da MPX receberão uma ação da nova empresa para cada papel de sua titularidade. Os debenturistas que optarem por não converter os papéis de dívida da MPX em ações ordinárias anteriormente à separação não receberão ações da CCX.
Segundo Eike, o início da produção da mina de carvão mineral na Colômbia deve ocorrer em 2013. Ele acredita que a produção inicial será de 5 milhões de toneladas por ano, podendo atingir 35 milhões, nos próximos anos. O sistema subterrâneo da mina, de onde virá a maior parte da produção, deve entrar em funcionamento em 2015. A maior parte do carvão será vendida no Brasil e no Chile.
A ausência de um plano de investimento e do detalhamento dos projetos previstos não impediu que a MPX - empresa de energia do grupo EBX, do empresário Eike Batista, - revelasse ontem o objetivo de atingir uma capacidade de geração de 20 mil megawatts (MW) em empreendimentos no Brasil e no Chile. A companhia já tem licenciados projetos para geração de 11 mil MW, que terão 50% dessa capacidade incluídos em joint venture a ser formada, em partes iguais, com o grupo alemão E.ON e que investirá em projetos nos dois países sul-americanos.
Ontem, as duas empresas confirmaram acordo não apenas para a criação da joint venture - ainda não batizada -, como também para a entrada da companhia europeia no capital da MPX. A E.ON vai adquirir 10% das ações da companhia de Eike por R$ 850 milhões, além de ganhar o direito de indicar um integrante ao conselho de administração. No total, a operação de aumento de capital deverá significar R$ 1 bilhão a mais no caixa da MPX. O investimento será realizado após efetuada a conversão de debêntures em ações ordinárias da companhia.
A meta de produção de energia da MPX, que não apresenta horizonte de tempo para sua realização, equivale a cerca de 20% da atual capacidade de geração de energia elétrica do país. Oficialmente, a companhia argumenta que a ambição é criar a maior empresa de energia do Brasil.
Questionado sobre um plano de investimentos que apontasse o caminho para o cumprimento das metas, o diretor-presidente e de relações com investidores da MPX, Eduardo Karrer, explicou que ainda falta "um perfil mais ajustado em relação ao cronograma de investimentos". Segundo Karrer, a definição da matriz energética que será o foco do projeto acontecerá nas próximas semanas.
"A joint venture terá várias oportunidades de projeto, com várias fontes diferentes, incluindo gás, carvão e renováveis. Então, para cada fonte, há um custo unitário específico para implementá-la", afirmou Karrer. "Os investimentos da joint venture serão divididos [por matriz energética]", completou.
No geral, a avaliação dos analistas sobre o negócio foi positiva. Para o especialista da XP Investimentos William Castro Alves, a operação é positiva para a MPX, uma vez que a empresa passa a ter um parceiro experiente, com capacidade de investimento. "A E.ON tem conhecimento do setor energético, um perfil bem diferente do grupo EBX, que não tem história nesse segmento", afirmou ele, para quem a ausência de um plano de investimentos, neste momento em que o acordo é anunciado, não parece um problema. "Todos os planos que o Eike tinha para a empresa deverão ser refeitos", disse. Ontem, as ações da MPX caíram 5,89% e fecharam a R$ 46,11.
O acordo entre MPX e E.ON não inclui os ativos de carvão da empresa de Eike na Colômbia, que serão transferidos a uma nova companhia, denominada CCX. A empresa será listada no Novo Mercado da BM&FBovespa. Como parte do processo de cisão, a MPX vai transferir até R$ 814 milhões em caixa para a nova companhia. Os acionistas da MPX receberão uma ação da nova empresa para cada papel de sua titularidade. Os debenturistas que optarem por não converter os papéis de dívida da MPX em ações ordinárias anteriormente à separação não receberão ações da CCX.
Segundo Eike, o início da produção da mina de carvão mineral na Colômbia deve ocorrer em 2013. Ele acredita que a produção inicial será de 5 milhões de toneladas por ano, podendo atingir 35 milhões, nos próximos anos. O sistema subterrâneo da mina, de onde virá a maior parte da produção, deve entrar em funcionamento em 2015. A maior parte do carvão será vendida no Brasil e no Chile.
Johannes Teyssen, presidente da E.ON AG, que perdeu para a chinesa Three Gorges a disputa pela aquisição de 22% da portuguesa EDP, garantiu que a parceria não foi uma segunda opção. "A MPX não é uma segunda opção, é a primeira", frisou Teyssen. Eike admitiu que houve conversas com outras companhias antes de fechar com a E.ON e descartou um novo sócio, por enquanto. "No fim, casamos com a noiva certa", disse Eike.


Criar a maior empresa de energia ainda é só um plano de Eike Batista

Autor(es): Josette Goulart | De São Paulo
Valor Econômico - 12/01/2012
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2012/1/12/criar-a-maior-empresa-de-energia-ainda-e-so-um-plano-de-eike-batista

Ser dono da maior empresa de energia do Brasil não passa, por enquanto, de uma meta, um objetivo, uma pretensão do empresário Eike Batista. Mesmo com o anúncio da parceria a ser feita com a elétrica alemã E.ON, para se tornar de fato a maior empresa privada do setor a MPX ainda tem um longo caminho a trilhar.
No fim do ano passado, o presidente da empresa, Eduardo Karrer, disse em entrevista ao Valor que o faturamento da empresa chegará a R$ 1 bilhão neste ano, quando entrarem em operação as primeiras usinas termelétricas do grupo. O faturamento bruto esperado, entretanto, ainda está muito distante dos cerca de R$ 20 bilhões registrados em 2010 pela maior empresa privada de energia do país, a AES Brasil.
A lista a ser superada por Eike para chegar ao topo é extensa. De acordo com o ranking "Grandes Grupos" brasileiros - publicado no fim do ano passado e que foi elaborado pelo Valor com base no faturamento bruto das empresas auferido em 2010 -, CPFL Energia, Neoenergia, Endesa Brasil e até o combalido grupo Rede estão muito à frente da MPX.
A própria portuguesa EDP, citada ontem em teleconferência pelo presidente da alemã E.ON, Johannes Teyssen, tem uma atuação e um faturamento muito maiores no país que a MPX. Teyssen disse que a EDP, que a E.ON tentou comprar em Portugal, é muito pequena se comparada à empresa de Eike. Talvez o presidente da E.ON esteja levando em consideração somente a carteira de projetos da MPX, já que efetivamente a EDP faturou R$ 7,7 bilhões, apenas no Brasil, em 2010.
Mas mesmo levando em conta somente os projetos da nova empresa, que somam cerca de 20 GW, o executivo alemão também não deve ter ponderado que seus competidores têm suas próprias carteiras de projetos para também crescer. Os chineses da Três Gargantas, por exemplo, que venceram a E.ON na disputa pela compra de 21,35% da EDP, já anunciaram que vão incrementar a operação brasileira. No último leilão de energia, inclusive, a empresa vendeu 120 MW em parques eólicos.
Além disso, os grupos brasileiros não demonstram que têm qualquer intenção de ficar parados, esperando a MPX chegar ao topo da lista. A CPFL Energia, que faturou R$ 17,5 bilhões em 2010, é uma delas. Criou no ano passado a CPFL Renováveis, com portfólio de 1,5 GW, está em busca de aquisições em distribuição e se prepara para os leilões de grandes hidrelétricas. O mesmo acontece com a Neoenergia que só neste ano vai investir R$ 5 bilhões para erguer um parque gerador que se aproxima ao detido pela GDF Suez no Brasil. Em geração, inclusive, a Tractebel (que pertence à GDF) tem hoje o maior parque com mais de 7 GW já em operação. Por enquanto, a MPX não tem parques expressivos operando e gerando energia. Os 20 GW de portfólio são em sua maior parte de projetos termelétricos, mas cuja viabilidade depende ainda de terem sua energia comercializada e, depois disso, de pelo menos mais dois ou três anos para começarem a gerar energia de fato.
Obviamente, ninguém duvida do poder de fogo da nova companhia de Eike Batista em parceria com a E.ON, uma gigante européia do setor. Se saírem às compras, o caminho será menos longo.

Vale vai construir ferrovia de US$ 1 bi em país africano

São Paulo, quinta-feira, 12 de janeiro de 2012Mercado
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TRANSPORTE

DA REUTERS - O governo do Maláui (país africano entre Zâmbia e Moçambique) assinou acordo de US$ 1 bilhão com a Vale para construção e restauração de uma ferrovia que vai transportar 18 milhões de toneladas de carvão do Moçambique.
A Vale Logística construirá uma nova linha férrea de 138,5 quilômetros a partir de Chikhwawa (sul) para fazer ligação com a que já existe em Balaka. A empresa também vai reabilitar 98,6 quilômetros da ferrovia entre Nkaya e Nayuchi.
A distância do transporte de carvão de Moçambique pode ser cortada por meio do vizinho Maláui. Moçambique tem atualmente uma das maiores reservas não desenvolvidas de carvão do mundo.

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