terça-feira, 13 de julho de 2010

Venda de açúcar cria 'fila' de navios e congestiona portos

http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/7/13/venda-de-acucar-cria-fila-de-navios-e-congestiona-portos
Venda de açúcar cria 'fila' de navios e congestiona portos
Autor(es): Fabiana Batista, de São Paulo
Valor Econômico - 13/07/2010

Único país no mundo a ofertar açúcar no momento, o Brasil vem recebendo nas últimas semanas um "mar de navios" para embarcar o produto. São importadores da Rússia e de países asiáticos que aproveitam os preços 40% mais baixos que no início do ano para repor seus estoques, hoje em níveis críticos. No porto de Santos, o principal canal de saída da commodity, a fila chegava ontem a 46 embarcações e outras 12 estavam a caminho, segundo a consultoria Kingsman do Brasil. No porto de Paranaguá (PR), havia outros 28 navios.
Pela programação dos portos, os embarques de açúcar devem atingir 2,84 milhões de toneladas em julho, 75% mais que no mesmo período de 2009, quando atingiram o recorde de 1,6 milhão de toneladas.
A explosiva demanda desafiará novamente a restrição logística dos portos brasileiros. Até hoje, o máximo que se embarcou em um único mês em todos os terminais açucareiros do país foram 2,5 milhões de toneladas, segundo dados da JOB Consultoria e Planejamento. "Neste ano, o setor se esforça para chegar a 3 milhões de toneladas embarcadas por mês", diz Julio Maria Borges, diretor da JOB.
Com a fila de navios em Santos, o tempo de espera no porto, normalmente de 12 a 15 dias, está chegando a 30 dias, segundo Luiz Carlos dos Santos Júnior, diretor da Kingsman. O custo da "demurrage" (multa para a sobreestadia de navios) deve recair sobre os bolsos das tradings de açúcar, que contratam os navios.
Os preços atuais do açúcar estão convidativos para os importadores. Nos primeiros dias de fevereiro, a libra-peso na bolsa de Nova York esteve acima de 28 centavos de dólar, recorde em quase três décadas. No entanto, as cotações elevadas levaram compradores a se retrair e a consumir estoques, e os preços chegaram a cair pela metade, atingindo em maio 14 centavos de dólar.
"Os estoques mundiais estão, no entanto, reduzidos a níveis críticos e por isso os mercados agora aproveitam os preços mais baixos para recompô-los", diz Plínio Nastari, presidente da Datagro.
Em 2009, o Brasil exportou 24,2 milhões de toneladas de açúcar ou US$ 8,3 bilhões. Em 2010, há potencial para exportar 3 milhões de toneladas a mais.


Chuva já interrompe embarque de açúcar nos portos

Autor(es): Fabiana Batista, de São Paulo
Valor Econômico - 14/07/2010
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/7/14/chuva-ja-interrompe-embarque-de-acucar-nos-portos
 
Sem açúcar
Os embarques de açúcar foram paralisados ontem em Santos e Paranaguá por causa das chuvas. Deixou-se de exportar cerca de 150 mil toneladas. (Págs. 1 e B11)
Os embarques de açúcar foram paralisados ontem nos portos de Santos (SP) e de Paranaguá (PR) por causa das chuvas. Estima-se que o mau tempo prejudicará a exportação diária de pelo menos 80 mil toneladas do produto nos dois portos. A condição climática deve aumentar a espera das embarcações e, consequentemente, o pagamento de "demurrage" (multa de sobre-estadia de navios). Por dia extra, cada navio gera entre US$ 15 mil e US$ 30 mil de penalidade ao embarcador, ou seja, às tradings exportadoras de açúcar.
No porto de Santos, 41 navios aguardavam ontem para carregar. Em Paranaguá, outras 14 embarcações estavam na fila. "A espera é de 32 dias", afirmou Luiz Teixeira da Silva Júnior, chefe do departamento de operações de Paranaguá.
Os exportadores também estão preocupados com os baixos níveis dos estoques dos importadores. "Abastecemos várias refinarias no mundo e sabemos que as reservas estão baixas. Se o tempo ruim se prolongar para sete a dez dias, pode haver prejuízo no destino", disse Paulo Roberto de Souza, presidente da Copersucar, maior comercializadora de açúcar e álcool do país.
Os mercados que hoje mais demandam açúcar em regime de urgência são Canadá, Arábia Saudita e o Norte da África. "As refinarias que têm o Brasil como fornecedor costumam manter estoques baixos, pois sabem que no momento em que precisarem, conseguirão produto sem dificuldades. Mas nos deparamos com uma concentração de demanda dessa magnitude e, agora, com chuvas", afirmou.
Como é feito a céu aberto, o carregamento de açúcar no navio é suspenso quando chove. "O capitão do navio interrompe o carregamento para proteger a carga, pois ao final do carregamento ele assina documento garantindo que a carga está em ordem", diz Souza.
Para se ter uma ideia do quanto os terminais de açúcar forçam seus limites para embarcar o produto, de 1 a 13 de julho, todos os terminais brasileiros embarcaram 1,1 milhão de toneladas, uma média de 86 mil toneladas por dia. Nos 31 dias de julho de 2009, foram exportadas 1,68 milhão de toneladas - 54 mil toneladas diárias, segundo a Kingsman do Brasil.
"Estamos no limite em todo o sistema logístico. As usinas carregam açúcar em caminhões 24 horas por dia, quando o normal é apenas pela manhã. As rodovias também padecem de situação extrema", disse Souza. Segundo a Associação do Transporte Rodoviário do Brasil (ATR), que tem foco em cargas do agronegócio, faltam caminhões para levar açúcar das regiões produtoras até Santos. "Precisaríamos de 20% a 25% mais caminhões para atender toda a necessidade açucareira. Por conta dessa concentração, desde junho os fretes aumentaram 10%", diz Rogério Martins, diretor da ATR.

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