terça-feira, 13 de julho de 2010

Abril compra o Anglo e se torna a segunda maior da área de educação

http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/7/13/abril-compra-o-anglo-e-se-torna-a-segunda-maior-da-area-de-educacao
Autor(es): Naiana Oscar
O Estado de S. Paulo - 13/07/2010

Expansão. Sistema educacional estava à venda havia dois anos e vinha sendo disputado também pelo grupo Pearson, dono do jornal "Financial Times", e pela editora espanhola Santillana; negócio envolve o Anglo Sistema de Ensino, o Anglo Vestibulares e a SIGA

Depois de uma disputa acirrada, o Grupo Abril anunciou ontem a compra do Anglo - rede de educação especializada em cursos preparatórios para o vestibular -, tornando-se a segunda maior empresa do setor no País, à frente do Objetivo e atrás apenas da Positivo. O grupo criado a partir dessa aquisição deve faturar este ano cerca de R$ 500 milhões. O valor do negócio não foi divulgado.

Único sistema de ensino de grande porte que permanecia sendo controlado integralmente pela família fundadora, o Anglo estava à venda havia dois anos. "Não porque a empresa passasse por dificuldades, mas porque, com a consolidação do setor, o Anglo só conseguiria crescer se unindo a um grande player", explica Ryon Braga, da Hoper Consultoria, especializada em educação.
Além do Grupo Abril, por meio da empresa Abril Educação, o Anglo foi disputado por pelo menos outros dois grupos. A britânica Pearson, empresa do segmento editorial e de informação digital, que controla o jornal Financial Times, chegou a fazer uma proposta. Há uma semana, uma reportagem do próprio jornal dizia que a rede brasileira estava sendo avaliada em R$ 600 milhões. Além do Anglo, o Pearson também teria tentado comprar o Sistema Educacional Brasileiro (SEB), que controla escolas, oferece sistemas de educação e tem valor de mercado de R$ 715 milhões. A editora espanhola Santillana, com planos de expansão na América Latina, também estava entre os interessados no Anglo.
Nova empresa. O negócio anunciado ontem envolve o Anglo Sistema de Ensino, o Anglo Vestibulares e a SIGA, com cursos preparatórios para concursos públicos. O grupo conta com unidades próprias e parcerias com escolas em todo o País . A empresa fornece o material didático (as tradicionais apostilas) e a metodologia de ensino.
Os membros de uma das famílias fundadoras, Guilherme Faiguenboim e Assaf Faiguenboim, continuarão à frente das operações, que abrangem 484 escolas, em 316 municípios, com um total de 211 mil alunos. Outros 38 mil estudantes estão na rede pública, em 24 municípios. O faturamento da rede para este ano é estimado em R$ 150 milhões.
Todo o sistema Anglo foi adquirido pela Abril Educação, uma empresa que integra o Grupo Abril e é controlada exclusivamente pela família Civita. Até dois anos atrás, esse braço da companhia tinha a participação de um sócio estrangeiro - a Naspers, maior empresa de mídia da África do Sul, que adquiriu 30% das ações do Grupo em 2006. A família, no entanto, recomprou as participação acionária na Abril Educação em 2007.
A empresa, presidida pelo executivo Mauro Calliari, controla as operações das editoras Ática e Scipione, ambas fortes no segmento pedagógico. Juntas, as editoras contam com um portfólio de 3,5 mil títulos.
No mesmo ano em que recuperou o controle da empresa, a Abril estreou no sistema de ensino com a rede SER. Essa rede, semelhante à do Anglo, está em 350 escolas, com 85 mil alunos. Também oferece material didático e metodologia própria para os estabelecimentos associados. As duas marcas continuarão operando independentemente. Segundo esclareceu a Abril Educação, as duas redes não são concorrentes, já que o Anglo adota um esquema de franquia e a SER fornece apenas o material, sem atrelar a marca aos estabelecimentos.
Interesses. Em nota, Giancarlo Civita, um dos controladores da Abril Educação, afirmou que "a transação reforça o compromisso da empresa com a melhoria da qualidade de ensino e seu comprometimento na área de educação". Segundo o comunicado, o negócio permitirá à empresa "fortalecer sua presença junto às redes pública e privada de ensino". E o objetivo, garante a Abril na nota, é alcançar a liderança do mercado.
O sistema Anglo foi criado em 1894, em São Paulo, pelo português Antônio Guerreiro. Na década de 30, foi lançado o primeiro curso preparatório para o vestibular da USP e, pouco tempo depois, a empresa passou a adotar a apostila caderno, uma revolução no material didático.
Consolidação
RYON BRAGA
CONSULTOR DA HOPER, ESPECIALIZADA EM EDUCAÇÃO
"O Anglo estava à venda não porque a empresa passasse por dificuldades, mas porque, com a consolidação do setor de educação no Brasil, só conseguiria crescer se unindo a um grande player"

PARA LEMBRAR
Educação no radar dos investidores
Nos últimos anos, o mercado educacional no Brasil entrou no radar dos investidores. Grupos de private equity têm demonstrado interesse no setor, principalmente no ensino superior. Hoje, entre os cinco maiores grupos educacionais privados do País, quatro estão ligados a fundos de private equity.
A ofensiva dos fundos teve início há sete anos, quando o Pátria Investimentos comprou parte da Anhanguera Educacional. A Estácio, do Rio de Janeiro, tem participação do GP Investimentos. A americana Laureate - que no Brasil controla, entre outras instituições, a Universidade Anhembi Morumbi - tem como acionista o fundo de private equity americano KKR, um dos maiores do mundo. No ano passado, foi a vez de o fundo Advent comprar parte da Kroton Educacional. Por enquanto, a única exceção entre as cinco maiores universidades do País é a Unip, do empresário João Carlos Di Genio.
A entrada dos fundos acelerou a consolidação do setor. Segundo a Consultoria Hoper, especializada em educação, hoje os 15 maiores grupos do setor concentram 30% dos 3,9 milhões de alunos do ensino superior. Há cinco anos, o porcentual não alcançava 20%. Para a consultoria, o setor pode movimentar US$ 2,5 bilhões nos próximos dois anos em fusões e aquisições. Com o aumento da concorrência e a queda na rentabilidade média, as instituições querem ganhar com a economia de escala.


Cresce o número de professores sem diploma

Cresce número de professores sem diploma na educação básica do País
Autor(es): Luciana Alvarez, Simone Iwasso
O Estado de S. Paulo - 13/07/2010

No ensino básico, todos deveriam ter curso superior

Entre 2007 e 2009, o número de professores que lecionam no ensino básico sem diploma de curso superior cresceu de 594 mil para 636 mil no Brasil (32% do total), segundo o Censo Escolar do MEC. O crescimento vai na contramão das políticas públicas adotadas nos últimos anos pelo governo federal, Estados e municípios para melhorar a formação docente no País. Pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação, todos os professores de ensino fundamental e médio no Brasil deveriam ter curso superior.

O número de professores que lecionam no ensino básico sem diploma de curso superior aumentou entre 2007 e 2009, segundo o Censo Escolar do Ministério da Educação. Atualmente, os professores sem curso superior somam 636 mil nos ensinos infantil, fundamental e médio - o que representa 32% do total. Em 2007, eram 594 mil.

O crescimento vai na contramão das políticas públicas adotadas nos últimos anos para melhorar a formação dos docentes no País. Pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), de 1996, o Brasil deveria ter todos os seus professores de ensino fundamental e médio com curso superior - projeto de lei atualmente em tramitação no Congresso Nacional prorroga esse prazo por mais seis anos e estende a obrigatoriedade também para o ensino infantil.
A Bahia é o Estado com o maior número de professores que lecionam sem diploma: eles eram 101 mil em 2009, dois terços do total. Mas mesmo em São Paulo ainda há 2.025 docentes sem diploma atuando no ensino médio - teoricamente, a etapa do ensino com mais conhecimentos específicos, como matemática e física, que mais exige uma formação superior.
Para o governo federal, o principal motivo de os índices de professores com formação superior não terem crescido, apesar dos investimentos públicos na formação, está no grande contingente sem diploma na educação infantil, etapa do ensino cuja oferta teve maior aumento no País nos últimos oito anos.
"Devemos fechar este ano com 20% de aumento na oferta de educação infantil. E, até há pouco tempo (2006), as creches eram ligadas à assistência social, portanto a ideia era cuidar, não educar", afirma Maria do Pilar Lacerda, secretária de Educação Básica do MEC.
Ensino infantil. O curso superior não é obrigatório no ensino infantil, mas o Plano Nacional de Educação (PNE), de 2001, tinha como meta que 70% dos professores dessa etapa conseguissem o diploma no prazo de dez anos. Pelo Censo de 2009, quase 5 mil professores do ensino infantil têm formação apenas na educação fundamental e mais de 34 mil possuem o ensino médio, mas não da modalidade normal.
"É muito importante que todo o magistério tenha uma formação adequada. E, no Brasil de hoje, ela se dá por meio do curso superior. E ainda nem em todos os cursos superiores", disse o sociólogo Cesar Callegari, membro do Conselho Nacional de Educação (CNE).
Mas o especialista afirma que esse quadro será revertido em poucos anos. "As metas podem ser atingidas com bastante rapidez, pois não há mais barreiras econômicas ou geográficas para a formação dos que já atuam como professores", diz Callegari.
O governo federal, em parceria com Estados e universidades, tem um programa de ensino a distância para professores, além de créditos e bolsas para os docentes que entram na faculdade. Atualmente, a maior aposta do governo federal está no Plano Nacional de Formação dos Professores da Educação Básica.
A intenção é formar, nos próximos cinco anos, 330 mil professores que atuam na educação básica e ainda não são graduados. Parte dos cursos é presencial e a maioria, na Universidade Aberta do Brasil (UAB), que oferece graduação para professores de maneira semipresencial. No total, os recursos para a área somam cerca de R$ 1 bilhão por ano. Os esforços, porém, ainda não aparecem nas estatísticas.
Ensino médio. Outro gargalo para o aumento do índice de professores com diploma está no ensino médio, etapa que passa por um crescimento de matrículas, mas para a qual há carências de quadros qualificados em algumas disciplinas, sobretudo física, química e matemática.
Apesar de ter o menor índice de docentes sem curso superior, a proporção dos sem diploma cresceu em dois anos também nessa etapa: eram 6,6% em 2007 e passaram para 8,7% no ano passado. "Há pesquisas mostrando que há pouco interesse dos jovens pela carreira do magistério e, em algumas áreas, a carência se dá em todo o País", afirma Maria Corrêa Silva, vice-presidente do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consede). "Profissionais de outras áreas acabam assumindo." Com isso, docentes sem formação permanecem em sala de aula.
Maria, porém, diz-se otimista com a reversão do quadro geral. "Agora existem políticas públicas. Claro que cada Estado está em um estágio diferente, mas todos podem melhorar." A secretária do Acre lembra que, em 1999, apenas 26% dos professores do Estado tinham formação superior. Dez anos depois, são mais de 50%.
PARA LEMBRAR
Cursos ruins formam 25% dos docentes
Os cursos de Pedagogia se destacaram nas recentes avaliações do Ministério da Educação pelo crescimento de notas ruins e de oferta.
Dados do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) divulgados no ano passado indicam que o número de cursos mal avaliados passou de 28,8% do total (172 cursos), em 2005, para 30,1% (292). Os cursos ruins formam um em cada quatro futuros professores.
Entre 2002 e 2007, a oferta de cursos subiu 85% - um porcentual acima da média geral (63%). Em cinco anos, os cursos de Pedagogia passaram de 1.237 para 2.295. Segundo especialistas, a proliferação ocorre por causa da facilidade de montar um curso.


Ensino superior é parte da crise

Autor(es): Agencia o Globo
O Globo - 13/07/2010

O número de brasileiros em idade escolar deverá diminuir gradualmente nos próximos anos, em decorrência da mudança do perfil demográfico do país. A queda na taxa de fecundidade faz com que a média de filhos por mulheres em idade fértil (estatisticamente, de 13 a 45 anos) já tenha se reduzido para menos de dois, segundo algumas projeções que precisarão ser confirmados no Censo Populacional que o IBGE promoverá este ano, já a partir do mês que vem.

Mas, se por um lado a redução do número de crianças e adolescentes facilita o investimento na qualidade do ensino básico, por outro a tendência é que a demanda cresça expressivamente nos cursos profissionalizantes e superiores.

Se o esforço que está sendo feito para a melhora do ensino básico der o resultado desejado - e não há razão para não se acreditar nessa possibilidade, pois, felizmente, as autoridades, municipais, estaduais e federais, estão despertando para a importância da educação -, mais alunos ficarão aptos a cursos de nível superior.

A economia brasileira também necessitará de mais profissionais qualificados se mantiver um ritmo de crescimento sustentado. Alguns segmentos vêm se queixando de falta de mão de obra especializada
, situação que pode se generalizar e se tornar um forte obstáculo a esse crescimento projetado.

O ensino superior terá, então, de forçosamente estar na pauta do próximo governo - sem prejuízo das preocupações com o ciclo básico -, ainda mais que é a União que concentra as maiores responsabilidade nesse nível educacional, diferentemente do ensino básico, encargo de prefeituras e governos estaduais

Nas próprias universidades federais há muito o que se fazer para se oferecer o ensino na qualidade e na quantidade que o país demanda. Se a Universidade Federal do Rio de Janeiro for um espelho do conjunto das instituições de ensino superior sob responsabilidade da União, o esforço para vencer esse desafio terá de ser redobrado. Professores e alunos se ressentem de instalações adequadas no principal campus da UFRJ, como mostrou reportagem do GLOBO na edição do último domingo. E a questão não parece se resumir à falta de verbas. Para atender a metas definidas pelo Ministério da Educação, universidades federais aderiram a um programa chamado Reuni. Na prática, o que se percebe é uma tentativa de multiplicação de vagas sem que as estruturas das universidades acompanhem esse processo.

O Reuni está previsto para ser executado até 2011. Com base na experiência acumulado, o programa deve ser reavaliado para que não haja desperdício de tempo e energia.

O ensino superior é a base da pesquisa tecnológica. Se das universidades não saírem bons pesquisadores e profissionais preparados, além de talentosos, o Brasil permanecerá muito atrás no ranking de inovações, medido, por exemplo, no número de patentes concedidas em órgãos internacionais de registro de propriedade industrial e intelectual, em que é flagrante e crescente o distanciamento do país em relação a outras economias emergentes - China e Índia entre eles.








"A aposta de Haddad "

Brasil Confidencial - Octávio Costa
Isto é - 12/07/2010
Embora reconheça que o País ainda tem de percorrer um longo caminho para alcançar os padrões europeus, principalmente no ensino médio, o ministro da Educação, Fernando Haddad, festejou a repercussão do Ideb 2009. Pela primeira vez (e esta é a terceira pesquisa) não houve reação negativa aos resultados. Pelo contrário, o tucano José Serra, o ex-ministro Paulo Renato Souza e a grande maioria dos governadores admitiram que os índices de educação melhoraram. Otimista, Haddad faz aposta no futuro: “Está dando certo, nossas crianças do ensino fundamental estão aprendendo mais e isso vai se irradiar por toda a educação.”



Matrículas em pré-escola quase dobram em 20 anos

Autor(es): Agência Brasil, de Brasília
Valor Econômico - 14/07/2010
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/7/14/matriculas-em-pre-escola-quase-dobram-em-20-anos
 
Os números da educação apresentaram mudanças positivas depois de 20 anos da aprovação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Atualmente, cerca de 7 milhões de crianças estão matriculadas na pré-escola, o que representa quase o dobro dos 3.628.285 alunos que frequentavam esta etapa do ensino em 1991.
 
 
O número de alunos da pré-escola aumentou mais significativamente nas regiões Centro-Oeste e Norte. As duas tiveram crescimento de mais de 100% no número de alunos matriculados. A quantidade subiu de 176 mil para 413 mil alunos e de 213 mil para 559 mil, respectivamente.
 
No ensino médio, o número de estudantes matriculados é mais do que o dobro do total registrado em 1991. Naquele ano, eram 3.772.689 alunos nessa fase e, agora, são 8.288.520. No ensino fundamental, a quantidade de alunos teve um ligeiro aumento, passando de 29.203.724 para 31.512.884.
 
Os dados são do Censo Escolar, do Ministério da Educação, e referem-se a levantamentos dos anos de 1991 e 2009.

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